ABTF Betão-Feirense
A equipa comandada por Joaquim Andrade voltou a reforçar-se, ainda mais, tendo em conta a Volta a Portugal e a aposta deste ano recai sobre António Carvalho. A preparação do ciclista português não foi a ideal, caiu e fraturou a clavícula recentemente mas mostra-se motivado para liderar, pela primeira vez uma equipa. Já com 6 top-10, incluindo um pódio, Carvalho mostra sempre a sua melhor versão na Grandíssima.
Afonso Eulálio chega em grande forma, talvez na melhor forma da carreira (7º na Corrida da Paz, 6º no Troféu Joaquim Agostinho e 5º no Circuito Getxo), e é o grande candidato à vitória na classificação da juventude. Deverá ser resguardado, com Ivo Pinheiro, Fábio Oliveira, Francisco Pereira e Pedro Andrade a darem o apoio nas etapas mais complicadas, podendo ter oportunidades nas fugas das etapas de média montanha. Santiago Mesa será o sprinter de serviço, este ano já venceu várias vezes no calendário nacional.
AP Hotels & Resorts/Tavira/SC Farense
A base do bloco da equipa algarvia mantém-se inalterada. O experiente Delio Fernandez parte como líder, foi 6º no ano passado, e já com muita experiência sabe o que é preciso para lutar pelos primeiros lugares e pelas etapas mais difíceis. Este é o grande objetivo da temporada, o galego raramente falha nestes momentos.
Samuel Blanco, Diogo Barbosa e Rafael Lourenço são nomes a ter em conta na média montanha porque passam bem as colinas e são algo explosivos. Alvaro Trueba, Venceslau Fernandes e David Livramento sabem bem o que estão a fazer na alta montanha, vai ser uma das equipas a considerar no jogo pelo pódio. Miguel Salgueiro é a aposta para as chegadas rápidas.
Aviludo-Louletano-Loulé Concelho
Sempre muito discreto, Jesus del Pino é o nome a ter em conta para a classificação geral. O pequeno ciclista espanhol foi 8º em 2022 e, agora, com outro estatuto pode ambicionar mais. Um ciclista muito combativo que tem em Nuno Meireles, Carlos Oyarzun Daniel Viegas e Vicente Garcia de Mateos o apoio para a montanha. Não nos admirávamos de ver estes nomes em fugas, são, também eles, corredores completos e muito ofensivos.
Muita atenção com Tomas Contte, o argentino já está com mais um ano de experiência de pelotão nacional e quererá, finalmente, render na Volta a Portugal, onde por diversos motivos não tem conseguido estar na luta nas últimas 2 edições. Ter a ajuda de César Martingil, com quem pode dividir as oportunidades, será fundamental.
BAI-Sicasal-Petro de Luanda
Francisco Campos, recente contratação, é o cabeça-de-cartaz da equipa. O sprinter português tem sido dos mais regulares ao longo da temporada e viu recompensada a regularidade com um contrato para a “Grandíssima”. José Manuel Gutierrez é muito experiente e será presença regular em fugas, com a armada espanhola a ser completa com Unai Esparza, Mikel Mujika e Pablo Garcia, aquele que melhor pode andar na montanha. Os angolanos Daniel Paiva e Hosana Gonçalves vêm ganhar experiência.
Bike Aid
Leo Bouvier deverá ser o nome de maior destaque, o francês é o sprinter da equipa, devendo aparecer nas chegadas rápidas, talvez escudado por Adrian Zuger. Numa equipa sem grandes nomes e resultados, o francês Francis Juneau tentará ter algum destaque nas fugas das etapas de média montanha. Wesley Mol, Anton Schiffer, Jonas Beck e Jasper Levi Pahlke completam o elenco, quase todos eles vindos da equipa de desenvolvimento e sem experiência de estrada.
Burgos-BH
Uma das equipas que se tem dado bem por terras portuguesas e que quererá continuar nesse trajeto. O “sete” escolhido dá para todo o tipo de terreno o que faz prever que a formação burgalesa vai levar a competição bem a sério. Miguel Ángel Fernández é o nome rápido, vem de fazer 4 top-10 no Tour of Qinghai Lake e no início do ano venceu na Tropicale Amissa Bongo. Oscar Peleri conhece as estradas nacionais e será o seu lançador, num comboio que também deve contar com Clément Alleno.
Em teoria, o nome de Camilo Ardila destaca-se para as etapas de montanha, no entanto o vencedor do Baby Giro 2019 nunca atingiu, nem de perto, o nível esperado. Não seria de estranhar ver melhores exibições nas etapas com alguma dificuldade dos estagiários Sinuhé Fernández e David Delgado, dois corredores que já andaram muito bem nas provas nacionais este ano quando corriam pela Equipo Cortizo. Mario Aparicio completa o elenco.
Caja Rural-Seguros RGA
Todos os anos a equipa espanhola vem com um alinhamento recheado de desconhecido e acaba sempre por conseguir algo. Os checos Daniel Babor e Tomáš Bárta dão garantias nas chegadas ao sprint, apesar dos escassos resultados este ano, em 2022 foram muito regulares no escalão Continental. Calum Johnston e Yesid Pira já fizeram a “Grandíssima” no ano passado, já sabem com o que contar, serão os nomes a destacar nas etapas de montanha.
Esta é uma equipa que quererá estar sempre nas fugas importantes, com a missão a ficar entregue a Joseba López, Jaume Guardeño e Gorka Sorarrain. Sorarrain foi contratado este mês, o espanhol estava na BAI Sicasal Petro de Luanda e foi 5º nos Nacionais de Espanha, e tem aqui um dos objetivos da temporada, esperamos vê-lo muitas vezes ao ataque.
Credibom/LA Alumínios/Marco Car
Mais uma temporada e mais uma vez a equipa de Hernâni Broco é composta totalmente por ciclistas lusos. A experiência volta a ser dada por André Ramalho e Gonçalo Leaça, corredores muito completos, que têm estado muito perto de triunfos em edições anteriores. João Medeiros continua a sua evolução como trepador, este ano já venceu no GP Douro Internacional e foi 5º na Clássica da Arrábida.
Rodrigo Caixas obtém excelentes resultados na pista e pode obter alguns resultados interessantes nas chegadas ao sprint. Daniel Dias, Diogo Narciso e João Macedo completam o “sete”, todos eles ciclistas com muita combatividade que deverão estar em fugas e lutar por uma classificação secundária como têm feito ao longo de toda a temporada.
EFAPEL Cycling
Segundo ano na estrada para o projeto comandado por José Azevedo que, este ano volta a ter um bloco bastante coeso. Henrique Casimiro tem aparecido a espaços, em clara subida de forma na aproximação à Volta a Portugal, foi 4º no GP Beiras e Serra da Estrela e 7º no GP Abimota. Poucos têm a experiência do alentejano. Joaquim Silva voltou a ser o destaque ao longo da temporada, muita regularidade desde fevereiro, veremos se consegue evitar os azares e os dias maus. Emanuel Duarte corre “por fora”, sem muita pressão, o algarvio tem evoluído bastante e vai tentar o objetivo top-10 pela primeira vez na carreira.
Tiago Antunes deixou de fora o objetivo da geral e vem, para além de ajudar os líderes, e vencer uma etapa. Não é um puro trepador, defende-se nas montanhas e é muito explosivo e dos melhores do pelotão nacional na média montanha. O consistente Rafael Silva será o sprinter de serviço, está sempre entre os primeiros, falta-lhe a pontinha de sorte para conseguir uma grande vitória. Aleksandr Grigorev e Pedro Pinto serão ciclistas de muito trabalho, corredores que se defendem em todo o tipo de terreno, essenciais para qualquer equipa.
Equipo Kern Pharma
Juventude ao poder na equipa espanhola, poucos nomes conhecidos e muitas caras novas. Em princípio todos terão a sua oportunidade, por vezes daqui surgem boas surpresas, como Felix José Parra há uns anos. Jon Agirre está num bom momento, foi 10º na Volta a República Checa e Ibon Ruiz foi 7º na Volta ao Alentejo, parecem ser aqueles que mais capacidade têm para se imiscuir entre os melhores. Muita curiosidade para ver o que consegue Inigo Elosegui, ele que foi um excelente sub-23 (campeão nacional, top 20 no Avenir e no Baby Giro), foi para a Movistar, fez 3 anos muito apagados e está a ter uma segunda oportunidade na carreira.
Euskaltel-Euskadi
Sempre uma equipa perigosa, que nunca desiste e que raramente sai de mãos a abanar. Dentro das equipas espanholas até fazem uma boa aposta na Volta a Portugal. Luis Angel Mate será o capitão de um jovem lote, é um dos ciclistas com mais currículo das equipas estrangeiras, será ainda capaz de fazer uma gracinha aos 39 anos? Andoni Lopez de Abetxuxo será um dos nomes a ter em atenção na primeira metade da Volta a Portugal, 3º no ano passado numa etapa, vem do Tour of Qinghai Lake com ritmo e a deixar boas indicações, teve de batalhar aí com excelentes sprinters, eventualmente lançado por Antonio Soto. Txomin Juaristi foi uma das surpresas de 2022, fechou a “Grandíssima” num excelente 10º lugar, e vai querer repetir o top 10. Em alternativa pode lutar por uma etapa se decidir perder tempo logo de início. Unai Cuadrado não tem grandes marcas este ano, no ano passado também não tinha e terminou em 19º.
Glassdrive/Q8/Anicolor
Os dominadores da última Volta a Portugal e do panorama nacional neste momento, entram com o maior favoritismo e a maior responsabilidade, têm tudo para voltar a ter mais do que 1 elemento no pódio final. Saíram gregários importantes, mas mantêm-se o 1º e 2º na última edição e reforçaram-se muito bem. Mauricio Moreira tem aparecido a espaços, e quando tem liderado corresponde em toda a linha, venceu o Troféu Joaquim Agostinho com uma remontada impressionante e terá uma estratégia semelhante a 2022, sabendo que não é um puro trepador vai tentar minimizar as perdas e dar o golpe final apenas no último dia. Frederico Figueiredo continua a ser o melhor puro trepador a nível nacional, sem rival em rampas acima de 10%, é incrível a sua regularidade, será que finalmente chegou a sua vez de vencer a maior prova do calendário português?
Artem Nych e James Whelan foram excelentes contratações e têm mostrado a sua valia no calendário nacional, o russo tem tudo para, com as suas características, ser um 3º elemento da equipa no top 10. Com tantas etapas planas ao início há a possibilidade de apenas terem de assumir a corrida nas últimas 5 etapas, o que vai poupar estas elementos. Fábio Costa terá carta branca nos primeiros dias, Rafael Reis é um dos melhores roladores do nosso pelotão e Luís Mendonça na versão gregário já provou a sua valia.
Global 6 Cycling
Uma equipa muito internacional e com um alinhamento interessante. Ivan Moreno parte com o dorsal 1 e vem de alguns resultados decentes, especialmente no Sibiu Tour, já esteve presente, foi 37º em 2021. Nicolas Sessler faz a sua estreia, deverá ser presença constante em fugas e na luta pelas classificações secundárias, Tom Wirtgen é um poderoso rolador, um nome a ter em conta parra os sprints e para o prólogo, Evan Russell é um jovem do ciclocrosse ainda a fazer a transição para a estrada.
Kelly/Simoldes/UDO
Luís Gomes continua a ser o líder da equipa e tem feito por merecer isso num projecto com grande foco também nos jovens. Em 2022 ganhou 1 etapa e até a Taça de Portugal, este ano continua a afirmação e a ganhar peso a nível nacional, fez pódio em várias clássicas, foi 3º no G.P. Anicolor, 2º no G.P. Abimota, 2º no G.P. Douro Internacional, a sua capacidade para ultrapassar a média montanha e ir às bonificações graças à ponta final é incrível. Não sendo um puro trepador, defende-se bem, não o suficiente para fazer top 5 na geral, o objectivo passará por ganhar novamente 1 etapa, contando com a ajuda de António Ferreira e Afonso Silva para isso.
Numa equipa sem um grande sprinter também se destaca o trepador Hélder Gonçalves, que em 2022 foi 2º na classificação da juventude. A forma tem crescido progressivamente, deu boas indicações no Montejunto e não é de todo impossível fechar no top 10 este ano, terá as suas opções na liberdade partilhada com Luís Gomes. Adrian Bustamante é uma espécie de Wild Card, fez uma Volta ao Alentejo incrível, depois apagou-se um pouco, já no ano passado havia muita expectativa, mas infelizmente teve de abandonar a meio. A formação da Kelly conta com outro colombiano, César Guavita, que chega sem grandes indicações.
Rádio Popular-Paredes-Boavista
4º em 2022, Luís Fernandes está de volta com o sonho intacto de tentar o pódio na Volta a Portugal, algo que até poderá parecer mais fazível com a ausência de um contra-relógio plano. Até agora não tem demonstrado a condição física que o levou a ficar às portas do pódio há 12 meses, mas Luís Fernandes é um ciclista que neste momento já apenas se foca nestes grandes objectivos, adora a alta montanha. O veterano César Fonte chega num grande momento de forma, venceu recentemente o Troféu Ribeiro da Silva e é sempre um corredor a ter em conta na média montanha, terá sempre mais hipóteses ao integrar a fuga do que a esperar no pelotão. Hugo Nunes tem mantido o seu ADN super combativo e será sempre um dos candidatos à classificação da montanha, Tiago Leal quer provar que deu um salto qualitativo em 2023, fez top 10 no G.P. Douro Internacional, no Troféu Ribeiro da Silva e no Montejunto. Pedro Miguel Lopes segue o seu processo de recuperação de paragem prolongada, Raul Rota e Guillermo Garcia Janeiro completam a equipa.
Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua
Em equipa que ganha (quase) não se mexe. Depois da melhor Volta a Portugal da história da equipa, os comandados de Gustavo Veloso vêm com 5 dos 7 elementos que foram parte do sucesso de 2022. Entram Leangel Linarez e Francisco Morais, saem Gonçalo Amado e Rui Carvalho. O grande foco estará novamente nos sprints com João Matias, que venceu 2 etapas na última edição, e desta vez até tem Leangel Linarez para o lançar e para fazer uma parceria potencialmente vencedora. Com tantas chances logo de entrada é uma Volta em que tem de se entrar a 100%. Neste comboio será muito importante a capacidade roladora de Angel Sanchez e de António Barbio para conseguirem a melhor colocação possível.
Até agora João Matias tem 1 vitória e 1 pódio, melhor do que em 2022, quando chegou apenas com 1 pódio, e depois do que fez em 2022 e faltando um Scott McGill é ainda mais candidato. Bruno Silva tem sido muito regular em 2023 e pode muito bem estar novamente na luta pela montanha, como é seu apanágio. Angel Sanchez e Gonçalo Carvalho (13º e 21º) querem melhorar o resultado de 2022, vemos muito difícil a missão de entrar no top 10.
Team Vorarlberg
Na teoria Oscar Cabedo será o líder, não só porque tem o dorsal 1, mas principalmente pelos seus resultados na montanha, é o que mais experiência internacional tem, já fez a Vuelta diversas vezes tendo terminando em 22º no ano passado e vem de top 15 na Volta a Eslovénia e no Tour Alsace. Colin Stussi é outro bom trepador, top 15 na Volta a Eslovénia e na Volta a Áustria, está mais do que habituado a estas andanças. Lukas Ruegg não é um mau finalizador em grupos reduzidos ou pequenos topos, vem de 2 top 10 na Volta a Áustria.
Universe Cycling Team
De todas as equipas é a mais desconhecida, habitualmente corre mais no circuito 1.2 e 2.2 e assim que chegar a alta montanha vai ser um desafio muito grande para os ciclistas, todos holandeses, completarem a prova. Luuk Schuurmans é o ciclista que mais salta à vista, já tem 2 vitórias este ano, ambas em fugas relativamente grandes que conseguiu concluir da melhor maneira ao sprint. Jarri Stravers será o melhor finalizador, ele que também terá o prólogo debaixo de mira. Lars Queadvlieg deverá ser o melhor trepador deste alinhamento, tem feito uma temporada até interessante nestas corridas de menor dimensão e categoria. Verhoeff é outra opção para os sprints.
Foto: Volta a Portugal