Pelo terceiro ano consecutivo, a Volta a França irá partir fora de território gaulês. Depois de Copenhaga, na Dinamarca, e Bilbao, no País Basco, a Grande Depart deste ano começa em Itália, mais precisamente na região de Florença. Tudo começa no próximo sábado, dia 29 de junho, num percurso já bastante complicado com o fim-de-semana a ter dois dias de média montanha e que passam por estradas percorridas bastante conhecidas. O primeiro dia oferece 205 quilómetros e 7 contagens de montanha (a maioria delas longas), 3 delas nos últimos 50 quilómetros. 3600 metros de desnível acumulado positivo!



A segunda etapa mantém as dificuldades, mas num terreno mais ondulante, fazendo lembrar as clássicas. Final em Bolonha, depois de 200 quilómetros com 4 contagens de montanha nos derradeiros 60 quilómetros, incluindo duas passagens pela subida de San Luca (1900 metros a 10,6%), subida conhecida no Giro dell’Emilia. Finalmente, ao terceiro dia, e na última etapa totalmente em solo transalpino, aparece a primeira oportunidade para os sprinters. Mais uma maratona, 225 quilómetros com final em Turim.

A quarta etapa começa em Pinerolo e, ainda na sua primeira metade, o Tour chega a França … e aos Alpes. Primeira grande etapa de montanha com o Col du Galibier (23 kms a 5,1%) a marcar o final. Colocado a 19 quilómetros do fim, o final em Valoire é depois de uma longa descida. Seguem-se duas etapas com prováveis chegadas ao sprint, com finais nas cidades de Saint-Vulbas e Dijon. Ao 7º dia, mais uma etapa importante, com um contra-relógio individual de 25 quilómetros.

A etapa seguinte é, possivelmente, uma batalha entre os classicómanos e as equipas dos sprinters. Início bastante complicado, mas parte final plana, com a chegada a Colombey-les-Deux-Eglises a poder ser feliz para os sprinters. 199 quilómetros no dia seguinte e 14 setores de gravilha, 32 quilómetros no total! Uma das inovações desta edição, uma etapa muito complicada e imprevisível em torno de Troyes.



O merecido dia de descanso aparece de seguida, antes de uma etapa plana mas onde o vento pode aparecer. Final em Saint-Amand-Montrond, depois de 187 quilómetros. O dia seguinte tem tudo para ser espetacular! Grande 11ª etapa em perspetiva com 20 quilómetros e 46 quilómetros finais diabólicos: Col de Néronne (3,8 kms a 9,1%), Puy Mary Pas de Peyrol (5,4 kms a 8,1%), Col de Pertus (4,4 kms a 7,9%) e Col de Font de Cère (3,3 kms a 5,8%). A caravana mantém-se pelo Maciço Central e a 12ª etapa será mais uma batalha entre os sprinters e a fuga, sendo que, o dia seguinte, na chegada a Dijon não deve haver dúvidas que serão os homens rápidos a vencer.

O Tour chega aos Pirenéus na etapa 14! 3900 metros de desnível acumulado positivo com final em Saint-Lary-Soulan Pla d’Adet (10,6 kms a 7,9%), subida onde ganhou Vincenzo Nibali em 2014. Para trás, ficam o Col du Tourmalet (19 kms a 7,4%) e Hourquette d’Ancizan (8,2 kms a 5,1%).

Antes de novo dia de descanso mais uma etapa brutal e com quase 200 quilómetros. Dia da Bastilha com final no mítico Plateau de Beille (15,8 kms a 7,9%). Dia muito difícil, com Peyresourde logo a abrir, seguindo-se Col de Menté, Col de Portet d’Aspet, Col de la Core e Col d’Agnès. Dia de descanso em Gruissan, antes de uma rara oportunidade para os sprinters em Nimes.

A etapa seguinte tem tudo para fazer valer a fuga, as dificuldades estão todas no final, com o Col du Noyer (7,5 kms a 8,4%) a anteceder a chegada no pequeno topo de Superdévoluy (3,8 kms a 5,9%). Numa pequena pausa entre a batalha da geral, a chegada a Barcelonnette promete mais uma batalha entre as equipas dos sprinters e os fugitivos. O pelotão do Tour regressa aos Alpes ao 19º dia com uma curta etapa de 145 quilómetros. Final em Isola 2000 (16,1 kms a 7,1%), com passagens por Col de Vars (18,8 kms a 5,7%) e Cime de la Bonette (22,9 kms a 6,9%). 3 subidas com o topo acima dos 2000 metros de altitude!



Devido à realização dos Jogos Olímpicos em Paris, o final da Grande Boucle não será em Paris mas sim na região de Nice. Os últimos dois dias serão tudo menos um passeio, com muita montanha e com diferenças a puderem ser feitas. A 20ª etapa tem chegada em alto no Col de la Couillole (15,7 kms a 7,1%), local onde Tadej Pogacar ganhou este ano no Paris-Nice. De resto, será uma jornada terrível, com o Col de Braus (10 kms a 6,6%), o Col de Turini (20,7 kms a 5,7%) e o Col de la Colmiane (7,5 kms a 7,1%) para além do Col de la Couillole (15,7 kms a 7,1%), ao todo serão praticamente 4000 metros de acumulado concentrados em 132 quilómetros.

Pela primeira vez desde 1989, o Tour irá terminar com contra-relógio individual! Tiro de partida no Principado do Mónaco e o final será em Nice. Esforço individual muito complicado, com passagens por La Turbie (8,1 kms a 5,6%) e o Col d’Eze (1,6 kms a 8,1%), onde apenas um terço do percurso será em terreno plano, está muito longe de ser um traçado para os puros especialistas.

Indo a contas, 3 492 quilómetros de Tour de France, entre Florença e Paris. Um total de 7 etapas de alta montanha, incluindo 4 chegadas em alto, 59 quilómetros de contra-relógio, 32 quilómetros de gravilha, 4 etapas de média montanha e 8 etapas planas. Uma Volta a França muito dura do início ao fim, será preciso entrar forte, devido à dureza em solo italiano mas também será preciso estar bem no final devido a nova incursão nos Alpes. Com os Jogos Olímpicos a começar pouco depois, será precisa uma preparação muito cuidadosa. Os dados estão lançados, está tudo pronto para o Le Tour!




Percurso Tour de France 2024:

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