Após duas etapas de média montanha, as chegadas em alto estão de regresso. Numa nova oportunidade para testar Ben O’Connor, será que vai voltar a ceder?

 

Percurso

Etapa curta, apenas 137 quilómetros com partida de Ourense. Oficialmente pode existir apenas uma contagem de montanha, a subida final para a meta, no entanto o perfil não mostra isso. Praticamente uma dezena de pequenas subidas, algumas mais curtas, outras mais longas que servirão para desgastar os ciclistas.



Após o sprint intermédio, a 37 quilómetros do fim, há 4100 metros a 4,2%, a última dificuldade antes da subida para a estação de Montanha de Manzaneda. 15,9 quilómetros de extensão a 4,7% onde apenas os últimos 2 quilómetros são duras, com rampas acima dos 7%.

 

Táticas

Esta etapa até pode terminar com uma chegada em alto no entanto não acreditamos em potencial para fazer diferenças. Dia curto, relativamente acessível e subida sem grandes pendentes, o que pode originar que a vitória seja decidida ao sprint se os favoritos lutassem pela vitória.

Sexta-feira a etapa é mais complicada, os favoritos devem reservar as suas equipas para aí e todos sabem que Primoz Roglic é letal neste tipo de escaladas pelo que não devem perseguir para perder. Já vimos táticas estranhas … Com tudo isto, vemos a fuga a ter grandes possibilidades de voltar a triunfar, já que agrada não só aos trepadores mas também àqueles ciclistas completos que sobem relativamente bem. O início mais complicado levará a uma luta intensa pela fuga, como vem a acontecer nestes últimos dias.

 

Favoritos

A UAE Team Emirates tem sido das equipas mais ativas, amanhã pode ser o dia de Jay Vine. O australiano está em boa forma, fez um grande trabalho no domingo e com o motor que tem, adapta-se, também, a estas subidas mais rolantes, colocando um ritmo capaz de sufocar os seus rivais desde cedo.



Mauro Schmid pode dar um novo triunfo à Jayco AlUla. A equipa australiana corre com menos pressão, o suíço chegou em boa forma e, apesar de ainda não ter mostrado muito, continuamos a acreditar nele. Ciclista bastante completo, pode vencer em diversos cenários de corrida, isolado ou num pequeno grupo.

 

Outsiders

Uma equipa que muito tem tentado e pouco ou nada tem conseguido é a Israel-Premier Tech. Longe de ser um trepador, Dylan Teuns é um ciclista ideal para esta jornada. Muito experiente, sobe relativamente bem e alguém relativamente explosivo se necessário. Ter um colega na frente seria fundamental para marcar ataques.

Jefferson Cepeda é capaz do melhor e do pior em pouco tempo. Relativamente discreto até agora, a EF Education tem tentado nestes dias mais duros, uma equipa muito ofensiva e que procurar sempre a vitória. O equatoriano pode realizar uma grande exibição, é alguém capaz disso.



Caso os favoritos lutem pela vitória, é difícil fugir a Primoz Roglic. O esloveno voltou a demonstrar que é talhado para as subidas mais explosivas e amanhã volta a ter um final do seu agrado, onde consegue “explodir” dos seus rivais e fugir para a vitória. Quantas vezes já não vimos esse cenário na Vuelta?

 

Possíveis surpresas

Dentro da Israel-Premier Tech, uma outra alternativa é Marco Frigo. O italiano é um corredor muito combativo que tem andado perto de um grande triunfo. A Movistar pode vir a correr em várias frentes e, sabendo que o final é acessível para Enric Mas, pode tentar com Oier Lazkano na fuga. O espanhol é uma força da natureza, um ciclista que pode fazer de tudo um pouco, se há chegada em alto que pode ganhar é esta. Max Poole esteve perto na etapa de hoje, amanhã pode surgir a oportunidade, mais um ciclista explosivo que gosta daqueles quilómetros finais. Não seria descabido vermos Brandon McNulty novamente em fuga, o norte-americano resguardou-se para estes dias, se lhe dão uns metros será difícil de apanhar. Wout van Aert é um verdadeiro canivete suíço, o belga pode vencer em qualquer tipo de terreno e amanhã não é exceção, aproveitando o facto da subida final não ser muito dura. Contra si terá o facto de todos o quererem descartar. Ainda para a fuga, muita atenção ao jovem Pablo Castrillo, Luca Vergallitto, Ion Izagirre e Harold Tejada.



Esta é uma chegada em alto diferente, que requer alguma explosão. Como tal, se há ciclista que estará contente com a oportunidade é Mattias Skjelmose, dinamarquês que está longe de ser um trepador mas que sempre se adaptou a estes finais. David Gaudu está a mostrar uma versão muito positiva, não podemos descartar de uma pequena surpresa. Adam Yates encaixa quem nem uma luva neste tipo de finais, não tem sido é um corredor muito regular. Quanto a Enric Mas, Mikel Landa e Richard Carapaz são ciclistas que, com toda a certeza estarão na frente, só que para vencer a subida terá que ser muito endurecida e terão de o fazer numa antecipação tática, já que não são muito rápidos e explosivos.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Filippo Zana e Jack Haig.

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