Antes de um fim-de-semana terrível, amanhã é dia para outros protagonistas. Numa chegada complicada, conseguirão os puncheurs superar os sprinters?
Percurso
Dia de sobe e desce constante pelas estradas do País Basco. Nos primeiros 120 quilómetros existem 5 subidas não categorizadas, surgindo, nessa altura o Alto de San Cipriano (4,5 kms a 4.1%).
Esta é a única subida categorizada do dia mas desenganem-se que as dificuldades acabaram. Seguem-se 4600 metros a 3,4% e, depois, é preciso esperar pelos derradeiros 20 quilómetros. Aí surge uma colina de 1200 metros a 6,4%, com outra colina de 3,8 metros a 2,5% a aparecer à entrada dos últimos 10 quilómetros. Se já não bastava tudo isto, os derradeiros 1500 metros da etapa para a chegada a Suances são a 5,9%.
Tácticas
O final de amanhã pode abrir o apetite a muitos ciclistas, como as dificuldades da etapa não são assim tantas tudo se deverá resumir aos 1500 metros finais. Com um dia potencialmente decisivo para a geral amanhã só as equipas que não têm ciclistas a lutar pela mesma estarão dispostas a trabalhar. Não parece demasiado duro para alguns sprinters e alguns puncheurs podem estar de olho nesta etapa.
Favoritos
Alex Aranburu é um excelente ciclista neste tipo de finais, tanto pode entrar na fuga como ser a aposta da Astana para um sprint visto que não tem de olhar por Vlasov. A formação cazaque já ganhou, Aranburu não tem pressão em cima, já mostrou estar a andar bem nesta Vuelta e hoje poupou-se.
Este tipo de final não é nada mau para Jasper Philipsen, que gosta de uma rampa empinada a coincidir com a meta. O belga já ganhou este ano num pequeno topo num grupo reduzido, no Tour du Limousin, mas precisará de muita ajuda no controlo da etapa e do quilómetro final.
Outsiders
Sam Bennett em boa forma passa muito bem as colinas e como se viu nesta Vuelta o irlandês está a voar. A relegação de hoje só o deixará com mais fome de vitória para amanhã, terá de estar ao seu melhor visto que a formação belga tem várias opções e poderá ser cada um por si.
Jon Aberasturi tem aqui a sua melhor opção em toda a Vuelta. O espanhol da Caja Rural tem passado o ano todo a fazer bons resultados em finais destes, desde o Tour du Limousin à Volta ao Luxemburgo, será que a Caja Rural é capaz de surpreender novamente as equipas do World Tour?
Procurando ciclistas que sejam hipóteses numa fuga ou num sprint final temos de eleger Magnus Cort, o dinamarquês já ganhou através de escapadas em etapas bem longas e em sprints com grupos grandes. É uma caixinha de surpresas que fez 2 pódios no Tirreno-Adriatico, tem de se colocar bem.
Possíveis surpresas
Como já referimos a Quick-Step tem várias opções, ao seu melhor Zdenek Stybar seria um ciclista muito perigoso, mas olho no explosivo Andrea Bagioli para este final. Pascal Ackermann venceu hoje, mas caiu, o seu corpo pode estar mais dorido amanhã apesar do final também não ser mau para o alemão. Caso Jasper Philipsen não tenha um dia bom Rui Costa estará à espreita nesta chegada, 2 kms a 5% são do agrado do português. Dion Smith fez grandes resultados nas provas italianas e ainda nada fez na Vuelta, amanhã é o dia que melhor lhe assenta no percurso todo. Para um sprint em pelotão olho ainda em Carlos Barbero, que gosta destes finais, e em Primoz Roglic, o mais explosivo dos homens da geral e que quer bonificar. Em caso de fuga alguns nomes a considerar são Clement Champoussin, Omar Fraile, Gonzalo Serrano, Aleksandr Riabushenko e Thymen Arensman.
Super-Jokers
Os nossos Super-Jokers são Gerben Thijssen e Reinardt van Rensburg.