Amaro Antunes partia para 2023 como o ciclista do pelotão nacional com maior currículo. Saiu da LA Alumínios em 2017, realizando uma temporada fenomenal, ganhou 1 etapa na Volta ao Algarve (5º na geral), levou de vencida a Clássica da Arrábida e ainda venceu a Volta a Portugal (após relegação de Raul Alarcon), onde incluiu 1 etapa ao currículo. Isso valeu-lhe a experiência internacional na CCC, que durou 2 temporadas, ganhou o Tour of Malopolska, foi 2º no Giro Dell Appennino e 3º numa etapa do Giro, não sendo o suficiente para se manter no World Tour.
Regressou a Portugal para 2 épocas em pleno na W52-FC Porto, voltando à casa onde brilhou em 2017. O resultado foram mais 2 triunfos na Volta a Portugal, em 2020, diante do companheiro Gustavo Veloso, e em 2021, por escassos 10 segundos face a Mauricio Moreira. Em 2022 não pôde defender o seu título, a meio do ano desencadeou-se a operação “Prova Limpa”, que levou ao final de época precoce da W52-FC Porto e Amaro Antunes foi dos poucos ciclistas que não ficou arguido no processo, o que lhe permitiu continuar a carreira e encontrar nova equipa para 2023.
Optou pelo projecto ambicioso, muito ambicioso, da ABTF- Betão Feirense, numa tentativa de recuperar a glória de outros tempos, da conquista da Volta a Portugal. Amaro Antunes era suposto fazer parelha com António Carvalho, uma perigosa dupla de líderes, que conhecem como poucos os meandros de uma luta pela classificação geral na Volta. Desta forma, a formação chefiada por Joaquim Andrade fica também sem um dos seus líderes e com os holofotes em António Carvalho, que talvez pela primeira vez na carreira terá a liderança plena para uma Volta a Portugal e vai tentar replicar o feito do seu tio, Fernando Carvalho, que também no Feirense, ganhou a competição em 1990.
Amaro Antunes deixou uma longa mensagem do Instagram onde explica que o falecimento precoce da sua mãe e o processo Prova Limpa fizeram com que perdesse a motivação e o gosto pelo treino e confessa que esta despedida não é feita da forma que tinha idealizado. Finaliza dizendo que “Espero e desejo, face aos últimos acontecimentos, que uma nova era do Ciclismo possa emergir em Portugal.”