A Intermarché-Wanty-Gobert passou ao World Tour em 2021 com alguns reforços, mas um plantel praticamente de equipa Profissional Continental. Não em termos de dimensão, mas em termos de qualidade e de grandes figuras e isso tem-se traduzido nos resultados, apenas 3 triunfos esta época: a soberba cavalgada de Taco van der Hoorn no Giro, o título nacional de Rein Taaramae e a vitória de Georg Zimmermann obtida no Tour de l’Ain.



Para contrariar essa tendência a formação belga decidiu apostar num vencedor de Monumentos para 2022, um corredor com 79 vitórias na carreira, falamos de Alexander Kristoff, que progressivamente viu os seus caminhos tapados na UAE Team Emirates, seja pela entrada de sprinters, pela escassez de resultados ou pela aposta estrutural da equipa em Grandes Voltas.

Nas 2 últimas temporadas Kristoff apenas ganhou 1 corrida, a etapa inaugural do Tour em 2020, e tem falhado todos os outros objectivos a que se propôs. Especialista nas clássicas belgas, o último triunfo remonta a 2019, na Gent-Wevelgem. Tal como Kristoff já vimos outros casos assim, Terpstra ou Boasson Hagen por exemplo. O nível de resultados cai ligeiramente, o espaço interno diminui e eles vão à procura de um bom contrato numa estrutura onde possam ter a liderança indiscutível, mas desportivamente não tem corrido de feição para os nomes citados, veremos o que vai acontecer com Kristoff, que em 2021 apenas tem 1 pódio, manifestamente pouco para o norueguês de 34 anos.

Apesar de ter menos 5 anos do que Alexander Kristoff, Sven Erik Bystrom tem seguido um rumo de carreira em tudo idêntico. Saltou para o World Tour na Katusha em 2015, depois de se ter sagrado campeão do Mundo de sub-23 e em 2018 passou para a UAE Team Emirates, seguindo as pisadas do seu compatriota. Agora, tal como Kristoff, assinou com a Intermarche-Wanty-Gobert por 2 temporadas.



Kristoff e Bystrom vão fazer companhia a Odd Christian Eiking, formando um contingente capaz de rivalizar com a Uno-X. Bystrom tem sido um importante apoio nas clássicas e nos últimos 2 anos tem mostrado sinais de melhoria na montanha, foi 11º no Tour Down Under e na Vuelta a Andaluzia esteve na luta em algumas chegadas bem durinhas. Corredor bastante possante e completo, deverá ser presença assídua nas clássicas e em Grandes Voltas.

Passando a bitola para a Groupama-FDJ, a formação gaulesa anunciou ontem 2 reforços, ambos trepadores, ambos com contratos até final de 2023. O mais inesperado e surpreendente foi mesmo Michael Storer, australiano de 24 anos que recentemente venceu o Tour de l’Ain. Storer teve um excelente percurso nas camadas jovens, primeiro como junior e depois como sub-23, onde foi 7º na Volta a França do Futuro em 2016 e 9º em 2017. Em 2018 passou para o World Tour, numa equipa que tem a tradição de acolher muita juventude para a desenvolver, a Team Sunweb.



Nesse ano obteve alguns bons resultados em provas do circuito europeu, uma excelente indicação que só viria a confirmar novamente em 2020, ao realizar uma boa Vuelta. De certo modo é uma mudança surpreendente porque é uma saída que acontece quando Storer estava a começar a cumprir o seu potencial e para uma formação que não tem australianos no plantel. Por outro lado, continua a tendência da estrutura da DSM contratar e desenvolver jovens talentos e estes saírem assim que possível, claramente algo que se passa dentro da estrutura, veja-se os casos recentes de Michael Matthews, Marc Hirschi, ou até Jai Hindley. Para a Groupama-FDJ é um excelente reforço, vai ter espaço para crescer ainda mais e poderá ser um bom apoio a David Gaudu.

A outra contratação foi Quentin Pacher, francês de 29 anos que tem sido uma das figuras da B&B Hotels e do próprio circuito europeu desde 2018. Apesar de não ter vitórias na carreira é um ciclista muito combativo e muito completo, já foi 6º na Arctic Race, 4º no Tour de Wallonie ou 2º no Circuit Cycliste Sarthe. Será sempre muito útil no apoio aos líderes em provas World Tour ou a liderar a equipa nas corridas continentais.



Entretanto a estrutura liderada por Marc Madiot anunciou nas últimas horas que Lewis Askey, britânico que militava na equipa de desenvolvimento, vai passar para a formação principal, com contrato também até 2023. Askey tem apenas 20 anos e um perfil semelhante ao do seu compatriota Jake Stewart, é explosivo, passa bem as colinas e tem boa margem de evolução nas clássicas.

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