Após um merecido dia de descanso, o pelotão está de volta à estrada com uma etapa bastante difícil de controlar. Teremos nova fuga a vingar?
Percurso
A segunda semana do Giro começa com um dia percorrido quase todo ele junto à costa. Início em Larciano e término em Tortoreto, num dia com alguma dificuldade.
Os primeiros 115 quilómetros não são planos, contam com algumas colinas mas, comparados com o que ainda resta são os mais fáceis. Ao km 199,6 o pelotão passa pela primeira vez em Tortoreto (2.3 kms a 8,3%). Cerca de 15 quilómetros planos levam à fase mais dura da jornada, um sobe e desce constante de 32 quilómetros.
Colonnella (3 kms a 8,6%) é a primeira dificuldade, seguindo-se Controguerra (1000 metros a 9,1%), Colle Luna (2.4 kms a 4%) e duas escaladas a Tortoreto uma com 1.8 kms a 7,9% e outra com 1.9 kms a 7,4%. No topo ficam a faltar 12 kms para a chegada, 7 em descida e 5 em plano.
Táticas
À primeira vista, esta é uma etapa ideal para Michael Matthews e Peter Sagan mas também já vimos que a Team Sunweb não está virada para perseguir fugas ao longo de etapas e a Bora-Hansgrohe também já desistiu desse cenário pois sempre que o fez o seu sprinter acabou derrotado na linha de meta.
Desta forma, esperamos mais uma luta intensa pela presença na fuga do dia, um escapada que se espera numerosa, e será esta a discutir a vitória.
Favoritos
A INEOS Grenadiers já leva duas etapas mas, nos últimos dois dias, somou dois segundos lugares. Os ciclistas da equipa britânica têm ordem para atacar e aqui entra o nome de Jhonatan Narvaez. O equatoriano chegou em grande forma ao Giro, venceu a Settimina Coppi e Bartali, e até agora tem estado discreto. Um puncheur muito forte, tem também uma forte ponta final.
Andrea Vendrame tem-se imiscuído nas chegadas ao sprint, tendo conseguido estar na luta pelos primeiros lugares. A condição física está lá mas o italiano sabe que para triunfar terá que ser através de uma fuga, onde será sempre um dos ciclistas mais fortes. É muito rápido e passa bem as dificuldades.
Outsiders
A EF Pro Cycling soma já dois triunfos com vitórias em fugas e deve continuar na mesma toada. Esta é uma etapa à imagem de Simon Clarke, ciclista que se costuma destacar nas clássicas italianas e francesas, que têm percursos a fazer lembrar a etapa de amanhã. Muito explosivo, Clarke tem tudo o que é preciso para vencer.
Diego Ulissi já venceu uma etapa num final complicado, uma subida que faz lembrar aquelas que os ciclistas terão pela frente amanhã. O italiano está em grande forma, tem-se poupado nos últimos dias, e esta deve ser uma etapa que tem marcada no seu livro. Seja em solitário ou num pequeno grupo Ulissi é um forte candidato ao triunfo.
Porque não pensar em Michael Matthews na fuga do dia? O australiano aguentou com os melhores até à subida final da etapa 9, mostrando estar a subir muito bem, algo que já tinha evidenciado no Tirreno-Adriático. Esta será a sua grande dificuldade, pois sabe que será atacado por todos os lados. Caso aguente, é o grande favorito.
Possíveis surpresas
Ben Swift é uma alternativa bastante credível na INEOS Grenadiers, muito rápido e passa bem a média montanha e, se estiver na frente com um colega de equipa, será um perigo maior. Esta é uma etapa à imagem de Enrico Battaglin, mas há bastante tempo que o italiano não rende como nos tempos em que vencia no Giro, no entanto parece em crescendo e nunca o podemos descartar. Tanel Kangert, Thomas de Gendt, Davide Villella e Geoffrey Bouchard são outros nomes a ter em atenção para a fuga mas sabem que para triunfar terão que chegar isolados. Não podemos descartar Ruben Guerreiro de estar em nova fuga, esta etapa assenta-lhe que nem uma luva, mas tendo em conta que estão poucos pontos da montanha em jogo, poderá poupar-se para outras jornadas. Se o pelotão controlar a fuga e for este a discutir a etapa, Michael Matthews e Peter Sagan são sérios candidatos, dependendo da forma como forem feitas as subidas. Wilco Kelderman e Patrick Konrad são outros nomes a ter em atenção.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Nicolas Edet e Tao Geoghegan Hart.