A segunda semana da Vuelta abre com uma etapa que tem uma parte final complicada. Aguentarão os puncheurs as dificuldades finais ou veremos nova fuga a triunfar?

 

Percurso

A segunda semana de competição abre com uma etapa de média montanha entre Roquetas del Mar e Rincón de la Victoria, num total de 190,7 quilómetros. Os primeiros 160 quilómetros são relativamente acessíveis, terreno maioritariamente plano, sendo que tudo se pode decidir no Puerto de Almáchar (10,6 kms a 5%).



Esta é uma subida que engana uma vez que os primeiros 1600 metros são a 7,9%, seguindo-se 4 quilómetros planos ou em descida. A partir daí a subida assusta, são 4700 metros a 8,8%, sendo que existem 2 quilómetros acima dos 10%! O topo é atingido a 16,7 quilómetros do fim, seguindo-se uma descida bastante técnica até aos derradeiros 3000 metros em plano.

 

Táticas

O que esperar desta etapa? Na teoria esta é uma etapa ideal para uma fuga. Num dia que se avizinha duro demais para os sprinters e não muito complicado para os homens da geral, estão reunidos os condimentos necessários para uma grande fuga lutar pela etapa mas não acreditamos que seja assim tão linear.



Na 6ª etapa, noutra etapa que se avizinhava para a fuga (o que realmente veio a acontecer), vimos a Team BikeExchange a pegar na corrida, acreditando muito em Michael Matthews. É certo que o australiano não venceu mas esteve muito bem e sabe, de antemão, que esta é uma excelente hipótese uma vez que em chegadas planas dificilmente derrota os puros sprinters.

Tudo vai depender da estratégia da equipa australiana, como vem disposta do dia de descanso. Mesmo assim, acreditamos seriamente que uma fuga pode chegar ao final e disputar a vitória entre si.

 

Favoritos

Com a perda de tempo da Aleksandr Vlasov, a Astana dará ainda mais liberdade aos seus ciclistas. Amanhã é um dia ideal para Alex Aranburu, o espanhol que é um ciclista muito rápido em grupos restritos mas se for preciso, veremos o basco a atacar na descida. Foi assim que fez diferenças no País Basco, quando venceu, após a passagem por uma subida dura.



Andrea Bagioli é em tudo um corredor com características semelhantes mas alguém que passa com mais facilidade estas subidas e que não tem tanta técnica a descer. O jovem italiano já se mostrou bem nesta Vuelta, esteve perto de vencer ao 6º dia, e deverá ter o apoio da sua equipa.

 

Outsiders

Qual será o comportamento de Michael Matthews e da Team BikeExchange? Qualquer que seja o cenário, pois não se admirem de ver o australiano na fuga do dia, Bling é um dos grandes candidatos, a sua ponta final não está ao alcance de muitos. Está a subir bem e, em nossa opinião, o melhor seria integrar a fuga pois no pelotão, um forte ataque dos favoritos pode deitar tudo por terra.

Magnus Cort é outro corredor que pode vencer em ambos os cenários, sendo que o dinamarquês já conta com uma etapa no bolso e menos pressão. Cort sabe escolher bem os dias, se o marcou no livro de prova estará na luta. A forma como aguentou a subida da 6ª etapa foi fabulosa, amanhã não deverá ter problemas.



Andreas Kron é um ciclista de grandes vitórias, na sua estreia no World Tour já soma 2 triunfos, porque não pensar em vencer na estreia em Grandes Voltas? O dinamarquês é muito completo, sobe e desce bem e tem uma ponta final rápida e tem andado discreto até agora.

 

Possíveis surpresas

Primoz Roglic poderá sofrer alguns ataques na subida no entanto se o esloveno sentir as bonificações na chegada, não vai desperdiçar mais uma oportunidade. Felix Grosschartner e Jack Haig são os favoritos que se podem aproximar da ponta final do camisola vermelha. David de la Cruz tenta, muitas vezes, surpreender neste tipo de finais, olho no espanhol. A Astana deverá colocar mais que um ciclista na fuga, muito cuidado com os bascos Omar Fraile, Luis Leon Sanchez, Ion Izagirre e Gorka Izagirre, todos têm as condições necessárias para vencer, sobem bem e descem ainda melhor. Odd Christian Eiking poderá tentar a camisola vermelha, a Jumbo-Visma não se importará de a perder, ele que chegou em muito boa forma. A parte final é ideal para Romain Bardet mas o francês pode guardar-se para dias mais complicados, por isso atenção a Thymen Arensman e Michael Storer. Por fim, cuidado com Gianluca Brambilla, Guillaume Martin, Rudy Molard e Maximilian Schachmann.




Super-jokers

Os nossos super-jokers são Jhonatan Narvaez e Jan Tratnik.

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