AG2R La Mondiale
A equipa francesa não traz o melhor dos seus alinhamentos para a Vuelta no entanto vem com 8 ciclistas bastante competentes. Após uma primeira metade de época marcada por lesões, Pierre Latour apresentou-se a bom nível na Volta a Polónia, onde foi 6º. Já vencedor de uma etapa na Vuelta, o trepador francês está a voltar ao nível que nos habituou noutras temporadas, principalmente o ano passado quando esteve perto do top-10 no Tour.
Clement Venturini é o homem apostado para as chegadas rápidas. Um sprinter muito regular, que prefere tiradas mais duras e com finais com alguma inclinação, algo que acontece nesta Vuelta. Dorian Godon será o seu lançador. O combativo Silvan Dillier será uma presença assídua em fugas nas etapas de média montanha, ele que tem uma excelente ponta final e não tem medo de atacar. Clement Chevrier, Geoffrey Bouchard e François Bidard são homens de montanha e devemos vê-los em fugas nas etapas mais acidentadas.
Previsão: Pierre Latour encontra-se totalmente recuperado e fará o primeiro top 10 da carreira em Grandes Voltas, para além de vencer uma etapa.
Astana Pro Team
Uma equipa de luxo! Na teoria Miguel Angel Lopez e Ion Izagirre são os líderes mas acreditamos seriamente que só o colombiano consegue discutir a Vuelta. 3º no ano passado e vencedor de duas etapas em 2017 vai tentar esquecer o Giro onde, com algum azar à mistura não conseguiu estar com os melhores. Izagirre foi 9º no ano passado e é uma excelente alternativa, um corredor regular, que raramente falha a correr em Espanha (este ano ganhou País Basco e Volta a Comunidade Valenciana).
O bloco de montanha é um dos mais fortes da Vuelta. Jakob Fuglsang faz o seu regresso após o abandono do Tour e será, com toda a certeza, um apoio importante na alta montanha, podendo ter liberdade numa ou noutra etapa. Omar Fraile, Luis Leon Sanchez e Gorka Izagirre completam o leque de espanhóis da equipa cazaque, três gregários de luxo que se adaptam a qualquer tipo de terreno e muito fiéis aos seus líderes. Por fim, Dario Cataldo e Manuele Boaro, mais dois bons trepadores, adaptados mais à média montanha.
Previsão: Miguel Angel Lopez vai voltar a voar na Vuelta e vai terminar em 2º, vencendo, também, uma etapa e a classificação da juventude. Ion Izagirre vai picar o ponto.
Bahrain-Merida
Vitórias em etapa é aquilo que a Bahrain-Merida vai procurar em Espanha. Dylan Teuns já é mais que apenas um ciclista de clássicas, o último ano e a vitória em La Planche de Belles Filles prova isso. Corredor muito explosivo terá muitas oportunidades nesta Vuelta. Mark Padun é um talento enorme, excelente trepador com boa ponta final, vem de ganhar a Adriatica Ionica Race, e depois de no ano passado ter batido na trave pode, finalmente, conseguir a grande vitória da carreira.
Nos sprints, a pressão recai sobre Phil Bauhaus, que não está a ter a sua melhor temporada. Ainda sem vitórias, mas com alguns top-5, o alemão tem sido muito inconsistente apesar de ter melhorado e, por vezes, já conseguir passar as colinas. Luka Pibernik, Yukiya Arashiro e Heinrich Haussler farão parte do comboio do alemão. Por fim, Hermann Pernsteiner é um trepador razoável, já com resultados interessantes nas provas World Tour disputadas, e Domen Novak é um ciclista de equipa.
Previsão: O belga Dylan Teuns está cada vez melhor na montanha e irá marcar presença em muitas fugas, pelo que ganhará duas etapas.
Bora-Hansgrohe
Uma das equipas da temporada e que procura continuar a sua época de sonho! Rafal Majka é a grande aposta da equipa, ele que já fez pódio e venceu etapas na Vuelta, vem de ser 9º na Polónia, após ter terminado o Giro em 6º. O polaco parece estar de volta ao melhor nível, um ciclista sem medo de atacar e apoiado por uma equipa muito forte.
Davide Formolo aparece como a principal alternativa no entanto acreditamos que o foco do campeão italiano deverá ser as etapas de média e alta montanha, aproveitando a sua explosão. Felix Grosschartner, vencedor da Volta a Turquia, Pawel Poljanski e Gregor Muhlberger, um dos melhores gregários do último Tour, completam o bloco de montanha que estará ao serviço de Majka.
Após não ter sido convocado para o Giro e para o Tour, Sam Bennett chega à Vuelta melhor que nunca, já com 11 vitórias, 9 delas no World Tour. Indiscutivelmente um dos melhores sprinters da temporada terá um dos melhores lançadores do Mundo ao seu serviço, com Shane Archbold e Jempy Drucker a formarem o seu comboio.
Previsão: Sam Bennett vai dominar as etapas ao sprint e levará para casa 3 etapas, sendo o melhor sprinter da Vuelta. Rafal Majka vai terminar no top 10 e Gregor Muhlberger ganhará uma etapa e levará para casa a classificação da montanha.
Burgos-BH
Combatividade é aquilo que se espera da equipa espanhola nesta Vuelta. Tentarão estar no maior número possível de fugas. Corredores combativos como Jetse Bol, Angel Madrazo, Jesus Ezquerra e Diego Rubio, estes dois últimos conhecidos pelo pelotão nacional por terem passado pelo Sporting/Tavira e Efapel, serão dos mais ativos nas etapas planas e de média montanha.
Ricardo Vilela é o melhor trepador da equipa e tentará imiscuir-se nas fugas das etapas mais duras. Nuno Bico fará a sua estreia em Grandes Voltas numa prova que servirá de aprendizagem. Completam o elenco Oscar Cabedo e Jorge Cubero.
Previsão: Muita combatividade, muitas presenças em fugas mas nada mais que isso.
Caja Rural-Seguros RGA
A formação espanhola chega em grande forma para a sua corrida do ano e procura algo que não consegue desde 2012, quando Antonio Piedra ganhou em Lagos de Covadonga. Alex Aranburu e Jon Aberasturi vêm de ganhar na Vuelta a Burgos e têm sido dos mais regulares da equipa em 2019. Adoram finais com alguma inclinação, foi assim que ganharam na semana passada, e a Vuelta tem várias etapas desse género. Aberasturi também tentará top-10 nas etapas ao sprint.
Domingos Gonçalves faz a sua estreia em 3 semanas, um ciclista muito combativo, um poço de força que deverá entrar em algumas fugas. Sergei Chernetski é um dos mais experientes, passa bem a montanha e tem uma razoável ponta final. Ainda mais experiente é Sergio Pardilla, já longe do seu melhor e que vem de fazer a Volta a Portugal. Cristian Rodriguez é outro trepador, sendo que Gonzalo Serrano e Jonathan Lastra têm características semelhantes, dois ciclistas que rolam bem e que têm alguma explosão em finais algo complicados.
Previsão: A equipa espanhola não vai andar longe da vitória, principalmente com Alex Aranburu, mas não o vai conseguir.
CCC Team
Uma equipa sem grandes expectativas num ano que também não está a correr da melhor forma. Sem sombra de dúvidas, Victor de la Parte é o homem para a geral mas não tem a qualidade suficiente para andar com os melhores. Patrick Bevin não está no seu melhor mas pode melhorar com o passar dos dias e vir a discutir o contra-relógio e, quem sabe, alguma etapa de média montanha, devido à sua excelente ponta final.
O jovem Szymon Sajnok terá a sua primeira experiência em Grandes Voltas e deverá sprintar nos dias mais planos, com Jonas Koch a ter a chance nos dias mais duros. Pawel Bernas e Francisco Ventoso deverão trabalhar para estes dois. William Barta e Nathan van Hooydonck são dois bons roladores.
Previsão: Muita combatividade mas não vão passar disso.
Cofidis, Solutions Crédtis
Apesar de não ser uma equipa espanhola, a Cofidis é uma das formações com mais tradição na Vuelta. O contingente francês é liderado pelo espanhol Jesus Herrada que está a fazer uma grande temporada. Trepador razoável, destaca-se como um bom puncheur, perfeito para as subidas espanholas. O sempre combativo Luis Angel Mate vai entrar em diversas fugas e, quem sabe, lutar pela montanha, podendo acontecer o mesmo com Stephane Rossetto e Nicolas Edet.
Darwin Atapuma está a ter um ano de 2019 bastante apagado no entanto, em anos anteriores foi na Vuelta que o pequeno colombiano realizou grandes exibições. Jesper Hansen e José Herrada são mais dois trepadores numa equipa que fica completa com o talentoso Damien Touzé, sprinter de serviço da equipa que prefere chegadas complicadas.
Previsão: Já escrevemos que Darwin Atapuma costuma aparecer em grande na Vuelta e isso vai acontecer com “El Puma” a triunfar numa tirada de alta montanha.
Deceuninck-QuickStep
Sem nenhum ciclista destinado para a geral, a equipa belga vai focar-se em vencer etapas e tem um vasto leque de ciclistas capaz de o fazer. O campeão holandês é o sprinter eleito, não ganha desde os Nacionais mas está a fazer uma temporada muito positiva. Com um lançador como Maximiliano Richeze, a vitória está sempre mais próxima.
Zdenek Stybar e Philippe Gilbert deverão ajudar no comboio e nas etapas de média montanha e que tenham alguma dificuldade vão ter liberdade para procurarem a vitória. Tim Declercq será uma das caras que mais se vai ver na frente do pelotão. Remi Cavagna é um especialista de contra-relógio que está cada vez melhor na média montanha, o terreno ideal para Eros Capecchi. James Knox é o puro trepador da equipa, foi recentemente 10º na Polónia, e pode conseguir uma bela surpresa ao longo das próximas 3 semanas.
Previsão: Fabio Jakobsen irá estrear-se em Grandes Voltas com uma vitória. Remi Cavagna ganhará a partir de uma fuga numa etapa de média montanha.
EF Education First
Uma equipa que ma primeira metade do ano andou que se fartou mas que do Tour em diante abrandou, apesar de continuar com bons resultados. Rigoberto Uran será o chefe-de-fila, ele que não corre desde o Tour onde foi 7º e que não tem o melhor histórico aqui, já que apenas por uma vez fez top 10.
Sergio Higuita tem tudo para ser uma das revelações desta Vuelta, um ano incrível e desde que se mudou para a EF Education First foi 2º na Califórnia e 4º na Polónia. Um diamante! Tejay van Garderen tem tudo para ser um gregário de luxo, o norte-americano já mostrou que tem sempre dias maus nas Grandes Voltas, mas pode ser muito útil em vários terrenos. Hugh Carthy é sempre um perigo, vai sempre de menos a mais, cuidado com ele para a terceira semana. Lawson Craddock vem em excelente forma do Tour of Utah, onde esteve, por várias vezes, perto da vitória. Daniel Martinez é um dos ciclistas mais frescos, esteve lesionado nos últimos meses e faz aqui o regresso à competição, veremos como está a sua condição física. Logan Owen e Mitchell Docker são dois bons roladores e darão o apoio nas etapas mais planas.
Previsão: Rigoberto Uran fará mais um top 10 em Grandes Voltas, sendo acompanhado nesse por Sergio Higuita que vai culminar a sua Vuelta com uma vitória em etapa.
Euskadi Basque Country-Murias
Numa equipa só com bascos, seguindo a tradição das formações daquela região espanhola, Oscar Rodriguez é o nome que se destaca. Vencedor de uma etapa no ano passado, vem de ser 2º na Vuelta a Burgos, pelo que é um sério candidato a voltar a levantar os braços este ano.
Fernando Barceló, Sergio Samitier e Mikel Bizkarra são três trepadores muito competentes, vão estar várias vezes ao ataque e podem tentar lutar pela montanha, tal como Rodriguez. Cyril Barthe vai ter intrometer-se nas chegadas rápidas mas não será fácil para o francês que prefere dias duros e também aí tem ciclistas mais fortes. Aritz Bagues, Mikel Iturria e Hector Saez, vencedor de etapa na recente Volta a Portugal, completam o elenco e acreditamos que estarão em fugas nas etapas de menor dificuldade.
Previsão: Tal como no ano passado, sem ninguém dar por ele, Oscar Rodriguez vai voltar a ganhar.
Groupama-FDJ
Já não é a primeira vez que a Groupama-FDJ vem à Vuelta com uma equipa fraca, e este ano isso também acontece devido à aposta total no Tour para Thibaut Pinot. Ainda assim é um pouco incompreensível como vêm sem um líder para a geral, ninguém sequer com expectativa de um top 20, Steve Morabito fará aqui uma das últimas corridas da carreira e será mentor de Kilian Frankiny.
A melhor possibilidade para um pódio em etapa será eventualmente Marc Sarreau, o francês de 26 anos é sprinter muito regular que já tem algumas vitórias este ano. A regularidade valeu-lhe recentemente a classificação por pontos na Volta a Polónia.
Previsão: Com uma equipa tão fraca, a formação francesa sairá de Espanha de mãos a abanar.
Lotto Soudal
Outra formação sem um líder para a classificação geral, mas vem com alguns corredores de gabarito para caçar etapas, começando logo com Thomas de Gendt, veremos como o experiente belga vai estar na sua 3ª Grande Volta do ano. Tomasz Marczynski é uma grande incógnita, o polaco por vezes aparece do nada.
Jelle Wallays também sabe o que é ganhar nesta prova e Tosh van der Sande procura terminar em beleza uma época que começou complicada. Carl Hagen e Harm Vanhoucke são 2 jovens talentosos que procuram afirmação.
Previsão: A fazer a sua terceira Grande Volta da temporada, Thomas de Gendt vai somar uma vitória emocional, dedicando-a a Bjorg Lambrecht.
Mitchelton Scott
Uma das grandes questões deste Giro: Esteban Chaves. O colombiano foi 5º na Vuelta em 2015, 2º no Giro em 2016 e 3º na Vuelta em 2016, a partir daí eclipsou-se e está à procura de voltar ao seu melhor, a equipa quis terminar esta recuperação dando-lhe a liderança na Vuelta. Os sinais são bons, ganhou a 19ª etapa do Giro e depois foi preparar uma corrida que no papel lhe assenta bem.
A presença de Mikel Nieve é uma grande mais-valia, o trepador espanhol é um corredor fiável e que até pode terminar no top 10, quando aparece a alta montanha ele está sempre lá. Não é a melhor das equipas na montanha com Damien Howson, Nick Schultz, Dion Smith e Tsgabu Grmay, mas também não é horrível. Luka Mezgec tem tudo para ganhar 1 etapa, o esloveno está em grande forma e passa a montanha como poucos sprinters aqui.
Previsão: Esteban Chaves irá aproveitar a liderança para terminar no top 10. Luka Mezgec vem em grande forma e ganhará uma tirada a partir de uma fuga, tal como o seu companheiro Matteo Trentin fez no Tour. Mikel Nieve não falha em Grandes Voltas e vai vencer no País Basco.
Movistar Team
A saída de Richard Carapaz devido a lesão deixa a Movistar algo desamparada, Alejandro Valverde não é eterno e terá problemas como sempre nas subidas mais longas e Nairo Quintana para além de não se conseguir defender no contra-relógio estará de saída e isso pode influenciar a sua performance. Existe a possibilidade de aparecer um grande Marc Soler, um pouco como Richard Carapaz apareceu no Giro, quando todos diziam que Landa eram o líder, tem margem para ser uma surpresa.
Entrou Jose Joaquin Rojas, que irá trabalhar muito a par do resto da equipa: Antonio Pedrero, Jorge Arcas, Imanol Erviti e o inevitável Nelson Oliveira, que poderá ter as suas oportunidades numa fuga bem sucedida.
Previsão: Nairo Quintana fará top 10 e Alejandro Valverde vai, como sempre, picar o ponto na sua Grande Volta, levando mais uma camisola verde.
Team Dimension Data
Procuram aqui salvar uma temporada verdadeiramente para esquecer e à partida não parece que isso vá acontecer. Dissemos o mesmo no ano passado e de repente Ben King apareceu na forma da sua vida para arrebatar 2 etapas, tudo é possível. É muito improvável que o norte-americano obtenha o mesmo sucesso. Louis Meintjes mal se viu em 2019 e o wild card pode ser Ben O’Connor, que também tem tido os seus problemas, mas sabemos que o australiano é capaz de mais e melhor, veja-se o que ele fez no Giro 2018.
Amanuel Ghebreigzabhier deve integrar muitas fugas na montanha, é um bom trepador e Edvald Boasson Hagen é a carta da Dimension Data para os sprints e etapas com média montanha. Ainda assim, uma equipa muito fraca.
Previsão: A Vuelta será mais uma prova para esquecer, acentuando, ainda mais, a temporada péssima da equipa sul-africana.
Team Jumbo-Visma
Uma formação assustadoramente forte. Certamente Primoz Roglic terá mais apoio aqui do que no Giro, com a presença de Steven Kruijswijk e de George Bennett, ambos muito bem no Tour e que aqui procuram fazer história para a Jumbo-Visma. Um grande teste para Roglic, 2ª Grande Volta do ano, estando a apontar para a geral em ambas e cada prova de 3 semanas tem um perfil diferente. Pensamos que nem Kruijswijk nem Bennett perderão tempo propositadamente nos primeiros dias, algo pode acontecer a Roglic.
Tony Martin será o capitão na estrada, enquanto a inclusão de Robert Gesink é muito importante pela experiência que o holandês tem. Isto porque é necessário contrabalançar a juventude e o potencial que têm Sepp Kuss, Neilson Powless e Lennard Hofstede.
Previsão: Primoz Roglic vai vencer a sua primeira Grande Volta, ganhando o contra-relógio individual. A equipa holandesa irá começar a Vuelta em grande, ganhando o contra-relógio coletivo. Steven Kruijswijk também fará top 10.
Team INEOS
Muito estranho ver a Ineos sem uma grande figura de liderança e a equipa britânica deixa esse papel, pelas declarações dos seus responsáveis, a Tao Geoghehan Hart. Muitas dúvidas havia também sobre esta estratégia no Giro e Pavel Sivakov esteve muito bem, Hart também esteve lá, mas desapontou, seria este o seu real objectivo? Caso o britânico falhe há sempre Wout Poels, uma espécie de fiel da balança que adora as subidas inclinadas do território espanhol. Hart desistiu no Giro e foi recentemente 5º na Volta a Polónia, Poels só tem 1 top 10 em Grandes Voltas, o 6º lugar da Vuelta 2017.
De resto não há muito a dizer, o alinhamento é fraco tendo em conta os parâmetros da Ineos, alguns ciclistas que não têm rendido o esperado e outros que estão já longe do seu melhor. Curiosos para ver o que Owain Doull consegue em algumas fugas na média montanha.
Previsão: Wout Poels fará uma “meia” surpresa e terminará no pódio. Depois de falhar na geral, Tao Geoghehan Hart triunfará numa tirada.
Team Katusha-Alpecin
Um pouco na mesma onda da Dimension Data, um ano desastroso e que seria um pouco salvo por um triunfo em etapa. Não é por uma questão nacionalista que destacamos Ruben Guerreiro, é mesmo dos poucos com potencial para ganhar 1 etapa nesta equipa. O ciclista português tem tido alguns azares, mas isso também lhe permite chegar aqui fresco e mostrou boa condição física nas recentes provas belgas, um bom puncheur, gosta de chegadas durinhas.
Infelizmente em termos de hierarquia em algumas jornadas pode estar tapado por Enrico Battaglin, um corredor longe, muito longe, dos seus resultados da Jumbo-Visma. Daniel Navarro é outro ciclista muito afectado por lesões e a idade já pesa, enquanto Matteo Fabbro e Steff Cras continuam longe do potencial que parecem ter.
Previsão: Uma equipa que vai passar ao lado da prova, com Ruben Guerreiro a tentar remar contra a corrente.
Team Sunweb
Uma equipa a passar por uma renovação que será certamente dolorosa depois de perder o líder durante muitos anos: Tom Dumoulin, que falha a Vuelta por lesão. Nicholas Roche diz que esta é a sua prova favorita, mas não faz um top 10 numa Grande Volta desde 2013, Wilco Kelderman ficou às portas do pódio em 2017 mas entretanto apagou-se completamente em 2019 e o super-talento Robert Power, 2º na Volta a França do Futuro tem mais provas não terminadas que top-20 este ano.
Com isto tudo restará à equipa pensar em etapas, nos sprints com o poderoso Max Walscheid e nas fugas com eventualmente o completo Nikias Arndt, veremos o que podem fazer Casper Pedersen, Michael Storer e Martin Tusveld.
Previsão: Não acreditamos numa boa prestação da equipa holandesa, que vai sair de Espanha de mãos a abanar.
Trek-Segafredo
Um elenco razoável com destaque para os sprinters. Entre John Degenkolb e Edward Theuns é de esperar uma divisão de oportunidades nas chegadas rápidas e alguns pódios, com a pontinha de sorte necessária, uma vitória. Degenkolb está de saída para a Lotto-Soudal, enquanto que Theuns deu boas indicações no BinckBank Tour, têm Kiel Reijnen para ajudar.
Na montanha destacamos 2 nomes, Gianluca Brambilla foi aqui 13º em 2015, 23º em 2016 e 16º em 2018, o italiano é regular e procura o top 10, o que é possível visto que já vimos provas de 3 semanas com mais concorrências para esse lugar. Niklas Eg é uma possível surpresa, uma excelente sub-23 da sua geração que preparou bem a Vuelta no Utah, com bons resultados.
Previsão: A equipa norte-americana muito vai tentar mas a vitória em etapa não vai chegar.
UAE Team Emirates
Tem tudo para ser a melhor prova de 3 semanas do ano para esta equipa, Fernando Gaviria é um dos poucos sprinters de topo aqui e nas chegadas em pelotão compacto será o maior candidato a par de Bennett e Jakobsen. No entanto claramente falta aqui um Simone Consonni, Gaviria só tem o seu compatriota Juan Molano para o lançar e a este nível isso pode não ser suficiente.
Depois para a montanha há 2 grandes incógnitas, primeiro como Fabio Aru estará depois de ter ganho ritmo no Tour, onde até aqui e ali não esteve mal, e depois como se dará o super-talento Tadej Pogacar em 3 semanas. Será que o esloveno vai já ter como objectivo a classificação geral ou quer ganhas etapas como muitos jovens fazem nas estreias? Caso esteja na luta pela geral Sergio Henao e Valerio Conti podem ser boas ajudas na montanha.
Previsão: Fernando Gaviria irá ganhar uma etapa, salvando a Vuelta da equipa árabe.