Após um hino ao ciclismo, o Giro continua numa etapa que se espera que termine ao sprint, numa das poucas chances que os homens rápidos devem ter até ao final da prova.
Percurso
Novo dia percorrido junto à costa do Mar Adriático, num dia com 181,5 quilómetros. Uma etapa, na sua maioria plana, que fica marcada por 45 kms algo ondulantes, que podem afastar alguns sprinters da luta e desgastar as pernas de outros.
Serão 6 subidas curtas (a mais longa tem 3100 metros mas as restantes não passam dos 1300-1700 metros), quase sempre a rondar os 5-6% de inclinação. Passada esta última pequena dificuldade ficam a faltar pouco mais de 23 quilómetros. Falando da chegada, o quilómetro final apresenta duas curvas a 90 graus, numa reta final com cerca de 600 metros.
Tácticas
Grande parte da etapa de hoje baseou-se na luta pela maglia ciclamino, entre Peter Sagan e Arnaud Demare, com o próprio ciclista francês a perseguir a fuga do dia. No final das contas, Sagan recuperou 37 pontos para o corredor da Groupama-FDJ, estando agora a 20 pontos de Demare.
A etapa de amanhã ganha, desta forma, ainda mais importância nesta luta. Arnaud Demare tem uma oportunidade de ouro para aumentar a sua vantagem, mas a vitória de hoje vai dar muita confiança a Peter Sagan. A UAE Team Emirates também se deve juntar à festa com Fernando Gaviria que, até agora, tem estado muito discreto.
Favoritos
Três vitórias em três oportunidades, fazem de Arnaud Demare o grande sprinter deste Giro. Até agora, o campeão francês não falhou, esteve exemplar, sempre muito bem apoiado pela sua equipa, algo que deverá ser importante amanhã. Ramon Sinkeldam está fora mas o comboio ainda continua a ter qualidade. A ponta final de Demare tem sido incrível.
As vitórias dão asas ao ciclistas e, depois de muitas vezes ter batido na trave, Peter Sagan conseguiu, finalmente, levantar os braços. O eslovaco tem estado muito forte, a exibição de hoje fez lembrar os seus bons e velhos tempos, e, nas chegadas rápidas, só Demare o tem conseguido bater. Posiciona-se como pouco, por isso se estiver na roda do francês e, com um pequeno erro deste, pode voltar a vencer.
Outsiders
A confiança e a alegria reina na Deceuninck-QuickStep e isso é meio caminho andado para um bom resultado. As colinas que estarão na parte final decidirão quem sprintará pela equipa belga e, por isso, acreditamos em Davide Ballerini. O italiano tem-se tornado num sprinter de enorme qualidade e já bateu nomes de peso este ano. Sabe-se posicionar muito bem.
Fernando Gaviria está longe do seu melhor, parece não ter confiança e tem perdido, facilmente, a roda do seu comboio, que é um dos melhores da competição, com Juan Molano e Maximiliano Richeze. A qualidade está lá, a qualquer momento o colombiano pode voltar aos grandes momentos ele que, na teoria, é, a par de Demare, o sprinter mais rápido. Terá, também, que passar as colinas, o que também será uma dura tarefa.
Elia Viviani continua a desiludir em 2020 e, esta etapa, é mais uma onde se tentará redimir. As colinas podem ser complicadas para o atual Viviani, mas acreditamos que as conseguirá passar. Num final técnico, contará com Simone Consonni, uma peça fundamental pois se o deixar muito bem colocado a vitória pode surgir.
Possíveis surpresas
Se conseguir passar as dificuldades, a Deceuninck-QuickStep deverá apostar em Alvaro Hodeg, um sprinter mais puro, que antes da sua lesão no final de 2019, estava a lutar contra os melhores do Mundo. Também a UAE Team Emirates tem uma alternativa em Juan Sebastian Molano, um sprinter mais completo que já conseguiu estar na luta neste Giro. Davide Cimolai e Andrea Vendrame são nomes que deverão estar na luta pelos primeiros lugares mas o triunfo será muito complicado. Nomes como Stefano Oldani, Enrico Battaglin e Filippo Fiorelli tentarão imiscuir-se no top 10.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Ben Swift e Albert Torres.