AG2R Citroen Team
Um conjunto somente focado nas vitórias em etapa e que até tem boas chances de o conseguir, particularmente na montanha. Geoffrey Bouchard foi o rei da montanha na Vuelta em 2019 e no Giro em 2021, pode tentar isso aqui de novo. Se o francês não ficar embrenhado nessa luta e reservar alguma energia pode perfeitamente ganhar 1 etapa na montanha. Com Lilian Calmejane longe do seu melhor as atenções também estão viradas para Clement Champoussin, um talento que abandonou prematuramente o Giro e que está a ter a sua época de afirmação. Foi recentemente 6º no Tour de l’Ain.
Para os sprints haverá Clement Venturini, especialmente para aqueles que terminem em ligeiro topo, uma especialidade do francês. Não é um ciclista que consiga vencer a este nível, sendo possível o top 5. Stan Dewulf também está em boa forma e é uma alternativa.
Previsão: A Vuelta tem por hábito confirmar nomes que estão em subida internacionalmente, vai acontecer isso com Clement Champoussin, vencendo 1 tirada.
Alpecin – Fenix
Uma equipa que está a andar muito bem neste momento, todos parecem estar a render ao seu máximo. O foco estará nos sprints com Jasper Philipsen, um ciclista que andou a fazer pódios de etapa no Tour e que aqui terá menos concorrência. Já ganhou no passado pela UAE Team Emirates e é perfeitamente possível repetir o feito, principalmente porque tem Alexander Krieger, Scott Thwaites e Sacha Modolo como lançadores, um comboio de qualidade.
Tobias Bayer é um jovem talento que andou bastante bem em Burgos, Edward Planckaert provou recentemente que é um nome a ter em conta em finais explosivos e Jay Vine tem conseguido excelentes resultados em chegadas em alto, mas tem tido problemas com lesões.
Previsão: Tal como no ano passado, Jasper Philipsen vai deixar a sua marca na Vuelta com 1 vitória em etapa.
Astana – Premier Tech
Não está a ser uma grande temporada para uma equipa instável nas chefias, instável nos patrocínios e com ciclistas importantes de saída. Mas chegam aqui praticamente na máxima força e disposta a dar outra oportunidade a Aleksandr Vlasov. 4º no Giro em 2021 e 11º na Vuelta em 2020 o russo precisa de perder menos tempo na fase inicial para poder discutir o pódio. Deverá ser a sua última corrida antes de ir para a Bora-Hansgrohe.
O resto da equipa é constituída por um grupo de luxo de puncheurs, nomeadamente Omar Fraile, Gorka Izagirre, Ion Izagirre, Alex Aranburu e Luis Leon Sanchez, todos capazes de ganhar etapas e todos capazes de dar uma mãozinha a Vlasov na montanha. Se a Astana, com este alinhamento, sair daqui com menos de 2 vitórias em etapa, será uma Vuelta desapontante.
Previsão: Vlasov tem sido regular e vai terminar no top 10, com Alex Aranburu a salvar a honra do que toca às etapas.
Bahrain-Victorious
Este é um alinhamento que certamente assusta as equipas rivais pela força dos números. Sem um lote enorme de candidatos à geral e repleto de confiança depois de ganhar em Burgos o sempre ofensivo Mikel Landa procura aqui a tão desejada vitória. E diríamos que nunca teve uma equipa tão forte com ele como este ano.
Damiano Caruso teve uma oportunidade de ouro no Giro, agarrou-a com unhas e dentes e foi 2º, Jack Haig foi 5º no Dauphine e teve de abandonar cedo o Tour quando estava em grande forma, Gino Mader já ganhou 1 etapa na Volta a Suíça este ano, Mark Padun destruiu a concorrência em 2 etapas do Dauphine e foi 3º agora em Burgos, Wout Poels é dos melhores do Mundo nestas funções e Jan Tratnik é um rolador incrível. Isto vai assustar qualquer rival, veremos se a Bahrain joga com a força dos números, e se fizer isso podemos ter em mãos uma Vuelta tacticamente fascinante.
Previsão: Pódio final para Mikel Landa, numa demonstração de poderio da equipa do momento. 1 triunfo em etapa para o basco e outro para Mark Padun, com Caruso a acabar no top 10 também.
Bora – Hansgrohe
Não é propriamente uma Bora-Hansgrohe na máxima força que vem a esta Vuelta. O nome mais sonante é o de Maximilian Schachmann, que não tem capacidade na alta montanha para discutir a geral. O alemão está a andar muito bem desde o período das clássicas e será um perigo constante nas etapas de média montanha, podendo até surpreender numa fuga na alta montanha. Felix Grossschartner é outro bom trepador e deverá ser ele a aposta para o top 10 depois de ter feito 9º na Vuelta em 2020. O austríaco sabe que aos 27 anos e com tantas figuras importante a vir em 2022 poderá ser uma oportunidade importante, possivelmente uma das últimas deste género num breve futuro.
Com a saída de Peter Sagan e Pascal Ackermann a Bora-Hansgrohe acredita muito em Jordi Meeus e esta será a sua estreia em Grandes Voltas. O jovem belga já levantou os braços este ano na Volta a Hungria e será ajudado por Martin Laas, que até poderá sprintar ocasionalmente, o ciclista da Estónia mostrou na Arctic Race que consegue derrotar excelentes sprinters. Poderão eventualmente sprintar de forma alternada.
Previsão: Jordi Meeus ainda não está preparado para este nível, enquanto Maximilian Schachmann vai ganhar 1 tirada.
Burgos-BH
Vêm com o que têm, literalmente. E que não é muito. Daniel Navarro está bem longe dos seus melhores momentos e talvez até opte desde o início por lutar pela montanha. Jetse Bol gosta de finais explosivos, não vemos o holandês com capacidade de fazer melhor o que o top 10. Angel Madrazo será o habitual combativo que vai marcar presença em várias escapadas, enquanto ver a evolução de Ander Okamina, ex-triatleta, é a grande curiosidade.
Previsão: Uma equipa débil que vai sair com alguma exposição e de mãos a abanar.
Caja Rural – Seguros RGA
Chegam, como é habitual, com objectivos muito bem definidos e com 2 líderes com perfis distintos. Jonathan Lastra está a fazer uma excelente temporada, 4º na Volta ao Algarve, 6º na Vuelta a Andaluzia e 10º na Volta a Eslovénia, vamos ver se não está a acusar o desgaste nesta 2ª metade do ano. Caso ainda haja energia, é um perigo em chegadas explosivas em pequenos topos.
Jon Aberasturi é um sprinter que dá garantias, fez 2 pódios em etapa na Volta a Eslovénia e 1 pódio na Vuelta a Burgos, é bom a colocar-se e passa bem as subidas. Dificilmente vai ganhar, mas é perfeitamente possível vermos o experiente espanhol no top 5. Estamos com grande curiosidade sobre as fugas em que Julen Amezqueta esteja inserido. 3º na Vuelta a Andaluzia e recentemente 6º na Vuelta a Castilla y Leon, parece em boa forma. O resto dos corredores deve focar-se em fugas e somar pontos para a montanha.
Previsão: Alguns top 5 para Jon Aberasturi e boas exibições de Julen Amezqueta, mas nada mais.
Cofidis, Solutions Crédits
Mais uma vez a Cofidis faz all-in em Guillaume Martin. O gaulês foi 8º no Tour e foi o Rei da montanha na Vuelta em 2020, tendo estado perto da vitória em etapa por mais do que 1 vez. Martin é um corredor muito regular que claramente ganha pouco para a qualidade que tem, faltando perspicácia em certos momentos e o tal “killer instinct”. Vê-se em situações complicadas porque perde tempo no contra-relógio ou nas primeiras etapas, mas não tempo suficiente para ter liberdade plena para entrar em fugas, por não querer perder chances do top 10.
O núcleo de apoio será o habitual, com o trio espanhol composto por Jesus Herrada, José Herrada e Fernando Barceló, Barceló vem de um bom Tour de Wallonie, enquanto Jesus Herrada habitualmente anda bem na Vuelta e pode perfeitamente ganhar 1 etapa de média montanha. Remy Rochas é outro trepador a andar bem, enquanto Piet Allegaert será o ciclista para se imiscuir nos sprints, principalmente naqueles em etapas de média montanha.
Previsão: Guillaume Martin vai correr para o top 10 e vai conseguir ficar na classificação geral, voltando assim a sacrificar de certo modo a conquista de 1 etapa.
Deceuninck-QuickStep
Uma estrutura habituada a vencer e que vai querer mais do mesmo nesta Vuelta. Será o regresso aos maiores palcos para o convalescente Fabio Jakobsen e depois de uma longa recuperação e de um regresso progressivo os 2 triunfos no Tour de Wallonie foram um sinal brilhante de que Jakobsen está já a um excelente nível, possivelmente capaz de vencer uma etapa. O comboio será preponderante nisso, e será composto por Bert van Lerberghe, Zdenek Stybar e Florian Senechal, todos com experiência nestas funções e que terão liberdade fora das etapas planas.
Os trepadores James Knox e Mauri Vansevenant, um talento enorme, terão carta branca para irem à procura de etapas, sendo que Knox já foi 11º na Vuelta em 2019, podendo também querer o top 10. Muito cuidado com Andrea Bagioli nas etapas de média montanha.
Previsão: 2 tiradas para a formação belga, bem habituada a ganhar, 1 para Fabio Jakobsen e outra para Mauri Vansevenant.
EF Education – NIPPO
Para alguém que foi 3º na Vuelta em 2020 certamente o 8º posto no Giro de 2021 não satisfez Hugh Carthy, que esperava continuar a progredir. Mas o britânico tem aqui um percurso mais adequado às suas características, com subidas bem duras e inclinadas, os tradicionais “muritos”. Carthy ganhou a última etapa da Vuelta a Burgos e adora correr em Espanha.
A sua equipa de apoio não é de todo brilhante, particularmente na montanha, visto que Jens Keukeleire, Magnus Cort e Tom Scully são excelentes roladores. O britânico terá de confiar no seu compatriota Simon Carr, que está a realizar uma boa época para estar ao lado dele na montanha. Tradicionalmente a EF Education Nippo prefere que os gregários fiquem junto do seu líder e não em fugas.
Previsão: Equipa relativamente fraca, Carthy vai ganhar 1 etapa e fazer top 10, nada mais do que isso.
Euskaltel – Euskadi
Uma das equipas mais acarinhadas pelos fãs de ciclismo, infelizmente ainda sem o poderio de outrora. Mikel Bizkarra continua a ser uma das figuras de proa, um trepador de qualidade, mas que infelizmente não consegue seguir os melhores da geral em todos os momentos. Bizkarra pode ganhar se encontrar a fuga certa na alta montanha, em princípio na primeira metade da prova. Juan José Lobato é outro corredor muito experiente e que sabe o que é ganhar, só que o sprinter espanhol é dos corredores mais inconsistentes do pelotão e precisa de uma chegada desenhada para ele.
Depois de toda a juventude que completa a equipa basca destacamos Antonio Jesus Soto e Joan Bou, que estiveram em destaque no Troféu Joaquim Agostinho, e Gotzon Martin, um corredor completo e que ocasionalmente surpreende.
Previsão: Antonio Soto vai surpreender e arrancar um pódio, ainda falta maturidade para vencer 1 etapa.
Groupama – FDJ
Será Arnaud Demare capaz de salvar uma temporada bem abaixo do esperado com um par de vitórias na Vuelta. O francês tem essa responsabilidade em cima dos ombros, até porque é o sprinter mais conceituado nesta lista de participantes. Para além disso vem com o seu habitual comboio completo, encabeçado por Guarnieri e Sinkeldam.
Depois Kevin Geniets é um bom rolador e um bom puncheur, tendo evoluído bem em 2021 e Rudy Molard é a uma carta para a montanha que os gauleses têm, o 14º da Vuelta 2018 vai tentar surpreender na média montanha.
Previsão: Com este conjunto de sprinters e com este comboio, Arnaud Demare vai ter de ganhar 2 etapas e isso será fundamental para vencer a classificação por pontos.
INEOS Grenadiers
Para contrariar o poderio e a capacidade de Primoz Roglic, a Ineos Grenadiers aposta nos números e vem com uma equipa assustadora. Egan Bernal teve uma pausa saudável após o triunfo autoritário no Giro e em Burgos mostrou estar bastante bem após a queda da 1ª etapa que o retirou da geral. Será a sua estreia na Vuelta e se ganhar completa o seu currículo das Grandes Voltas. Sobre Richard Carapaz temos algumas dúvidas. É verdade que na Vuelta 2020 foi o único a rivalizar com Roglic e que acabou o Tour em boa forma, mas o título olímpico e tudo o que isso acarreta pode passar factura e veremos se o equatoriano teve a melhor preparação e acusa o desgaste.
Não faltam alternativas e os gregários de luxo, Adam Yates (vencedor da Volta a Catalunha, 2º no UAE Tour e 4º no País Basco e Pavel Sivakov (9º no Giro 2019) serão as alternativas caso aconteça algo aos 2 grandes líderes e são ciclistas perfeitamente capazes de fazerem top 10. Salvatore Puccio vai proteger os líderes no terreno plano, Dylan van Baarle é dos mais completos do pelotão internacional neste momento e Thomas Pidcock vai testar os seus limites nesta estreia em Grandes Voltas, que até poderá ser pontuada com triunfos em etapa, tal é a capacidade do britânico.
Previsão: Egan Bernal pareceu muito bem em Burgos e vai dar muita luta a Primoz Roglic, acabando em 2º e vencendo a juventude. Carapaz vai fazer top 10 e ganhar 1 jornada.
Intermarché – Wanty – Gobert Matériaux
Não é uma equipa com muitos argumentos e este alinhamento comprova isso mesmo. O líder para a classificação geral será Louis Meintjes, que vem de um 14º lugar no Tour e que já foi 10º na Vuelta em 2015. As subidas mais explosivas e inclinadas da corrida espanhola em teoria não favorecem o sul-africano, que também tem muitas debilidades no contra-relógio, será muito complicado fazer top 10. Outro experiente trepador é Jan Hirt, um corredor que costuma mostrar-se na última semana, quando o desgaste já é maior.
Para os sprints haverá Riccardo Minali, mas não só o italiano está a ter uma época muito pobre, como tem um comboio muito fraco ou inexistente. Em final de contrato, estará a jogar aqui a sua permanência na elite do ciclismo. Os puncheurs da equipa é que podem salvar a Vuelta numa fuga, Rein Taaramae vem de um bom Sazka Tour e Odd Eiking mostrou estar em excelente forma na Clássica San Sebastian e na Arctic Race.
Previsão: Odd Eiking costuma andar muito bem em provas menores e desiludir em Grandes Voltas, irá acontecer o mesmo, enquanto Meintjes faz top 15 e Hirt vai andar em fugas na 3ª semana.
Israel Start-Up Nation
Com o poderio financeiro que esta equipa tem é um bocado chocante ver este alinhamento para uma prova de 3 semanas. Os trepadores da equipa são Sebastian Berwick e James Piccoli, ambos com pouca ou nenhuma experiência a este nível.
Será nos sprints que a equipa se pode destacar, com Davide Cimolai à cabeça. O italiano fez um excelente Giro e até terminou em 2º na classificação por pontos. O problema é que desde essa corrida não deu boas indicações e o comboio é relativamente fraco. A maior esperança de triunfo será mesmo uma fuga praticamente milagrosa de Sep Vanmarcke ou Mads Wurtz Schmidt, porque de resto será mesmo muito complicado destacarem-se.
Previsão: Alinhamento fraco, Cimolai vai fazer um ou outro pódio, mas há comboios melhores.
Lotto Soudal
Caleb Ewan não recuperou a tempo e a equipa belga socorreu-se dos seus jovens, dando-lhes uma grande oportunidade para liderar e para ganhar experiência, que pode ser decisiva em 2022. À cabeça está Andreas Kron, dinamarquês que passa bem a média montanha e tem uma boa ponta final. Kron tem perfil de matador e este ano já leva triunfos na Volta a Catalunha e na Volta a Suiça. No Tour de l’Ain esteve na ajuda a Harm Vanhoucke, outro dos jovens aqui presente. Vanhoucke será o mais trepador do alinhamento, ele que este ano já foi 11º no Paris-Nice e 16º na Volta a Catalunha. Se escolher bem o momento e a fuga certa pode perfeitamente ganhar.
De resto Florian Vermeesch é um talento em crescimento nas clássicas, inclusivamente foi 9º no BinckBank Tour em 2020, Maxim van Gils está em grande forma, mas é muito inexperiente e Steff Cras até é, aos 25 anos, dos mais experientes aqui. Matthew Holmes será uma boa ajuda em fugas para estes jovens.
Previsão: Andreas Kron é um matador e vai provar isso, triunfando através de uma fuga.
Movistar Team
Todos estamos à espera de tácticas questionáveis e bons momentos para o documentário anual da Netflix e para isso a Movistar volta a apostar na táctica de 3 líderes. Pensamos que Alejandro Valverde já não tem capacidade para discutir o top 5, deve focar-se em ajudar Lopez e Mas, com o pensamento de ganhar uma ou outra etapa. Enric Mas é o líder mais regular, foi 5º, 5º e 6º nas últimas 3 Grandes Voltas em que participou, a grande questão é se o espanhol é capaz de dar o salto para ser uma ameaça regular aos pódios.
Miguel Angel Lopez é de todos o corredor mais perigoso para os rivais, o que tem mais potencial de fazer perigar o pódio na alta montanha. Mas para isso o colombiano precisa que todas as etapas lhe corram bastante bem fora da montanha e precisa de ser mais regular nos seus desempenhos. A recente renovação de contrato dar-lhe-á outra tranquilidade. O lote composto por Imanol Erviti, Nelson Oliveira, Johan Jacobs e Jose Joaquin Rojas não tem nenhum trepador, restando Carlos Verona para a montanha, o que é manifestamente pouco. Não nos parece ser equipa para ganhar a Vuelta e talvez nem para pódio.
Previsão: Temos o feeling que Lopez não chega ao final da Vuelta e será novamente Mas a fechar top 5, com Valverde a ganhar 1 etapa.
Team BikeExchange
Michael Matthews regressou este ano, uma grande aposta da formação australiana e “Bling” ainda não picou o ponto, a pressão está nele para conseguir isso e há um conjunto de etapas que são boas para as suas características, é de esperar a Bike Exchange a ajudar a controlar certos dias. Isso deve tapar um pouco os caminhos a Robert Stannard, que tem em parte características semelhantes a Matthews. Ainda assim, o jovem de 22 anos poderá ter 1 ou 2 chances.
Para a classificação geral não haverá grande pressão, Lucas Hamilton e Nick Schultz estão a fazer excelentes temporadas fora das Grandes Voltas e procuram confirmar isso mesmo aqui, especialmente Lucas Hamilton. Mikel Nieve é uma alternativa interessante, o basco mostrou estar em boa forma em Burgos e é um mestre da 3ª semana e dos dias mais duros. Se apostarem na conquista de etapas podem ser muito felizes.
Previsão: Matthews vai salvar de certa forma a sua temporada com 1 triunfo em etapa, nenhum Bike Exchange vai fazer top 10 na geral e Nieve vai andar na luta pela montanha.
Team DSM
All-in completo em Romain Bardet. A Team DSM está a ter uma época péssima e tenta aqui limpar um pouco a sua imagem. Para isso irá precisar de um brilharete do francês que foi 7º no Giro e recentemente andou bem na Vuelta a Burgos, vencendo 1 etapa. A preparação parece boa e a equipa de apoio com Michael Storer e Chris Hamilton também não é nada má, mas será suficiente para fazer pódio numa Grande Volta? Duvidamos muito.
Para os sprints chega o jovem Alberto Dainese, muito inexperiente e sem grande comboio (talvez apenas Nico Denz), não é de esperar muito dele, talvez um ocasional top 5 quando conseguir seguir a roda certa. Estamos curiosos em relação a Thymen Arensman, 11º no Tour de Romandie, andou bem na Vuelta em 2020.
Previsão: A DSM tem desiludido e Romain Bardet não será capaz de melhorar o seu 7º lugar do Giro, perdendo o seu top 10 na última semana.
Team Jumbo-Visma
Primoz Roglic chega aqui para defender o seu título depois de uma época no mínimo conturbada, mas que teve no título olímpico de contra-relógio uma bela nota. O esloveno é dos corredores mais resilientes que nos lembramos e vai chegar aqui completamente focado e aparentemente em boa forma. Em princípio irá melhorar a sua condição física com o avançar da competição, ter poucos dias de competição em 2021 pode ser uma vantagem.
A equipa de apoio é excelente, praticamente não se podia pedir mais. Para a montanha haverá Sepp Kuss, um gregário de luxo, perfeito para esta função e que até poderá perder tempo nos primeiros dias para poupar energia. Steven Kruijswijk saiu do Tour cedo e deve aparecer aqui bem e Sam Oomen pode ser o grande Joker internamente, faz aqui a primeira Grande Volta do ano. Robert Gesink será o capitão, Lennard Hofstede e Koen Bouwman são bons trepadores e Nathan van Hooydonck é um poderoso rolador.
Previsão: Primoz Roglic vai dar a volta à época complicada, vai fazer bom uso dos contra-relógios e ganhar a Vuelta pela 3ª vez. 3 vitórias de etapa para Roglic e 1 para Kuss.
Team Qhubeka NextHash
De uma forma surpreendente e quando parecia estar a voltar a um nível próximo do seu melhor, com o 2º posto na Vuelta a Burgos, Fabio Aru anuncia a sua retirada, sendo esta Vuelta a sua última corrida como ciclista profissional. Muito afectado por lesões numa fase decisiva da carreira e psicologicamente frágil, o italiano vai tentar despedir-se em beleza. Não o consideramos um nome que faça perigar a geral, cremos que o melhor seria Aru poupar-se, perder tempo cedo e marcar 1 ou 2 etapas para tentar fazer uma despedida gloriosa.
Sergio Henao também está neste momento longe do seu melhor, enquanto Sander Armée também é um bom trepador. O ciclista para os sprints é Reinardt Janse van Rensburg, outro corredor que beneficia quando o pelotão está reduzido a metade das suas unidades.
Previsão: Fabio Aru merece uma despedida em grande e o italiano vai ganhar 1 etapa na montanha, é a melhor carta a equipa sul-africana.
Trek-Segafredo
Depois de um grande Giro, onde era 6º na geral à 16ª etapa e depois acabou por abandonar, Giulio Ciccone chega à Vuelta determinado a demonstrar a sua capacidade em 3 semanas, num traçado que até nem é nada mau para ele. O italiano não teve grande período de descanso após o Giro, será que vai acusar algum cansaço nesta fase final do ano? A equipa para o apoiar na montanha tem bastante qualidade, chefiada pelos experientes Gianluca Brambilla e Kenny Elissonde, com o pequeno francês a sonhar com uma vitória em etapa certamente.
Há mais 2 nomes ter em conta, o primeiro é Juan Pedro Lopez, um promissor espanhol que tarda em dar o salto, mas que já ocasionalmente mostrou o seu valor. E muito cuidado com Quinn Simmons nas etapas de média montanha, o norte-americano vem de vencer o Tour de Wallonie e está a fazer a sua estreia em Grandes Voltas. Tem um motor incrível e não o podem descartar nos percursos com colinas.
Previsão: Giulio Ciccone vai perder algum tempo nas primeiras etapas e depois é ora de se focar em triunfos parciais, que vai conseguir, juntando-se assim a Quinn Simmons.
UAE Team Emirates
Irá uma das equipas do momento ser capaz de repetir os sucessos recentes? Para a classificação geral haverá 2 cartas a jogar, David de la Cruz (5º na Vuelta a Burgos há 1 semana, 7º na Vuelta em 2020 e ainda com alguma frescura depois de falhar o Tour) e Rafal Majka (gregário de luxo para Tadej Pogacar, que aqui terá rédea completamente solta para os seus objectivos). Majka no seu melhor já foi 3º na Vuelta em 2015 e até recentemente foi 6º no Giro e na Vuelta em 2019, em boa forma é capaz de fazer top 5, enquanto achamos que o limite de David de la Cruz é o top 10.
Ambos serão apoiados na montanha por Jan Polanc e Joe Dombrowski, enquanto o sprinter de serviço é o colombiano Juan Molano, agora sem ter de lançar Fernando Gaviria. Na forma em que está e na roda certa, Molano é perfeitamente capaz de surpreender, ainda por cima tendo a ajuda de Rui Oliveira, Matteo Trentin e Ryan Gibbons, é um excelente comboio. Sem muitos rivais de peso e com a confiança em pleno, cuidado com Molano.
Previsão: Rafal Majka vai conquistar a classificação da montanha com David de la Cruz a conseguir o top 10, para além de 1 triunfo de etapa de Molano.
Tips do dia
Para a classificação geral:
- David de la Cruz no top 10 -> odd 2,50 (stake 1)
- Guillaume Martin melhor que Mikel Nieve -> odd 1,50 (stake 2)
- David de la Cruz melhor que Felix Grosschartner -> odd 1,87 (stake 1)
Para a classificação por pontos:
- Michael Matthews melhor que Matteo Trentin -> odd 1,656 (stake 2)
- Juan Sebastian Molano no pódio -> odd 4,50 (stake 1)
Para a classificação da juventude:
- Lucas Hamilton melhor que Mauri Vansevenant -> odd 2,064 (stake 1)
Para a classificação por equipas:
- Cofidis melhor que Team DSM -> odd 1,85 (stake 1)
Voltamos a deixar aqui o link do canal Telegram (aplicação que pode baixar na PlayStore), onde lançaremos live tips durante as etapas caso achemos pertinente. Também outras provas que não tenham acompanhamento na página poderão ter tips.
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