De Copenhaga, na Dinamarca, à capital francesa Paris, de 1 a 24 de julho. É este o menu da edição 109 da Volta a França. Pela primeira vez desde 2019, a GrandeBoucle arranca fora de território gaulês, ingressando num país que, em 2012, acolheu a partida de outra Grande Volta, o Giro d’Itália.
Sendo assim, os três primeiros dias serão feitos na Dinamarca, com Copenhaga a acolher o tiro de partida da prova gaulesa. 13 quilómetros de contra-relógio a abrir, seguindo-se duas etapas planas, onde os sprinters deverão brilhar, isto apesar do perigo do vento poder aparecer nas etapas em linha, principalmente no 2º dia. Devido à partida fora de França, teremos o primeiro dia de descanso mais cedo que o habitual, logo após a 3ª etapa.
A Volta a França entra em território gaulês por Dunquerque, com chegada a Calais, numa etapa de sobe e desce constante. O dia seguinte marca o regresso do empedrado ao Tour, com 11 setores de pavê num total de 20 quilómetros! A prova vai à Bélgica, com partida de Binche, terminando num muro de 1600 metros a 5,8%. Segue-se a primeira chegada em alto, com a La Super Planche de Belles Filles (7 kms a 8,7%) a marcar a primeira grande batalha da competição.
Os puncheurs voltam a esfregar as mãos em Lausanne, em mais um final bastante explosivo, e em mais uma incursão num país exterior, desta vez a Suíça. O dia seguinte é bastante duro com mais de 3000 metros de acumulado, com 3 subidas categorizadas, com Pas de Morgins (15,4 kms a 6,1%) e Chatel a serem as dificuldades finais.
Após o segundo dia de descanso, os ciclistas regressam à estrada com mais uma chegada em alto, desta vez em Megève, e o dia a seguir é ainda mais complicado, com passagens por Col du Telegraphe (11,9 kms a 7,1%), Col du Galibier (17,7 kms a 6,9%) e final o Col du Granon (11,3 kms a 9,2%), que regressa ao Tour 36 anos depois! Se estes dois dias de grande dureza não bastassem, a alta montanha continua com a chegada ao Alpe d’Huez (13,8 kms a 8,1%), de regresso 4 anos depois, isto depois de passagens pelo Col du Galibier e pelo Col de la Croix de Fer.
Saint-Etienne, ao 13º dia, volta a trazer os sprinters à ribalta, tal como acontece dois dias depois em Carcassonne. Pelo meio, os puncheurs e especialistas de fugas terão uma grande oportunidade em Mende. O último dia de descanso antecede a entrada nos Pirenéus, com a primeira etapa a favorecer, mais uma vez, uma fuga, com um final em descida, após duas complicadas contagens de montanha.
Um clássico do Tour de France aparece na 17ª etapa, com a chegada a Peyragudes (8 kms a 7,8%), um dia com 4 contagens de montanha e de apenas 130 quilómetros. A dureza não para e Hautacam (13,6 kms a 7,8%) acolhe mais uma chegada em alto, mais um dia curto, este com 143 quilómetros.
Depois de tanta dureza, os sprinters terão nova oportunidade em Cahors, antes da entrada no fim-de-semana final, que será marcado por novo contra-relógio individual, este com 40 quilómetros entre Lacapelle Marival e Rocamadour. O último dia será de consagração terminando, como vem sendo hábito, em Paris, nos Campos Elísios.
Em suma, o Tour de 2022 apresenta um percurso equilibrado, com sete etapas de alta montanha, incluindo cinco chegadas em alto, e 53 quilómetros de contra-relógio. Já os puros sprinters terão poucas oportunidades evidentes (4/5 no máximo) pois, apesar de prováveis chegadas em pelotão compacto, as dificuldades existem no percurso podem afastar alguns dos homens rápidos da luta.
Este é um Tour de France que se caracteriza pelas etapas de montanha de curta quilometragem, a ASO testou este formato na Vuelta, trazendo-o agora para a “sua” prova. Este tipo de tiradas já mostrou que pode haver espetáculo no início ao fim da etapa mas, numa prova como a Volta a França, faltará alguma dureza, especialmente em desnível acumulado, para as grandes e épicas jornadas de montanha.
Percurso do Tour de France 2022:
Etapa | Data | Partida | Chegada | Distância | Tipo |
1 | 01/07/2022 | Copenhaga | Copenhaga | 13 | Contra-relógio individual |
2 | 02/07/2022 | Roskilde | Nyborg | 199 | Plano |
3 | 03/07/2022 | Vejle | Sondenborg | 182 | Plano |
Descanso | 04/07/2022 | ||||
4 | 05/07/2022 | Dunquerque | Calais | 172 | Média montanha |
5 | 06/07/2022 | Lille | Wallers-Arenberg | 155 | Plano (Etapa do pavê) |
6 | 07/07/2022 | Binche | Longwy | 220 | Média montanha |
7 | 08/07/2022 | Tomblaine | La Super Planche de Belles Filles | 176 | Alta montanha |
8 | 09/07/2022 | Dole | Lausanne | 184 | Média montanha |
9 | 10/07/2022 | Aigle | Chatel | 183 | Alta montanha |
Descanso | 11/07/2022 | ||||
10 | 12/07/2022 | Morzine | Megeve | 148 | Alta montanha |
11 | 13/07/2022 | Alberville | Col de Granon | 149 | Alta montanha |
12 | 14/07/2022 | Briançon | Alpe d’Huez | 166 | Alta montanha |
13 | 15/07/2022 | Bourg d’Oisans | Saint-Etienne | 193 | Plano |
14 | 16/07/2022 | Saint-Etienne | Mende | 195 | Média montanha |
15 | 17/07/2022 | Rodez | Carcassonne | 200 | Plano |
Descanso | 18/07/2022 | ||||
16 | 19/07/2022 | Carcassonne | Foix | 179 | Média montanha |
17 | 20/07/2022 | Saint-Gaudens | Peyragudes | 130 | Alta montanha |
18 | 21/07/2022 | Lourdes | Hautacam | 143 | Alta montanha |
19 | 22/07/2022 | Castelnau-Magnoac | Cahors | 189 | Plano |
20 | 23/07/2022 | Lacapelle-Marival | Rocamadour | 40 | Contra-relógio individual |
21 | 24/07/2022 | Paris La Defense | Paris | 112 | Plano |