Nova etapa de média montanha nesta Vuelta, com uma parte final bastante sinuosa. O perfil é ideal para uma fuga mas será que os principais favoritos terão outros planos?
Percurso
Dia bastante complicado na Vuelta, numa etapa que pode ser dividida em duas fases. Os primeiros 115 quilómetros são relativamente planos, sendo que a partir daí, ou seja, os derradeiros, 60 quilómetros têm duas contagens de montanha bastante complicadas, às quais se seguem as respetivas descidas.
O Alto de San Jeronimo (13,2 kms a 3,3%) é a primeira subida mas é um bocado enganadora, uma vez que os primeiros 5100 metros são a 6,9%, existindo depois uma fase de descanso. Segue-se uma curta descida, o pelotão depois entra num vale, ao qual se segue a derradeira escalada do dia, depois da primeira passagem pela meta.
Falamos do Alto del 14% (7,3 kms a 5,6%) e, como o novo indica, inclui rampas a 14%. Esta é mais uma subida que engana, o início é mais suave antes dos derradeiros 1800 metros a 9,4%! O topo fica a 19 quilómetros do fim, com 9 quilómetros em descida e 10 em plano antes da chegada a Córdoba.
Táticas
Este é mais um dia em que se vai ver uma luta intensa pela presença na fuga, uma vez que há partida é uma etapa com grandes probabilidades de uma fuga chegar. A chegada é plana, as dificuldades são longe da meta, o que leva ainda mais a acreditar no sucesso da escapada.
A Intermarché-Wanty voltará a fazer de “polícia”, não deixando sair nenhum ciclista que perigue a camisola vermelha de Odd Christian Eiking. A partir daí, a fuga terá luz verde.
Favoritos
Clement Champoussin adapta-se perfeitamente a este tipo de etapa. Longe de ser um trepador, o francês passa muito bem estas subidas e é um corredor muito explosivo. Tem tido uma evolução constante e, nesta Vuelta, já apresentou bom nível. Em grupos restritos é relativamente rápido.
Mais uma vez, vimos a Bahrain-Victorious discreta durante a etapa, é de estranhar, uma vez que a equipa árabe é muito ofensiva. Um corredor perfeito para este dia é Mark Padun, o ucraniano chegou em grande forma e tem ajudado os seus líderes. Se há corredor que pode atacar na última subida e chegar isolado ao final é Padun.
Outsiders
Mauri Vansevenant esteve perto de vencer no dia de ontem, mostrando que é um corredor muito completo. O belga é um ciclista muito combativo e, apesar do seu estilo ortodoxo em cima da bicicleta é um talento puro. Aguentará a montanha e num sprint é bastante rápido.
O que se passa com a Astana? A equipa basca veio para vencer etapas com a sua arma espanhola e, até agora, tem passado ao lado. Gorka Izagirre tem estado apagado, talvez guardando-se para alguns dias em específico, e um deles pode ser amanhã. Passa bem a média montanha, desce bem e sprinta ainda melhor, tem todo os requisitos.
Lucas Hamilton está a ter a temporada de afirmação no World Tour e nada melhor do que vencer na Vuelta. O australiano está finalmente a mostrar todo o talento que evidenciou quando era mais jovem. Trepador nato, tem uma boa ponta final em grupos restritos.
Possíveis surpresas
Jesus Herrada tem aqui uma etapa ideal para as suas características, o espanhol é uma das melhores hipóteses que a Cofidis tem para vencer uma etapa. Já sabe o que é vencer na Vuelta, isso é importante. A Team DSM vai, com quase toda a certeza, integrar a fuga, será que Michael Storer vai tentar a 3ª ou será que Romain Bardet vai tentar completar o seu objetivo? Ambos estão em excelente forma mas sabem que para vencer têm que chegar isolados. A INEOS Grenadiers deve tentar com Dylan van Baarle e Jhonatan Narvaez, ambos parece muito bem, ontem conseguiram um bom resultado e o holandês tem sido um apoio fundamental nos finais de etapa. Andreas Kron tem sido muito referenciado mas até agora não tem conseguido integrar a fuga, precisa do click para se soltar e conseguir um grande resultado, a qualidade está toda lá! Outras alternativas são Jonathan Caicedo, Mikel Bizkarra, Rudy Molard, Jan Tratnik, Gianluca Brambilla e Jan Polanc. Entre os favoritos, até podemos ver alguma luta na subida final no entanto acreditamos num cenário parecido ao de ontem, com um pequeno grupo a pode chegar destacado. Primoz Roglic, Jack Haig, Enric Mas e Miguel Angel Lopez são, neste momento, os mais fortes.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Julen Amezqueta e Mikel Iturria.