A dificuldade das etapas continua a aumentar e a montanha volta a aparecer. Ainda longe das grandes dificuldades, mas já com alguma dureza, a fuga tem, novamente, grandes hipóteses de vingar.

 

Percurso

Mais uma jornada de média montanha nesta Volta a Itália e nem é o tradicional carrossel transalpino, haverá apenas 2 dificuldades, uma subida inicial e uma já bem mais perto da meta. Os primeiros 35 kms são bastante acidentados e é o terreno ideal para se formar uma escapada forte e numerosa. 1100 metros a 6,2%, que se seguem 6000 metros a 5%, antes da contagem oficial de montanha, que tem 13,2 kms a 2,7%, uma média muito afectada por pequenas descidas.



A 40 kms do final há então aquela que será ser a parte decisiva, 10,7 kms a 5,9%, mas com uma parte derradeira muito dura, com 4900 metros a 8,3%, onde até deveremos ver alguns ataques e testes entre os favoritos. A aproximação à meta é muito rápida e maioritariamente feita em ligeira descida.

 

Táticas

Esta é uma etapa que tem escrito fuga por todos os lados! Este é um daqueles dias clássicas em que a etapa é dura demais para alguns homens rápidos e fácil demais para os homens da geral, ainda para mais tendo em conta o perfil da etapa 13. O início bastante difícil será importante para definir a escapada, não nos admiravamos que a mesma só se formasse na primeira contagem de montanha do dia, com ataques e contra-ataques durante mais de 30 quilómetros.

Muitas equipas ainda não venceram no Giro, a prova já vai na segunda metade e sabendo que a alta montanha está a chegar, muitos ciclistas sabem que é neste tipo de dias que podem triunfar. Só vemos os favoritos a discutirem a etapa caso na primeira parte do dia algum nome importante fique em dificuldades, aí sim, um dia full gas, será esperado para o pelotão.

 

Favoritos

Ilan van Wilder tem uma oportunidade de ouro nesta etapa. Com apenas dois companheiros de equipa, o belga deverá ter o apoio total para integrar a fuga, numa jornada que lhe assenta bem, com subidas longas e não muito íngremes e com um final acessível onde pode usar a sua ponta de velocidade. Veio com a missão de ser o braço direito de Remco Evenepoel, a forma tem que estar em crescendo.



A forma como Ben Healy venceu no sábado faz acreditar que o irlandês pode sonhar com mais. O ciclista da EF Education dizimou a concorrência na referida etapa, vencendo com muita autoridade. É certo que a subida final é um pouco longa para as suas caracteríticas, mas na forma em que está, Healy não deverá ter muitas dificuldades. Sabe que tem que chegar isolado.

 

Outsiders

Brandon McNulty tem estado muito discreto, ainda sem grandes oportunidade para entrar em fugas. Numa UAE Team Emirates completa, o norte-americano pode ter a liberdade necessária para integrar a fuga do dia. A subida final é perfeita para si, pode impor ritmos altos e distanciar a concorrência, entrando em modo contra-relógio até ao final.

Lorenzo Rota tem começado a mostrar-se em algumas tentativas de fuga, ainda não acertou no dia. A Intermarché-Wanty será das equipas que mais vai tentar estar na escapada e sabe que é com o transalpino que mais hipóteses tem, um ciclista completo, que sobe bem e tem uma boa ponta final em grupos restritos.



Por falar em italianos, referimos o campeão Filippo Zana. O ciclista da Jayco AlUla tem sido uma das confirmações da prova, muito tem sido o trabalho em prol de Michael Matthews, hoje foi mais uma prova disso e, na única oportunidade que teve em fugas foi 3º. A forma está lá, precisa de alguma sorte para estar no grupo certo e “rematar” com um triunfo.

 

Possíveis surpresas

Sem Aleksandr Vlasov, a BORA-hansgrohe tem que apostar nas fugas e, para amanhã, há dois nomes a destacar e que podem vencer em cenários distintos. Bob Jungels pode ser usado para atacar de longe, quem sabe na última contagem de montanha, com Patrick Konrad a ficar guardado para seguir os ataques e esperar pelo sprint final, onde será sempre dos mais rápidos. Derek Gee tem sido uma das revelações deste Giro, em estreia em Grandes Voltas, o canadiano tem dado muito boa conta de si e já soma dois 2º lugares. Tem encontrado sempre alguém mais forte, acreditamos que o seu dia irá chegar. Ainda dentro da Israel-Premier Tech, Simon Clarke é uma alternativa, um ciclista que terá mais dificuldade na montanha, irá sofrer bastante. Falando em trepadores, Warren Barguil, Harm Vanhoucke e Davide Formolo são nomes a ter em atenção, estando numa fuga serão sempre dos mais fortes nas subidas, o problema pode vir depois, sabem que só em grupos muito restritos ou isolados podem triunfar.  Bauke Mollema e Christian Scaroni são outros ciclistas que vemos com boas hipóteses de integrar a fuga e estar na luta, ambos passam bem a montanha e têm uma boa ponta final em grupos restritos. Ciclistas mais rápidos mas que sobem bem como Michae Matthews, Stefano Oldani ou Vincenzo Albanese também devem ser nomes a ter em atenção.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Alessandro de Marchi e Amanuel Ghebreigzabhier.



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