Clássica etapa unipuerto na Vuelta, um dia totalmente plano antes de nova chegada em alto! Teremos diferenças entre os favoritos?
Percurso
Não obstante ser uma chegada em alto esta acaba por ser uma das etapas mais fáceis das que há para ultrapassar até ao final da Vuelta. Serão apenas 2200 metros de acumulado e ao longo do dia não há grandes dificuldades a notar, antes da subida final apenas o sprint intermédio a 18 kms da meta, que oferece muitos pontos e bonificações para os 3 primeiros.
A chegada em alto começa com um longo falso plano e a contagem de montanha em si tem 6,5 kms a 6,7%, o que não é incrivelmente duro. A parte mais complicada é inclusivamente os 1500 metros finais, com uma inclinação média de 8,4%. Não creio que seja uma jornada para se fazer grandes diferenças.
Táticas
O contra-relógio já está ultrapassado, diferenças foram feitas e agora é tempo que correr atrás do prejuízo. Primeira etapa de montanha da segunda semana numa clássicas tirada “unipuerto”. A ausência de dificuldades até pode fazer acreditar que as equipas da geral possam querer controlar e lutar pela vitória, principalmente Jumbo-Visma, Soudal QuickStep e UAE Team Emirates.
No entanto, não vemos estas equipas a desgastarem-se, acreditamos que irão esperar por dias mais duros para usar os seus blocos. Desta forma, mais uma oportunidade de ouro para a fuga. A etapa completamente plana até à subida final não favorece os puros trepadores, poderão ter mais dificuldade em entrar na fuga, vai ser preciso terem ajuda dos seus companheiros de equipa mais possantes. Esperamos um início muito rápido, poderá demorar até que se forme a fuga do dia.
Favoritos
Wout Poels é um ciclista que escolhe dias específicos para estar nas fugas e raramente falha nesses dias. Já tentou por uma vez e esteve perto, mostrou boa forma em Xorret de Cati, o melhor dos restantes, a motivação estará em alta. O início plano não será um problema, até será uma vantagem contra outros trepadores. Vencer na Vuelta e no Tour no mesmo ano seria importante.
Outro corredor que tem escolhido bem os dias e tem dado muito boa conta de si é Rui Costa. O antigo campeão do Mundo parece estar a encontrar as melhores pernas, outra vez em Espanha, onde tanto se destacou no início da temporada. Longe de ser um puro trepador mas se estiver num dia super, a subida final é perfeita para as suas características.
Outsiders
Romain Bardet tem tentado, tentado e tentado mas até agora não tem colhido os frutos. Sempre muito marcado pelos seus rivais, o francês tem sido deixado para trás nos ataques ainda longe do final pois sabem da sua capacidade a subir. Tem perdido tempo nos últimos dias para ter liberdade total para estar na frente.
A INEOS Grenadiers já conta com uma vitória, os trepadores não terão tanta pressão e é aqui que entra Egan Bernal. Aos poucos a voltar às melhores sensações, o colombiano procura uma grande vitória que possa “relançar” a carreira e mostrar que está, finalmente, de regresso aos grandes palcos.
Michael Storer tem sido o apoio principal de Lenny Martinez, numa etapa tão acessível deverá ter liberdade para estar na frente. O australiano chegou em grande forma e continua a manter a mesma, tem que aproveitar enquanto o pico não desaparece. Tem recordações valiosas da Vuelta e quererá despedir-se em grande da Groupama-FDJ.
Possíveis surpresas
A Lotto-Dstny tem sido presença assídua nas fugas, amanhã não deverá ser exceção. Entre Andreas Kron, Sylvain Moniquet e Lennert van Eetvelt pelo menos um deles deverá estar na frente, com o primeiro a ser aquele que melhor forma tem mostrado, no entanto os restantes são mais trepadores e adaptam-se melhor à chegada. Outro mestre de escolher as fugas certas é Lennard Kamna, o alemão já venceu uma, porque não pensar na segunda? Etapa acessível, subida final não muito íngrime, ingredientes perfeitos para Kamna brilhar. Oier Lazkano mostrou-se muito forte na etapa de Xorret de Cati, numa subida final regular não pode ser descartado, ainda por cima um ciclista sem medo de atacar de longe. Várias equipas tem mais que uma opção para além dos nomes mencionados. Na INEOS não seria de estranhar ver Geraint Thomas na frente e a Bahrain-Victorious também tem Damiano Caruso e Antonio Tiberi. Por fim, atenção a Cristian Rodriguez e Remy Rochas. Caso os favoritos discutam a vitória, não vemos ninguém a conseguir destacar-se pelo que tudo se deve decidir ao sprint onde Primoz Roglic é o grande favorito, seguido de Remco Evenepoel e Juan Ayuso. Numa subida mais tática, a superiodade numérica da Jumbo-Visma e UAE Team Emirates pode favorecer João Almeida e Jonas Vingegaard.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Romain Gregoire e Sean Quinn.