Está na hora da primeira Grande Volta do ano! O Giro d’Itália marca o início de uma nova fase da temporada, numa prova qye se antevê bastante aberta e equilibrada, com um traçado que tenta precisamente encontrar esse ponto de equilíbrio. Ao contrário de outras edições não é um percurso de extrema dureza, apesar de ser complicado.
A corrida tem início em Torino, com um contra-relógio individual de 9 kms, de realçar que há esforços individuais a abrir e a fechar a prova. A primeira etapa em linha é propícia para sprinters, com 173 kms relativamente simples até Novara. Segue-se um dia de média montanha, pode haver mudança de liderança e vários desfechos possíveis, com 3 contagens de montanha nos últimos 65 kms.
Logo ao 4º dia aparece a alta montanha, com um final muito complicado no Colle Passerino (4 kms a cerca de 10%) praticamente a coincidir com a linha de meta. Continua a variedade no percurso com uma jornada para os sprinters e uma longa chegada em alto. O Ascoli Piceno será a primeira grande montanha do Giro, com os seus 17 kms. Em 6 dias há potencial para diferenças em 3 deles, é preciso entrar na Volta a Itália em força.
A 7ª etapa é para sprinters, antes de mais um dia de alta montanha. A chegada em alto tem apenas 6,5 kms, mas a meio da etapa há uma subida de 20 kms. As jornadas 9 a 12 aparentam ser decisivas para o desfecho da prova, a 9ª tem 4 longas subidas antes do duro final em Campo Felice, a 10ª pode ser para sprinters, tendo uma subida de quase 7 kms a 40 kms da meta, a 11ª é uma mini Strade Bianche (tal como ocorreu há alguns anos em Montalcino) e a 12ª tem 4 contagens de montanha, sendo 2 delas bastante duras.
A 13ª tirada tem quase 200 kms, mas quase 0 metros de desnível, o mesmo não se pode dizer da 14ª, com a chegada ao temível Monte Zoncolan. Ao 15º dia haverá uma incursão em território esloveno, os sprinters e os puncheurs gostarão das suas possibilidades neste terreno. A etapa rainha será a 16ª, naquela que será talvez uma das jornadas mais duras dos últimos anos em Grandes Voltas. São 212 kms com as subidas de La Crosetta, Passo Fedaia, Passo Pordoi e Passo Giau, os ciclistas passam por 3 vezes acima dos 2000 metros de altitude.
As últimas chances para fazer diferenças têm como mote as chegadas em alto. Na 17ª etapa há a sequência Passo San Valentino/Sega di Ala (11,5 kms a quase 10%), a 18ª etapa pode ser a última chance dos sprinters, em 228 kms que fazem lembrar a Milano-SanRemo. Ao 19º dia haverá nova chegada em alto, o Alpe di Mera tem quase 10 kms a 9%, e na penúltima tirada haverá montanha para dar e vender, após 75 kms relativamente planos não há praticamente 1 metro plano nos 90 kms restantes. Há 2 passagens acima dos 2000 metros de altitude e uma subida de 9 kms para acabar as etapas em linha deste Giro.
Para acabar a primeira das Grandes Voltas são 29,4 kms de contra-relógio individual em Milão. Ao todo serão 2 contra-relógios individuais, 4 etapas claramente para sprinters, 4 jornadas que serão para sprinters ou puncheurs, 7 chegadas em alto, 2 etapas de alta montanha sem chegadas em alto e a jornada de Montalcino (que é tão especial e diferente das outras que merece uma categoria só para ela). O traçado promete espectáculo!