W52-FC Porto

Sem Raul Alarcon mas nem por isso fica sem um dos alinhamentos mais fortes da competição. Veremos qual a táctica dos comandados de Nuno Ribeiro, acreditamos que os ciclistas protegidos serão Edgar Pinto, um poço de regularidade, António Carvalho, um ciclista muito talentoso e que é daqueles corredores de 8 ou 80, ou faz pódio ou fica do top 10 depois de dar tudo pela equipa, e ainda João Rodrigues. João Rodrigues iniciou muito bem a época, depois desapareceu um pouco e parece estar a melhorar aos poucos agora, ele que foi a grande confirmação da prova em 2018.

A W52-FC Porto beneficia se a corrida for táctica, tem muitas opções e quando a corrida é selectiva e não há grandes forças de perseguição é aí que fica ainda mais beneficiada. A única formação Profissional Continental portuguesa vai tentar provocar essas situações. Samuel Caldeira no meio de tanto trabalho pode ter uma ou outra oportunidade ao sprint. Gustavo Veloso aos 39 anos virá para ajudar os seus colegas enquanto Ricardo Mestre e Daniel Mestre são autênticos gregários de luxo, Daniel Mestre pode também ter oportunidades na média montanha. Não nos admiraria que a W52-FC Porto conseguisse colocar 2 elementos no top 5 ou mesmo no pódio, geralmente é uma equipa que tem quase sempre as melhores decisões tácticas, então nesta prova raramente tem falhado.



 

Israel Cycling Academy

Edwin Avila estava previsto na lista de participantes, mas o sprinter colombiano foi substituído por August Jensen. Sendo assim falta um grande líder à equipa Profissional Continental, vem claramente com segundas linhas. Para fazer face a isso irão apostar tudo nas fugas e têm alguns corredores que finalizam bem em grupos reduzidos como é o caso de Zakkari Dempster e August Jensen. O estagiário e ex-BMC Freddy Ovett, 9º em Langkawi este ano, será a referência da equipa na montanha.

 

 

Team Arkea-Samsic

Mais uma equipa estrangeira que aposta nos sprints, neste caso com o holandês Bram Welten, um sprinter que gosta de algumas colinas e que tem os seus melhores resultados em clássicas francesas e belgas. Em princípio a aposta será Welten, mas pode ser também Maxime Daniel, que ganhou a última etapa da Vuelta a Madrid, prova precisamente ganha pelo seu colega Clement Russo, que também vai estar aqui presente.

O experiente Brice Feillu será o trepador de serviço, mas os melhores tempos de Feillu já passaram e o top 10 final não passa de uma miragem. Os jovens Thibault Guernalec e Romain le Roux estão aqui para evoluir e aprender, numa equipa que conta com o experiente Robert Wagner.

 

Caja Rural Seguros RGA

A aposta é nos sprints e não fosse a orografia complicada do nosso país seria quase certo que entre Nelson Soto e Matteo Malucelli a Caja Rural iria picar o ponto, o italiano até já sabe o que é ganhar aqui. Só que ambos não passam muito bem a montanha, se tivéssemos de dizer um líder entre os dois apostávamos em Malucelli.

A menos que se poupe muito ou desista a meio a presença da Domingos Gonçalves aqui é mau sinal tendo em vista a Vuelta, o ciclista português pode mesmo falhar a última Grande Volta do ano, depois de ter estado várias semanas em convalescença após a queda na Volta a Catalunha. Com um motor enorme e no seu dia Domingos Gonçalves é dos ciclistas mais perigosos deste pelotão na média montanha. Os melhores anos de Sergio Pardilla já lá vão no entanto o experiente espanhol é sempre um perigo, relembrando que já ganhou no Alto da Senhora da Graça.

 

Euskadi Basque Country-Murias

Realisticamente a formação basca vem aqui com a “equipa B”, nenhum dos 7 escolhidos deve estar presente na Vuelta dada a dureza da Volta a Portugal e da proximidade com a competição espanhola. Mario Gonzalez, que conta com passagens pelo Sporting/Tavira, é o corredor mais conhecido, depois de começar bem a temporada na Volta ao Alentejo e Vuelta a Castilla y Leon tem tido problemas recentemente e chega aqui num estado de forma desconhecido.

Mikel Aristi vai procurar o top 10 nas etapas ao sprint. Hector Saez é um ciclista completo e experiente enquanto Sergio Samitier vai tentar confirmar todo o potencial, um dos melhores sub-23 espanhóis da sua geração.

 




Medellin-Inder

A equipa colombiana veio substituir a Evo Pro à última hora e por isso vem praticamente com o mesmo alinhamento do Tour of Qinghai Lake. Isso quer dizer que chegam aqui com ritmo competitivo, mas também com o desgaste dessa prova de 2 semanas e os respectivos voos de regresso. Nessa prova a Medellin dominou no contra-relógio colectivo e graças a isso fez 1º e 2º na geral com Robinson Chalapud, que estava previsto mas acaba por não vir a Portugal, e Oscar Sevilla.

Curiosamente a W52-FC Porto também alinhou nessa competição e escolheu alinhar com uma equipa completamente diferente na Volta. Caso estejam recuperados a Medellin é equipa para se sair bem na alta montanha, estamos com curiosidade de ver Fabio Duarte e Oscar Sevilla nas estradas portuguesas, pensamos que não terão medo de atacar e podem ajudar a decidir quem ganha a corrida.

 

Amore & Vita – Prodir

Não descurando os restantes ciclistas da equipa com licença letã, Danilo Celano, Pierpaolo Ficara e Marco Tizza são os corredores a destacar. Danilo Celano teve uma passagem falhada pela Caja Rural depois de ter brilhado precisamente nesta equipa em 2017. Ainda não conseguiu atingir o nível dessa temporada e não nos parece que isso vá acontecer na Volta a Portugal.

Pierpaolo Ficara tem potencial para ser a grande surpresa do top 10 final, um trepador que foi recentemente 7º na clássica do Mont Ventoux e 7º no Sibiu Tour, a dureza da competição assenta-lhe que nem uma luva. Por fim Marco Tizza é daqueles clássicos sprinters italianos que passa muito bem a média montanha, demonstrou isso mesmo no G.P. Beiras onde finalizou no 4º posto. Já passou pela Volta, em 2017 fez top 5 em 2 etapas e é um forte candidato a uma das jornadas de média montanha.

 

Sporting/Tavira

Pelas declarações de Vidal Fitas antes da Volta a Portugal ao que parece a Torre irá definir quem é o líder da equipa. Pela capacidade inerente na montanha e pela extrema dureza da competição acreditamos que no final a aposta recairá somente em Frederico Figueiredo, um corredor que foi 5º em 2018 apesar de ter trabalhado para Joni Brandão. Pode perfeitamente repetir o top 5, neste momento é aquele que mais garantias dá na montanha.

Alejandro Marque, um pouco ao estilo de Gustavo Veloso, tem perdido capacidade na alta montanha, ainda assim tem o top 10 ao seu alcance, José Mendes é uma incógnita, a meio de uma época discreta foi campeão nacional e Tiago Machado está mais talhado para a média montanha e não acreditamos no top 10. No meio disto tudo, e mais parece a Movistar no Tour com tantos líderes e tão pouca hierarquia, é um pouco incompreensível como é que um sprinter da qualidade de César Martingil, que em 2018 mostrou o que pode fazer, mesmo ao serviço de uma equipa com menos condições, falhe a Volta a Portugal. Alexandr Grigorev é um verdadeiro joker, mostrou em San Juan que por vezes conseguir subir com os melhores,Alvaro Trueba é um potente rolador e David Livramento é sempre um corredor fiável quando a estrada inclina.

 

Swiss Racing Academy

 

Uma estrutura e um alinhamento totalmente suíço sem grandes nomes nem figuras. Cyrille Thierry é um dos mais conhecidos, em 2018 fez alguns lugares de destaque em provas .2 da UCI. Lukas Ruegg já passou pela Voralberg e este ano fez 7º no Tour of Rhodes e 5º na Fleche du Sud. Gian Friesecke é talvez o melhor ciclista da equipa e o que mais estará perto da frente, 15º na Volta ao Alentejo o jovem de 24 anos foi 9º no prólogo há 2 anos.

 

 

Efapel

A equipa do momento e que tem o grande favorito à vitória final. Joni Brandão tem mostrado superioridade na montanha este ano, talvez ainda mais que em outras épocas, 3º no G.P. Beiras, 2º no Troféu O Jogo, no Memorial Bruno Neves e no G.P.J.N e vencedor na Clássica Aldeias do Xisto só tem mesmo faltado triunfos nas classificações gerais, porque já leva 6 vitórias em 2019. Aquelas 3 vitórias consecutivas no G.P.J.N significaram muita força e aos 29 anos este parece-nos ser o ano de Joni Brandão, é o nosso candidato número 1. Até porque a Efapel como colectivo está toda a andar muito bem. Marcos Jurado e Antonio Angulo impressionaram esta época e ficaram de fora, só para dar um exemplo.

Henrique Casimiro conquistou recentemente uma emocional vitória no Troféu Joaquim Agostinho, está em grande forma e temos o feeling que esta pode ser a melhor Volta de Sérgio Paulinho dos últimos anos, agora que não tem a responsabilidade de liderar a equipa e fará o trabalho que fez durante muitos anos. Depois Nikolay Mihaylov, Bruno Silva, Rafael Silva e Fabricio Ferrari são todos ciclistas completos e experientes. A Efapel não deve nem pode entrar em jogos tácticos como já fez este ano e perdeu-os, o foco tem de estar em levar Joni Brandão nas melhores condições aos momentos decisivos, tentando resguardar Henrique Casimiro, uma segunda carta de luxo, para possíveis fugas perigosas.




Aviludo-Louletano

Uma equipa que vem novamente com Vicente Garcia de Mateos como grande líder, já vencedor de 6 etapas na prova e um sprinter que tem melhorado de forma surpreendente e a olhos vistos na montanha. Foi 3º em 2018, é um resultado muito complicado de repetir, há muita alta montanha e as últimas indicações podiam ter sido melhores.

Mateos será secundado por um forte conjunto de experientes trepadores composto por Márcio Barbosa, David de la Fuente e Luis Fernandes, que fez uma enorme Volta em 2018. Oscar Hernandez, Nuno Meireles e André Evangelista completam este conjunto que tem por hábito apresentar-se na Volta sempre ao mais alto nível.

 

ProTouch

 

Estrutura e alinhamento totalmente sul-africano, alguns dos corredores estão a fazer a sua primeira temporada numa equipa profissional e todos têm pouca experiência em competições deste nível. Teoricamente os melhores da equipa serão Jayde Julius e Kent Main. Kent Main já passou pela equipa de formação da Dimension Data, foi estagiário na equipa World Tour e foi 13º no Tour de Langkawi este ano.

 

 

 

Rádio Popular/Boavista

Está de regresso Luís Mendonça depois de ter estado suspenso provisoriamente, apesar de estar sem grande ritmo de competição é um forte candidato, com a sua ponta final, a qualquer etapa de média montanha. 7º em 2017 e 6º em 2018, João Benta deverá ser a grande carta a ser jogada para a classificação geral, a preparação foi boa e o ciclista de 32 anos quer o top 5, algo perfeitamente possível.

Daniel Silva tem estado muito discreto e só apareceu realmente no G.P.J.N, mas no ano passado também voltava de uma longa paragem e fez 12º na Volta, é um ciclista de endurance que fica melhor ao longo da competição. David Rodrigues é um wild card muito sério para o top 10, 6º na Vuelta as Asturias e no G.P. Beiras, 7º nos Nacionais de estrada e no Troféu Joaquim Agostinho, parece que finalmente tudo entrou nos eixos para o ciclista de 28 anos, vencedor da classificação da juventude na Volta em 2014, ele que esteve tão perto de ganhar 1 etapa em 2018 com um espectacular ataque a solo. Hugo Nunes deve continuar a sua época combativa, Luís Gomes é completo e Pablo Guerrero um homem de trabalho.

 

Equipo Euskadi

Podem ser uma das surpresas desta competição, especialmente com Txomin Juaristi, 6º classificado na Volta ao Alentejo. Antonio Soto é outro bom trepador, top 20 na Vuelta a Madrid, Vuelta a Aragon e Vuelta a Murcia. Unai Cuadraro foi recentemente 7º na Course de la Paix, uma prova que reúne alguns dos melhores ciclistas sub-23 da actualidade e Gotzon Martin ganhou a geral do G.P. Abimota.

Portanto é uma equipa sem grandes nomes mas que estando na fuga certa pode muito bem surpreender já que há aqui algum talento e conhecem bem as estradas portuguesas. Podem também eventualmente pensar na classificação da juventude.

 




Vito-Feirense-PNB

É daquelas formações com objectivos muito bem definidos. O comboio dos comandados de Joaquim Andrade tem sido dos melhores este ano em Portugal, com Filipe Cardoso, Oscar Pelegri e João Matias e o sprinter português tem dado muito boa conta de si. Melhoraram muito a partir de Abril e 1 vitória em etapa seria excelente. Principalmente porque é uma equipa que também fará mais tarde a Volta a Portugal do Futuro com nomes como Pedro Andrade e António Ferreira, que ficaram de fora do alinhamento.

Na montanha Jesus del Pino e João Barbosa terão carta branca. Jesus del Pino está a aproveitar muito bem a oportunidade de liderar uma equipa, 5º na Clássica Aldeias de Xisto, 12º no G.P. Abimota, 4º na chegada a Montejunto e só foi derrotado por Rafael Valls na recente Clássica de Ordizia. João Barbosa é um puro talento na montanha, com apenas 22 anos, 3º na juventude do G.P. Beiras, 2º na juventude do G.P.J.N. e 3º na juventude do G.P. Abimota. Raul Rico e Bjorn Thurau são ciclistas completos e que rolam bem.

 

UD Oliveirense – InOutBuild

Um conjunto que está a exceder as expectativas, será capaz de continuar assim? A procura de etapas será constante, Josu Zabala foi um bom reforço a meio da época, 14º no G.P. Beiras, o espanhol dá um toque de experiência necessário. Rafael Lourenço é uma das revelações de 2019, 8º no G.P.J.N e 13º no G.P. Abimota, é um corredor que finaliza muito bem em finais durinhos, enquanto Fábio Costa será o sprinter mais puro da equipa.

A contratação de última hora para a Volta a Portugal dá pelo nome de Juan Felipe Osorio, colombiano que passou pela Manzana Postobon e que já ganhou a classificação da montanha na Volta ao Algarve. Venceslau Fernandes, vencedor da Volta a Portugal do Futuro em 2018, parece ser a aposta da equipa para a classificação geral. Completam a equipa 2 grandes puros talentos, Pedro Miguel Lopes (que pelo que sabemos pode estar a caminho de voos mais altos em 2020) e Pedro José Lopes, um trepador. O objectivo também passa pela classificação da juventude através de Rafael Lourenço ou Pedro Miguel Lopes.

 

BAI-Sicasal-Petro de Luanda

Uma equipa muito curiosa, com sede em Angola, e com o grande objectivo de evoluir o ciclismo nesse país a equipa decidiu contratar 2 portugueses para ter mais presença em Portugal e mais qualidade no plantel. Os escolhidos foram os experientes Guillaume de Almeida e Micael Isidoro, com Micael Isidoro a ser particularmente competitivo nas provas até agora.

Uma formação que procurará algum tempo de antena e para os ciclistas africanos o objectivo é terminar esta dura competição.

 

 

LA Alumínios

Uma equipa jovem, com todos abaixo dos 27 anos e 100% portuguesa, um projecto que cresceu em 2019 e que procura aqui o seu melhor resultado de sempre. António Barbio será o líder, um corredor consistente e em forma, que procura o top 20. 6º no G.P. Abimota e 10º no Troféu Joaquim Agostinho a alta montanha não é o seu forte mas é capaz de seguir os melhores na média montanha.

Depois é de esperar muita combatividade dentro da equipa, Marvin Scheulen e David Ribeiro tentam sempre entrar nas fugas, Emanuel Duarte foi uma das boas revelações de 2019 e Gonçalo Leaça teve este ano uma experiência internacional com a selecção sub-23.




Miranda-Mortágua

O experiente Hugo Sancho será o líder para a classificação geral, ele que tem subido lentamente de forma, foi 9º no G.P. Abimota e 13º no Troféu Joaquim Agostinho. A par de Daniel Freitas tem sido o ciclista mais consistente da equipa, Gaspar Gonçalves ainda não alcançou todo o potencial que se lhe augura.

O sprinter venezuelano Leangel Linarez é reforço para a Volta, vencedor de etapa no G.P.J.N. o jovem de 21 anos focar-se-á nos sprints puros. A temporada não tem sido fácil para os espanhóis da equipa (Jesus Nanclares, Sergio Vega e Cristian Mota) Mota esteve muito tempo lesionado, Nanclares abandonou no Troféu Joaquim Agostinho e Sergio Veja é aquele que já tem um resultado de registo, 8º no G.P. Abimota.

 

Foto: PODIUM/Paulo Maria

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