AG2R Citroen Team

Não é um alinhamento que deslumbre. Greg van Avermaet ainda não ganhou este ano, até fez uma temporada de clássicas razoável, mas não parece ter a explosão de antigamente, não o vemos a superiorizar-se a Alaphilippe, van der Poel ou van Aert, aos 36 anos já não a explosão dos tempos da BMC, será uma tarefa complicadíssima ganhar 1 etapa. O mesmo se pode aplicar a Oliver Naesen, em que cenário poderá o belga ganhar? Surpreender os sprinters num final rápido? Sem pódios em 2021, Naesen está a andar menos do que o esperado. Benoit Cosnefroy é outra esperança neste sentido, só que o francês ainda é irregular e não parece a 100% após a lesão que sofreu no início da época.

Estamos mais interessados e curiosos com os trepadores da equipa, que podem dar uma alegria na montanha. Ben O’Connor está a confirmar as boas sensações de 2020 e foi 6º no Tour de Romandie e 8º no Dauphine, não seria totalmente descabido pensar no australiano para um top 10 final. Aurelien Paret-Peintre foi 9º no Paris-Nice e 13º no Dauphine, poderá andar à caça da classificação da montanha, tem perfil para isso. Nans Peters é um big hitter, já ganhou no Giro e no Tour.

 

Previsão: Não está a ser um ano de muitos sucessos para a equipa francesa e vai continuar assim, um dos trepadores pode surpreender, mas cremos que não levarão nenhuma etapa.



Alpecin – Fenix

A melhor equipa Profissional Continental de 2020 coloca aqui toda a carne no assador à procura de etapas, algo que conseguiu no Giro. Depois de dar a entender que vem contrariado, Mathieu van der Poel chega com a ambição da camisola amarela, que pode perfeitamente conquistar nas primeiras etapas. Há que ter a noção que, com os Jogos Olímpicos aí à porta, será quase impossível ver o imponente holandês terminar o Tour.

Quem também dificilmente vai terminar a corrida é Tim Merlier, um sprinter que ter grandes dificuldades em ultrapassar subidas longas. Ganhou no início do Giro e devemos vê-lo com muita confiança por isso mesmo, depois viria a deixar a corrida para se resguardar. Jasper Philipsen deverá passar grande parte da prova a trabalhar para estes 2, poderá ter alguma chance num sprint reduzido ou nas últimas 2 etapas planas. Jonas Rickaert e Silvan Dillier farão parte do comboio, enquanto Petr Vakoc, Kristian Sbaragli e Xandro Meurisse vão procurar fugas na média montanha mais à frente no Tour. Nas tiradas de média montanha a equipa deve focar-se em deixar Mathieu van der Poel bem colocado nos momentos cruciais.

 

Previsão: Mathieu van der Poel não vai sair de mãos a abanar, nem Tim Merlier, pelo menos 2 triunfos para a equipa Profissional Continental.

 

Astana – Premier Tech

A formação cazaque não vem para a geral, portanto este é um alinhamento que mete medo, muito medo. Fuglsang sabe que não tem chances na geral e parece que finalmente meteu na cabeça que as Grandes Voltas não são propriamente a sua praia. O dinamarquês vai começar a poupar energia e a perder tempo logo de início para tentar ganhar etapas na montanha. O resto da equipa é composta essencialmente por puncheurs que têm sérias chances com um ataque em solitário numa das 2 primeiras etapas.

No campeonato espanhol de estrada Omar Fraile supostamente estava a lançar Alex Aranburu e acabar por ganhar a prova tal foi a sua capacidade física na parte final, é um matador e é preciso ter muito cuidado com ele em qualquer fuga. Alex Aranburu é um nome a ter em conta em finais explosivos em subida, enquanto Ion Izagirre e Alexey Lutsenko deram excelentes indicações no Dauphine, ambos já sabem o que é ganhar no Tour e têm algumas jornadas mesmo ao seu jeito, dificilmente algum deles vai andar na luta pelo top 10. Stefan de Bod, Hugo Houle e Dmitry Gruzdev serão os gregários de serviço.

 

Previsão: Numa equipa de caça etapas como esta seria um desastre não ganhar nenhuma tirada. Apostamos em 2 jornadas, com Lutsenko e Fuglsang.

 

Bahrain-Victorious

Uma das equipas do momento depois dos recentes brilharetes de Caruso, Colbrelli e Padun. Dos 3 apenas aqui está Sonny Colbrelli, que vai estrear aqui a camisola de campeão transalpino. Ganhou a classificação por pontos no Tour de Romandie e no Dauphine, aqui a história deverá ser diferente, o italiano não é um puro sprinter. Nunca o vimos a andar como está agora, algumas etapas que no papel são duras demais para ele, poderão não o ser.

Para a montanha a equipa tem muitas cartas, Pello Bilbao só fez os Nacionais desde o Giro em que terminou em 13º, Dylan Teuns é muito irregular e o mesmo se aplica a Wout Poels, um corredor que até andou bem numa etapa na Suiça e depois desapareceu. O líder para um possível top 10 será Jack Haig, australiano que assumiu na Bahrain uma posição de liderança e foi 7º no Paris-Nice e 5º no Dauphine, dando muito boas indicações nesta última corrida. Aos 27 anos será a sua primeira Grande Volta como líder. Veremos como está Matej Mohoric depois da sua queda no Giro, o esloveno estará focado em algumas etapas na 2ª semana.

 

Previsão: Top 10 na geral para Jack Haig e 1 etapa para Sonny Colbrelli.




B&B Hotels p/b KTM

Trazem a sua melhor equipa, o problema é que mesmo assim pode não ser suficiente para sere competitivos a este nível, principalmente na montanha.  Pierre Rolland vai tentar quando o terreno empinar, isso é certo, e até se pode focar na camisola das bolinhas. No entanto, o melhor Rolland já lá vai, um triunfo de etapa seria um acto de pura classe por parte do veterano francês. Para a montanha outro nome interessante é o de Quentin Pacher, um corredor muito combativo, que se defende bem nas chegadas em alto.

Depois para os sprints o líder será Bryan Coquard, um ciclista que tem conseguido muitos top 10 e poucas vitórias este ano. As indicações que deu na Volta a Bélgica até foram boas, mas “Le Coq” vai precisar de um pelotão ligeiramente reduzido e desgastado para maximizar o resultado. O resto da equipa vai estar focada em estar em todas as fugas que sejam possíveis.

Previsão: Vão sair de mãos a abanar, talvez Coquard consiga 1 ou 2 top 5.

 

Bora-Hansgrohe

4º no Tour em 2019 e forçado a abandonar o Giro mais cedo Emanuel Buchmann supostamente vem para lutar por etapas, dando a honra de liderança da formação germânica a Wilco Kelderman. O holandês é um ciclista muito consistente, 5º na Volta a Catalunha, 10º no Tour de Romandie e 4º no Dauphine e para além disso é bom contra-relogista, uma mais valia importante para este Tour. Kelderman não é um corredor muito ofensivo e vem com o pensamento na geral, vai correr de uma forma conservadora, até porque tem Patrick Konrad para o ajudar, um top 5 seria um excelente resultado, ainda só fez top 10 na Vuelta e no Giro.

Peter Sagan tenta este ano a dobradinha Giro-Tour e tenta conquistar a classificação por pontos em ambas as corridas. Aqui não terá vida fácil, é verdade que Sam Bennett, o vencedor de 2020, não estará, mas Ewan poderá ser um rival perigoso, e tem de contar com Colbrelli também para lhe roubar muitos pontos. Terá de fazer alguns pódios nas chegadas mais acessíveis para conquistar a sua 8ª camisola verde. Daniel Oss será o seu fiel escudeiro durante todo o Tour, Lukas Postlberger e Ide Schelling decisivos quando a Bora quiser reduzir o grupo e deixar sprinters para trás, estão ambos em excelente forma e são muito completos. Politt vai ser o pesadelo de algumas fugas.

 

Previsão: Kelderman é muito consistente e vai conseguir o top 10, Peter Sagan irá acusar o desgaste do Giro e vai sair sem glória.

 

Cofidis, Solutions Crédits

Mais uma formação dividida em 2 vértices. Guillaume Martin ainda não mostrou em 2021 a capacidade física de 2020, onde fez 11º no Tour e andou praticamente em fugas na Vuelta toda. O francês tipicamente não tem medo de arriscar e atacar e provavelmente terá uma decisão a tomar, ou tenta o complicado top 10 na geral (tendo em conta os quilómetros de contra-relógio que existem, uma debilidade dele) ou tenta ser uma figura de destaque e luta por etapas e pela classificação das bolinhas. O bloco de apoio a Martin até é bastante sólido, com Ruben Fernandez, Simon Geschke e Jesus Herrada, que ficou novamente muito perto do título nacional espanhol.

O outro vértice é bem mais pequeno e contido, Jelle Wallays vai tentar ajudar ao máximo Christophe Laporte nos sprints. Dá a ideia que a equipa foi quase obrigada a trazer Laporte tendo em conta o corredor que o francês é, mas a falta de apoio indica algum afastamento, o que é normal visto que Laporte estará a caminho da Jumbo-Visma. Pode fazer 1 ou 2 pódios em etapa, quando o terreno for de média montanha. Anthony Perez pode andar em fugas nas primeiras etapas por causa da classificação da montanha.

 

Previsão: Triunfo de etapa e classificação da montanha para Guillaume Martin, Laporte e Herrada podem fazer pódios nas etapas. Será o fim da “seca” da Cofidis no Tour.

 

Deceuninck-QuickStep

Uma das grandes protagonistas no pré-Tour, com a novela Bennett/Cavendish/Lefevere. Aconteceu o mesmo no Giro e claramente não foi benéfico para o rendimento dos ciclistas na estrada, aqui deverá ter menos impacto no presente e mais influência no futuro, com a possível saída de Sam Bennett. Cavendish chega cheio de confiança, motivado e na melhor forma dos últimos anos, para além de contar com o melhor lançador do Mundo, Michael Morkov. O míssil da Ilha de Man é um nome interessante para a camisola verde devido à sua consistência na colocação.

Quanto a Julian Alaphilippe, o foco está totalmente no Tour, depois de ter sido pai e de ter abdicado dos Jogos Olímpicos. As 2 primeiras etapas são perfeitas para o actual campeão do Mundo, que vai tentar envergar a camisola amarela logo a abrir o Tour e a vai tentar segurar ao máximo, como é apanágio da formação belga. O percurso do Tour é bom por um lado para Alaphilippe porque não tem assim tantas etapas de alta montanha, mas é mau porque tem muitos quilómetros de contra-relógio, onde teoricamente perde para os eslovenos. O resto da equipa tem poucos trepadores e ciclistas muito poderosos, Tim DeClercq é o pesadelo de qualquer fuga, Kasper Asgreen e Mattia Cattaneo conseguem fazer um pouco de tudo, Davide Ballerini é um elemento importante no comboio e Dries Devenyns é muito experiente.

 

Previsão: Uma etapa para Alaphilippe e duas para Cavendish, que assim vai ganhar a camisola por pontos para assinar um regresso glorioso ao Tour. Muito cuidado com Kasper Asgreen também.




EF Education – NIPPO

Não é propriamente o bloco mais forte nem mais impressionante, mas o facto de estarem somente focados em Rigoberto Uran pode ser uma grande vantagem para o colombiano. O grande foco da equipa estará em não perder a corrida nas etapas planas e de média montanha, esse bloco é poderoso, com Michael Valgren, Magnus Cort, Stefan Bissegger e Jonas Rutsch (especialmente os 2 primeiros podem ter 1 chance mais para o final da corrida).

Uran surpreendeu na Volta a Suíca, principalmente a sua prestação contra o cronometro  indica que trabalhou muito nessa vertente para aparecer bem no Tour. O colombiano é forte e consistente não sendo muito ambicioso. Não é ciclista de atacar muito e se estiver no top 5 na última semana o mais provável é estar mais na defensiva. Os gregários na montanha são excelentes no papel, só que a sua forma é uma incógnita. Ruben Guerreiro caiu e foi forçado a abandonar o Giro, enquanto Sérgio Higuita não compete desde as clássicas das Ardenas!

 

Previsão: Top 10 na geral para Rigoberto Uran, veremos o que Bissegger conseguirá fazer nos contra-relógios longos, pode cheirar a vitória.

 

Groupama-FDJ

Marc Madiot escolheu um alinhamento misto para este Tour de France. Num ano para esquecer para Thibaut Pinot, David Gaud tem-se afirmado como a grande figura para as provas por etapas e agarra a liderança na “sua” prova. Vem de muito boas exibições, fez top-10 na última Grande Volta disputada. O apoio não será muito, terá que confiar em Valentin Madouas e Bruno Armirail, um ciclista todo-o-terreno.

O principal foco será em Arnaud Demare, ele que regressa ao Tour após um ano de ausência. Já com 8 vitórias em 2021, o francês é um dos corredores mais ganhadores da temporada e parte em busca da camisola verde. Ignatas Konovalovas, Stefan Kung, Miles Scotson e Jacopo Guarnieri foram um excelente comboio, um dos melhores do Tour.

 

Previsão: Top 10 para David Gaudu ao passo que Arnaud Demare será um dos grandes lutadores na camisola verde. Vencerá uma etapa mas não a maillot vert.

 

INEOS Grenadiers

Uma daquelas equipas que mete medo, nada que surpreenda na equipa britânica. Começando pelos gregários será Luke Rowe o encarregue de levar os seus líderes bem colocados nas partes planas e quando houver ventos laterais, tendo ajuda de Jonathan Castroviejo e de Dylan van Baarle, que são corredores que já mostraram que na montanha conseguem reduzir o pelotão a 20 ciclistas. Michal Kwiatkowski é um dos melhores gregários que um líder pode ter, extremamente solidário e completo o polaco nem pensa na glória pessoal quando está inserido neste tipo de alinhamentos.

Acreditamos que o líder será Richard Carapaz, o equatoriano já mostrou competir directamente com Roglic na Vuelta 2020 e preparou muito bem este momento, tem o hábito de começar a época a ritmo lento e ir subindo de forma, tendo impressionado na Volta a Suíça. Carapaz vai perder tempo no contra-relógio, mas acredita ser capaz de bater Roglic e Pogacar acima dos 1500/2000 metros de altitude. Richie Porte está a fazer uma época fenomenal, 2º na Volta a Catalunha e no Tour de Romandie, 1º no Dauphine, já muitos falam de um possível pódio no Tour. Não acreditamos que isso vá acontecer, Porte veio para a Ineos para ser gregário nas Grandes Voltas e não ter precisamente a pressão da liderança. Para além disso não é um ciclista explosivo e tem tendência a cair e a perder algum tempo em etapas acessíveis. Geraint Thomas também está a ser consistente nas corridas de 1 semana e é uma opção viável para a geral, mas não estamos a ver o galês a bater Pogacar e Roglic na montanha e no contra-relógio não tem estado incrível. O joker é Tao Hart, vencedor inesperado Giro 2020, e que está claramente em subida de forma como se viu no Dauphine.

A estratégia da Ineos poderá ter de ser diferente do habitual comboio de montanha devido à força da UAE Team Emirates e da Jumbo-Visma e da capacidade de Pogacar e Roglic no contra-relógio, tudo depende de como ficar a geral após o primeiro contra-relógio. Com Carapaz, Thomas, Hart e, eventualmente, Porte, é a equipa que mais elementos deverá ter quando o grupo for reduzido, uma arma importante. Caso decida atacar aí Hart e Carapaz devem ser os que mais arriscam, com Thomas e Porte a fazer marcação directa a Roglic e Pogacar.

 

Previsão: A Ineos tem sido perfeita nas Grandes Voltas e vai continuar a fazer isso, aproveitando a superioridade numérica para vencer o Tour com Richard Carapaz, que também vai levar uma etapa. Top 10 na geral também para Richie Porte.




Intermarché – Wanty – Gobert Matériaux

Tentam dividir esforços para apresentar um alinhamento competitivo nas 3 Grandes Voltas, não tendo grandes recursos para tal. No Giro muito procuraram e tiveram a estrelinha da sorte, aqui é muito pouco provável que volte a acontecer. O foco vai estar em levar Danny van Poppel nas melhores condições possíveis nas chegadas ao sprint. O holandês está a fazer uma temporada positiva, já tem 4 pódios no circuito europeu, tem Koch e o irmão Boy van Poppel para o lançar e é daqueles sprinters que deve ir a todos os sprints intermédios para somar o maior número de pontos possível na camisola verde.

Depois Jan Bakelants já não está no nível de outrora, Louis Meintjes tentará um bom lugar na geral, um top 10 será quase impossível, Loic Vliegen continua a ser muito inconsistente e deve tentar a sua sorte nas etapas planas e o jovem Georg Zimmermann vai tentar melhorar o 21º posto da Vuelta 2020.

 

Previsão: O Tour não é tão propenso a surpresas como o Giro, não vai haver vitórias para eles. Danny van Poppel pode fazer 1 ou 2 pódios nos muitos sprints.

 

Israel Start-Up Nation

Um dos alinhamentos mais estranhos e sem fio condutor deste Tour. Começando pelos sprints este tem sido o melhor André Greipel desde 2018, tendo já conquistado 2 triunfos, o último deles batendo nomes bem sonantes. Está bastante confiante e tem com ele um comboio que conhece bem com Boivin e Zabel. Será o Gorila capaz de, aos 38 anos, somar a 12ª vitória em etapas do Tour. Será muito, muito complicado, vemos um Greipel em boa forma, mas bater Ewan ou Merlier num sprint puro não é fácil.

Depois para a montanha a equipa optou por trazer Chris Froome, mas com baixas expectativas, só podia ser assim depois do que o britânico não mostrou nesta época, o papel de capitão na estrada tira-lhe pressão e foco mediático. Michael Woods está em excelente forma, está a subir sempre com os melhores e a sua boa ponta final dá-lhe garantias, o seu contra-relógio é que não. Na Volta a Suíça em 11 kms perdeu 50 segundos para Carapaz, aqui vai ter mais de 50 kms para cumprir de esforço individual. Terá de escolher entre um top 10 na geral ou vitórias em etapa, sendo bem capaz disso. Dan Martin vem do Giro e pode acusar o desgaste, vem para ajudar Woods e tentar a sua sorte de vez em quando. Falta apoio na montanha para ajudar Woods, claramente.

 

Previsão: Triunfo em etapa para Michael Woods, que se vai focar nisso para também preparar os Jogos Olímpicos. Greipel não conseguirá picar o ponto.

 

Lotto Soudal

Tal como no Giro d’Itália, all-in em vencer etapas! Caleb Ewan volta a ser a principal peça do puzzle, já venceu na prova italiana, tendo agora o seu 2º objetivo do ano. Indubitavelmente um dos ciclistas mais rápidos do mundo traz o seu fiel comboio composto por Roger Kluge e Jasper de Buyst, a quem se junta Tosh van der Sande. Nem sempre consegue seguir a roda destes, mas quando não falha dificilmente não vence.

Thomas de Gendt esteve completamente ausente do Giro, debilitado por uma lesão, veremos se um dos corredores mais combativos do pelotão estará recuperado e pronto para dar espetáculo. Philippe Gilbert vale pela veterania e experiência, os resultados não têm sido os melhores mas nunca se pode descartar. Os jovens Harry Sweeny e Brent van Moer fazem a estreia, estão a fazer uma temporada muito positiva, são dois corredores que gostam do contra-relógio.

 

Previsão: Caleb Ewan mostrará que é dos mais rápidos do mundo e vencerá, pelo menos, duas etapas. Irá começar a acusar o desgaste do Giro e, por isso, não conseguirá estar na luta pela verde.

 

Movistar Team

O tridente espanhol está de regresso! Alejandro Valverde, Enric Mas e Miguel Angel Lopez lideram a poderosa equipa de nuestros hermanos em busca do sonho amarelo. Se o primeiro está a fazer uma temporada excelente mas a geral será pedir demais, devendo focar-se em etapas, os outros dois estão em crescendo, principalmente o colombiano e, se estiverem fortes, podem espalhar o pânico.

Depois de um Giro muito fraco, Marc Soler será um dos principais apoios quando a estrada inclinar, tal como Carlos Verona. Imanol Erviti será o capitão na estrada, transmite muita experiência. A equipa fica completa com Jorge Arcas e Ivan Garcia Cortina, um corredor muito combativo, é rápido mas muitas vezes não espera pelo sprint.

Previsão: Enric Mas e Miguel Angel Lopez terminarão no top 10 final, o colombiano estará muito forte na montanha mas o contra-relógio vai fazer mossa. Superman vencerá uma etapa na 3ª semana.




Team Arkéa-Samsic

Pela primeira vez em muitos anos, Nairo Quintana não se vai focar na classificação geral, preferindo apostar em vencer etapas. O nível do colombiano não tem sido o melhor, o próprio sabe disso e assim retira alguma pressão. O mesmo já foi dito por Warren Barguil, pelo que este pode ser um duo muito perigoso nas etapas de montanha. Élie Gesbert é o outro trepador da equipa, um gaulês muito talentoso.

Nacer Bouhanni está de regresso à Grande Boucle, por vezes tem laivos de muita qualidade, veremos como aparece e, como é seu normal, se não arranja polémica. O comboio é muito forte, Connor Swift, Clément Russo e Daniel McLay são ciclistas experientes. McLay até pode vir a ter uma ou outra oportunidade. O veterano Anthony Delaplace completa o elenco.

 

Previsão: Nairo Quintana e Warren Barguil serão dos corredores masi combativos na montanha mas vão sair de mãos a abanar, vão encontrar alguém sempre mais forte. Nacer Bouhanni irá fazer vários top-10 ao sprint.

 

Team BikeExchange

Esta é mais uma equipa com vários objetivos para a Volta a França. Lucas Hamilton é o anunciado líder, um trepador competente, tem feito uma época muito positiva, terminando no top-10 em várias provas World Tour. Esteban Chaves e Simon Yates terão outro foco que, para além de ajudar o australiano, será vencer etapas. Em fuga, serão sempre muito fortes.

Michael Matthews tem tudo para ser um dos principais candidatos à camisola verde, Luka Mezgec será um grande apoio, tal como Amund Grondahl Jansen. Luke Durbridge e Chris Juul-Jensen são dois bons gregários, corredores completos e de equipa, nunca desiludem no cumprimento das suas funções.

 

Previsão: Simon Yates não vai falhar no seu objetivo e vencerá uma etapa. Michael Matthews será muito regular mas não passará disso, ao passo que Lucas Hamilton andará perto do top-10 final.

 

Team DSM

Depois do brilharete do ano passado, onde venceram 3 etapas, a equipa alemã vem com a mesma receita: triunfar em etapas! Soren Kragh Andersen é um corredor muito calculista, não se dá conta dele e, quando menos se espera, ataca e foge para a vitória. Muito completo, é um perigo para vários tipos de terrenos. Na montanha, as responsabilidades recaem sobre Tiesj Benoot, ele que continua a sua transformação enquanto ciclista, e Mark Donovan.

Cees Bol é o sprinter designado, um corredor muito possante que tem como grande falha a facilidade com que perde o seu comboio, caso contrário seria um perigo constante. Nils Eekhoff, Jasha Sutterlin, Joris Nieuwenhuis e Casper Pedersen são o seu fiel comboio, funcionam muito bem enquanto equipa.

 

Previsão: O brilharete do ano passado não será repetido, a equipa alemã vai sentir dificuldades. Cees Bol vai andar perto nas chegadas rápidas e, num dos poucos dias em que se guiar pelo seu comboio não vai facilitar e irá vencer!




Team Jumbo-Visma

Um ano depois da desilusão, a formação holandesa está pronta para a vingança! Primoz Roglic optou por uma preparação diferente, não corre desde final de abril, mas não se enganem, o esloveno está mais que pronto para a guerra! O Tour é o seu grande objetivo, a pressão é muita, não pode falhar dois anos consecutivos.

Sepp Kuss regressa ao papel de gregário de luxo, depois de algumas oportunidades enquanto líder desperdiçadas. Sem tanta pressão tem tudo para ter um papel muito importante na corrida. Steven Kruijswijk e Jonas Vingegaard são dois mais gregários de luxos quando a estrada inclinar, o primeiro com muita experiência e o segundo um jovem irreverente que se tem revelado em 2021. Robert Gesink e Tony Martin são a experiência na estrada, dois corredores com muitos anos de Grandes Voltas, sabem tudo e de tudo.

O que esperar de Wout van Aert? O belga vem de uma pequena lesão mas já ganhou nos nacionais, numa exibição muito forte. Estará ao mesmo nível de 2020? Não será fácil, principalmente a subir mas Aert é um fenómeno. Se quisesse e tivesse liberdade, era um dos candidatos à camisola verde no entanto não se deve querer meter ao barulho nos finais de puro sprint. Terá o apoio de Mike Teunissen neste tipo de etapas.

 

Previsão: Primoz Roglic vai voltar a fazer pódio, desta vez será 3º. O esloveno entra sempre muito bem e o seu punch fará com que ganhe uma etapa de montanha. O fenómeno Wout van Aert também não vai desiludir e ganhará por duas vezes.

 

Team Qhubeka ASSOS 

Diga-se o que se disser mas o Giro será praticamente impossível de repetir, a concorrência no Tour é muito mais forte, é a grande competição do ano, e as grandes figuras não costumam falhar. Victor Campenaerts é, agora, um especialista de fugas, talvez seja a melhor hipótese de vitória da equipa nas etapas de sobe e desce constante mas sabe que para tal tem que chegar isolado e estará marcado.

Muito cuidado com Max Walscheid, está um corredor muito completo e ainda continua com uma boa ponta final. Michael Gogl gosta das etapas de média montanha, tal como Simon Clarke e Sean Bennett. Sergio Henao está longe dos seus tempos áureos, dificilmente o veremos a fazer melhor que top-10 numa fuga.Nic Dlamini irá representar a África do Sul no alinhamento. Por fim, Carlos Barbero será o sprinter de serviço, mas não tem nível para a qualidade do Tour.

 

Previsão: A combatividade será muita, mas a equipa sul-africana sairá de mãos a abanar.

Team TotalEnergies

Novo nome e equipamento para a Volta a França! A equipa de Jean-René Bernardeau vem de cara lavada e com vários corredores em bom momento de forma. Para a montanha, Pierre Latour e Cristian Rodriguez têm estado a subir muito bem, num dia super podem conseguir um excelente resultado. Victor de la Parte e Fabien Doubey serão apoios fundamentais.

Anthony Turgis foi uma das revelações das clássicas, o Tour é mais um passo para a sua afirmação, estará na luta nas etapas de terreno ondulado. Jeremy Cabot e Julien Simon são corredores com uma boa ponta final em dias complicados mas haverá sempre corredores mais rápidos, Cabot está em muito boa forma, em fuga é preciso ter cuidado. Por fim, Edvald Boasson Hagen está longe de ser o perigo doutros tempos, está muito apagado, mas uma vez por ano costuma aparecer, e no ano passado foi no Tour. Será que também o consegue em 2021?

 

Previsão: A equipa francesa será muito combativa, irá animar muito as etapas com fugas mas continuará a sua seca e não vencerá na Grande Boucle.



Trek-Segafredo

Após um Giro fraco, Bauke Mollema estará presente no Tour de France. Os seus objetivos ainda não estão bem definidos mas não acreditamos num bom resultado na geral, terá que se focar nas etapas, algo que já foi declarado por Vincenzo Nibali, que está aqui para preparar os Jogos Olímpicos. Kenny Elissonde e Julien Bernard são gregários muito fiáveis quando a estrar costuma inclinar.

Qual é o estado de forma de Mads Pedersen? O dinamarquês tem estado um pouco desaparecido, costuma precisar de algum ritmo competitivo para começar a render mas, quando está bem, é um corredor muito rápido. A confiança é muita e Edward Theuns e Jasper Stuyven serão os seus apoios. Não se admirem se virem a Trek-Segafredo a apostar em cada um dos seus três sprinters. O combativo Toms Skuijns completa o alinhamento.

 

Previsão: Mollema e Nibali vão andar perto mas o triunfo não vai surgir na montanha. Pedersen também estará perto nas chegadas ao sprint.

 

UAE Team Emirates 

Terminamos com a equipa do campeão em título! Tadej Pogacar parte em defesa do título, ele que vem de uma grande exibição na “sua” Volta a Eslovénia, mostrando-se pronto para a luta. O objetivo é claro, proteger o esloveno, por isso dificilmente vamos ver Rafal Majka, Davide Formolo, Rui Costa, Brandon McNulty e Marc Hirschi terem liberdade para procurar resultados pessoais. Se Hirschi estivesse em grande forma talvez pudesse lutar pelas etapas a fazer lembrar clássicas mas está longe da forma de 2020.

O bloco de montanha é mais forte que no ano passado, veremos se estará coeso e pronto para proteger Pogacar. Para as etapas planas, Mikkel Bjerg e Vegard Stake Laegen são corredores muito poderosos e gigantes, serão muito importantes nas etapas planas e em possíveis bordures. A experiência não é muita, isso pode pagar-se caro mas na teoria são dois corredores com potencial para fazerem um grande trabalho.

 

Previsão: Tadej Pogacar irá picar o ponto, numa etapa em que fará uma grande exibição. O esloveno irá vencer, novamente, a camisola branca, de melhor jovem, mas a geral vai escapar-lhe entre os dedos, terminando no 2º lugar.



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