ABTF Betão – Feirense

Uma formação com um perfil diferente face a 2021, desta vez a aposta é no regressado André Cardoso, que está completamente em casa na alta montanha. Tem melhorado progressivamente a sua condição física e no G.P. Douro Internacional já conseguiu andar com os melhores, o objectivo será o top 10. Para o apoiar há alguns trepadores de qualidade que sabem muito bem o que estão a fazer, falamos de Micael Isidoro ou Márcio Barbosa. Se as coisas não correrem muito bem a André Cardoso nos primeiros dias a classificação da montanha pode tornar-se um objectivo realista. Venceslau Fernandes anda bem em quase todos os terrenos, Victor Manakov é uma pequena incógnita e Ivo Pinheiro e Fábio Oliveira serão os gregários de serviço no terreno plano.




Atum General/Tavira/Maria Nova Hotel

Repete-se a estratégia de 2021, só que em vez de Gustavo Veloso vem o seu compatriota e amigo Delio Fernandez. No ano passado ia resultando em cheio, Marque ainda ameaçou os primeiros lugares na etapa da Senhora da Graça e o pensamento deve ser o mesmo, tentar fazer com que o veterano espanhol lute pela vitória no contra-relógio final. Só que desta vez há mais montanha e terão de obrigar a equipa da liderança a perseguir com ataques de Delio Fernandez, ele que tem sido bastante regular em 2022.

Aleksandr Grigorev e Rafael Lourenço são 2 nomes a ter em conta na média montanha porque passam bem as colinas e são algo explosivas. Alvaro Trueba, Emanuel Duarte e David Livramento sabem bem o que estão a fazer na alta montanha, vai ser uma das equipas a considerar no jogo pelo pódio.

 

Aviludo – Louletano – Loulé Concelho

Regresso de Vicente Garcia de Mateos à formação de Loulé depois da passagem pelo Feirense, onde as coisas não correram de feição. O espanhol de 33 anos quer repetir o pódio de 2017 e 2018 e recai nele a maior aposta da equipa. Tem tido uma época relativamente discreta, com bons resultados nas clássicas e algum anonimato nas provas por etapas. José Mendes pode ser uma ajuda preciosa na montanha, bem como o combativo Jesus del Pino, que certamente vai lutar por etapas na média montanha.

Nuno Meireles vem de lesão recente e recuperou à justa, Carlos Oyarzun costuma mostrar-se bem na Volta a Portugal. Muita atenção ao argentino Tomas Contte nos sprinters em grupo reduzido, já leva 2 pódios em 2022 nas estradas portuguesas e não seria uma surpresa enorme se fizesse outro. Rui Rodrigues enverga o dorsal 157.

 

BAI – Sicasal – Petro de Luanda

Uma configuração diferente dos habituais 8 ciclistas angolanos e neste caso o objectivo é terminar a corrida e, se houver capacidade física para isso, integrar algumas fugas. Iñigo Gonzalez, 10º classificado no recente G.P. Douro Internacional e campeão amador espanhol, e Antonio Eric Fagundez, 2º no G.P. Mortágua e vencedor de 10 provas no calendário amador espanhol, deverão ser os ciclistas em maior destaque.

 

 




Burgos-BH

Mais uma equipa espanhola que não vem na sua máxima força. Há 2 ciclistas que poderão ambicionar um top 10 na geral, mas temos algumas reservas quanto a isso. O monegasco Victor Langelotti foi 15º no Troféu Joaquim Agostinho e Pelayo Sanchez 7º na Volta ao Alentejo do ano passado, ambos já têm um ou outro bom resultado em Portugal. Adria Moreno foi 13º no ano passado, entretanto ainda não confirmou esse resultado. Juan Antonio Lopez-Cozar pode foca-se na classificação da montanha e em fugas, enquanto a melhor chance para vencer etapas é com o sprinter espanhol Oscar Pelegri, que já passou por equipas portuguesas, lançado pelo holandês Alex Molenaar.

 

Caja Rural – Seguros RGA

A ProTeam espanhola vem à Volta a Portugal com as terceiras linhas, nem é com as segundas. Juntaram alguns jovens espanhóis e 1 britânico a 3 trepadores colombianos, um deles é Yesid Pira, de 23 anos, e sem resultados em 2022, tendo ganho a juventude na Volta a Colômbia em 2021. Juan Fernando Calle é uma enorme incógnita, mal correu em 2021 e 2022 e o mais conhecido é Jhojan Garcia, já tem 24 anos e corre na Caja Rural desde 2020. Já completou uma Vuelta, abandonou precocemente a Volta a Portugal no ano passado e também em 2021 foi 4º na Volta a Turquia e na Volta a Hungria, é uma possibilidade para o top 10.

 

EFAPEL Cycling

O projecto comandado por José Azevedo está a ser um sucesso desportivamente, com diversos pódios ao longo da época. A equipa chega aqui com 2 ciclistas muito experientes e que já finalizaram no top 10 da Volta a Portugal por várias ocasiões. Henrique Casimiro não foi muito proeminente ao longo da época, mas certamente preparou muito bem este objectivo, o mais importante do ano. Joaquim Silva voltou a repetir as boas exibições no estrangeiro e vai tentar evitar a irregularidade e os dias maus, enquanto Tiago Antunes, que já em 2021 foi 12º, pode ser uma das grandes confirmações desta prova. Não é um puro trepador, defendendo-se bem nas montanhas longas, mas é muito explosivo e dos melhores do pelotão nacional na média montanha. Tem um potencial tremendo e já fez pódio nos Nacionais e no Troféu Joaquim Agostinho este ano.

O consistente Rafael Silva será o sprinter de serviço e olho em Gaspar Gonçalves e Pedro Andrade para as fugas, são ciclistas que se adaptam a vários terrenos. Francisco Guerreiro completa o alinhamento, após ter sido chamado para substituir Francisco Campos. É um alinhamento com potencial para ter vários ciclistas no top 10, se querem a vitória ou o pódio vão ter de optar por estratégias diferentes e ofensivas.

 

Electro Hiper Europa – Caldas

Vai ser uma dura tarefa para esta equipa Continental, o objectivo é dar experiência e fazer com que os seus ciclistas cheguem a Gaia. Marcos Jurado é o mais experiente e o mais conhecido, ele que já representou a Efapel em 2018 e 2019.

 

 

 




Euskaltel – Euskadi

Um alinhamento muito combativo como é habitual, em que o nome mais sonante é Juan José Lobato, um amante dos finais em ligeira subida e que tanto pode ganhar como fazer 20º neste tipo de etapas. De resto espera-se muita presença em fugas, particularmente dos corredores mais experientes Unai Cuadrado e Peio Goikoetxea. O melhor corredor na geral deverá ser Txomin Juaristi.

 

 

 

Glassdrive/Q8/Anicolor

A equipa que chega aqui com o favoritismo depois do que aconteceu no ano passado e recentemente no ciclismo português. Uma queda a poucos quilómetros da meta no contra-relógio final da Volta a Portugal 2021 acabou com o sonho de Mauricio Moreira e da estrutura comandada por Ruben Pereira. O uruguaio andou desaparecido na fase inicial do ano e recentemente mostrou que está novamente em forma, um pouco como António Carvalho, uma figura habitual da Volta a Portugal, que nos últimos meses recuperou dos problemas físicos que o apoquentaram.

Frederico Figueiredo é outro grande candidato à classificação geral, alguém que tem sido superior à concorrência este ano no ciclismo nacional quando a estrada empina a sério. Sofreu uma queda na última prova em Espanha, supostamente sem graves consequências. A chegada em alto extra é música para os ouvidos do ciclista português. Estes 3 corredores terminaram em 2021 no top 8 da prova, do restante top 8 só Alejandro Marque está presente em 2022, o que indica bem o favoritismo e responsabilidade da equipa. Rafael Reis é forte candidato a vitórias em etapa, Fábio Costa pode ter uma ou outra chance nas chegadas rápidas, enquanto Afonso Eulálio e Javier Moreno deverão estar nas funções de trabalho para os líderes.

 

Human Powered Health

É, de longe, a formação estrangeira que mais aposta nesta Volta a Portugal. É uma grande incógnita quem vai liderar a equipa, mas com tantas possibilidades o mais natural é que 1 ou 2 ciclistas se dediquem à caça de etapas, sendo que não seria nada descabido se ganhassem 1 ou 2 tiradas através das fugas. Joey Rosskopf é o ciclista mais experiente e vai capitanear a equipa norte-americana e Kyle Murphy mostrou toda a sua mestria em escapadas ao vencer 2 etapas em 2021, nas chegadas a Montalegre e Castelo Branco. Adam de Vos e Chretien Ethiene deve, vir como gregários e é preciso ter cuidado com Robin Carpenter para as escapadas. Keegen Swirbul e Gage Hecht são os melhores trepadores e serão aqueles que procuram bons resultados na geral.




Jawa Kiwi Atlántico

Uma formação Continental modesta e sem grande orçamento, onde o único nome relativamente conhecido é de Xavier Cañellas. O sprinter espanhol de 25 anos concluiu a sua formação na Caja Rural e chegou a integrar o plantel da formação ProContinental durante 2 temporadas. Baixou ao escalão Continental e vai tentar surpreender nas chegadas em pelotão compacto. Foi 5º numa etapa do Troféu Joaquim Agostinho e 3º na Clássica de Ordizia.

 

 

Kelly/Simoldes/UDO

A equipa comandada por Manuel Correia teve uma Volta a Portugal incrível em 2020 e vai tentar repetir o sucesso, tendo em Luís Gomes a maior esperança para repetir o triunfo em etapa de 2020. No ano passado, o completo ciclista de 28 anos até foi 2º na classificação por pontos e já leva 5 pódios em competições nacionais este ano. César Fonte tem feito uma época muito regular e a recente vitória no G.P. Douro Internacional certamente deu-lhe outra confiança para a Volta a Portugal. Adrian Bustamante repete a presença de 2021.

Depois há vários jovens a tentar aparecer e confirmar todo o seu talento, Afonso Silva parece estar em grande forma, foi 4º na juventude do Troféu Joaquim Agostinho, 13º na geral do G.P. Douro Internacional e 7º no G.P. Mortágua, Hélder Gonçalves sabe bem o que é correr a Volta a Portugal, foi 4º na Juventude em 2021, fez 2º na Volta a Portugal do Futuro este ano e fez uma excelente prestação pela selecção nacional nos sub-23. António Ferreira e José Sousa também não têm passado despercebidos.

 

L.A. Alumínios/Credibom/Marcos Car

Uma equipa Continental portuguesa totalmente lusa e muito jovem, encabeçada por André Ramalho e Gonçalo Leaça, que são os 2 corredores mais experientes. Ramalho tem 26 anos e foi 30º em 2019 e 22º em 2020, sendo que Leaça tem 24 anos e foi 25º em 2021, integrando algumas fugas nessa edição.

O muito jovem João Medeiros tem sido uma das revelações de 2022 e é um candidato à classificação da juventude. O açoriano foi 6º na Volta a Portugal do Futuro e vencedor da classificação da camisola branca no Troféu Joaquim Agostinho. Rodrigo Caixas obtém excelentes resultados na pista e pode tentar surpreender na média montanha, com João Macedo, Francisco Marques e Ruben Simão a completar o elenco.

 

Rádio Popular – Paredes – Boavista

Despedida de Tiago Machado das grandes competições e certamente que o veterano português vai deixar tudo na estrada para conseguir sair em grande com uma fuga vitoriosa. Não faltam opções para a classificação geral, mas se querem jogar pela vitória vão ter de arriscar e fazer diferente. Luís Fernandes não tem medo de atacar e foi 11º em 2018 e 2020, 12º em 2019, esta época não tem a pressão da liderança. Alberto Gallego e Hugo Nunes são 2 corredores super combativos e que vão integrar fugas na alta montanha, isso é quase certo, podendo lutar pela montanha. Resta saber se é desta que Hugo Nunes dá o salto para discutir lugares cimeiros na geral. Para os sprints massivos, há o explosivo César Martingil, que vai tentar sobreviver para potenciar as suas oportunidades. Os espanhóis Vicente Hernaiz e Guillermo Garcia completam o “7” de José Santos.




Tavfer – Mortágua – Ovos Matinados

Uma das formações que mais tem surpreendido em 2022 com os seus resultados, veremos se ainda têm frescura para continuar assim, pelas últimas corridas parece que sim. Bruno Silva é um habitual concorrente a fugas, fugas e mais fugas e um nome óbvio para a classificação da montanha, conhece como poucos as montanhas portuguesas da Volta a Portugal. Gonçalo Carvalho não tem estado tão em evidência, mas vai tentar um bom resultado na geral. Órfã de Leangel Liñarez devido a lesão, a equipa de Mortágua vai confiar em João Matias para as chegadas ao sprint, com o português a ter a ajuda preciosa de Ángel Sanchez, recente vencedor do G.P. Mortágua.

O regresso de António Barbio está a correr muito bem e o ciclista português até já festejou na Volta a Portugal há alguns anos, foi recentemente 2º no G.P. Anicolor e vai certamente atacar quando conseguir. Gonçalo Amado, 4º no G.P. Abimota e no G.P. Anicolor, e Rui Carvalho fecham o “7” escolhido por Gustavo Veloso.

 

Trinity Racing

Equipa Continental britânica muito jovem, com o intuito de formar jovens para estes darem o salto para o World Tour e geralmente nestas formações pode haver uma ou outra surpresa. Aquele com melhores resultados neste escalão sub-23 é Oliver Rees, que foi 10º no duríssimo Giro Valle d’Aosta. Carter Turnbull vem da escolha australiana da pista e pode tentar surpreender nas chegadas ao sprint.

 

 

 

Wildlife Generation Pro Cycling

O experiente Serghei Tvetcov e o turco Ahmet Orken estavam previstos para estar presentes, são dos melhores corredores da formação norte-americana, no entanto foram retirados da lista final, o que vem diminuir a qualidade da equipa. Scott McGill tem sido o sprinter de serviço em provas internacionais, deve contar com o apoio do mexicano Ulisses Castillo. Jonathan Clarke tem estado em boa forma e é uma boa hipótese para ganhar etapas através de fugas.

 

 

Foto: Volta a Portugal



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