Após um merecido dia de descanso, os ciclistas regressam à estrada e logo com uma etapa de montanha! Nova chegada em alto neste Giro, será que teremos mais um triunfo para Tadej Pogacar?

 

Percurso

Pompei acolhe a partida da segunda semana do Giro, uma etapa que abre com 45 quilómetros planos. O primeiro sprint intermédio do dia fica localizado num topo com 5600 metros a 3,4% e, a partir deste momento, o terreno torna-se muito mais difícil. Bivio Taburno (31, kms a 8,3%) é uma subida não categorizada que antecede Camposauro (6,1 kms a 7,5%). Sensivelmente metade da etapa está disputada e a maior dureza ainda por chegar. Rápida descida e mais três pequenos topos não categorizados, dois deles a coincidir com sprints intermédios, antes da subida final.





A escalada de Bocca della Selva marca o final da etapa, uma dificuldade com 18,1 kms de extensão. A pendente média engana, apenas 5,1%, uma vez que esta subida é feita em várias fases: os primeiros 6200 metros a 6,5% e um quilómetro plano; 3 quilómetros a 5,6%, um quilómetro em descida e outro plano; e os derradeiros 6500 metros são os mais duros e regulares, com rampas a rondar os 7,2%.

 

Táticas

Início de uma nova semana, energias renovadas, os ciclistas estão prontos para a ação. A etapa começa com 45 quilómetros planos, o que não é nada ideal para a formação da fuga, a velocidade deverá ser muito elevada, fruto dos muitos ataques na tentativa da constituição da escapada. Os muitos quilómetros sem dificuldades também não vem favorecer os trepadores, não será tão fácil para estes ciclistas estarem na frente. Imaginando que a fuga apenas se possa definir após 60 quilómetros restam apenas 80 quilómetros para o final, o que é manifestamente pouco para a fuga conseguir uma grande vantagem.

O destino da fuga vai depender, inteiramente, do que a UAE Team Emirates quiser para a etapa. Se a equipa quiser controlar para Tadej Pogacar irá fazê-lo e os fugitivos não têm hipóteses, caso a equipa árabe estiver satisfeita a fuga irá lutar pelo triunfo. O início plano são boas notícias para o controlo da fuga, Juan Molano e Rui Oliveira podem fazer esse trabalho sem desgastar os trepadores da equipa. Olhando friamente, depois deste dia, a UAE Team Emirates apenas se tem de preocupar, na segunda semana, em controlar a etapa 15, pelo que pode favorecer que decidam desgastar um pouco mais e perseguir a fuga.

 

Favoritos

Posto isto, Tadej Pogacar é o grande candidato a vencer mais uma etapa. O esloveno já conta com 3 triunfos e todos sabemos da vontade que este tem em vencer e proporcionar espetáculo. No sábado correu de forma mais calculista, esperou pelo sprint, onde não teve rivais. Se a sua equipa estiver ao mesmo nível, podemos ver o mesmo cenário, a subida não é assim tão dura. No entanto, Pogacar pode querer mais e atacar de longe e dificilmente alguém o consegue seguir.



Cian Uijtdebroeks tende a melhorar com o passar dos dias e uma etapa de alta montanha é perfeita para o belga. Longe de ser um ciclista explosivo, o jovem ciclista prefere estas subidas mais longas e, ate agora, tem-se defendido muito bem nas etapas já disputadas. Se há ciclista no top-10 que pode ter alguma liberdade é Uijtdebroeks, ele que sabe que só consegue ganhar se chegar sozinho.

 

Outsiders

Daniel Martinez tem conseguido aliar o talento à regularidade. O colombiano não tem falhado nos momentos importantes e, até agora, foi 2º e 3º nas duas chegadas em alto que já houve. Só lhe falta o lugar mais alto do pódio, algo que será muito complicado de conseguir pois não o vemos a fugir a Pogacar e só ao sprint o pode derrotar. Apesar de não ser fácil, é o cenário onde o pode conseguir, têm de estar reunidas as condições perfeitas para tal.

Georg Steinhauser foi um dos ciclistas que mais boa impressão deu na fuga da etapa de sábado. Sempre muito ativo, o alemão atacou na fase inicial e depois ainda teve capacidade para estar na fuga certa e ser um dos melhores. Não sendo um ciclista muito marcado, Steinhauser é um trepador muito competente e a fase inicial plana não serão más notícias, defende-se muito bem. Perdeu tempo ontem, já pensando em ter mais liberdade para integrar as fugas.

A etapa de sábado baixou as expectativas de Filippo Zana no que diz respeito à geral mas, por outro lado, possibilita o italiano de integrar fugas. No ano passado mostrou ser um ciclista que sabe ler muito bem a corrida e integrar as fugas certas, apesar de novo, conta já com experiência nestas andanças. Num grupo de fugitivos, o ciclista da Jayco AlUla será um dos mais fortes, ele que em grupos restritos também é rápido, caso chegue com companhia ao final.





 

Possíveis surpresas

Dentro dos homens da geral, a luta vai-se resumir aos mesmo que estiveram nos primeiros lugares em Prati di Tivo. Antonio Tiberi foi o único ciclista que atacou, quebrando com a monotonia do grupo. O italiano está muito consistente e quer continuar a subir lugares, sabe que só correndo dessa forma o pode conseguir. A exibição desse dia deve ter deixado Ben O’Connor bem mais contente. O australiano foi mais conservador e acabou recompensado com um 3º lugar, algo que pode vir melhorar no dia de amanhã. Geraint Thomas é o líder da INEOS, o britânico tem uma etapa com as subidas ideias para si, longas e não muito inclinadas, veremos se está melhor que no fim-de-semana. Thymen Arensman pode ser usado para atacar de longe e abrir as hostilidades, o neerlandês está a subir de forma.

Para a fuga, Valentin Paret-Peintre é uma das escolhas óbvias. O franzino trepador foi o mais forte da fuga de sábado, apanhado apenas nos quilómetros finais da subida, mostrando estar muito forte. Veremos se a Decathlon AG2R dá liberdade ao francês ou, quem sabe, ao seu irmão Aurelien Paret-Paintre. Juan Pedro Lopez tentou integrar a fuga de sábado, mas estava muito perto na geral e não o conseguiu. Agora já com mais tempo perdido deverá ser diferente e, apesar do início não lhe ser favorável, terá o apoio da equipa para estar na frente. Michael Storer e Romain Bardet já se conhecem de outras fugas, não seria de estranhar estarem novamente na frente amanhã. Os dois ciclistas mostraram-se fortes e já têm mais liberdade, depois das últimas etapas. Ciclistas já experientes e que se têm mostrado sólidos, principalmente Storer. Simon Geschke deve estar na frente por causa da montanha, no entanto pode vir a desgastar-se devido a isso mesmo e, no final, ser-lhe prejudicial. Mais uma vez, voltamos a mencionar os dois jovens trepadores Giulio Pellizzari e Davide Piganzoli, têm muito talento, a qualquer momento podem aparecer na frente e sacar um coelho da cartola. Olho, ainda, em Esteban Chaves, Giovanni Aleotti e Mauri Vansevenant.




 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Domenico Pozzovivo e Alex Baudin.

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