PARIS, FRANCE - JULY 18: Jonas Vingegaard of Denmark and Team Jumbo-Visma and his daughter Frida, Tadej Pogačar of Slovenia and UAE-Team Emirates Yellow Leader Jersey & Richard Carapaz of Ecuador and Team INEOS Grenadiers celebrate at final podium in Paris during the 108th Tour de France 2021, Stage 21 a 108,4km stage from Chatou to Paris Champs-Élysées / Trophy / @LeTour / #TDF2021 / on July 18, 2021 in Paris, France. (Photo by Tim de Waele/Getty Images)

AG2R Citroen Team

Trazem o surpreendente 4º classificado do ano passado e por isso mesmo o foco é esse e só esse. Ben O’Connor deu excelente indicações no Dauphine ao ser aquele que mais perto conseguiu estar dos Jumbo-Visma, claramente um nível acima dos restantes. O australiano é agora um ciclista muito mais completo, experiente e também marcado pelos rivais do pelotão, que já não o vão deixar entrar em fugas como em anos anteriores. Sobreviver à primeira semana será um desafio grande, mas tem quem o ajude. Bob Jungels foi 6º na Volta a Suíça e será a alternativa a O’Connor na geral caso haja alguma quebra ou abandono forçado. Esta foi a melhor exibição de Jungels nos últimos 3 anos, o que lhe deu sinais de alento. Para ajudar estes 2 corredores na montanha vêm Geoffrey Bouchard, Mikael Cherel e Aurelien Paret Peintre.

No papel há várias etapas que assentam a Benoit Cosnefroy, no entanto nunca se sabe o que vai sair do talentoso francês em termos de performance, tanto fica perto de ganhar a Amstel Gold Race como fica 1 mês sem resultados de maior. É um excelente puncheur, não terá hipóteses contra van der Poel ou van Aert. Para o terreno mais plano a equipa gaulesa chega com Oliver Naesen e Stan Dewulf, 2 poderesos belgas que têm em comum ter desiludido ligeiramente nas clássicas, podendo ser fundamentais em certas tiradas para os seus líderes.

 

Previsão: Ben O’Connor está a ter uma temporada muito consistente e vai confirmar isso com um top-10 final.




Alpecin – Deceuninck

Uma das grandes protagonistas de 2021 a abrir o Tour chega com ambições redobradas e sem o campeão belga. Depois de ter falhado o Giro por problemas físicos e de bater Jasper Philipsen nos campeonatos belgas, a Alpecin-Deceuninck decidiu deixar de fora por opção Tim Merlier, um ciclista que também estará de saída. A opção compreende-se pois não há espaço para todos, pois não há assim tantas etapas para os puros sprinters e porque Jasper Philipsen dá enormes garantias. Garantias de consistência, garantias de querer mais do que tudo ganhar 1 etapa no Tour e garantias de ter capacidade para bater os melhores sprinters do Mundo num dia sim, até porque passa melhor as subidas do que a maioria. O comboio de Krieger e Planckaert não é incrível, falta Jonas Rickaert, mas Philipsen é um sprinter que se coloca bem sozinho no meio de confusão.

Numa formação sem um único trepador e totalmente focada nas vitórias em etapa, outro nome bastante óbvio a destacar é o de Mathieu van der Poel. Numa estrutura destas não há medo de ficar com a amarela, há sim essa ambição e é para isso que o holandês tem vindo a trabalhar nas últimas semanas depois de um Giro onde cumpriu tudo a que se propôs. O estado de forma é uma pequena incógnita, apesar de Van der Poel estar quase sempre bem, não seria de admirar que acusasse o desgaste a partir de meio da prova. Há muitas etapas para ele e a amarela é um grande objectivo. Gogl e Sbaragli são dos que passam bem a média montanha e mesmo assim numa segunda semana podem ter chances, a par de Silvan Dillier. Guillaume van Keirsbulck completa o alinhamento.

 

Previsão: Uma das equipas que mais deve animar o Tour ao longo das 3 semanas. Com tanta etapa ao seu jeito, Mathieu van der Poel vai levantar os braços tal como Jasper Philipsen, que vai deixar para trás os pódios do ano passado.

 

Astana Qazaqstan Team

Depois de um Giro onde arriscaram tudo e teve de ser Vincenzo Nibali a salvar a honra do convento, chegam ao Tour e apresentam um dos alinhamentos mais fracos que há memória numa Astana. Alexey Lutsenko vai tentar repetir o surpreendente top 10 do ano passado, só que o cazaque tem tido um ano para esquecer  e não acreditamos que o faça, de recordar que foi 7º à geral sem terminar no top 5 de uma etapa. Talvez esta época queiram o protagonismo de uma etapa e isso até seria bem jogado, o melhor para Lutsenko. Samuele Battistella poderia ser uma boa opção para as etapas de média montanha mas acusou positivo à COVID-19 hoje e foi substituído por Aleksandr Riabuschenko, sprinter bielorrusso.

Joe Dombrowski é o clássico trepador norte-americano que nunca alcançou o potencial que muitos diziam ter, Gianni Moscon está a ter uma época completamente para esquecer e Fabio Felline até pode fazer um ou outro top 10, nada mais do que isso porque haverá sempre alguém mais rápido que ele num grupo reduzido, ou alguém que suba melhor. Andrey Zeits, Dmitriy Gruzdev e Simone Velasco são os restantes participantes.

 

Previsão: O alinhamento fraco vai traduzir-se numa prestação bastante fraca dos comandados de Alexandre Vinokourov. Lutsenko será o mais inconformado.

 

Bahrain-Victorious

Obviamente não é a preparação ideal ver a polícia entrar em casa e fazer buscar domiciliárias dias antes da competição mais importante do ano, mas a Bahrain-Victorious tem respondido com resultados às suspeitas lançadas pelas autoridade e chega ao Tour com uma liderança bipartida entre Damiano Caruso e Jack Haig. Dois perfis bem diferentes, Caruso subiu a pulso e de gregário de luxo de Mikel Landa em 2021 passou a líder no Tour em 2022, isto porque terminou essa Volta a Itália no 2º lugar. 2022 foi um ano regular, tal como Caruso costuma ser. 7º no Tirreno, 6º na Romândia, 4º no Dauphine, onde provou novamente ser um ciclista que se conhece muito bem. Já finalizou no top 10 das 3 Grandes Voltas, tendo sido 10º no Tour em 2020. Haig é um ciclista bem diferente, aos 28 anos e ainda a tentar subir nos rankings precisa de confirmar o 3º lugar obtido na Vuelta há alguns meses. A preparação não foi incrível, 6º no Paris-Nice, 5º no Dauphine, o mais preocupante foi ligeiras quebras que teve nas montanhas ao tentar acompanhar os melhores.

Para o ataque às etapas não faltam opções, Dylan Teuns é um corredor extremamente letal e seria surpreendente de saísse do Tour sem 1 etapa ganha, também atendendo à orografia deste ano. De Matej Mohoric podemos dizer o mesmo, o esloveno adora dias longos de média montanha, não é o melhor sprinter, mas se lhe derem alguns metros de vantagem dificilmente lhe metem a vista em cima. Luis Leon Sanchez e Jan Tratnik são os gregários para todo o terreno e atenção a Fred Wright, que este ano evoluiu imenso.

 

Previsão: Sempre em alta rotação, a Bahrain-Victorious chega ao Tour motivada para calar os críticos. Damiano Caruso é um poço de experiência e fará top-10 final, melhorando o seu melhor registo. Matej Mohoric não costuma falhar nos grandes momentos e este ano não será excepção.

 

B&B Hotels – KTM

Será certamente uma das mais activas nas fugas, especialmente na primeira semana, têm de se mostrar a todo o custo. Franck Bonnamour foi um dos destaques no ano passado, ao ser 22º e fechar no top 10 de etapas por 4 vezes, depois vez uma segunda metade de época incrível. Curiosamente, tal como no ano passado, chega aqui sem grandes resultados ou exibições, excepto 1 etapas no Paris-Nice. Pierre Rolland parecia muito afastado do nível exigido para estas corridas até que se voltou a descobrir no Dauphine, vai certamente atacar muito e lutar pela classificação da montanha.

Para os sprints o escolhido foi Luca Mozzato, um italiano de 24 anos que fez 2 pódios em clássicas em Maio. É bom a colocar-se e não seria uma surpresa completa se fizesse 1 ou 2 top 10 em etapa. Os seus lançadores devem ser Cyril Barthe e Jeremy Lecroq. Para Gougeard, Lemoine e Schonberger resta algum tempo de antena nas clássicas fugas em jornadas planas.

 

Previsão: Muita combatividade ao longo das três semanas mas nada mais que isso.



BORA-Hansgrohe

Uma das equipas do momento e que vem com uma estratégia diferente em relação ao Giro, onde tudo correu às mil maravilhas. Em vez de uma liderança tripartida, Aleksandr Vlasov é o líder único para a classificação geral e o russo está a fazer uma temporada tremenda, ganhou a Volta a Comunidade Valenciana, foi 4º no UAE Tour, 3º no País Basco, venceu na Romândia e estava a liderar a Volta a Suíça quando testou positivo à Covid-19. Vlasov confirmou o seu potencial para Grandes Voltas no Giro de 2021, onde terminou no 4º posto e chega ainda com mais confiança, as dúvidas que ainda pairam sobre ele é a consistência na alta montanha e a capacidade técnica e táctica em dias mais armadilhados e com descidas longas.

A formação alemã gosta sempre de ter alternativas a um bom lugar na geral caso o seu líder falhe ou abandone, as alternativas mais credíveis neste caso serão Patrick Konrad e Felix Grossschartner, ambos já fizeram top 10 em Grandes Voltas, podendo também ser excelentes gregários. Lennard Kamna vem fazer o papel do Giro, caçar etapas e ajudar quando puder, um pouco à imagem de Maximilian Schachmann, que mostrou na Volta a Suíça estar num momento de forma bem melhor face ao início de época. Dificilmente um destes alemães não ganha 1 tirada. A opção estratégica recaiu na classificação geral até porque Sam Bennett não dava  garantias, no seu lugar veio Danny van Poppel, um dos sprinters que passa bem as subidas e adora grupos reduzidos nas chegadas em ligeira inclinação. Nils Politt e Marco Haller vão ajudar no terreno plano e nos ventos cruzados, uma ajuda que poderá ser fundamental.

 

Previsão: Com o foco em Aleksandr Vlasov, o ciclista russo confirmará com top-5 final na geral. Maximilian Schachmann terá a sua liberdade e ganhará num dia de média montanha.

 

Cofidis

Uma equipa com várias opções, vão ter de escolher a certa. Guillaume Martin foi 8º no Tour e 9º na Vuelta em 2021 e vem de um Giro onde os objectivos não foram cumpridos, nem fez top 10, nem ganhou 1 etapa. Para vencer em etapas tem de poupar mais energias em certos dias e perder mais tempo na geral, se quiser mesmo o top 10 tem de estar mais atento e não fazer ataques kamikaze. Ion Izagirre tem de ir à bruxa depois destes meses, o basco está a cair quase em todas as provas por etapas, quando correu tudo normalmente brilhou, que foi no País Basco. Izagirre sabe que vai perder muito tempo na alta montanha para os melhores, vai tentar as etapas.

Benjamin Thomas tem um potencial tremendo, tem um motor enorme e está a andar muito bem já desde Maio, mesmo que não ganhe, pode ser muito importante num possível triunfo de um companheiro de equipa e o mesmo se aplica a Simon Geschke que foi um surpreendente 3º no Tour de Romandie. Para os sprints há Bryan Coquard, o francês não ganha desde Fevereiro, ainda assim o percurso assenta-lhe bem, deve estar na luta por um ou outro pódio em tiradas e pelo top 5 da camisola verde, contará com a ajuda de Max Walscheid. Victor Lafay é o corredor para chegadas em pequenos topos, deu um salto qualitativo visível em 2022 e não tem medo de atacar ou de enfrentar os tubarões.

 

Previsão: Há 14 anos que não vencem no Tour de France, não será este ano que a malapata será quebrada. Guillaume Martin parece cansado, será Bryan Coquard quem estará mais perto.

 

EF Education – EasyPost

Esteban Chaves é o grande ausente dos escolhidos, pela sua experiência e pelo que mostrou no Dauphine. Está a grande esperança portuguesa para a conquista de uma etapa, Ruben Guerreiro, que esta época está melhor do que nunca na alta montanha, um trabalho de evolução constante e que deu frutos com o top 10 no Dauphine e com a conquista do Mont Ventoux. O objectivo da equipa para ele passa pela conquista de uma etapa e o corredor português tem as características certas para disputar a camisola da montanha, para além de subir bem é explosivo para discutir os sprints. A questão é que para disputar tal classificação é preciso estar relativamente longe na geral e Ruben Guerreiro não parece estar disposto a isso, pelo menos logo nos primeiros dias, tem vontade de se testar na classificação geral.

Para esse departamento, a EF conta com Rigoberto Uran, que não tem mostrado grande coisa em 2022, e Neilson Powless, um ciclista claramente ainda em evolução, e que fez uma excelente Volta a Suíça, será o tira teimas a ver como está a recuperação do jovem americano. Stefan Bissegger tem o grande objectivo logo no primeiro dia e depois cabe a ele, a par de Owain Doull, a protecção dos líderes nas etapas planas. Magnus Cort e Alberto Bettiol são muito inconstantes e perigosos na média montanha, o italiano está à procura de voltar aos grandes resultados. Corrida importante para Jonas Rutsch ganhar muita experiência.

 

Previsão: Rigoberto Uran já não é o mesmo, não acreditamos no seu top-10. Ao invés, será Neilson Powless que se vai confirmar como um corredor de provas por etapas e finalizar nos 10 melhores. Ruben Guerreiro será um dos grandes animadores do Tour, vencendo uma etapa e a classificação da montanha!

 

Groupama-FDJ

A aposta no Giro foi mais do que ganha, quando a escolha de líderes foi feita alguns questionaram, a formação gaulesa respondeu na estrada com vitórias e a Maglia Ciclamino, para o Tour não trazem sprinters. David Gaudu até pode vir com o pensamento num bom lugar na geral, mas não acreditamos muito no francês para essas andanças, é altamente irregular e falta-lhe capacidade de colocação nos dias em que não há montanha. O mais certo é Gaudu andar 1/2 dias com os melhores, quebrar e depois perder tempo para tentar ganhar etapas, e aí é bem possível que aconteça, até porque tem uma boa ponta final. Os outros trepadores da equipa vêm na mesma situação, um Thibaut Pinot com mais confiança do que no início do ano e um Michael Storer que ainda não mostrou o nível da Vuelta 2021.

Para a média montanha há 2 corredores: Stefan Kung e Valentin Madouas, com o suíço também a focar-se nos contra-relógios. Ambos estão a fazer épocas de muita qualidade, com Kung a mostrar uma grande evolução na montanha, enquanto Madouas fez umas clássicas excepcionais. Podem ser muito perigosos se usarem as suas armas da maneira correcta. Duchesne, Geniets e Le Gac são os gregários de serviço.

 

Previsão: David Gaudu até pode vir com o objetivo da geral mas vai voltar a falhar. Quando se focar em vencer etapas vai consegui-lo, com Thibaut Pinot fará uma dupla muito perigosa.




INEOS Grenadiers

Sem Bernal e sem Carapaz, a estratégia passa por uma liderança tripartida, um pouco como a Bora-Hansgrohe fez no Giro. Sem um grande líder, é curioso como a formação britânica regrediu neste departamento nos últimos 5 anos. O líder mais fiável e consistente até será Geraint Thomas, o veterano britânico é bom no empedrado, tem muita experiência, é relativamente explosivo e bom no contra-relógio, vai tentar minimizar perdas na montanha. Vem com mais confiança depois da Volta a Suíça. Nessa corrida, Dani Martinez desiludiu um pouco, consideramos que dos 3 o colombiano é aquele que tem mais potencial para andar junto dos melhores e que mais probabilidades tem de alcançar o pódio, mas se não tiver a 100% nem no top 10 consegue entrar. Adam Yates é muito bom na montanha e falta-lhe muita coisa no resto, se sobreviver à primeira semana pode fazer top 5, tem a vantagem de ter tido Covid-19 recentemente e não andar com essa sombra em cima da cabeça.

Filippo Ganna será muito importante, não só nos contra-relógios, como também a proteger os seus líderes nos vários terrenos. De resto, a Ineos-Grenadiers tem o hábito de trazer gregários muito completos e assim volta a fazer com Jonathan Castroviejo e Dylan van Baarle. Luke Rowe será o capitão na estrada e Thomas Pidcock é uma caixinha de surpresas, mas não esperamos muito do inconstante britânico (muitas vezes é nestas ocasiões que surpreende).

 

Previsão: A vitória na Volta a Suíça foi fundamental para Geraint Thomas, o veterano britânico estará confiante para um bom Tour, conseguindo finalizar no top-5. Daniel Martinez irá vencer uma etapa, continuar a sua grande época, e terminar no top-10 final. Filippo Ganna ganhará um dos contra-relógios.

Intermarché – Wanty – Gobert Matériaux

Chegaram ao Giro como uma das equipas do momento e continuam com esse estatuto depois da incrível Volta a Itália que fizeram. Louis Meintjes é dos nomes que vemos como mais certos no top 10, o sul-africano está em excelente forma e é sempre muito consistente em corridas de 3 semanas, ainda para mais numa equipa que está focada em ajudá-lo a superar as primeiras etapas, até temos visto um Meintjes um pouco mais ofensivo em 2022. Os ciclistas para o ajudar na montanha podiam ser melhores, Georg Zimmermann ainda não tem experiência a este nível e Kobe Goossens, apesar de estar a melhorar, ainda não está ao nível de um super-gregário.

No capítulo dos sprints, Alexander Kristoff continua a ser um dos homens rápidos mais consistentes do pelotão, nota-se é que já perdeu alguma explosão e contra Jakobsen ou Philipsen dificilmente consegue atingir os watts necessários. A etapa do empedrado será onde terão mais hipóteses, visto que também contam com Adrien Petit, Andrea Pasqualon e Sven Erik Bystrom, o que formará um comboio decente nas etapas planas. Taco van der Hoorn continua a sua ascensão mediática no ranking das fugas e vai tentar surpreender numa etapa mais plana lá mais para o meio do Tour.

 

Previsão: O nível no Tour de France é muito elevado, Alexander Kristoff vai andar perto muitas vezes mas não vai conseguir. Cuidado com Taco van der Hoorn, irá tentar, tentar e tentar. Ao seu estilo, Louis Meintjes terminará no top-10 final.

 

Israel – Premier Tech

A formação mais veterana do Tour vem à procura de etapas e talvez de um bom lugar na classificação geral. Para o segundo objectivo, vemos em Jakob Fuglsang o grande líder, o dinamarquês regressou ao nível que nos tem habituado na Volta a Suíça após um início de temporada com alguns problemas físicos. Fuglsang não é um puro trepador, é sim um corredor muito completo, que gosta muito da média montanha e que já mostrou defender-se no empedrado.

Mais focado nas etapas estará Michael Woods e com tanta montanha o canadiano tem mais do que condições para conseguir levar 1 jornada para casa, até porque é extremamente bom em pendentes muito inclinadas. Para isso a equipa precisa de ajudar Woods a integrar fugas, visto que não é a sua especialidade, para isso serão cruciais Krists Neilands e Hugo Houle, que já têm alguma experiência nisso. Simon Clarke e Daryl Impey serão 2 ciclistas a ter em conta em jornadas de média montanha, ambos conseguem integrar grupos relativamente reduzidos e têm uma excelente ponta final. Como a Israel também está na luta pela despromoção, são daqueles ciclistas que vão sempre sprintar por lugares mais secundários. Guillaume Boivin vai ser importante em etapas planas e de Chris Froome, apesar de alguns sinais encorajadores, não esperemos muito mais do que terminar a corrida.

 

Previsão: Em crescendo de forma, a formação israelita confia em Jakob Fuglsang e Michael Woods. O duo dinamarquês/canadiano será um perigo nas etapas de alta montanha e, numa fuga, Woods conseguirá a vitória.




Jumbo-Visma

Uma das equipas a abater! A demonstração de força no Dauphiné foi algo impressionante, mas a concorrência aqui é muito superior, veremos do que são capazes as “Abelhas”! Primoz Roglic parte em busca do seu sonho, vencer o Tour, será este ano? Já quebrou a maldição francesa, o Paris-Nice e o Dauphiné foram conquistados, mas falta a prova mais complicada. Tem que correr tudo de forma perfeita, o esloveno não pode ter um dia menos bom (já nem dizemos mau!), tem de estar em modo canibal como muitas vezes já o vimos.

Jonas Vingegaard regressa à prova onde saltou para a ribalta. Um ano depois, com mais experiência, o dinamarquês estará pronto para a luta. Relembramos que há um ano, Vingegaard foi o único que conseguiu colocar Pogacar em dificuldades durante parte de uma etapa. Tem feito uma temporada em crescendo, terá que se entender de forma perfeita com Roglic.

O bloco de montanha conta com Steven Kruijswijk (se estiver ao nível das últimas etapas do Dauphine muita atenção), Sepp Kuss (como gregário é dos melhores do Mundo, quem não se lembra do Tour 2020?) e o sempre versátil Tiesj Benoot.

Wout van Aert vai-se focar, pela primeira vez na carreira, na camisola verde e não podia escolher uma melhor edição, onde há pelo menos duas mãos cheias de etapas onde pode estar entre os primeiros! Focou-se mais no sprint e no contra-relógio do que na montanha, no entanto é um dos mais completos do Mundo, se a situação assim o pedir irá ajudar Roglic e Vingegaard. Christophe Laporte será o seu guia nos quilómetros finais. Nathan van Hooydonck reforça o bloco das etapas planas/clássicas, uma equipa para todos os gostos e que pode vencer todos os dias!

 

Previsão: Com os olhos postos em todas as classificações, a Jumbo-Visma sairá do Tour com, pelo menos, 3 triunfos, dois deles com Wout van Aert e um com Jonas Vingegaard. Van Aert vencerá a camisola verde e Vingegaard e Roglic vão terminar no pódio final, com o dinamarquês a ser quem mais perto vai conseguir estar do triunfo final, será uma questão de detalhes.

 

Lotto Soudal

O Giro de Caleb Ewan não foi nada famoso, o objetivo de vencer uma etapa não foi alcançado, e a confiança no Pocket Rocket parece ter diminuído uma vez que apenas Reinardt Janse van Rensburg estará no seu apoio, o mais provável, tentando deixá-lo na roda certa antes do sprint final. Frederik Frison será um homem de muito trabalho na frente do pelotão.

Tim Wellens chega em excelente forma, o belga só espera que as temperaturas não sejam muito altas, não gosta de muito calor, pois tem muitas etapas ao seu jeito. Andreas Kron faz a sua estreia no Tour e não podia pedir mais etapas ao seu jeito, um puncheur de muita qualidade e que tem a motivação de começar a correr em casa. Philippe Gilbert faz a despedida do Tour, não acreditamos num triunfo seu, no entanto Big Phil já surpreendeu este ano, rendeu a um nível que já não víamos há muito.

Brent van Moer e Florian Vermeersch são dois belgas muito talentosos, estarão ao ataque muitas vezes. Muito cuidado com Vermeersch para a etapa do empedrado, deve ser o seu grande objetivo da corrida.

 

Previsão: Caleb Ewan vai continuar a sua temporada desastrosa em Grandes Voltas, sem triunfos. Tim Wellens é muito combativo, dará espetáculo mas haverá alguém sempre mais forte.

Movistar Team

Longe de ser dos melhores alinhamentos da Movistar para o Tour de France, todas as esperanças estão depositadas em Enric Mas. O espanhol não está a ter um grande ano mas o azar também tem sido muito, com quedas em momentos decisivos. Foi 5º no Tour e na Vuelta em 2020 e 6º no Tour e 2º na Vuelta do ano passado. Muito regular, não é de ataques, sempre ao seu ritmo vai eliminando os rivais, veremos se sobrevive à primeira semana.

Carlos Verona, Gorka Izagirre, Gregor Muhlberger e Matteo Jorgensen serão o apoio na montanha, longe de outras equipas. Olhando para estes 4 ciclistas, deverão ter a sua liberdade para tentar vencer uma etapa em dias mais duros, principalmente Jorgensen, um jovem com grande valor e que se mostrou bem no Dauphiné, e Verona, a vitória no Dauphine foi muito importante para liberdade a pressão e ganhar confiança para o restante da temporada. Nelson Oliveira será um todo-o-terreno, Imanol Erviti e Albert Torres serão importantes nos dias mais planos.

 

Previsão: A temporada da Movistar não está a correr de feição e a Volta a França não será excepção. Enric Mas vai continuar com a sua onde de azares e não conseguirá o importante top-10.

 

Quick-Step Alpha Vinyl Team

Uma das equipas que se costuma dar sempre bem no Tour de France e que vai sentir a falta do campeão do Mundo Julian Alaphilippe. O francês foi deixado de foram após apenas ter corrido 1 dia nos últimos 2 meses, não se sentindo confiante para estar ao nível desejado. Também de fora fica Mark Cavendish, mas este nunca esteve previsto para estar em competição.

Desde o início do ano, Fabio Jakobsen era a apostar definida para o sprint e o neerlandês tem comprovado ser um dos melhores do Mundo na sua especialidade. Com poucas oportunidades evidentes para os sprinters puros, trazer dois sprinters poderia ser um erro. Michael Morkov será o fiel lançador de Jakobsen, com o campeão francês Florian Senechal a fazer companhia no comboio. Yves Lampaert, Kasper Asgreen e Mikkel Honoré ainda devem dar uma mão no comboio mas terão muitas oportunidade para brilhar, nos contra-relógios e nas etapas estilo clássicas.

Andrea Bagioli tentará nas etapas de média montanha, é um corredor rápido mas tem tido um ano com altos e baixos. Mattia Cattaneo é o intruso, o único ciclista para a montanha. Tem qualidade para um bom resultado, tem que integrar a fuga certa para conseguir um importante triunfo para a sua carreira.

 

Previsão: Com Michael Morkov a guiá-lo, Fabio Jakobsen conseguirá vencer duas etapas. Com liberdade, Mikkel Honoré vai levantar os braços num dia de média montanha.




Team Arkéa-Samsic

A realizar uma temporada de grande nível, mas a perder gás nos últimos tempos, a Arkea-Samsic chega motiva ao Tour. Qual será o papel de Nairo Quintana? O colombiano entrou a voar no início de 2022 mas as últimas competições têm mostrado um Quintana mais discreto. Vem com objetivo da geral mas, em nossa opinião, focar-se em etapas e na montanha seria muito melhor. Warren Barguil é o outro grande trepador da equipa, tem aparecido a espaços em 2022 e quando aparece cuidado, é em grande!

Amaury Capiot e Hugo Hofstetter serão os sprinters de serviço, acreditamos mais no segundo, tem uma consistência enorme mas com esta concorrência chegar ao top-5 já seria um “triunfo”. Matis Louvel e Connor Swift também não são ciclistas lentos mas preferem dias mais duros, a fazer lembrar clássicas, podem tentar em fugas mas deve haver sempre alguém mais forte. Lukasz Owsian e o experiente Maxime Bouet completam o alinhamento.

 

Previsão: Nairo Quintana tem que se focar nas etapas, com Warren Barguil podem ser perigosos, e com dois podem confundir os seus rivais. A concorrência no Tour é muita, a vitória vai andar perto mas não será conseguida.

 

Team BikeExchange – Jayco

O alinhamento da equipa australiana deixa muito a desejar, talvez condizendo com a fraca temporada que vêm a realizar. Dylan Groenewegen tentará dar brilho à sua temporada nas chegadas ao sprint, até agora tem desiludido, sempre que aparecem dificuldades pela frente fica para trás, mas nos outros dias tem conseguido discutir com os melhores.

Michael Matthews até poderia ter um sério candidato à camisola verde mas só se deverá focar nas etapas onde Groenwegen não esteja e a diferença pontual pode já ser grande e, indiretamente, vão andar a roubar pontos um ao outro.

Luka Mezgec, Amund Grondhal Jensen, Luke Durbridge e Jack Bauer serão homens de trabalho/parte do comboio dos dois homens já referidos. Sem ninguém para a alta montanha, Nick Schultz e Christopher Juul-Jensen deverão aparecer em fugas de dias de média montanha.

 

Previsão: Dylan Groenewegen tem sido muito criticado mas no Tour de France vai dar a resposta e, com a ajuda do seu excelente comboio, conseguirá vencer uma etapa.

Team DSM

À la DSM, a equipa germânica voltou a ter decisões polémicas, deixando de fora a sua estrela Soren Kragh Andersen, um corredor que anda sempre bem no Tour. Totalmente focados em etapas, Romain Bardet será a aposta na montanha, contando com o apoio de Chris Hamilton, Andreas Leknessund e Martijn Tusveld.

Para os sprints, e depois de ter ganho no Giro, Alberto Dainese tentará repetir a façanha no Tour, cenário bastante mais complicado devido à feroz concorrência. John Degenkolb será o seu lançador, a experiência do alemão poderá ser fundamental. Nils Eekhoff também deverá fazer parte do comboio e ter liberdade em dias de média montanha, tal como o jovem Kevin Vermaerke.

 

Previsão: Romain Bardet é o grande nome e irá salvar a honra do convento com uma vitória nas montanhas gaulesas.




Trek – Segafredo

Com o Tour a começar na Dinamarca, Mads Pedersen será o grande foco na primeira semana. O dinamarquês sonha em vestir a amarela, tem treinado muito o contra-relógio e mesmo o seu sprint está muito forte. O antigo campeão do Mundo quererá brilhar em casa e isso poderá ser fundamental para uma candidatura à camisola verde. Jasper Stuyven e Alex Kirsch completam o bloco de clássicas, acreditamos que terão liberdade mais para a frente na prova, até lá apoio a Pedersen.

Após o Giro, Giulio Ciccone volta à competição, com o foco em etapas. O italiano já vestiu a maillot jaune, mas uma vitória terá outro sabor. Com o experiente Bauke Mollema fará uma dupla muito perigosa nos dias de montanha. Quinn Simmons é uma caixinha de surpresas, um corredor capaz de andar com os melhores nas etapas estilo clássicas. Toms Skujins e Tony Gallopin também gostam desse perfil de etapas, são muito combativos, esperamos vê-los no apoio a Ciccone e Mollema nos dias de montanha, tentando ajudá-los nas fugas.

 

Previsão: Giulio Ciccone e Bauke Mollema são mais um duo perigoso na montanha, devem andar na luta pela classificação da montanha, ambos têm muito experiência. Mads Pedersen será o foco inicial e contribuirá com uma vitória em etapa.

 

TotalEnergies

Peter Sagan é a figura de proa da formação francesa, a grande contratação da temporada. A vitória na recente Volta a Suíça dará muita confiança ao 7 vezes vencedor da camisola verde, mesmo assim é preciso esperar para ver como estará Sagan que, recentemente, voltou a estar infetado com COVID-19. Daniel Oss, Maciej Bodnar e Edvald Boasson Hagen serão peças do seu comboio, com o norueguês a poder ter algumas oportunidades caso o eslovaco não esteja no seu melhor.

Pierre Latour tentará sacar um coelho da cartola na montanha. O francês deixa tudo na estrada, por vezes até ataca cedo demais o que lhe custa alguns bons resultados. Mathieu Burgaudeau e Anthony Turgis serão perigos nas etapas a fazer lembrar as clássicas, estão a realizar temporadas de bom nível. Alexis Vuillermoz será o símbolo da experiência, será complicado vencer mas poderá ser muito importante na manobra da equipa.

 

Previsão: A grande figura é Peter Sagan mas o eslovaco não conseguirá a desejada vitória apesar da regularidade. Os comandados de Jean-René Bernardeau estão a andar muito bem e Anthony Turgis coroará a sua época com um triunfo aqui.

 

UAE Team Emirates

Tadej Pogacar parte em busca do 3º Tour de France consecutivo, depois de uma temporada praticamente imaculada, onde venceu UAE Tour, Strade Bianche, Tirreno-Adriático e Volta a Eslovénia. O esloveno de 23 anos parece um nível acima de todos, quando decide atacar ninguém o consegue atacar. Faz diferenças onde quer e quando quer.

O foco está todo em Pogacar, não há espaço para outro líder. Rafal Majka será o seu braço direito, já o foi na Eslovénia, desta vez na companhia de Marc Soler, Brandon McNulty e George Bennett. Mikkel Bjerg e Vegard Stake Laegen serão os homens de serviço no terreno plano, já no ano passado foram imprescindíveis. Marc Hirschi é a última peça, entrou para o lugar de Matteo Trentin, que acusou positivo à COVID-19. Longe da experiência de outros nomes na montanha, o helvético deverá ser um dos primeiros a entrar ao serviço quando a estrada inclinar.

 

Previsão: Tadej Pogacar tem sido dono e senhor do Tour de France e este ano não será excepção, com o 3º triunfo consecutivo a acontecer. Para além disso, camisola da juventude e duas etapas para o esloveno.




By admin