AG2R La Mondiale – 9

Logo ao primeiro dia, a equipa ficou reduzida a 6 corredores, com os abandonos de Mathias Frank e Alexandre Geniez sendo que Axel Domont, Quentin Jauregui e Harry Tanfield também foram para casa.

Sobravam 3 ciclistas e tentaram lutar com o que tinham. Clement Champoussin fez dois top-10 na primeira semana, Dorian Godon imiscuiu-se nas chegadas ao sprint com três top-10 e Nans Peters apareceu numa etapa. Quem mais se esperava foi que pior andou, pois Peters era apontado a puder discutir etapas em fuga e nunca esteve nessa luta.

 

 




Astana Pro Team – 12

Ainda a recuperar dos problemas do Giro, os primeiros dias foram para esquecer para Aleksandr Vlasov. O russo perdeu muito tempo mas aos poucos foi subindo de forma, foi 2º no Angliru e fez mais 3 top-6 em chegadas em alto, terminando a Vuelta em 11º, a apenas 2 segundos do top-10.

Ion Izagirre venceu no Alto del Formigal, libertando um pouco a pressão de uma equipa que se esperava mais nas etapas propícias a fugas. Luis Leon Sanchez, Alex Aranburu, Gorka Izagirre e Omar Fraile tinham tiradas muito ao seu jeito mas raramente se conseguiam colocar nas fugas certas. Aranburu ainda somou 3 top-10. Merhawi Kudus passou ao lado da prova.

 

 

Bahrain-McLaren – 13

Wout Poels foi mais um homem da classificação geral a ir de menos a mais. O holandês começou mal, foi melhorando a sua forma, acabando a Vuelta num muito positivo 6º lugar. Poels mostrou que ainda está pronto para estas andanças.

A restante equipa quase nem se viu na competição no entanto um pequeno destaque para Alfred Wright, jovem britânico que conseguiu um 4º lugar numa etapa. Talvez Santiago Buitrago pudesse ter aparecido mais numa ou noutra tirada de montanha, numa formação que ficou bem cedo órfã de Matej Mohoric, uma esperança para caçar etapas.

 

 

Bora-Hansgrohe – 17

A equipa alemã vinha quase toda dedicada a Pascal Ackermann (com 4 ciclistas para o seu comboio) e o alemão não desiludiu. Poucas eram as oportunidades para si mas conseguiu sair com 2 triunfos (um na estrada e outro na secretaria), fazendo, ainda, outro pódio.

Felix Grosschartner está longe de ser um puro trepador mas defendeu-se com unhas e dentes quando a alta montanha chegou para terminar a Vuelta em 9º, somando cinco top-10 pelo caminho. Ide Schelling foi uma bela surpresa, confirmando as boas indicações que vinha a mostrar das provas antes da Vuelta.

 

 

Burgos-BH – 7

À partida avisamos que seria uma Vuelta complicada para a equipa espanhola e isso confirmou-se. Honrando o Wildcard, a Burgos-BH colocou homens em fuga na maioria das etapas com os sempre combativos Angel Madrazo e Willie Smit a serem os mais ativos.

Jesus Ezquerra e Juan Felipe Osorio, dois ciclistas que já passaram por Portugal, também se viram várias vezes na frente, sendo que Ricardo Vilela acabou por realizar uma prova discreta.

 

 




Caja Rural Seguros RGA – 6

Ao contrário de outros anos, esta foi uma Vuelta para esquecer para a ProTeam espanhola. O que mais fica na retina da formação espanhola durante estas 3 semanas foi vermos Jonathan Lastra a sofrer na cauda do pelotão nas etapas de montanha.

Jon Aberasturi passou completamente ao lado das etapas ao sprint, conseguiu dois top-10 e nunca ameaçou os primeiros lugares. Julen Amezqueta, Jhojan Garcia e Jefferson Cepeda poderiam ter aparecido mais nas etapas de média montanha, nem que seja nas fugas e nem isso aconteceu. Gonzalo Serrano tinha etapas ao seu jeito mas esteve longe do seu melhor.

 

 

CCC Team – 7

Despedida inglória da equipa polaca do ciclismo mundial, com pouco protagonismo na sua última prova. Contra a maré remaram Jakub Mareczko, que deu nas vistas nas duas primeiras etapas ao sprint, e Will Barta, que perdeu o contra-relógio por apenas 1 segundo.

Simon Geschke cedo abandonou e Jan Hirt tinha obrigação para fazer mais, está muito longe do seu melhor. Destaque para a prestação do jovem alemão Georg Zimmermann, que se mostrou um corredor muito completo, terminando em 21º.

 

 

 

Cofidis, Solutions Crédtis – 14

Vuelta e Cofidis significa camisola da montanha e depois de várias conquistas de David Moncoutié (2008 a 2011) e Nicolas Edet (2013), chegou a vez de Guillaume Martin levar esta classificação para casa.

O francês vinha com o objetivo de vencer uma etapa, não o conseguiu apesar de muito ter tentado e focou-se na montanha, vencendo-a com tremenda justiça, terminando com quase o triplo dos pontos do 2º classificado. Ainda foi 14º na geral.

Olhando para a restante equipa, Emmanuel Morin era o sprinter de serviço e conseguiu aparecer nas chegadas ao sprint. Menção para Pierre-Luc Perichon, que ajudou muito Martin nas fugas.

 

Deceuninck-QuickStep – 13

Não se pode dizer que tenha sido a melhor das provas para os comandados de Patrick Lefevere. A missão era vencer etapas e a equipa belga “só” conseguiu uma. Sam Bennett libertou a pressão logo ao 4º dia, ainda levantou os braços mais uma vez, mas acabou relegado. Com outra “sorte” poderia ter levado, pelo menos, mais uma etapa no bolso.

Andrea Bagioli tinha várias etapas ao seu jeito, fez um 3º, mas o cansaço da estreia em Grandes Voltas fez-se sentir. Jannik Steimle e Zdenek Stybar também fizeram um 3º lugar cada um mas os mais inconformados foram Mattia Cattaneo e Remi Cavagna. O primeiro tentou nas etapas mais duras, sendo que o segundo esteve em fuga por 6 vezes, o que lhe valeu o prémio de super-combativo.




EF Pro Cycling – 19

Bem tínhamos avisado que Hugh Carthy iria andar muito bem e terminar no top-10 mas o gigante britânico decidiu surpreender ainda mais, conseguindo o grande resultado da sua carreira ao fazer 3º na geral final, juntando a isso a vitória no Alto de L’Angliru.

Daniel Martinez e Michael Woods eram apontados como os líderes, o colombiano cedo foi para casa, o canadiano caiu logo a abrir e focou-se nas etapas, o que lhe veio valer um triunfo ao 7º dia, somando outros dois 2º lugares.

Magnus Cort confirmou a boa temporada e venceu em Ciudad Rodrigo, colocando a cereja no topo do bolo para a equipa britânica. Tejay van Garderen andou “desaparecido” durante 18 dias.

 

Groupama-FDJ – 17

Numa equipa que trazia Thibaut Pinot, o grande destaque acabou por ser David Gaudu. O mais veterano dos franceses abandonou logo ao 3º dia, devido a dores nas costas, com a responsabilidade total a passar para o jovem de 24 anos.

Após algum tempo perdido nos primeiros dias, Gaudu focou-se em vencer etapas, triunfou em La Farrapona e em La Covatilla e, in extremis, fechou no top-10 final, mais concretamente, em 8º. Grande prestação de Gaudu, uma Vuelta de sonho.

Destaque, ainda, para uma excelente prestação de Bruno Armirail, principalmente um contra-relogista, mas que muito apoio deu ao seu líder durante toda a Vuelta, incluindo na montanha.

 

INEOS Grenadiers – 16

Fica a questão, será que com um bloco melhor em redor de Richard Carapaz o equatoriano teria conseguido bater Primoz Roglic? A diferença foi mínima para uma Grande Volta (24 segundos), foi conquistada em bonificações e no contra-relógio e Carapaz terminou a Vuelta claramente na mó de cima. Fica este dado, só em Moncalvillo Roglic conseguiu deixar Carapaz para trás numa montanha. Com o que fez no Tour e depois nesta Vuelta, Carapaz consolidou a sua posição internamente e provou que tem de partir como ciclista protegido para qualquer Grande Volta.

Chris Froome fez o que podia com a condição física que tinha, Andrey Amador não deu para tudo e Ivan Ramiro Sosa mostrou uma inconsistência que precisa de ser trabalhada.

 

 

Israel Start-Up Nation – 16

Aos 34 anos Daniel Martin consegue a sua melhor Grande Volta de sempre, conquistado 1 etapa e terminando no 4º lugar da geral. O irlandês mostrou uma consistência incrível (é verdade que muitas chegadas eram mesmo ao seu jeito e que esta Vuelta com poucos quilómetros de contra-relógio lhe assentava que nem uma luva) e apenas quebrou ligeiramente em Covatilla.

É verdade que nesta Vuelta os gregários na montanha nem sempre foram necessários, mas é um 4º posto conquistado quase sem trepadores à sua volta (Badilatti e Piccoli a este nível é muito, muito curto). Mihkel Raim apenas por 1 vez conseguiu estar entre os 10 melhores numa chegada ao sprint.

 




Lotto Soudal – 18

Era muito complicado terem resultados melhores com uma equipa tão jovem e inexperiente. Esta Vuelta foi um sonho para Tim Wellens, pelo belga competia-se sempre com frio e chuva. O percurso ondulado de muitas etapas também se adaptou na perfeição e isso resultou em 2 vitórias em etapa, mostrando o seu instinto matador, é um corredor de grandes vitórias.

Aos 24 anos Kobe Goossens correu para um bom lugar na geral e terminou em 24º, veremos se a sua progressão é sustentada e continua a progredir em 2021. Já Gerben Thijssen foi uma belíssima surpresa nos sprints em pelotão compacto, 5º na etapa 4 e 2º na etapa 9, terá certamente mais oportunidade no próximo ano.

 

 

Mitchelton Scott – 8

Esteban Chaves até passou a primeira semana no top 10, mas a sua quebra estava à vista e era até previsível, desapareceu completamente depois da 8ª etapa, o colombiano continua bem longe do seu melhor. Acabou por ser o fiável Mikel Nieve o melhor elemento da formação australiana na geral, terminando em 13º mesmo sem nenhum top 10 em etapas.

Dion Smith vinha de alguns excelentes resultados em semi-clássicas italianas e terminou a Vuelta em grande, ao ser 5º na etapa 15 e 3º na etapa 16. Por fim nota também para Robert Stannard que se estreou em Grandes Voltas com 3 top-10, 2021 pode ser a temporada de afirmação para o jovem de 22 anos.

 

 

Movistar Team – 15

Não é surpresa a parte das tácticas questionáveis e da falta de audácia em etapas decisivas, mas ao menos a classificação colectiva está no bolso… Já se viu que Marc Soler é dos líderes da equipa aquele que mais coragem tem, mas também é o mais inconsistente. Fez um brilharete logo de início ao ganhar a 2ª etapa, perdeu algum tempo, subiu novamente ao top 10 com fugas e um 2º lugar em etapa para depois quebrar em dias chave e terminar em 18º.

Enric Mas bem tentou, mas nunca se mostrou superior a Roglic e Carapaz e entre o contra-relógio e Moncalvillo perdeu 2 a 3 minutos que nunca conseguiu recuperar e também não mostrou ambição de mais. Alejandro Valverde fez uma Vuelta à sua imagem, já lhe falta alguma explosão para discutir etapas, servindo para terminar no top 10.

 

 

NTT Pro Cycling – 9

Um alinhamento relativamente fraco e uma performance condizente, que isto sendo salvo no penúltimo dia pelo jovem talento Gino Mader, que finalmente comprovou tudo o que fez em 2018 como sub-23, só perdeu para David Gaudu. Michael Valgren tentou por 2 ou 3 ocasiões, só que o dinamarquês acabou por falhar algumas fugas importantes em terreno favorável.

Carlos Barbero nem se viu e acabou por ser Reinardt van Rensburg o sprinter de serviço, conseguindo 3 top-10, incluindo um 6º posto no Pueblo de Sanabria.

 

 

 




Team Jumbo-Visma – 20

É preciso colocar em contexto este triunfo de Primoz Roglic, foi das exibições mais impressionantes que já vimos numa Grande Volta. É preciso lembrar que Roglic perdeu o Tour semanas antes da forma que perdeu, no último dia, a larga maioria dos ciclistas não teria corrido mais em 2020. O esloveno fez Liege e Mundiais ao mais alto nível e quando a Vuelta lhe estava a correr de feição, fica sem um gregário como Tom Dumoulin e perde tempo num dia terrível. Recompõe-se, ganha em Moncalvillo, soma bonificações atrás de bonificações, ganha no contra-relógio e aguenta a carga final de Carapaz para revalidar o título em Espanha. Foi uma vitória mais que justa, é preciso recordar que venceu 4 etapas.

Sepp Kuss comprovou mais uma vez que gregários na montanha como ele talvez não haja mais nenhum, o norte-americano esteve sempre lá quando era mais necessário e merece o crédito por isso, nunca teve realmente liberdade para ganhar, e seria bem capaz disso. Tom Dumoulin acusou o desgaste e foi para casa mais cedo, George Bennett e Robert Gesink provaram novamente que são peças fulcrais neste comboio bem oleado.

 

Team Sunweb – 13

Nada mau para uma equipa que veio para praticamente com um conjunto sub-23 discutir etapas. Max Kanter conseguiu 2 pódios, aproveitou um comboio bem decente que tinha como principal lançador Jasha Sutterlin, os melhores resultados da sua carreira. O próprio Sutterlin terminou a Vuelta muito bem conseguindo 3 top-10.

Depois entre os trepadores Thymen Arensman foi 3º na etapa 5 e 6º na etapa 14, faltou-lhe claramente mais calma e experiência. Robert Power, aquele que mais arcaboiço tinha, terminou em 4º na etapa 6, sendo que Mark Donovan, de apenas 21 anos, foi 4º na etapa 11 e 5º na etapa 17. Por fim, Michael Storer foi 3º na etapa 11 e 6º praticamente a fechar a Vuelta.

 

 

Total Direct Energie – 6

Uma equipa que mal se viu durante esta Vuelta tirando uma ou outra ocasião em que vez uma perseguição algo descabida. Lorrenzo Manzin nunca esteve realmente na luta pelos sprints, o melhor que conseguiu foi o 8º posto, Jonathan Hivert e Romain Sicard mal se viram e por fim Julien Simon foi o melhor ciclista da equipa, terminando em 6º na 10ª tirada, um sprint em subida.

 

 

 

 

Trek-Segafredo – 7

Globalmente foi uma Vuelta bastante má para a Trek-Segafredo, que chegou aqui praticamente só com segundas linhas. Kenny Elissonde ainda andou bem nos primeiros dias, abandonando depois de 7ª jornada, Niklas Eg nunca se chegou a ver em toda a competição e Matteo Moschetti, a grande esperança para os sprints, fez um 6º posto e depois chegou fora de controlo na 7ª etapa, Emils Liepins não foi capaz de cumprir o papel do italiano.

 

 

 

 




UAE Team Emirates – 16

Uma equipa que veio para conquistar etapas e, após bater muitas vezes no ferro, conseguiu isso mesmo ao 15º dia por intermédio de Jasper Philipsen, sendo que o belga teve a ajuda fundamental de Ivo Oliveira e Rui Oliveira nos sprints, será uma grande perda para 2021, estando de saída para a Alpecin-Fenix.

David de la Cruz foi extremamente competente e consistente e isso valeu-lhe o 7º lugar na classificação geral, depois de um Tour de sofrimento, onde ainda ajudou Pogacar no que pôde. Davide Formolo sofreu uma queda feia que o debilitou e Sergio Henao terminou em 15º da geral apesar de descrição. Rui Costa bem tentou, integrou praticamente uma mão cheia de fugas, conseguindo um 3º lugar na etapa 6.

 

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