AG2R La Mondiale – 12
A maior figura da equipa, Tony Gallopin, cedo abandonou e a partir daí a vida ficou mais complicada para a equipa francesa. Andrea Vendrame fez o que se esperava, era complicadíssimo ganhar 1 tirada pois haveria sempre sprinters melhores que ele num grupo restrito, ainda assim esteve por 4 vezes nos 6 primeiros e terminou em 6º na classificação por pontos.
Na montanha Geoffrey Bouchard bem tentou, mas esteve longe do nível apresentado na Vuelta em 2019, Larry Warbasse fez 5º na etapa 9 e terminou em 17º da geral e o jovem Aurelien Paret Peintre preferiu um bom lugar na geral à caça de etapas e terminou em 16º, uma estreia auspiciosa em Grandes Voltas.
Androni Giocattoli – Sidermec – 12
Nada que não se estivesse à espera, avisámos que o alinhamento da Androni era de longe o mais fraco dos últimos anos. Jhonatan Restrepo era a maior esperança, teve oportunidade e não mostrou pernas para as aproveitar. Simon Pellaud foi o mais inconformado, fez 5º na etapa 12 e 8º na etapa 19, o melhor elemento da equipa.
Destaque para duas subidas ao pódio final, com Simon Pellaud a vencer a classificação dos sprints intermédios e Mattia Bais a vencer a classificação de mais quilómetros em fuga.
Astana Pro Team – 14
Logo ao 2º dia a equipa já não tinha Miguel Angel Lopez e Aleksandr Vlasov e tornou-se tudo muito difícil, com Jakob Fuglsang a ficar praticamente isolado na montanha, sendo que ainda perdeu Manuele Boaro para as últimas jornadas de montanha. O dinamarquês terminou o Giro no 6º lugar, a sua melhor prestação de sempre em Grandes Voltas, tendo em conta tudo o que aconteceu e o tempo perdido numa das jornadas de média montanha nem foi mau de todo.
Fabio Felline ainda andou próximo do triunfo por 1 ocasião e Oscar Rodriguez andou menos do que esperávamos.
Bahrain-McLaren – 19
Uma das surpresas positivas deste Giro. Pello Bilbao agarrou com unhas e dentes uma oportunidade única e terminou este inusitado Giro no 5º posto, perdendo o 4º lugar nos últimos quilómetros em Milão para João Almeida. O espanhol foi muito consistente e mereceu este lugar. Hermann Pernsteiner ainda arriscou 1 vez e depois preferiu tentar manter o top 10, que garantiu em Sestriere, o austríaco anda sempre bem na última semana.
Jan Tratnik protagonizou uma incrível aventura solitária na etapa 16, tendo ainda forças para bater Ben O’Connor num triunfo que ficou na retina, enquanto também fica na memória o azar de Mark Padun no dia em que ganha Narvaez, o ucraniano sempre se exibiu a muito bom nível em Itália. Enrico Battaglin na despedida pela Bahrain-McLaren fez 2 ou 3 boas exibições, que certamente levaram contentamento aos responsáveis da Bardiani.
Bardiani – CSF Faizané – 6
Não há muito a dizer sobre a formação Profissional Continental italiana, foram combativos e isso era só o que se esperava, Giovanni Lonardi nunca se conseguiu intrometer no top 10 nos sprints e Giovanni Carboni ainda foi 9º em Asti. Muito discretos.
Bora-Hansgrohe – 15
Um Giro que até ficou abaixo das expectativas para a qualidade do alinhamento que traziam. Peter Sagan somou 3 pódios perdendo para Ulissi e Demare e viu que teria de conquistar a vitória de outra forma. Decidiu seguir numa galopada das antigas na etapa 10 e foi feliz quebrando um longo jejum. A partir daí bem tentou a conquista da Maglia Ciclamino, mas Demare não deu hipóteses.
Na geral esperava-se bem mais, principalmente de Rafal Majka, que levou mais de 10 minutos no penúltimo dia para terminar em 12º da geral. Tendo em conta os pergaminhos de Majka e a lista de participantes o top 10 seria, à partida, o mínimo para o polaco, que está de partida da formação alemã. Em vez dele, foi Patrick Konrad a aguentar-se entre os melhores para terminar em 8º, para além de somar 2 pódios em etapa fruto da sua boa ponta final, um resultado na linha habitual do austríaco. Matteo Fabbro não teve liberdade quase nenhuma para mostrar o que consegue fazer.
CCC Team – 13
Um Giro que foi salvo mesmo no cair do pano por Josef Cerny numa etapa encurtada envolvida em muita polémica, quem diria. O checo esteve também muito bem nos contra-relógios, confirmando que tinha uma excelente condição física.
Na montanha a equipa esteve muito mais discreta do que se antevia. Ilnur Zakarin só apareceu na Madonna di Campiglio, descartando relativamente cedo um bom lugar na classificação geral, Victor de la Parte andou sempre muito escondida e a Attila Valter faltou mais audácia em certas etapas que até eram boas para ele. Nota-se que provavelmente foi o fim da linha para a CCC.
Cofidis, Solutions Crédits – 7
Continua a travessia no deserto para Elia Viviani, depois de um Tour terrível, um Giro que não ficou nada atrás, onde apenas conseguiu estar no top 5 por 1 vez. Curiosamente, tal como no Tour, Simone Consonni acabou por conseguir um resultado melhor que o seu suposto líder, terminando em 4º na etapa 11. O problema é que a Cofidis apostou mesmo quase tudo em Viviani pois Jesper Hansen e Nicolas Edet não são trepadores com qualidade para discutir etapas neste momento e Nathan Haas nunca sequer se viu neste Giro.
Deceuninck-QuickStep – 19
No início da temporada, Remco Evenepoel e Fabio Jakobsen eram os líderes apontados, mas azares levaram a que ambos não estivessem presentes. João Almeida era chamado para fazer a sua estreia em Grandes Voltas e não desiludiu. Foi 2º logo a abrir e, no Monte Etna, agarrou a camisola rosa, que permaneceu no seu corpo durante uns magníficos 15 dias. Caiu a 5º mas no esforço final subiu a 4º, naquela que foi a melhor prestação de um ciclista português no Giro!
Aquele que apontavamos como líder, Fausto Masnada, andou dentro do esperado. O reforço de última hora da equipa belga foi 9º. James Knox trabalhou muito na montanha, tal como Pieter Serry e Mikkel Honoré, que ainda procurou vencer uma etapa. Davide Ballerini e Alvaro Hodeg dividiram as etapas ao sprint, estiveram perto, cumprindo com o esperado.
EF Pro Cycling – 17
Ainda antes do Giro começar que todos falavam da equipa norte-americana devido ao seu peculiar equipamento, a estratégia de Jonathan Vaughters funcionou. Ao 3º dia, o equatoriano Jonathan Caicedo conquistava o Monte Etna, o que indicava um bom Giro para a equipa.Ruben Guerreiro aparecia em cena ao 9º dia, vencendo uma etapa bastante difícil e com bastante autoridade. O português era líder da montanha, perdeu-a para Visconti, mas voltou a recuperá-la nos dias finais, com presença constante em fugas. Muito combativo e história para Portugal com a primeira camisola distintiva numa Grande Volta!
Simon Clarke e Tanel Kangert são ciclistas capazes de muito mais do que aquilo que mostraram, estiveram uns furos abaixo da sua qualidade. Lachlan Morton e James Whelan fizeram figura de corpo presente ao passo que os norte-americanos Lawson Craddock e Sean Bennett foram para casa mais cedo.
Groupama-FDJ – 20
All-in em Arnaud Demare e o campeão francês não falhou! Quatro sprints disputados pelo gaulês e quatro vitórias! Melhor era impossível. A cereja no topo do bolo foi a maglia ciclamino, que lhe tinha escapado no ano passado. O melhor sprinter da prova.
Toda a equipa trabalhou em prol de Demare, e destacamos o comboio de Miles Scotson, Ramon Sinkeldam e Jacopo Guarnieri, fez um trabalho brilhante na preparação dos sprints.
Israel Start-Up Nation – 13
O trio de sprinters composto por Rudy Barbier, Davide Cimolai e Rick Zabel eram as principais esperanças da equipa para vencer uma etapa, andaram pelo top-10 das chegadas ao sprint, mas nunca estiveram na luta direta.
Essa alegria surgiu por Alex Dowsett, ao 8º dia, com uma vitória brilhante, apoiado em Matthias Brandle. Na especialidade de ambos, o contra-relógio estiveram discretos. Alexander Catarford, Daniel Navarro e Guy Sagiv nem se notaram na competição.
Lotto Soudal – 10
O alinhamento não era o melhor por isso não se podia pedir muito. Harm Vanhoucke ainda deslumbrou na primeira semana, mas a partir daí já era pedir demais para o jovem belga. Matthew Holmes apareceu a espaços mas ainda tem que evoluir.
Thomas de Gendt tentou de várias formas mas nunca conseguiu, realmente, estar perto de vencer uma etapa, sendo eleito, no dia de ontem, o super-combativo do Giro, um prémio de consolo. Stefano Oldani imiscuiu-se nas chegadas ao sprint.
Carl Fredrik Hagen fez uma prova igual à sua temporada, bastante fraca, não condizente com a Vuelta de 2019. Adam Hansen despediu, discretamente, do ciclismo.Sander Armee e Jonathan Dibben estiveram discretos.
Mitchelton Scott – N/A
As expectativas eram muitas, Simon Yates vinha de vencer com autoridade o Tirreno-Adriático mas logo ao 3º dia, na chegada ao Monte Etna, tudo foi por água abaixo. Talvez aqui o britânico já estivesse a sentir os primeiros sintomas de COVID-19, que levariam ao seu abandono ao 8º dia. A restante equipa foi para casa após o 1º dia de descanso, como medida preventiva, depois de casos positivos também no staff.
Movistar Team – 12
Dentro do alinhamento apresentado pela equipa espanhola, até acabou por ser uma prestação positiva. Sergio Samitier foi uma bela surpresa, terminando em 13º na geral, com Antonio Pedrero a fazer 19º. Dois bons valores que mostraram potencial na montanha.
Esperava-se mais de Davide Villella e Dario Cataldo, os dois ciclistas mais experientes da equipa nestas andanças mas, sempre que estiveram em fuga nunca conseguiram entrar na discussão das etapas. Eduardo Sepulveda foi o outro ciclista da equipa a render abaixo do esperado. Einer Rubio tentou mostrar-se no final, tal como Hector Carretero. Albert Torres apareceu nas chegadas rápidas.
NTT Pro Cycling – 13
A última semana salvou a honra da equipa sul-africana! Ben O’Connor voou nas montanhas, foi 2º numa etapa e, no dia seguinte, triunfou. Semana em cheio Domenico Pozzovivo colocou a equipa a trabalhar nas duas primeiras semanas, estava muito forte, mas a semana final foi fatal para o pequeno ciclista que, terminou às portas do top-10.
Victor Campenaerts parecia que iria ter um Giro para esquecer mas apareceu nos últimos dias, acabando com dois 2º lugares. Destaque positivo para Matteo Sobrero, regular nos contra-relógios disputados. Louis Meintjes voltou a falhar, ao passo que Dylan Sunderlan, Danilo Wyss e Amanuel Ghebreigzabhier estiveram discretos.
INEOS Grenadiers – 20
Sensacional! Ontem já dissecamos a prestação da equipa britânica que logo ao 3º dia ficou sem o seu líder Geraint Thomas. O foco passou para as etapas, a equipa correu de forma muito agressiva e Filippo Ganna e Jonathan Narvaez levantavam os braços, o primeiro por 4 vezes (!) e o segundo por uma.
Sorrateiramente, Tao Geoghegan Hart ia subindo na classificação geral e, na semana final, estava na luta pelo Giro. Vencia duas etapas de montanha pelo caminho e, em Milão, conquistava a desejada camisola rosa! Não venceu, mas muito deste Giro tem que ser dado a Rohan Dennis! As prestações do australiano no Stelvio e em Sestriere foram monstruosas, partindo um pelotão inteiro. Jonathan Castroviejo, Salvatore Puccio e Ben Swift, enquanto tiveram liberdade. estiveram perto de triunfos.
Team Jumbo-Visma – N/A
À partida para a 2ª semana de competição, a 10ª etapa, a formação holandesa foi para casa. Steven Kruijswijk foi para casa devido a um teste positivo à COVID-19 e, por precaução, a formação holandesa saiu toda de cena.
Até lá, Tobias Foss e o próprio Kuijswijk tinham sido os maiores destaques, é certo que já tinham perdido algum tempo mas estavam na luta. A montanha mais séria, a praia do holandês, ainda estava por chegar.
Team Sunweb – 20
É difícil qualificar o Giro da equipa alemã. Se no início da prova lhes dissessem que iriam terminar com dois ciclistas no pódio assinavam logo por baixo, mas da forma que isso aconteceu é mais difícil de aceitar. Pode-se falar muito das táticas da equipa na etapa do Stelvio no entanto, na nossa opinião, acreditamos que fizeram o correto. Se Jai Hindley tivesse esperado por Wilco Kelderman, os dois iriam perder bastante tempo (era impossível recuperar tempo para Rohan Dennis) e ficariam com os lugares do pódio em maior risco.
O risco foi tomado, tanto Hindley como Kelderman andaram de rosa mas no final terminaram em 2º e 3º, o que não deixa de ser muito positivo para a carreira de ambos.Chris Hamilton, Sam Oomen e Martjin Tusveld foram incansáveis durante algumas etapas de montanha, demonstrando a sua qualidade. Nico Denz e Chad Haga cumpriram com o seu papel.
Trek-Segafredo – 12
O all-in em Vincenzo Nibali era evidente mas, pela primeira vez, as pernas do Tubarão de Messina começaram a ceder. O italiano até começou bem a prova mas, quando se esperava que fosse render mais – na 3ª semana – nunca conseguiu aparecer na frente. Termina no 7º lugar, a sua pior classificação de sempre no Giro desde 2008.
Se o líder falhou, o coletivo também não esteve muito bem. Pieter Weening, Gianluca Brambilla e Giulio Ciccone foram mais cedo para casa devido a lesões, sendo que Julien Bernard, Antonio Nibali e Nicola Conci mal se viram. Jacopo Mosca foi a exceção, aparecendo a espaços.
UAE Team Emirates – 16
Diego Ulissi deu logo uma vitória ao 2º dia, retirando alguma pressão da equipa e voltou a ser o italiano a levantar os braços, fazendo-o ao 13º dia. Muito calculista e frio, Ulissi cumpriu.
Brandon McNulty começou muito bem mas a semana final pesou nas pernas do jovem norte-americano que, mesmo assim, mostrou muito potencial, terminando em 15º. Mikkel Bjerg também andou bem nas duas primeiras semanas mas uma lesão afetou o seu rendimento na parte final do Giro.
A grande desilusão foi Fernando Gaviria. O colombiano tem um estatuto muito alto e nunca esteve perto de lutar pela vitória, muito fraco. Foi para casa mais cedo, devido a um novo teste positivo à COVID-19 mas não serve de desculpa. Joe Dombrowski e Valerio Conti também já mostraram serem capazes de mais e melhor.
Vini Zabù – KTM – 13
Como seria de esperar Giovanni Visconti foi o principal destaque da equipa. 2º no Monte Etna e alguns dias com a camisola da montanha, andou na luta desta com Ruben Guerreiro mas já perdeu do final foi forçado a desistir devido a lesão. A qualidade ainda existe mas as pernas já não são as mesmas.
Grandes expectativas recaiam sobre Luca Wackermann e, o top-5 ao 2º dia era um bom presságio, no entanto foi forçado a abandonar depois do episódio caricato que envolveu o helicóptero da organização e as barreiras. Marco Frapporti mostrou-se em muitas fugas, esteve perto de ganhar uma classificação secundárias. Lorenzo Rota vinha a fazer uma boa temporada e desiludiu um pouco, tal como Edoardo Zardini que continua longe do potencial demonstrado enquanto jovem.