AG2R Citroen Team – 16
Ben O’Connor acabou por ser o herói da equipa francesa, um herói pouco esperado tendo em conta os grandes nomes da formação francesa. O australiano vinha de um grande resultado no Dauphine e confirmou todo o seu potencial no Tour, terminando num fabuloso 4º posto, alicerçado com um triunfo na chegada em alto em Tignes. Chegou a estar em 2º mas o 4º lugar é muito saboroso para o australiano.
Greg van Avermaet e Oliver Naesen eram os nomes mais sonantes mas passaram ao lado da corrida, tal como Benoit Cosnefroy. Três corredores que renderam pouco para a sua qualidade. Michael Schar pouco se mostrou, sendo que Dorian Godon e Aurelien Paret-Peintre ainda se viram em algumas fugas. Nans Peters, um corredor sempre fiável em fugas também passou ao lado da corrida.
Alpecin – Fenix – 19
No final da 1ª semana de competição, o Tour de France estava já feito para a formação ProTeam: 2 vitórias em etapa e 6 dias de camisola amarela. Mathieu van der Poel brilhou no Mur de Bretagne e envergou o símbolo de líder até à etapa 8, com muito espetáculo ao longo das etapas, inclusive a presença numa fuga. Pelo meio, Tim Merlier venceu ao 2º dia, uma vitória impressionante.
A partir daqui, a equipa apostou em Jasper Philipsen, ele que conseguiu 6 pódios em 6 chegadas ao sprint possíveis mas não conseguiu a desejada vitória. Boa prestação mas com um sabor amargo. Jonas Rickaert foi o lançador de serviço. Pela qualidade, talvez se esperasse mais de Xandro Meurisse, Kristian Sbaragli e Petr Vakoc, no entanto viu-se muito trabalho destes na frente do pelotão, tal como por parte de Silvan Dillier.
Astana – Premier Tech – 12
Não fosse Alexey Lutsenko e a Astana tinha um Tour de France para esquecer. O ciclista cazaque trouxe a boa forma do Dauphine e terminou em 7º na classificação geral, ele que chegou a estar mais acima mas as montanhas finais foram fatais para as suas aspirações. Mesmo assim, excelente resultado, o 1º top-10 em Grandes Voltas.
Jakob Fuglsang vinha para vencer etapas mas nem se viu ao longo de 3 semanas, um completa nulidade. Ion Izagirre foi o mais inconformado, por várias vezes tentou (dois top-5) mas também não conseguiu a desejada vitória. Omar Fraile e Alex Aranburu vinham em boa forma mas não corresponderam. Hugo Houle, Dmitry Gruzdev e Stefan de Bod também passaram ao lado da prova.
Bahrain-Victorious – 20
O que dizer do Tour de France da equipa árabe? As expectativas eram altas e mesmo com o abandono de Jack Haig ao 3º dia, a Bahrain não virou a cara à luta e assumiu outra estratégia. Sonny Colbrelli lutou pela verde até ao final mas, curiosamente, foi na montanha que melhores resultados obteve, com 2 pódios. Já Wout Poels lutou pela montanha até ao fim e foi na última chegada em alto que cedeu a “camisola das bolinhas”.
Dylan Teuns teve uma grande exibição no fecho da 1ª semana, vencendo uma etapa épica. No dia anterior, Matej Mohoric tinha ganho a tirada mais longa da competição, com mais uma exibição de antologia, algo que veio a repetir ao 19º dia, com mais uma vitória em solitário numa fuga. Marco Haller e Fred Wright foram gregários de Colbrelli. O lugar de líder na luta pela geral foi ocupado por Pello Bilbao, com este a não desiludir e a terminar em 9º lugar, conseguindo o primeiro top-10 no Tour.
B&B Hotels p/b KTM – 10
Numa equipa com alguns nomes grandes, Franck Bonnamour acabou por ser uma agradável surpresa, andou quase 700 quilómetros em fuga e no final levou para casa o prémio de super-combativo, subindo ao pódio final.
Bryan Coquard era a grande esperança mas chegou fora de controlo na etapa de Tignes, sem sequer somar um único top-10. Pierre Rolland e Quentin Pacher tentaram quando a estrada inclinava mas, como seria de esperar, havia ciclistas sempre mais fortes. Cyril Barthe assumiu os sprints depois da saída de Coquard e, curiosamente conseguiu melhores resultados. Maxime Chevalier e Cyril Lemoine mal se viram.
Bora-Hansgrohe – 18
A formação alemã partia com um duplo objetivo, a geral com Wilco Kelderman e as etapas/camisola verde com Peter Sagan. O primeiro esteve a um grande nível, sempre muito discreto mas atento foi fazendo a sua corrida para no final terminar num muito positivo 5º lugar, um excelente resultado. Já Peter Sagan, que trazia o Giro nas pernas, viu uma queda logo ao 3º dia causar-lhe uma lesão no joelho, que o fez abandonar antes da 12ª etapa.
Aí, a equipa de Ralph Denk mudou o chip e foi logo à primeira tentativa que colheu os seus frutos, com Nils Politt a vencer numa fuga. Alguns dias depois, Patrick Konrad conseguiu o seu sucesso, com uma vitória impressionante, depois de várias tentativas. Ide Schelling espalhou magia nos primeiros dias, lutando e envergando a camisola da montanha. Daniel Oss, Lukas Postlberger e Emanuel Buchmann foram gregários importantes.
Cofidis, Solutions Crédits – 13
Ainda não foi desta que a Cofidis voltou a vencer no Tour de France, este que era o seu grande objetivo para a edição de 2021. Guillaume Martin era a grande aposta, tentou várias vezes nas primeiras duas semanas mas o tempo ganho nas fugas fizeram mudar o pensamento e, no final, o francês terminou em 8º, o primeiro top-10 em Grandes Voltas.
Ruben Fernandez e Simon Geschke viram-se, esporadicamente, no apoio a Martin. Jesus Herrada, por outro lado, foi uma sombra de si próprio, não se viu ao longo das 3 semanas de competição, sendo que o mesmo se aplica a Pierre Luc-Perichon e Jelle Wallays. Anthony Perez apareceu em algumas fugas. Por fim, Christophe Laporte lutou, sozinho, nas chegadas ao sprint, conseguindo 3 top-10.
Deceuninck-QuickStep – 20
Logo ao 1º dia, Julian Alaphilippe retirou alguma pressão da equipa belga vencendo em Landerneau e envergando a maillot jaune, embora que apenas por 1 dia. A partir daí, muito tentou mas a vitória não mais apareceu. Quem mais perto esteve foi Mattia Cattaneo que, com várias fugas, conseguindo 5 top-10, o que lhe valeu o 12º lugar final.
Mark Cavendish foi rei e senhor nos sprints e somou quatro vitórias, igualando o recorde de Eddy Merckx. Tudo isto, valeu-lhe o triunfo na classificação por pontos 10 anos depois. Michael Morkov e Davide Ballerini foram as peças fundamentais do comboio. Tim Declercq deu o peito ao vento na perseguição às fugas, tal como Dries Devenyns. Kasper Asgreen foi importante em vários terrenos e ainda conseguiu 2 top-10, ambos nos contra-relógios.
EF Education – NIPPO – 11
Fosse esta análise escrita a 4 dias do fim e a história tinha sido outra mas como o Tour de France só termina após 21 etapas, a prestação da equipa norte-americana não será para mais tarde recordar. Rigoberto Uran partia em 2º lugar para as últimas etapas de montanha mas ficou vazio de forças e colapsou por completo, caindo até ao 10º lugar. Prestação modesta para o colombiano.
Durante a prova os seus ciclistas foram tendo alguma liberdade para integrar as fugas, principalmente Sergio Higuita e Ruben Guerreiro. Em estreia no Tour, o português teve algum destaque, terminando em 18º. Magnus Cort somou diversos top-10 mas é capaz de mais e melhor. Michael Valgren mal se viu, tal como Neilson Powless. Stefan Bissegger apareceu a espaços, principalmente nos contra-relógios, com Jonas Rutsch a integrar algumas fugas.
Groupama-FDJ – 9
Após um início de ano mais fraco, Arnaud Demare vinha com bastante confiança e com o bolso cheio de vitórias. Marc Madiot confiava muito no seu pupilo mas este voltou a falhar no Tour, conseguindo um top-10. Em nossa opinião muita falta fez Ramon Sinkeldam ao seu comboio que tinha apenas Miles Scotson, Ignatas Konovalovas e Jacopo Guarnieri. Ao 9º dia, chegou fora de controlo e foi para casa.
David Gaudu até estava a fazer um bom Tour mas colapsou por completo na etapa do Mount Ventoux. O tempo perdido aí foi fatal, ele que depois esteve ao ataque em todas as etapas de montanha da semana final, terminando no 11º posto, o que mesmo assim é fraco. Bruno Armirail voltou a mostrar que é um excelente gregário e Valentin Madouas também cumpriu. Stefan Kung teve as suas oportunidades mas continua a bater na trave, não conseguindo vencer em Grandes Voltas.
INEOS Grenadiers – 14
À partida para o Tour a INEOS Grenadiers era uma das equipas a abater. Com 3 ciclistas com estatuto de líder e com bons resultados à partida (Geraint Thomas, Richie Porte e Richard Carapaz), a confiança de um bom resultado era grande. Logo nos primeiros dias, Thomas e Porte caíram – não seria de esperar outra coisa, raramente estes dois corredores acabam uma prova ser ir ao chão pelo menos uma vez – ficando Carapaz como líder indiscutível.
A equipa britânica ainda pegou na corrida várias vezes, mas o equatoriano não estava ao mesmo nível dos seus rivais e, mesmo com muito bluff pelo meio, não conseguiu vencer uma etapa, contentando-se “apenas” com o 3º lugar final. Relativamente aos restantes elementos, destaque para Michal Kwiatkowski e Jonathan Castroviejo, foram aqueles que mais apoio conseguiram dar na montanha. Tao Hart, Dylan van Baarle e Luke Rowe estiveram muito apagados.
Intermarché – Wanty – Gobert Matériaux – 8
O sucesso do Giro era praticamente impossível de repetir, a própria equipa sabia disso mesmo assim apareceu em muitas fugas, como é seu apanágio. Para a classificação geral, Louis Meintjes renasceu, voltando às boas exibições terminando num positivo 14º lugar.
Os irmãos Van Poppel foram dividindo as oportunidades nas chegadas ao sprint, conseguindo 3 top-10 divididos pelos dois. No apoio a estes, enquanto esteve presente, vimos Jonas Koch. George Zimmermann foi um corredor muito combativo, por várias vezes o vimos ao ataque, destacando-se o 8º posto na etapa 19. Lorenzo Rota também somou um top-10, ao 16º dia. Jan Bakelants e Loic Vliegen foram sombras de si próprios.
Israel Start-Up Nation – 10
Com o dorsal 31 o Tour de Chris Froome foi discreto, tal como se esperava. Nas corridas anteriores à Grande Boucle tinha-se observado que o nível do britânico estava bem longe daquele que o fez ganhar Grandes Voltas, não sendo portanto uma surpresa negativa. André Greipel teve uma despedida do Tour razoável, aos 39 anos. Nunca foi capaz de estar na luta pela vitória, mas fez top 10 por 5 vezes e terminou em 15º na classificação por pontos.
Em relação aos trepadores, relativamente ao Giro Dan Martin esteve uns furos abaixo, 8º na etapa de Andorra e 5º em Luz Ardiden, onde tentou seguir os melhores da geral. As fugas não são propriamente uma especialidade do irlandês e tudo se torna mais difícil quando não há propriamente para ajudar e criar as condições para o conforto e um triunfo. Michael Woods passou pelo mesmo, depois de uma queda na primeira semana ter terminado com o sonho de top 10 do canadiano. Ainda foi 3º na etapa 8 e 5º na etapa 14, andou com a camisola da montanha e na luta por esta classificação, só que voltou a cair e depois optou pelo abandono, também para se poupar para Tóquio.
Lotto Soudal – 7
Com a saída prematura de Caleb Ewan, a equipa ficou órfã do seu único e grande líder para esta corrida, a queda em Pontivy estragou meses e meses de trabalho. Thomas de Gendt e Philippe Gilbert mal se viram na corrida, já na fase final da carreira não parecem ser capazes de rivalizar com esta nova geração, não têm pernas para mais neste momento. Talvez precisem de uma mudança de equipa “à la Mark Cavendish”.
Nota positiva para os jovens da equipa, que deram excelentes indicações. Brent van Moer esteve quase a ganhar uma etapa através da fuga e Harry Sweeny foi mesmo uma enorme surpresa ao fazer 3º na etapa 12.
Movistar Team – 13
Foi um Tour de alguma desilusão para a Movistar, os comandados de Eusebio Unzue nunca conseguiram realmente ser protagonistas na corrida e grande parte disso veio logo da primeira semana, onde perderam Marc Soler e onde Miguel Angel Lopez ficou na prática bem longe da luta pela geral. Esperava-se que o colombiano recuperasse, pelo menos, para a última semana, mas não o fez e nem conseguiu ser uma grande ajuda para Enric Mas, que ficou sozinho a lutar pela geral na formação espanhola.
Enric Mas fez um Tour atento, sóbrio e relativamente regular, mas só foi capaz de realmente acompanhar os melhores a grande ritmo em Luz Ardiden, no dia anterior tinha perdido muito tempo e ficado fora da luta pelo top 5. Continua a ser um ciclista altamente fiável, foi 5º no Tour e na Vuelta em 2020 e 6º agora, não conseguiu foi dar o salto em frente. Alejandro Valverde passou grande parte do Tour escondido para aparecer na etapa 15, em Andorra, onde perdeu para um inspirado Sepp Kuss, não impressionou no geral. Ivan Garcia Cortina foi dando um ar da sua graça de vez em quando, tentou surpreender em Carcassonne e foi 4º, sem equipa para o apoiar nos finais ao sprint torna-se mais complicado.
Team Arkéa-Samsic – 8
Uma equipa que foi perdendo unidades e que terminou apenas com 3 ciclistas, isso tornou-se de certa forma memorável porque numa das etapas de montanha atacou com esses 3 ciclistas. Nacer Bouhanni foi dos que mais lutou foi dando a Mark Cavendish nas chegadas em pelotão compacto, estava a caminho do top 5 na camisola verde, mas não concluiu o Tour. Ainda assim, superou as expectativas.
Warren Barguil mal se viu ao longo do Tour, também ele abalado por quedas e Elie Gesbert deixou uma boa nota, tentou ajudar Quintana ao máximo e foi 7º na etapa 14, Connor Swift voltou a deixar boas indicações. Em relação a Quintana, a sua carreira parece continuar a regredir, aos 31 anos. Ainda andou com a camisola da montanha, não sendo capaz de a manter, ainda fez alguns ataques de pólvora seca, mas mais nada. Já poucos o veem como uma ameaça ou um candidato.
Team BikeExchange – 12
Vieram somente a pensar em etapas e saíram de mãos vazias e sem top 10 na geral. Simon Yates fez uma primeira tentativa em Le Grand Bornand e depois abandonou, tendo a vantagem de chegar mais fresco aos jogos. Lucas Hamilton apontava ao top 10, mas cedo ficou fora dessa luta e sobrou Esteban Chaves, que ia tentando acompanhar os melhores como podia e terminou em 13º da geral, um resultado positivo para o colombiano, que não foi protagonista.
De resto, o foco foi sempre em Michael Matthews. O australiano começou bem o Tour com um 2º posto e cedo fixou os olhos na camisola verde. O problema é que perdeu muitos pontos para Cavendish nas chegadas em pelotão compacto, apesar de recuperar parte deles nos sprints intermédios. A sua liberdade para entrar em fugas também ficou condicionado por causa da luta pela camisola verde, onde terminou em 2º. Chris Juul Jensen foi um dos gregários deste Tour, sempre mostrando grande capacidade física e Luka Mezgec fez 2 top-5 nas 2 chances que teve.
Team DSM – 5
Foi um Tour muito, muito fraquinho para a Team DSM, um espelho da temporada até agora. Soren Kragh Andersen e Tiesj Benoot eram nomes sonantes que partiam com alguma expectativa, mas ambos foram para casa na 2ª semana, não logrando nenhum resultado de relevo antes disso. Os jovens Mark Donovan e Nils Eekhoff não se conseguiram destacar e coube a Casper Pedersen o melhor resultado da equipa, com um 3º lugar mesmo a fechar o Tour.
A maior desilusão foi mesmo Cees Bol, o holandês talvez tenha desperdiçado uma das maiores oportunidades da carreira, principalmente tendo em conta que boa parte dos sprinters foram para casa mais cedo ou estado muito afectados pelas quedas e ele não ficou envolvido na etapa 3. Nunca se conseguiu colocar apesar de ter um bom comboio e nunca conseguiu sequer estar no top 5. Algo se passa na Team DSM e algo tem de mudar drasticamente para conseguirem dar a volta a este mau momento.
Team Jumbo-Visma – 20
Pelo segundo ano consecutivo, a formação holandesa partia com o objetivo de vencer o Tour de France com Primoz Roglic e, pelo segundo ano consecutivo, os planos saíram furados. Roglic e estradas francesas não combinam e o esloveno continuou a sua história de ódio com o território gaulês. Várias vezes foi ao chão o que levou ao seu abandono ainda na primeira metade da prova. Toda a equipa da Jumbo-Visma caiu e isso também levou aos abandonos de Robert Gesink, Tony Martin e Steven Kruijswkijk.
Sobravam 4 mosqueteiros e a verdade é que estes 4 cumpriram e até excederam as expecativas. Jonas Vingegaard foi um líder inesperado, agarrou a oportunidade com unhas e dentes e terminou num fabuloso 2º lugar. Resultado de sonho para um corredor que, na estrada, foi o único que conseguiu fazer descolar Tadej Pogacar. Sepp Kuss teve alguma liberdade, e depois de algumas etapas menos conseguidas, venceu perto de casa, em Andorra.
Antes disso, já tínhamos tido espetáculo por parte de Wout van Aert. ao vencer no Mount Ventoux mas o melhor ainda estava para vir. O fenómeno belga espalhou magia pelas estradas franceses e os últimos dois dias foram de luxo, venceu o contra-relógio e a chegada aos Campos Elísios. Um monstro: venceu na montanha, no contra-relógio e ao sprint!
Team Qhubeka NextHash – 6
A formação sul-africana vinha com o objetivo único de vencer etapas mas nem perto esteve de discutir as vitórias. Victor Campenaerts e Sergio Henao eram os nomes mais consagrados no alinhamento mas enquanto o primeiro abandonou a meio da competição, o segundo até integrou algumas fugas mas nem aí conseguiu imiscuir-se nos 10 primeiros.
Carlos Barbero e Max Walscheid eram as apostas para as chegadas ao sprint, lutarem contra corredores bastante mais rápidos não se avizinhava fácil, e foi o alemão a conseguir dar os únicos top-10 à sua equipa (2). Sean Bennett, Simon Clarke e Michael Gogl nem se viram. Por fim, mencionar Nic Dlamini, que foi para casa ao 9º dia depois de ter chegado fora de controlo na chegada a Tignes. Tudo normal até aqui, no entanto o sul-africano quis acabar a etapa, mesmo sabendo que iria chegar fora do tempo limite de forma a honrar a corrida.
Team TotalEnergies – 7
Pierre Latour vinha a dar boas indicações, até abriu bem o Tour, com o top-10 no Mur de Bretagne mas a partir daí eclipsou-se. Nas últimas etapas de montanha, por várias vezes lançou ataques inconsequentes, apenas para se mostrar na frente de corrida.
Anthony Turgis não apresentou a forma dos meses de Março e Abril, no entanto ainda conseguiu sacar 3 top-10, o que acaba por ser positivo. Cristian Rodriguez e Victor de la Parte são bastante regulares na montanha, mas no Tour a música é outra, nunca se viram realmente entre os melhores. Fabien Doubey, Julien Simon e Jeremy Cabot apareceram em algumas fugas. E o que é feito de Edvald Boasson Hagen? O norueguês está completamente fora de forma, nunca esteve na luta até chegar fora de controlo ao 15º dia e não parece dar indicações para um dia regressar, sequer, perto da forma que demonstrou noutros tempos.
Trek-Segafredo – 14
Uma formação claramente dividida em 2 blocos. O dos ciclistas rápidos era liderado na teoria por Mads Pedersen, que foi uma sombra de si mesmo. Afectado pelas quedas da 1ª semana ainda foi 8º na etapa 4 e depois nunca mais apareceu, o que para um ciclista que já foi campeão do Mundo pede-se mais. Jasper Stuyven esteve activo à procura de fugas, o belga sabe que não tem ponta final para se bater com os principais sprinters. Só perdeu para Mohoric na etapa 7 e na etapa 19 voltou a tentar. A Edward Theuns aplica-se o mesmo, 6º na etapa 19 e 7º na etapa 12.
O bloco dos trepadores teve pontos positivos e pontos negativos, Vincenzo Nibali praticamente não apareceu em prova e foi para Tóquio mais cedo, enquanto Julien Bernard foi tentando ajudar Kenny Elissonde e Bauke Mollema em fugas. O duo da Trek ameaçou na dupla passagem pelo Mont Ventoux, onde fizeram 2º e 3º, respectivamente e Mollema concretizou mesmo a ameaça na 14ª jornada, batendo Patrick Konrad em Quillan.
UAE Team Emirates – 20
Menos de um ano depois, a equipa árabe partia com muita pressão, rumo à defesa do título e a verdade é que cumpriu com o seu papel, estando ao lado do seu líder. No controlo das operações desde muito cedo, e mesmo afetada pelas lesões, a equipa chegou completa ao final.
Indubitavelmente, Tadej Pogacar é a grande figura da equipa e do Tour: vitória na classificação geral final, vencedor da montanha e da juventude e 3 triunfos em etapa. Dono e senhor desta Volta a França, o esloveno não mostrou sinais de fraqueza ao longo de 21 anos.
Rafal Majka, Brandon McNulty, Davide Formolo e Rui Costa foram gregários importantes quando a estrada inclinou. Grande destaque para o antigo campeão do Mundo que, num novo papel, esteve bastante bem. Também perdemos a conta dos quilómetros que Mikkel Bjerg e Vegard Stake Laegen passaram na frente do pelotão. De forma individual, talvez Marc Hirschi pudesse ter sido mais importante, está longe da sua versão de 2020, mas foi abalado por uma queda logo no primeiro dia que o debilitou fisicamente.