A montanha chegou para ficar e agora é tempo para a primeira chegada em alto do Giro.




Percurso

O Lago Serrú acolhe a primeira verdadeira chegada em alto deste Giro, é hora para ver quem está realmente bem. Atenção que a tirada não se resume à ascensão final, com o Colle del Lys (14,9 kms a 6,5%) e o Pian del Lupo (9,4 kms a 8,7%) a meio da jornada.

Falando da subida final, a entrada é muito dura, rampas de 10% a abrir, há 2 kms a 3% e depois a primeira fase dura, com 3 kms a 8,7%. Com 20,3 kms e uma média de 5,9%, a outra fase dura é precisamente do quilómetro 14 ao quilómetro 20, são 6 kms a 8,9%. Atenção à altitude, a 2200 metros há ciclistas que se dão melhor e outros pior.

 

Favoritos

A primeira chegada em alto. Muitos são os ciclistas que estão obrigados a atacar e, com tanto tempo para recuperar, as bonificações são importantes, pelo que acreditamos numa luta entre os favoritos à vitória final do Giro. A Astana deve ser uma equipa muito interessada em endurecer a corrida e pode ter a Movistar como aliada.

A sua equipa pode não ser a mais forte mas Primoz Roglic tem sido, até agora, um dos mais fortes. O esloveno tem estado imbatível este ano e já venceu uma chegada em alto. É verdade que não tinha esta dificuldade mas Roglic já demonstrou em provas anteriores que a altitude e estas inclinações não são problemas, principalmente para um ciclista explosivo como é.



Miguel Angel Lopez é um dos ciclistas que precisa de atacar e já hoje o fez. Não ganhou muito tempo, mas dá-lhe confiança para o que aí vem. O colombiano tende a melhorar com o passar dos dias, basta ver os seus resultados nas últimas Grandes Voltas, onde conta com vitórias em várias chegadas em alto. Exímio trepador, pode ser um dos poucos a conseguir quebrar Roglic.

 

Outsiders

Richard Carapaz está a fazer um excelente Giro, sempre atento, ganhando tempo quando possível e seguindo, com facilidade, os ataques dos grandes candidatos. Natural do Equador, a altitude não será um problema e, apesar de ser já uma séria ameaça, pode ter alguma liberdade, por não ser visto como um grande candidato.

Liberdade também é algo que pode ser dado a Mikel Landa, que hoje esteve ao ataque com Miguel Angel Lopez mas que continua muito longe na classificação geral, Desta forma, está obrigado a atacar e o basco deverá fazê-lo. Nos melhores dias, é um dos bons trepadores do mundo.

É uma incógnita o que pensar sobre Simon Yates. Começou de forma brilhante o Giro, mas no passado domingo afundou-se. Hoje chegou com os melhores, pelo que pode ter sido apenas um dia mau. Se estiver ao seu nível habitual, veremos a Mitchelton a preparar o ataque do britânico que vai ter que surgir para começar a recuperar tempo, numa subida que lhe assenta muito bem.



 

Possíveis surpresas

É possível a fuga ter o seu sucesso, principalmente, se as equipas dos favoritos fizerem birra na altura da perseguição. Hoje, Giulio Ciccone decidiu poupar-se e amanhã deve estar ao ataque, num dia com muitos pontos para a montanha. A Team INEOS deve continuar a correr na ofensiva e o jovem Ivan Ramiro Sosa salta à vista como a principal arma, trepador de muita qualidade e que este ano já derrotou alguns dos favoritos à vitória como Carapaz.  A Androni deve colocar Fausto Masnada ou Mattia Cattaneo na frente, dois bons trepadores, muito combativos e sem medo de atacar. Por fim, para a fuga, olho em Joe Dombrowski e Lucas Hamilton. Entre os favoritos, e para além dos nomes já referidos, só vemos Vincenzo Nibali e, talvez, Rafal Majka a puderem vencer num duelo direto com os restantes pois deram indicações muito positivas desde o início do Giro.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Pavel Sivakov e Davide Formolo.




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