O Tour está de regresso e já com as grandes subidas dos Alpes na mira! Dia com alguma dificuldade onde, em teoria, a fuga tem excelentes hipóteses de poder vingar.
Percurso
Os ciclistas regressam após o dia de descanso em Morzine para mais uma chegada em alto. Longe de ser o dia mais duro do Tour, mas sendo após um dia de repouso, as consequências podem ser outras. Duas quartas categorias e uma terceira categoria fazem os primeiros 100 quilómetros, um dia que termina com a subida até ao aeroporto de Megève.
19300 metros a meros 4%, uma subida pouco íngreme e que tem nos seus primeiros 7200 metros a parte mais dura mas a apenas 5,2%. Seguem-se quase 7 quilómetros planos antes de nova inclinação, a rondar os 5%.
Táticas
Depois de um merecido dia de descanso, as energias estão já recuperadas e prontas para o regresso da montanha. Como já referimos, esta está longe de ser o dia mais duro, a chegada dificilmente fará grandes diferenças entre os homens da geral, ainda para mais com dois dias importantes pela frente. No entanto, o Tour não tem sido muito amigo das fugas, poucas têm tido sucesso, apenas 2.
Poucas equipas venceram nesta prova, deverá ser mais uma luta intensa pela presença na escapada do dia, talvez dure mais de uma hora como nos últimos dias. Este é um dia perfeito para uma fuga numerosa a discutir o triunfo, com o pelotão a testar-se somente na subida final.
Favoritos
A BORA-hansgrohe tem dado liberdade aos seus ciclistas e, agora, com Aleksandr Vlasov mais atrasado, o objetivo passa por ganhar uma etapa. Lennard Kamna esteve perfeito na etapa da Planche de Belles Filles e mesmo assim não venceu, algo que lhe deve estar atravessado. Todos sabemos da capacidade do alemão, parece acertar sempre nas fugas e raramente falha. Está a subir muito bem e … já venceu neste local em 2020.
O facto da subida não ser extremamente dura abre a porta a alguns puncheurs, e aí entra Nick Schultz. O australiano é o único ciclista da BikeExchange talhado para os dias mais complicados, e se há etapa de montanha que pode vencer é esta. Acabou bem o fim-de-semana, chegou quase no grupo dos favoritos. É bastante rápido em grupos restritos.
Outsiders
Já bastante atrasado, Warren Barguil pode ter a liberdade necessária para estar na frente. É certo que Nairo Quintana precisa de apoio, mas num dia menos complicado, o francês pode tentar a sua sorte. Puro trepador que é, gostaria de uma chegada mais dura, mas a extensão da subida favorece as suas características.
Dylan Teuns é um corredor muito regular, aparece sempre bem no Tour. Já esteve ao ataque numa etapa, essa fuga não resultou mas foi dos mais fortes. Numa subida final ao seu jeito, o belga tentará repetir os feitos de 2019 e 2021, sabendo que será preferível chegar sozinho, apesar da sua boa ponta final.
Duvidamos muito que Tadej Pogacar mande a sua equipa perseguir a fuga e anulá-la, com dois dias muito importantes pela frente. Só que o esloveno já demonstrou que sempre que pode quer vencer e, numa chegada menos complicada, e numa hipotética luta pelas bonificações, a sua excelente ponta final será fundamental.
Possíveis surpresas
O leque de opções da BORA-hansgrohe não se fica apenas por Kamna, Maximilian Schachmann, Patrick Konrad e Felix Grosschartner têm todos o perfil ideal para esta etapa, gostam de dias de montanha mas sem dureza excessiva. Mais do que um elemento na frente pode ser importante para jogadas táticas. Como estará Michael Woods depois da queda sofrida no domingo? Em teoria, esta é uma excelente etapa para o canadiano, resta saber se não sofreu com a ida ao chão. Caso contrário, a Israel-Premier Tech pode apostar em Jakob Fuglsang, apesar deste ser mais talhado para dias bastante mais duros. Thibaut Pinot deu tudo o que tinha e não tinha no domingo para apanhar Bob Jungels, não conseguiu e rebentou mas só mostra que está bem fisicamente e irá tentar mais vezes. Por falar em Bob Jungels, não pode ser descartado, a subida final não é dura mas, como se viu ontem gostava que existissem mais descida. Será que Wout van Aert está com ideias? Não acreditamos que o belga tente a fuga, a situação de corrida pode assim o proporcionar mas como plano inicial será complicado mas se estiver na frente será um perigo, todos vão querer ver-se livres de Van Aert. Para a fuga, olho, ainda, em Pierre Latour, Andreas Kron, Michael Matthews e Benjamin Thomas. Dentro dos homens da geral, não vemos diferenças a serem feitas, e, como já se viu noutras etapas, ninguém consegue ter uma ponta final ao nível de Pogacar mas se há quem possa dar luta são Tom Pidcock, Pirmoz Roglic e David Gaudu.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Matteo Jorgenson e Simon Geschke.