A Vuelta a Espanha irá para a estrada entre 26 de agosto e 17 de setembro e terá de tudo, desde contra-relógio coletivo, contra-relógio individual, chegadas em alto em Espanha, Andorra e … França! A competição espanhola inicia-se em Barcelona com um contra-relógio coletivo de 14 600 metros. Apesar de pouco terreno plano na Catalunha, a segunda etapa deverá ver a primeira batalha dos sprinters, antes da primeira chegada em alto! Logo ao terceiro dia, incursão por Andorra com um final em Arinsal.



Tarragona e Burriana acolhem os seguintes finais, duas etapas com perfis idênticos, dificuldades no miolo da tirada, que pode afastar alguns sprinters ou favorecer uma fuga vitoriosa. Ao 6º dia nova chegada em alto, desta vez no Observatorio Astrofísico de Javalambre, local onde venceu Angel Madrazo em 2019. Antes de um fim de semana complicado, os homens rápidos têm, na teoria, a etapa mais acessível até ao momento, com chegada a Oliva.

A média montanha espanhola é tudo menos fácil, os tradicionais muros aguardam os ciclistas nas etapas 8 e 9. Xorret de Cati aparece no sábado, um final em descida, depois de uma subida muito dura, que por várias vezes já esteve presente na Volta à Comunidade Valenciana. No dia seguinte, o final é em Caravaca de la Cruz, mais um típico murito.

O merecido dia de descanso antecede um importante contra-relógio individual de 25 quilómetros na cidade de Valladolid, um percurso praticamente plano. Segue-se uma etapa unipuerto, com final em alto em La Laguna Negra, antes de mais uma jornada traiçoeira para os sprinters, com chegada em Saragoça.



A etapa 13 leva os ciclistas até França e que etapa! Duas categorias especiais, uma 1ª categoria e uma 3ª categoria logo a abrir. Falando do menu principal, passagens pelo Col d’Aubisque e Col de Spandelles, a anteceder o final no mítico Col du Tourmalet! Tudo em apenas 134 quilómetros. Não há tempo para descanso, a 14ª tirada traz mais duas categorias especiais (ambas em França), antes do regresso a Espanha para novo final em alto, desta vez em ao Puerto de Belagua. A segunda semana termina com uma tirada ideal para a fuga, sobe e desce constante, aliado à dureza dos dias anteriores.

A derradeira semana de competição inicia-se com um final unipuerto, desta vez em mais um murito espanhol e não nos admirávamos de ver uma fuga triunfar já que no dia seguinte há uma etapa brutal com chegada … no Altu de l’Angliru. Esta é uma etapa que tem feito parte do menu nos últimos anos, capaz de fazer diferenças.

As pernas já devem estar pesadas e aparece nova etapa de alta montanha, com três 1ª categorias, incluindo novo final em alto, agora em La Cruz de Linares. A batalha da geral para por um dia, com uma etapa completamente plana e chegada a Íscar, oportunidade rara para os velocistas.



É preciso esperar pelo penúltimo dia de competição para ver uma etapa acima dos 200 quilómetros! Não é alta montanha, são dez 3ª categorias, numa etapa feita em circuito, mas toda a dureza já ultrapassada pode tornar este dia muito difícil. A consagração do vencedor será feita em Madrid, na última chance para os homens rápidos.

Resumindo, estamos perante uma Vuelta a Espanha com muita montanha, com cerca de duas dezenas de etapas de alta montanha, praticamente todas com chegada em alto. As etapas de média montanha que, por vezes, proporcionam mais espetáculo também são bastantes, ao contrário das 4/5 etapas para os sprinters. Destaque, também, para os 25 quilómetros de esforço individual e 14,6 de esforço coletivo.

Em nossa opinião, e começa a ser já um tónico evidente nas Grandes Voltas, faltam etapas de montanha com maior quilometragem, é certo que etapas curtas proporcionam espetáculo, mas também temos visto que os dias mais longos são os mais brutais. Para além disso, a redução drástica de quilómetros de contra-relógio torna esta Vuelta mais virada para os puros trepadores, dadas as tantas oportunidades que irão ter. No entanto, como sempre se diz, os ciclistas é que fazem a prova na estrada!




Percurso da Vuelta a Espanha 2023:

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