Ag2r Citroen Team

O típico alinhamento da Ag2r para a Volta a Itália, uma mistura de juventude e veterania liderada por Andrea Vendrame, um ciclista bastante completo e muito forte em grupos reduzidos que parece uma garantia de top 5’s, foi assim nos últimos 4 anos, tendo inclusivamente ganho 1 etapa em 2021. Isso não apaga o facto da equipa francesa enviar uma espécie de segundas linhas com a esperança de conseguir um resultado proveitoso, para a montanha vem Aurelien Paret-Peintre, 11º no Paris-Nice e 13º no Tour of the Alps, mas parece ser um ciclista com algumas limitações para a classificação geral, deverá atacar etapas nas fugas quando a estrada empinar.

O seu irmão Valentin Paret-Peintre vem ganhar experiência e rodagem e com Larry Warbasse e Mikael Cherel terá muito para aprender. Os jovens Paul Lapeira e Alex Baudin chegam ao Giro com a mesma perspectiva e Nicolas Prodhomme completa o alinhamento.

 

Previsão: Andrea Vendrame vai andar perto do triunfo por várias ocasiões mas o momento desejado não vai surgir.




Alpecin-Deceuninck

Ataque total às etapas, já é habitual ignorar a classificação geral e isso tem dado excelentes resultados. O grande líder será o sprinter Kaden Groves, contratado à Jayco precisamente para estes momentos. O australiano nem começou o ano numa forma incrível, mas o que fez na Catalunha ao conquistar 2 etapas e a Volta Limburg foi impressionante e a sua polivalência e capacidade de passar colinas pode traduzir em oportunidades acrescidas. Não há assim tantos sprinters e, mais importante, não há assim tantos sprinters com um potencial e um comboio destes, Sinkeldam, Krieger e Sbaragli é um trio muito perigoso.

Senne Leysen e Oscar Riesebeek serão os corredores para trabalhar no início das etapas, enquanto Nicola Conci vai tentar aproveitar as oportunidades na montanha e Stefano Oldani na média montanha, qualquer grupo ou fuga que tenha Oldani tem de ter cuidado com o explosivo italiano, que também já sabe o que é ganhar numa Grande Volta.

Previsão: Kaden Groves irá vencer duas etapa ao sprint, com Stefano Oldani a repetir o feito do ano passado numa fuga num dia de média montanha.

 

Astana Qazaqstan Team

Uma das equipas mais disfuncionais e débeis do pelotão do World Tour e nem é sequer um debate. Prova disso é que decide trazer Mark Cavendish ao Giro e depois não vem com qualquer dos possíveis lançadores da equipa, seja Cees Bol, seja Gleb Syritsa, ou outras opções. Não é que Cavendish tenha mostrado boa condição física, em abono da verdade o britânico não será encarado como um grande candidato nos sprints em pelotão compacto.

O resto do alinhamento vem caçar etapas, Cristian Scaroni e Simone Velasco são relativamente perigosos em grupos reduzidos, o problema é que quase sempre haverá alguém mais forte na montanha ou alguém mais rápido num grupo maior. Pronskiy e Moscon estão a fazer uma época muito má e é provável que assim continue, Joe Dombrowski vai tentar de tudo na alta montanha, mas dificilmente irá longe quase sozinho, resta o promissor Samuele Battistella, que anda desaparecido em combate desde Fevereiro, o italiano é o mais perigoso deste “8”.

Previsão: Sem comboio, Mark Cavendish não terá tarefa fácil e isso será fatal para as suas aspirações. Simone Velasco e Joe Dombrowski vão tentar, e muito, mas a equipa cazaque vai sair de mãos a abanar.

 

Bahrain-Victorious

Não será inocente este dorsal 1 de Damiano Caruso, olhando para o quadro global da Bahrain-Victorious, o veterano italiano é claramente a opção mais segura para a classificação geral, longe de ser a única opção. Caruso é o mais regular, é o que conhece melhor os meandros da Volta a Itália, já foi 2º nesta corrida e é aquele que parece ter acertado no timing de encontrar a melhor condição física, fez um excelente Tour de Romandie. O que terá um tecto maior, um potencial maior é Santiago Buitrago, que surpreendeu bastante ao fazer 3º na Liege-Bastogne-Liege, e quer dar um passo em frente depois de ter ganho uma etapa no ano passado. O colombiano ainda precisa de melhorar em certos aspectos, como na regularidade, mas nos seus dias é muito perigoso.

Jack Haig vai tentar encontrar as melhores sensações, até esteve bem no Tour of the Alps, essas sensações serão as que teve na Vuelta 2021, quando finalizou em 3º. À primeira vista o top 10 será nesta corrida o tecto máximo para o australiano. No entanto, destes 3 corredores, a Bahrain-Victorious vai certamente tentar aproveitar-se desta possível situação de superioridade e quem perder tempo inicialmente vai ter de se sacrificar. O resto da equipa não é incrível para um bloco de Grandes Voltas, apesar de Sutterlin e Pasqualon serem importantes no terreno plano. Jonathan Milan é uma incógnita dos sprinters depois de um excelente final de 2022 e início de 2023, Edoardo Zambanini poderá ter algumas chances numa fuga e Yukiya Arashiro entrou de última hora para o lugar de Gino Mader (ausente devido à COVID-19).

Previsão: Damiano Caruso irá ser o melhor da equipa e terminar no top-10, um top-1o onde também constará Jack Haig. Santiago Buitrago irá vencer uma etapa.

 

Bora-Hansgrohe

A equipa que venceu a classificação geral no ano passado com Jai Hindley aposta este ano em Aleksandr Vlasov, um ciclista que chega com um 4º no Giro em 2021 e um 5º no Tour em 2022, curiosamente teve uma atitude bastante passiva nestas 2 Grandes Voltas. O russo esteve até agora bem discreto este ano, só apareceu realmente no recente Tour of the Alps e até aí abandonou para ir fazer um resultado mau na Liege-Bastogne-Liege. Vlasov é mais completo do que Hindley em certos aspectos (melhor em sprints para bonificações e em contra-relógios), mas depois tem sempre tendência para perder tempo em etapas onduladas e explosivas, não se coloca tão bem e tem debilidades a descer, podemos estar enganados, mas não o vemos a fazer pódio.

A alternativa é Lennard Kamna, alguém que se tem evidenciado nas provas onde Vlasov esteve apagado, alguém que conhece bem o Giro já que foi muito importante na vitória de Hindley do ano passado. O alemão mostrou este ano que quer mais do que simplesmente caçar etapas, acho que se vai testar ao limite e depois logo se vê. Tal como em 2022, o alinhamento de apoio é bem decente, Bob Jungels ainda não está em forma para ser alternativa para a geral, mas com a condição física do luxemburguês a melhorar aos poucos, pode ser uma peça chave. Aleotti e Palzer vão ajudar na montanha e Patrick Konrad vai ter um papel importante, não perdendo muito tempo na geral pode perfeitamente ir entrando em fugas para colocar outras equipas em xeque. Cesare Benedetti é o “road captain” e Nico Denz vem para ajudar no terreno plano.

Previsão: Aleksandr Vlasov não está a realizar uma boa temporada e vai falhar neste grande momento, redimindo-se com uma vitória em etapa. Na geral, Lennard Kamna irá terminar no top-10, salvando a honra do convento.




Cofidis

Realmente tirando a Groupama-FDJ (em parte) as equipas francesas apostam pouco ou nada neste Giro. Simone Consonni é praticamente a única figura de cartaz desta Cofidis, que conta com o transalpino para ganhar etapas. Consonni não é um puro sprinter, prefere um grupo mais restrito e tem a particularidade de nos últimos 3 anos tem feito top 4 por 4 vezes. Curiosamente, foi sempre na segunda metade do Giro, depois da 11ª etapa que alcançou esses resultados, é alguém que se evidencia já com algum desgaste acumulado. Iniciou bem a época, depois perdeu algum gás, chega aqui com Davide Cimolai para o lançar, veremos como funciona essa parceria.

Depois alguns ciclistas para caçar etapas, outros mais para ganhar experiência e rodagem, daqueles que têm mais chances de vingar numa fuga destacamos Jonathan Lastra e Remy Rochas.

 

Previsão: Muita combatividade, Simone Consonni vai andar perto mas nada mais que isso.

 

EF Education-Easy Post

Os grandes outsiders e podem surpreender muita gente na minha opinião. Este ano em especial estão a maximizar os resultados ao máximo e trazem uma mescla de caça etapas e incógnitas. Com Rigoberto Uran a dar mostras de já não ser capaz do mesmo nível de resultados, a grande esperança para a geral será o mestre da terceira semana, Hugh Carthy. O britânico deu mostras de estar bem no Tour of the Alps e aparece com um forte candidato ao top 5.

Com o perfil de certas etapas é inevitável não pensar em Magnus Cort para deixar o seu cunho e em relação às incógnitas … Cepeda já por 2 anos apareceu a voar no Tour of the Alps e desaparecido em combate no Giro, veremos se isso muda, Ben Healy voou nesta primeira parte da época, acho quase impossível correr para a geral e acho que o desgaste de tanta competição e de não preparar esta prova em específico vai passar factura, pode perfeitamente fazer 2 semanas e depois ir embora. Dentro desta categoria também podemos colocar o enigmático Alberto Bettiol, que já não corre há mais de 1 mês. Completam a equipa Jhonatan Caicedo e Stefan de Bod.

Previsão: Hugh Carthy adora o Giro e vai voltar a realizar uma grande competição, o que lhe vai valer o 5º lugar final. Jefferson Cepeda irá continuar em forma e conseguirá vencer a classificação da montanha. Já Ben Healy levará uma etapa na primeira metade da prova.

 

EOLO-Kometa

Vão fazer um ataque em 3 frentes e são muito perigosos. Primeiramente vão tentar entrar em todas as fugas que haja, trazem ciclistas bem experientes nisso como Mattia Bais e Davide Bais ou Mirco Maestri. Vincenzo Albanese vai ser um perigo à solta nas etapas de média montanha, o italiano precisa de uma chegada em topo ou de um grupo reduzido, curiosamente chega aqui com muito pouca competição, só começou a correr em Abril, mas com excelentes resultados e exibições.

Para a classificação geral e, eventualmente, alguma vitória numa etapa de alta montanha, há Lorenzo Fortunato. O italiano agora com 26 anos vem de ser 5º no Tour of the Alps e 1º na Vuelta as Asturias e a estratégia foi oposta à de Albaneses, competiu muito (25 dias) e até muito perto do Giro e parece estar ainda em subida de forma. Fortunato foi 16º no Giro em 2021 brilhando na etapa do Monte Zoncolan e 15º no ano passado com exibições bem mais cinzentas, este ano quer conjugar tudo para atacar o top 10.

Previsão: Lorenzo Fortunato será a grande confirmação do Giro e irá terminar no top-10 final.

 

Green Project-Bardiani CSF

A maior aposta recai em Filippo Fiorelli, um bom finalizador em pequenos topos e grupos reduzidos que parece estar em boa forma. Para além disso é uma formação bastante jovem e combativo, vão tentar estar em todas as fugas. Olho ainda em Henok Mulubrhan, Davide Gabburo e LucaCovili, podem fazer um ou outro top 10.

 

 

 

 

 

Previsão: Muita combatividade mas não mais que isso, a equipa italiana vai ter mais uma edição do Giro sem vitórias, a última já foi há 7 anos!




Groupama-FDJ

É um alinhamento bem estranho este da formação gaulesa, vem com um homem para a geral sem grande apoio na montanha e vem com um bom comboio de sprint … sem um grande sprinter. Thibaut Pinot deslumbrou no Tour de Romandie, resta saber se já atingiu o pico de forma ou ainda tem mais para dar, considero muito complicado que ele corra para a geral, no entanto um triunfo de etapa já deixaria os fãs da modalidade bem satisfeitos. Stefan Kung é mais conotado como ciclista de Tour, mas com tantos quilómetros de contra-relógio veio aqui tentar a sua sorte, veremos se completa o Giro

Em relação ao comboio de sprint, talvez Jake Stewart seja a maior aposta ou Fabien Lienhard tenha uma ou outra chance, mas também há Lars van der Berg. Konovalovas é o capitão, Rudy Molard e Bruno Armirail as ajudas de Pinot na montanha.

Previsão: Para alegria dos fãs da modalidade, Thibaut Pinot irá conseguir a desejada vitória.

 

Ineos-Grenadiers

Raramente vêm brincar para uma Grande Volta e à falta de um grande líder trazem várias alternativas para a classificação geral. Pelo perfil dos líderes devem ir com uma atitude da estrada decidir a hierarquia, não acredito que joguem as fichas todas ou arrisquem logo na primeira metade da corrida. Geraint Thomas tem subida paulatinamente de forma, é alguém que conhece muito bem as vicissitudes das 3 semanas e o seu corpo, diria que a par de Tao Hart é a aposta mais segura, o britânico que brilhou nesta corrida em 2020 está num momento impressionante e a ganhar novamente a confiança que o fez voar.

Depois Thymen Arensman tem sido uma enorme desilusão, falhou objectivos este ano e vamos ver como aparece, os indicadores não são bons, mas é alguém que até costuma ser eficaz nas Grandes Voltas. Filippo Ganna vem tentar triunfar nos contra-relógios e numa outra chance que tenha, Pavel Sivakov e Laurens de Plus serão os gregários na montanha. Depois Ben Swift é um corredor para quase todos os terrenos e Salvatore Puccio será o capitão e escudeiro no terreno plano.

Previsão: Tao Hart chega a voar, está em ano de contrato e não vai falhar, ficando às portas do pódio, no 4º posto. A experiência de Geraint Thomas será fundamental e também lhe dará o top-10 em Roma. Filippo Ganna irá ganhar um dos contra-relógios e uma etapa em linha.

 

Intermarche-Circus-Wanty

Depois um início de temporada promissor, a época de clássicas não correu de feição à formação belga, teremos a Intermarche-Circus-Wanty de regresso ao bom nível? Lorenzo Rota é o nome mais sólido para a possível vitória em etapa, o italiano é muito regular, sobe bastante bem e defende-se em grupos restritos. Rein Taaramae é uma autêntica caixa de surpresas, tanto pode aparecer em grande como nem se notar por ele. O experiente estónio aparece quando menos se espera. Laurens Huys e Simone Petilli são trepadores competentes mas precisariam de muita sorte, da fuga perfeita.

Para os sprints, e a correr em casa, Niccolò Bonifazio deve ser a aposta, ainda para mais depois da vitória recente no Giro di Sicilia. Arne Marit é a alternativa, num elenco completo com Laurenz Rex e o perigoso Sven Erik Bystrom, ciclista que se pode destacar nas etapas de média montanha.

 

Previsão: Lorenzo Rota e Rein Taaramae vão andar perto do triunfo mas haverá alguém sempre mais forte.

 

Israel-Premier Tech

Aos 40 anos, Domenico Pozzovivo continua a estar presente no Giro, é impressionante a longevidade do pequeno ciclista que, apesar de tudo continua a ter aspirações ao top-10, algo que não se avizinha fácil. Para a montanha ainda há Sebastian Berwick, Marco Frigo, Derek Gee e, principalmente, Matthew Riccitello. O jovem norte-americano tem sido uma agradável surpresa, tem aparecido paulatinamente entre os melhores.

Mesmo assim, o veterano Simon Clarke é a melhor hipótese de vitória. O australiano continua a andar bem, bastante ver o seu início de época onde a vitória não andou longe, adora a média montanha e no Giro não faltam este tipo de etapas (Grande Volta onde lhe falta vencer). Se estiver numa fuga, será um perigo. Stephen Williams é um corredor semelhante, com Mads Wurtz Schmidt a fechar o elenco, ele que se deve imiscuir nas chegadas rápidas.

 

Previsão: A equipa israelita vai sair de mãos a abanar do Giro.




Jumbo-Visma

À partida um bloco muito sólido que, aos poucos, tem sido desmantelado devido à COVID-19. Primoz Roglic parte com o objetivo de juntar mais uma Grande Volta ao seu palmarés, a 4ª da carreira e o 1º Giro e depois de ter ganho tanto o Tirreno-Adriático como a Volta a Catalunha a confiança está em alta, ainda para mais depois de uma longe paragem. Acreditamos que o esloveno estará ainda melhor e, ao contrário do habitual, terá que estar numa posição de ataque, já que é quase certo que irá perder tempo para Remco Evenepoel nos dois primeiros contra-relógios.

Sepp Kuss será o seu braço direito, vem em substituição de Wilco Kelderman, um duo que se conhece como poucos e Roglic sabe que precisará do norte-americano na melhor condição física. Rohan Dennis vem substituir Tobias, veremos qual a sua forma e se está com a cabeça limpa, se sim será importante. O rei da montanha do ano passado Koen Bouwman será, também, muito útil.

Ora, por falar em substituições, Jos van Emden iria entrar para o lugar de Robert Gesink, só que o neerlandês também tem COVID-19 e hoje foi substituído por Sam Oomen, mais um trepador que não tem sido muito regular mas que, a espaços, tem mostrado muita qualidade. Jan Tratnik será o todo-o-terreno, com Edoardo Affini e Michel Hessmann a dedicar-se à preteção na fase inicial das etapas.

Previsão: Primoz Roglic irá sair de Roma com a maglia rosa e sagrar-se vencedor do Giro, juntando a isso duas etapas.

 

Movistar Team

Fernando Gaviria é o grande nome da equipa “telefónica” para a primeira Grande Volta do ano. A recente vitória no Tour de Romandie terá dado muita confiança ao colombiano que, no passado, já brilhou no Giro. Pela primeira vez, terá um bom comboio, com Max Kanter e Albert Torres a guiarem Gaviria no final, não sendo preciso lançar os sprints de longe com medo de ficar fechado.

Einer Rubio, Carlos Verona e Óscar Rodriguez são as apostas para a montanha, num dia bom os dois primeiros podem conseguir um bom resultado, a alta montanha é a praia de ambos e já mostraram isso no passado recente. Will Barta é um todo-o-terreno, deverá destacar-se mais nos contra-relógios, até pode ajudar na preparação dos sprints. A experiência será dada por José Joaquin Rojas.

 

 

Previsão: Com um comboio, Fernando Gaviria até irá partir melhor colocado, no entanto será num sprint confuso que o colombiano irá vencer. Einer Rubio ganhará na montanha.

 

Soudal – Quick Step

Após 2021, Remco Evenepoel está de regresso ao Giro e com contas a ajustar! O campeão do Mundo vem com outro estatuto, venceu a Vuelta e parte como um dos grandes candidatos. Vencedor do UAE Tour e da Liege-Bastogne-Liege em 2023, Evenepoel terá no contra-relógio uma arma fundamental para ganhar tempo à concorrência. Tem melhorado muito na alta montanha, veremos como reage às grandes maratonas e à altitude (algo que em parte não teve na Vuelta).

Jan Hirt, um grande conhecedor do Giro, Mattia Cattaneo, Louis Vervaeke e Ilan van Wilder serão fundamentais no apoio quando a estrada inclinar, acreditamos que Hirt e Wilder serão os últimos homens, têm muita qualidade. Pieter Serry vem em substituição de Fuasto Masnada no entanto não acaba por enfraquecer o elenco, o belga sabe muito de ciclismo, será o capitão. Josef Cerny será importante nas fases planas, tal como Davide Ballerini que, dificilmente, terá as suas oportunidades ao sprint, para evitar qualquer queda.

Previsão: Remco Evenepoel vai ganhar, pelo menos, uma etapa, e a classificação da juventude, finalizando no 2º lugar da geral, depois de um grande duelo com Primoz Roglic.

 

Team Arkea-Samsic

A fazer uma temporada mais discreta, a Arkea-Samsic chega ao Giro sem grandes objetivos, vencer uma etapa já era a cereja no topo do bolo. Warren Barguil é o grande nome, o francês procura fechar a tripla de vitórias em Grandes Voltas, só que está a ter uma temporada para esquecer, veremos como aparece depois de ultrapassados os problemas de saúde. Alessandro Verre e Michel Ries são trepadores competentes, mas longe de poderem vencer uma etapa, serão importantes no auxílio.

Maxime Bouet será o capitão na estrada, um poço de experiência, numa equipa que aposta em David Dekker para as chegadas rápidas. Muito promissor, o gigante neerlandês tarda em confirmar todo o seu potencial, tem aqui uma grande oportunidade. Clement Russo será o seu lançador. Thibault Guernalec é muito combativo para os dias com alguma dificuldade e Alan Riou completa o “oito”.

 

Previsão: Warren Barguil vai tentar de tudo para ganhar no Giro e, mesmo no final, irá consegui-lo, salvando a prova da equipa francesa.




Team Corratec-Selle Italia

Primeiro ano como ProTeam e primeira Grande Volta da história. Equipa muito modesta, com um forte contingente italiano, onde se destaca o veterano Valerio Conti. Antigo líder do Giro, Conti será a grande esperança de um bom resultado, vitória será muito complicado de acontecer, haverá sempre ciclistas mais fortes.

Nicolas Dalla Valle e Alexander Konychev deverão imiscuir-se nas chegadas ao sprints, sendo que para o resto da equipa será tentar estar nas fugas de todas as etapas, tal como tem acontecido nas restantes provas. Envergar a camisola da montanha nos primeiros dias já seria um feito importante para Stefano Gandin, Alessandro Iacchi, Charlie Quarterman, Veljko Stojnic ou Karel Vacek.

 

 

Previsão: Muita combatividade e uma camisola da montanha nos primeiros dias de competição.

 

Team DSM

Como é habitual, a Team DSM vem com um elenco bastante jovem e focado nas etapas. Andreas Leknessund e Harm Vanhoucke são as cartas para a montanha, principalmente vemos Lenknessund num dia inspirado a atacar de longe e tentar a sua sorte, tem capacidade para tal. Florian Stork e Martijn Tusveld são ciclistas completos, tanto podem ajudar estes dois como os nomes que falaremos de seguida.

Alberto Dainese surpreendeu todos o ano passado ao vencer uma etapa, o italiano é uma caixinha de surpresas, a sua colocação raramente é a ideal e isso custa muitos e bom resultados. Jonas Hvideberg e Niklas Markl serão parte do comboio, tal como Marius Mayrohfer, jovem que despontou no início de temporada, até venceu no World Tour mas a partir daí desapareceu. Conhecendo a Team DSM, escolher Mayrohfer em detrimento de Dainese para os sprints não seria descabido.

 

Previsão: Alberto Dainese irá voltar a conseguir erguer os braços, depois de um Giro onde dividirá as oportunidades com Marius Mayrohfer.

 

Team Jayco-AIUla

O objetivo dos comandados de Matthew White é claro, vencer etapas. Michael Matthews é a principal seta apontada, o australiano tem muitas etapas ao seu jeito e tem um bloco forte em seu torno. Michael Hepburn, Lukas Postlberger, Callum Scotson e Campbell Stewart são o seu núcleo duro, podem formar um comboio muito perigoso.

Alessandro de Marchi conhece o Giro como poucos, a idade já começa a pesar, mas num dia sim o transalpino ainda pode surpreender. Para a alta montanha, as esperanças estão depositadas no campeão italiano Filippo Zanna e Eddie Dunbar. O irlandês até pode vir objetivo de fazer um bom lugar na geral, não o vemos com capacidade para isso, focar-se nas etapas será mais realista.

 

 

Previsão: Michael Matthews vai andar perto da vitória em muitos dias, no entanto será numa fuga numa etapa de média montanha que conseguirá o seu objetivo.

 

Trek-Segafredo

Órfãos do líder Giulio Ciccone devido à COVID-19, a equipa norte-americana viu-se obrigada a alterar o seu foco. Mads Pedersen é, desta forma, o grande líder e a aposta para vencer etapas nas chegadas rápidas e com alguma dificuldade. O antigo campeão do Mundo estreia-se no Giro com Daan Hoole, Alex Kirsch e Otto Vergaerde como braços direitos, num bloco muito forte tendo em vista as vitórias em etapa e a maglia ciclamino.

O veterano Bauke Mollema será a seta nas etapas de montanha, já não é o mesmo de outros tempos, mas a sua experiência e matreirice contará muito. O combativo Toms Skuijns nunca pode ser descartado de uma gracinha e estamos curiosos para ver o que faz o jovem eritreu Natnael Tesfatsion, corredor muito completo que integrando a fuga certa pode acabar com um triunfo. O também eritreu Amanuel Ghebreigzabhier completa o elenco.

Previsão: Mads Pedersen tem o Giro como objetivo principal e não irá falhar, pelo menos duas etapas e conquista da maglia ciclamino.




UAE Team Emirates

Pelo 4º ano consecutivo, João Almeida parte em busca do sonho rosa, 6º em 2020, 4º em 2021 e abandono na semana final em 2022 quando estava em 4º. O campeão nacional está a fazer uma temporada muito consistente, 2º no Tirreno-Adriático e 3º na Volta a Catalunha, batido apenas pelos grandes rivais que terá nesta prova. Este é um ano importante para o ciclista das Caldas da Rainha, o pódio é um objetivo realista. Na montanha deverá manter a sua versão de não ir ao choque, veremos como aparece nos contra-relógios.

Jay Vine é a grande incógnita da equipa, não corre desde o UAE Tour devido a lesão e aparece com um papel livre. Não é dito isso, só que não vemos o australiano a queimar-se nas primeiras etapas, será a estrada a definir, já mostrou na Vuelta do ano passado que quando está bem é um perigo. Brandon McNulty será muito importante no apoio, uma versão como no Tour 2022 será bem-vinda. Depois temos o bloco italiano, com Diego Ulissi, Davide Formolo e Alessandro Covi, a correr em casa deverão ter alguma liberdade nos dias de média montanha. Na alta montanha, Formolo será peça importante. Pascal Ackermann será o sprinter de serviço, ajudado por Ryan Gibbons.

Previsão: João Almeida vai conseguir o seu objetivo de subir ao pódio final, terminando em 3º, depois de uma grande semana final. Com alguma liberdade, Jay Vine e Brandon McNulty irão conseguir uma vitória cada um.

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