Após muita espera, os sprinters voltam a ter uma chance para discutir o triunfo. Já com Sam Bennett em casa, quem será o mais rápido?
Percurso
As etapas em linha estão de regresso e os sprinters voltam a esfregar as mãos. 191,8 quilómetros entre El Pozo e Cabo de Gata, num dia maioritariamente plano, com o miolo da etapa a ter algumas pequenas subidas que não devem afetar o desfecho da jornada.
A menos de 10 quilómetros do fim, em Ruescas, encontra-se o sprint intermédio, um ponto que irá, com toda a certeza ter luta. Rapidamente, o pelotão chegará ao final, muito simples por sinal. A reta da meta é bastante longa, praticamente com 3500 metros de extensão.
Tácticas
Oportunidade de ouro para os sprinters ainda aqui presentes e que ainda não ganharam devido à dobradinha de Sam Bennett. O irlandês já não está e, apesar de já ter picado o ponto com Jay Vine, a Alpecin-Deceuninck deve assumir a responsabilidade a par da Trek-Segafredo. Os aventureiros da fuga têm um ponto a seu favor, os abandonos dentro das equipas dos sprinters, mas um ponto negativo, a existência de algum vento frontal ao longo da jornada. Vemos esta etapa a ser um sprint em pelotão compacto, 99% de chances de isso acontecer.
Favoritos
Mads Pedersen tem de aproveitar este momento de forma antes que seja tarde demais. O sprinter dinamarquês tem o seu foco totalmente nesta Vuelta visto que não vai aos Mundiais e ficou com menos pressão pela camisola por pontos com o abandono de Sam Bennett. Não tem um comboio incrível e gostaria de ter algumas colinas para deixar mais sufocados os seus rivais, será crucial a ajuda de Alex Kirsch amanhã.
Apesar dos abandonos de Jimmy Janssens e Floris de Tier, Tim Merlier continua a ter alguns ciclistas para o lançar, nomeadamente Robert Stannard e Gianni Vermeesch. No último sprint o campeão belga até estava bem colocado, mas saltou-lhe o pé no sprint e ficou sem hipóteses de vitória. Veremos se não vai ser a sua última etapa nesta Vuelta e vai dar o tudo por tudo.
Outsiders
Ainda não se deu por Pascal Ackermann nesta Volta a Espanha, o sprinter alemão é dos poucos que ainda está numa equipa completa e com o seu comboio intacto. Visto que van Poppel não pode lançar van Poppel talvez Ivo Oliveira e Juan Molano seja o melhor comboio na Vuelta neste momento e já vimos o que isso pode valer em etapas anteriores.
Danny van Poppel já mostrou que está numa incrível condição física, não se fazem lançamentos daqueles só com o pensamento. Agora sem Sam Bennett terá um par de excelente oportunidade e a Bora-Hansgrohe quer lamber as feridas da luta pela classificação geral, que está a correr bastante mal.
Dan McLay tem nesta etapa uma oportunidade praticamente única para ganhar uma etapa numa Grande Volta. O sprinter britânico não tem assim tantos rivais, tem tido uma Vuelta sem problemas e mantém a base do seu comboio ao contrário de alguns. Owsian e Russo são uma dupla que pode colocar McLay muito bem e o corredor da Arkea-Samsic já mostrou o que consegue fazer num dia sim.
Possíveis surpresas
Kaden Groves foi o nome maior que deixámos de fora da categoria superior. Na entrada desta Vuelta esperávamos bem mais dele, tem desiludido até agora, o comboio não está a encaixar e não ajuda a BikeExchange ter de cuidar de Simon Yates ao mesmo tempo. Um pódio não seria uma surpresa. Não há assim tantos sprinters quanto isso, portanto também é uma boa chance para Bryan Coquard, apesar do francês não parecer na máxima força. Vantagem para ele face aos restantes é a presença de Davide Cimolai, que numa chegada destas pode ser precioso. Sem a camisola vermelha e liberto de grandes obrigações na classificação geral, Mike Teunissen poderá ter carta verde para disputar o sprint, e como já se viu o holandês tem potencial para bater grandes sprinters em certos momentos, com a colocação certa. Cedric Beullens deverá sprintar pela Lotto-Soudal, Daryl Impey gosta de grupos mais reduzidos, Carlos Canal e Boy van Poppel são possibilidades para o top 10.
Super-Jokers
Os nossos Super-Jokers são John Degenkolb e Fred Wright.