Alpecin – Deceuninck – 16

É daquelas equipas que sai daqui com 3 vitórias em etapa e mesmo assim sem a satisfação plena porque tinha expectativas de bem mais. Jasper Philipsen era o claro favorito à camisola verde, objectivo que não foi alcançado, e havia a expectativa que o belga fosse o dominador dos sprints, algo que também não aconteceu, derrotado por Girmay e por Groenewegen, nunca deu a sensação que estivesse ao mesmo nível de 2023, mesmo sem outros sprinters de alto gabarito aqui, casos de Merlier ou Milan. Ainda assim, o balanço tem de ser positivo, 3 triunfos é muito bom, melhor do que 90% das outras equipas.

Mathieu van der Poel foi uma das desilusões desta Volta a França, mesmo tendo em conta que estava a preparar os Jogos Olímpicos. Raramente fez aqueles lançamentos que são meia vitória, nunca esteve sequer próximo de uma fuga vitoriosa. Axel Laurence teve  a única chance em Bolonha, onde foi 7º, Rickaert e Vermeesch estiveram bem nos lançamentos e Dillier muito forte nas perseguições.



Arkea – B&B Hotels – 14

Estávamos curiosos para ver o que Kevin Vauquelin fazia e o polivalente francês provou que tem tudo para ser o líder desta equipa a longo prazo caso o consigam segurar. Venceu em Bolonha quando poucos previam um triunfo da fuga, a Arkea leu bem a corrida e viu que não teria muitas chances, tinha de dar tudo ali. Cristian Rodriguez também esteve bem a espaços, 4º no dia em que Vauquelin ganhou, fez ainda uma belíssima etapa no Isola 2000, ao contrário de Clement Champoussin, que mal se viu.

Arnaud Demare e o seu comboio foram uma das desilusões deste Tour, confirmou-se o que tínhamos previsto, nem sempre trazer muitos homens rápidos significa um comboio eficaz e a coordenação de Mozzato, Capiot e McLay não foi a melhor, a juntar a falta de pernas de Demare, o francês terminou fora de controlo na etapa 19 e termina o Tour sem qualquer top-5, visto que foi relegado no dia em que fez pódio.

 

 

Astana Qazaqstan Team – 13

E teve mesmo de ser Mark Cavendish a salvar a honra do convento, até porque o resto do Tour da Astana foi tremendamente fraco. É verdade que o britânico tinha essa responsabilidade, a equipa foi essencialmente montada ao seu redor, mas ainda assim ganhar no Tour aos 39 anos para bater o recorde de Eddy Merckx, era bastante improvável. 

E ainda se tornou menos provável quando passou por grandes dificuldades nos primeiros dias do Tour, a equipa quase que o levou ao colo no primeiro fim-de-semana, felizmente para ele estava no sítio certo à hora certa e despediu-se em grande. Foi novamente um Lutsenko muito fraquinho e Tejada só apareceu na abertura e no contra-relógio, ao fazer 8º.

 

 

 

Bahrain – Victorious – 12

Foi uma Volta a França repleta de contratempos, a equipa perdeu Pello Bilbao e Fred Wright a meio, ambos vítima de problemas de saúde e tendo em conta que trazia Mohoric, Poels e Haig também para fugas, o plano saiu muito furado pelas ambições dos ciclistas da geral. Aliás, estes 3 corredores estiveram muito discretos todo o Tour.

Phil Bauhaus cumpriu o seu papel, vencer uma jornada ao sprint nesta prova era muito complicado, fez 1 pódio, 5 top 10’s, fez mais do que 300 pontos UCI graças a isso, o alemão sempre foi este tipo de ciclista, muito certinho e regular.

Santiago Buitrago foi quem esteve globalmente melhor ao longo das 3 semanas, o colombiano de 24 anos já tinha sido 10º na Vuelta e foi agora 10º no Tour, não foi em fugas, manteve-se sempre junto dos melhores até ao seu limite e passou Gall e Ciccone nos últimos dias, acho que no futuro poderá fazer estragos num Giro por exemplo, onde tem a possibilidade de ter uma atitude mais ofensiva.

 

Cofidis – 9

Houve formações a realizar uma temporada fraquinha e que tiveram neste Tour o maior sucesso do ano, a Cofidis não foi uma delas, manteve a toada e houve ciclistas que nem sequer vimos, casos de Jesus Herrada, Ion Izagirre (ambos abandonaram a meio) e Simon Geschke, que inclusivamente concluiu a competição, a equipa foi quase inexistente na alta montanha.

Curiosamente no ranking do prize money houve 8 equipas piores, isto deve-se a Bryan Coquard, que também em termos de classificações em etapas esteve muito discreto, nem sequer fez qualquer top 5 (é verdade que havia poucas jornadas ao seu jeito). Mas o francês fez bom uso do sistema da classificação por pontos, foi a todos os sprints intermédios e lá terminou em 3º na camisola verde.

Guillaume Martin apareceu na última semana, sem ajuda, em quase todas as fugas e graças a isso também foi subindo lugares, terminou em 13º, o que estava dentro do esperado para o trepador francês que continua a mostrar ter capacidade para liderar uma equipa desta dimensão.



Decathlon AG2R La Mondiale Team – 8

Tendo em conta o que vinham a fazer em 2024, não tenho dúvidas, uma das desilusões deste Tour em toda a linha. Começando pelos sprints, Sam Bennett chegava com alguns sinais de brilhantismo recentes, repleto de confiança, foi para casa mais cedo e sem qualquer pódio mesmo estando ocasionalmente bem colocado.

Com um traçado pouco favorável às suas características, Dorian Godon e Paul Lapeira não tiveram assim tantas oportunidades e nunca ameaçaram o triunfo, restou um Bruno Armirail combativo, que esteve em 5 fugas. Para a geral Felix Gall tinha expectativas de bem melhor, depois de ter feito 8º em 2023 quando nem sequer partia como líder. O austríaco mostrou debilidades no terreno plano, foi horrível nos contra-relógios e mesmo assim partiu para a última semana com hipóteses sérias no top 10, só que perdeu esse lugar no seu terreno predilecto.

 

 

EF Education – EasyPost – 16

Foi das equipas que mais gostei de ver correr em termos de atitude geral, apesar de algumas táticas questionáveis em certos dias. Richard Carapaz foi a grande figura dos comandados de Jonathan Vaughters, entrou bem no Tour e chegou a envergar a camisola amarela, depois poupou-se um pouco para fazer uma tremenda terceira semana, ganhou 1 etapa, garantiu a camisola da montanha e foi considerado o super-combativo do Tour, teve muito mais protagonismo e visibilidade do que se fosse 6º ou 7º na geral e pareceu ter capacidade física para tal.

Alberto Bettiol viu que não tinha pernas para ganhar e foi ajudando como pôde e o terreno deste Tour não foi propício a sprinters em grupos reduzidos como Marijn van den Berg ou a caça etapas como Neilson Powless ou Rui Costa. Ben Healy mostrou excelente pernas, muito coração, mas por alguma razão ficou sempre perto de uma grande vitória, foi daqueles ciclistas que até merecia mais.

 

Groupama – FDJ – 6

Sejamos honestos, não foi surpresa nenhuma esta Volta a França da Groupama-FDJ, com um David Gaudu fora de forma e um Lenny Martinez chamado à pressa, sem sprinter para competir em muitas etapas. Gaudu lá apareceu 1 ou 2 vezes, sem resultado prático, Lenny Martinez fez o que pôde sem uma preparação específica, Quentin Pacher foi dos mais inconformados e até fez pódio logo em Bolonha.

Romain Gregoire deu algumas boas indicações, sempre muito atento na fase de formação da fuga, esteve em 4, sem resultados relevantes, mas ganhou experiência para o futuro, Stefan Kung fez top 10 no contra-relógio e depois mais nada e Valentin Madouas foi tentando aqui e ali.

 

 

INEOS Grenadiers – 11

Realmente, longe vão os tempos em que os britânicos eram dominadores, ou pelo menos faziam parte do núcleo que decidia as corridas. E tudo o que falámos sobre eles na antevisão do Tour confirmou-se. Começaram com a teimosia dos vários líderes quando todos viam que Carlos Rodriguez era aquele que, em termos de classificação geral, dava mais garantias. O espanhol foi 7º, pior que em 2023 e ao contrário do ano passado foi de mais a menos, ele era 5º quase empatado com João Almeida na etapa 14, terminou a 6 minutos do português e com visíveis dificuldades na 3ª semana.

Egan Bernal parecia no caminho da recuperação e certamente não saiu deste Tour com mais confiança, não conseguiu competir com este nível estratosférico. Geraint Thomas estava completamente esgotado, não fez muito para a equipa e mesmo em fugas viu-se que estava frágil. Laurens de Plus fez 15º à geral, foi atacando em algumas jornadas, Kwiatkowski fez 3º numa etapa ao seu alcance, precipitou-se taticamente, Thomas Pidcock, preocupado com os Jogos Olímpicos fez 1 pódio e depois desligou-se da corrida. Para mim este Tour cavou ainda mais a diferença da Ineos para a UAE e a Visma, mesmo com um orçamento bem elevado e a falta de rumo parece continuar. 



Intermarché – Wanty – 19

Acho que nem nos melhores sonhos imaginavam um cenário em que saíram do Tour 2024 com 3 vitórias em etapa e a camisola verde nos ombros de Biniam Girmay. É que correu tudo bem, o comboio resultou melhor do que se esperava e depois Girmay correspondeu com a melhor forma da carreira para fazer história para o ciclismo eritreu e o ciclismo africano. Bateu Philipsen e sprinters de gabarito mundial no mano a mano e ainda teve se sofrer nos últimos dias devido a uma queda sofrida na última etapa ao sprint.

A equipa jogou depois globalmente muito bem e temos que dizer que Mike Teunissen, pela capacidade de guiar Girmay nos finais de etapa, merece o reconhecimento de um dos gregários do Tour. Todos trabalharam em prol desse objectivo, depois Meintjes teve liberdade para entrar em algumas fugas nos últimos dias e subir a top 20 na geral.

 

Israel – Premier Tech – 13

Foram os protagonistas da grande surpresa do top 10 neste Tour, poucos colocariam Derek Gee nessa posição, nós estávamos à espera que o canadiano fosse enveredar pelo caminho da caça de etapas, mas a equipa também julgou bem que não era Tour para isso. Derek Gee foi muito regular, beneficiou dos 2 contra-relógios para ganhar tempo a alguns dos rivais e termina em 9º com muito mérito, depois de ter sido 3º no Dauphiné.

Pascal Ackermann, por outro lado, era o líder para os sprints, com um comboio interessante composto por Boivin e Stewart, o alemão teve um desempenho interessante, faz 7 top 10’s, 3 pódios e termina apenas em 11º na classificação por pontos, também se mostrou pouco interessado nos sprints intermédios, tendo em conta que faz mais do que 500 pontos UCI o saldo é positivo. Tanto Krists Neilands como Stephen Williams estiveram um pouco apagados.

 

Lidl – Trek – 11

É das equipas que sai de mãos a abanar e que merecia mais, muito pelo azar que teve. Mads Pedersen caiu com algum aparato e desistiu cedo, o foco estava totalmente no dinamarquês e dava a sensação que poderia ter conquistado alguma etapa, até porque costuma andar melhor quando a fadiga aperta. Depois disso Giulio Ciccone recebeu mais algum apoio, parecia que estava até encaminhado para o top 10 final e perdeu-o no último dia para Santiago Buitrago, o italiano balança entre a aposta para a geral e a tentativa de conquista de etapas.

Ryan Gibbons sprintou e fez 3 top 10’s na ausência de Pedersen, Skujins fez 4º no dia em que Campenaerts ganhou e Stuyven teve a sua chance na etapa da gravilha, acho que não podiam ter feito muito mais tendo em conta as circunstâncias.

 

Lotto-Dsnty – 13

A nossa previsão estava certa relativamente a alguns aspectos, o comboio de Arnaud de Lie não foi incrível e o belga estava várias vezes fora de posição, claramente a praia dele não é sprints massivos a não ser que a corrida tenha sido dura e parta da frente. Portanto, Arnaud de Lie sai do Tour com 2 pódios, 3 top 5’s e o 6º lugar na classificação por pontos, algo que até lhe deve dar alento para edições futuras, merece um comboio melhor.

Maxim van Gils teve aquela polémica com a queda, antes disso tinha sido 5º na abertura, Harm Vanhoucke mal se viu e Victor Campenaerts, que até está de saída, foi quem salvou a honra do convento e na última e derradeira oportunidade que tinha, provando que é dos melhores ciclistas do Mundo em fugas naquele terreno.




Movistar Team – 11

Este Tour foi um bocadinho o reflexo da temporada da Movistar. Enric Mas esteve claramente uns furos abaixo do desejado e quase nunca conseguiu seguir os melhores, nem em pelotão, nem em fuga, nas 2 chances que teve na última semana porque já estava bem longe na geral foi sempre superado por Richard Carapaz, o foco agora é a Vuelta onde tem obrigação de fazer bem melhor na classificação geral, até pela concorrência que vai estar presente.

Tal como no resto do ano Oier Lazkano foi o grande destaque, constantemente ao ataque e em fugas, mesmo fora do seu terreno, diria que foi um dos 5 mais combativos do Tour. Fernando Gaviria até superou o que esperava dele, não estava à espera que, sem comboio, fizesse 2 pódios e contribuísse com mais de 300 pontos UCI. Alex Aranburu também esteve bem, teve as suas chances nas etapas 1 e 9, não as aproveitou totalmente e depois a partir daí entrou a alta montanha. Javier Romo também não esteve nada mal, Nelson Oliveira ajudou como pôde e parece ter feito uma boa rodagem para os Jogos Olímpicos.

 

Red Bull BORA-hansgrohe – 9

É quase inacreditável a atracção que Primoz Roglic tem pelas quedas ou neste caso que as quedas têm por ele. O que podemos analisar na prática é que as nossas dúvidas em relação à forma física do esloveno eram justificadas, ele nunca pareceu ao nível de Pogacar, Vingegaard e até Evenepoel enquanto esteve livre de incidentes, diria que o 4º posto seria o melhor possível para ele, o que mesmo assim estava fora dos objetivos.

É que o desempenho do resto da equipa também não foi famoso, Vlasov desistiu a meio, Jungels e Sobrero não deram nas vistas e Hindley não só nunca conseguiu estar perto de Roglic, como na terceira semana esteve uns furos abaixo de Carapaz e Yates, nunca esteve realmente na discussão de uma etapa.

 

 

 

Soudal Quick-Step – 18

Estiveram globalmente muito bem, quase de igual para igual com a Visma, e não tiveram Casper Pedersen o Tour todo e Louis Vervaeke na última semana. Remco Evenepoel tem de sair daqui com a confiança em alta e com um alívio muito grande, que foi visível em Nice. Foi a confirmação que o belga é mesmo ciclista de 3 semanas e que aquela Vuelta não foi ganha por acaso, não esteve assim tão distante do nível de Vingegaard na alta montanha, sai com o pódio, 1 vitória em etapa e a camisola branca, cumpriu todos os objetivos e fez uma corrida muito inteligente na estrada, pedia-se que fosse mais discreto fora dela.

Mikel Landa acaba com um top 5 que poucos estariam à espera, mesmo trabalhando ocasionalmente para Evenepoel e num traçado com 2 contra-relógios, deixa água na boca para a Vuelta. Ilan van Wilder esteve ao seu nível, Jan Hirt muito bem na alta montanha mesmo depois de um início conturbado.

 

 

Team dsm-firmenich PostNL – 14

Este Tour da DSM valeu quase totalmente por aquele primeiro dia, onde a equipa tinha um plano muito bem definido e decidiu arriscar tudo e bem porque leu a corrida na perfeição e contou com um Frank van den Broek fortíssimo. Isso resultou no triunfo de Romain Bardet na sua despedida e a consequente camisola amarela, parecia um sonho tornado realidade.

A corrida de Bardet ficou ligada a esse momento e a performance ficou por aí, só apareceu novamente no penúltimo dia e o mais activo nos outros dias de montanha até foi Oscar Onley e não Warren Barguil. Nos sprints as coisas correram manifestamente mal, o que não foi uma surpresa, Fabio Jakobsen continua bem longe do seu melhor, continua a mostrar dificuldades para sequer seguir o pelotão quando o ritmo aumenta e foi um erro a DSM trazê-lo ao Tour depois do que já se tinha visto em 2024.




Team Jayco AIUla – 13

Pode-se dizer que cumpriram, as equipas que ganharam uma etapa não foram assim tantas e a formação australiana foi uma delas, graças a Dylan Groenewegen, que levantou os braços na única vez que esteve realmente na discussão de um sprint até final, o resto da Volta a França foi um bocadinho cinzento, ainda assim já se sabia que com um bom posicionamento o holandês iria ser um perigo.

Simon Yates optou por caçar etapas vendo que não tinha pernas para a classificação geral, algo normal e legítimo, que até prevemos na antevisão, só falhou a parte de Chris Harper fazer uma boa classificação geral, não chegaria a Nice. Yates foi subindo lugares graças às fugas e até terminou em 12º, o seu grande carrasco foi Richard Carapaz, que o deixou para trás em 2 dias consecutivos.

 

 

Team Visma | Lease a Bike – 17

Acho que de maneira nenhuma podem ficar insatisfeitos, tendo em conta que fazem 2º e 8º, conquistam 1 etapa e vários pódios, num alinhamento em que o líder sofreu uma queda grave há poucos meses e podia nem estar presente e onde Sepp Kuss foi uma baixa de última hora. Só se pode louvar a capacidade de sofrimento e resiliência de Jonas Vingegaard, que com uma preparação comprometida arrisca tudo, faz os melhores valores de potência de sempre, nas palavras dele, e luta até ao fim perante o melhor Pogacar que já se viu.

Matteo Jorgenson faz um resultado incrível mesmo ajudando o seu líder como pôde, esteve muito próximo de ganhar 1 etapa e voltou a justificar esta mudança para a Jumbo, o norte-americano noutra equipa dificilmente faria melhor e aqui tem oportunidade de liderança de luxo em algumas corridas de 1 semana. Wilco Kelderman andou muito bem e foi uma peça importante, Benoot e Tratnik fizeram a sua parte, Wout van Aert é que esteve muito furos abaixo comparando com edições anteriores e a sua condição física levanta muitas dúvidas para os Jogos Olímpicos.

 

TotalEnergies – 13

Anthony Turgis sacou um enorme coelho da cartola num ano que estava a ser complicado para ele e para a equipa que teve uma prestação globalmente muito positiva. O talentoso francês tinha apenas um “token” para o usar e não podia ter escolhido melhor altura, sempre deu a sensação que estava à beira de uma grande vitória tendo em conta o seu subir de nível nas corridas importantes.

Steff Cras cumpriu, foi sendo regular na montanha e terminou em 16º, o que vale 90 pontos para a equipa e Matteo Vercher esteve à beira de uma vitória improvável ao 18º dia, isso seria a cereja no topo do bolo, mas Victor Campenaerts foi mais forte.

 

 

 

UAE Team Emirates – 20

Foram os dominadores completos e incontestados deste Tour do início ao fim, nunca parecerem em apuros e terminam com a vitória final, 6 triunfos em etapa, 4º e 6º da geral e a classificação colectiva, melhor era quase impossível visto que trabalharam imenso para alguns dos triunfos de Tadej Pogacar.

Esta foi a melhor versão que já vi do esloveno em todo o tipo de terreno, nota-se que melhorou face ao passado, principalmente na alta montanha e quando o terreno passa dos 2000 metros de altitude, só perdeu 1 duelo directo para Vingegaard e foi num dia em que se alimentou mal para o ataque que fez. Está no caminho de ser o ciclista mais titulado da história a continuar assim e está a 19 vitórias de etapa no Tour face ao recorde de Mark Cavendish…

João Almeida foi soberbo, o melhor resultado da história de Portugal no Tour desde Joaquim Agostinho e algo conseguido mesmo deixando tudo na estrada pelo seu líder e o mesmo se pode dizer de Adam Yates, prepararam sempre de forma impecável os ataques de Pogacar. Notou-se uma harmonia muito mais desde o abandono de Juan Ayuso, que estava a ser disruptivo ao esconder-se de algum trabalho.

Nils Politt foi eleito, justamente, o gregário do Tour, protegeu Pogacar no terreno plano, na média montanha, nos ventos laterais (a área onde a equipa pode ainda melhorar) e ainda puxou o pelotão centenas de quilómetros nas montanha. Wellens, Sivakov e Soler cumpriram o que lhes foi pedido.



Uno-X Mobility – 12

Toda a equipa, e em especial Jonas Abrahamsen, merecia mais. O norueguês em particular envergou a camisola da montanha diversos dias, esteve em meia dúzia de fugas, até em dias aparentemente inofensivos e até foi 2º numa etapa, obviamente que na alta montanha perdeu gás e desapareceu um pouco, fica a imagem de um dos combativos do Tour.

Alexander Kristoff fez 2 pódios, o que já foi bom tendo em conta que claramente já não tem a explosão do passado, Tobias Johannessen também lutou muito na montanha, faltou-lhe aquela pontinha de sorte e talvez mais alguma ajuda na fuga, Magnus Cort também esteve presente em 3 escapadas, nunca teve propriamente terreno para brilhar e Soren Waerenksjold foi o ciclista que mais me desapontou dentro da Uno-x, parece-me que está um pouco indefinido em termos do caminho a seguir e das características a trabalhar e a melhorar.

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