Mais uma etapa armadilhada neste Giro, com um final que não se prevê nada fácil. Conseguirão os sprinters aguentar ou teremos uma fuga a vencer?
Percurso
O pelotão continua a dirigir-se para o norte de Itália, num dia com 192,5 quilómetros. Um dia muito longo em cima da bicicleta onde os primeiros 155,9 quilómetros são totalmente planos, aparecendo, depois duas subidas que vão dificultar a vida aos homens rápidos.
Roccolo (4.3 kms a 7,8%) e Calaone (2 kms a 10%) são duas curtas mas muito duras subidas (chegam a ter rampas a 20%) que vão fazer moça no pelotão que, no topo da última fica a 16 quilómetros da chegada.
O final também não é fácil com 4 curvas bastante apertadas nos últimos 3 quilómetros, a última delas a cerca de 600 metros da chegada e quase a 360 graus.
Tácticas
É uma jornada complicada de prever, as 2 subidas perto do final tornam a etapa demasiado dura para os puros sprinters, já para não falar que Hodeg, Gaviria e Viviani estão longe do nível mostrado por Demare. Peter Sagan já tem 1 etapa e a Bora-Hansgrohe agora estará concentrada na geral, com Majka e Konrad. Estes 2 ciclistas não vão trabalhar, nem Sagan e Gamper (que já abandonou).
A Quick-Step também não deverá estar muito interessada em alcançar a fuga para Davide Ballerini, tem a rosa e Sagan conseguirá resistir se Ballerini passar. Como Ulissi já ganhou e Michael Matthews já foi para casa não está a ver muitas equipas a arriscar uma perseguição, hoje foi um dia muito duro e amanhã é uma tirada importante para a geral.
Favoritos
Mikkel Bjerg tem sido uma agradável surpresa durante a prova. Havia questões sobre o dinamarquês conseguir cumprir todo o seu potencial no contra-relógio, mas tem-se destacado na montanha inclusivamente, mostrando que está a trabalhar essa parte no treino. Tem liberdade, está em boa forma e os quilómetros entre a última subida e a meta não assustam.
Giovanni Visconti tentou no Etna e ficou em 2º, amanhã cremos que será a última grande oportunidade para o italiano de 37 anos da Vini Zabu. O percurso é do seu agrado, tem uma boa ponta final. Precisará da ajuda de um companheiro na escapada para conservar energias.
Outsiders
Apesar de ter Pello Bilbao bem colocado na classificação geral a Bahrain-McLaren tem dado liberdade aos seus ciclistas e com o perfil de amanhã veremos o que consegue fazer Jan Tratnik, que na sua melhor forma é corredor para ganhar amanhã com a sua boa ponta final.
O trabalho efectuado por Ben O’Connor hoje foi impressionante, finalmente o australiano está a mostrar a capacidade que se lhe reconhecia desde que lutou pelo top 10 do Giro há alguns anos. A NTT controlou a corrida hoje, não quererá fazer o mesmo amanhã, se recuperar bem é um nome a ter em conta.
Ben Swift já ficou por 2 ocasiões à beira do pódio, foi 4º nas etapas 7 e 10. O campeão britânico está a subir muito bem e ainda tem uma boa capacidade de explosão. Poderá contar com a ajuda de Salvatore Puccio, por exemplo, estando integrado numa equipa que já tem 3 vitórias, não terá pressão.
Possíveis surpresas
Tendo em conta que depois de amanhã virá o contra-relógio, é possível que Ruben Guerreiro volte a tentar uma fuga amanhã, apesar de não haver muitos pontos da montanha em disputa, o ciclista português é ambicioso. Estamos expectantes mais uma vez para ver o que consegue Davide Villella, é um percurso para o italiano se estiver a bom nível. Jakob Fuglsang provavelmente amanhã não precisará de tanta ajuda, portanto Fabio Felline poderá ser liberto das funções de gregário para procurar a glória. Existem várias possibilidades mais para a fuga obviamente, destacamos Sander Armee, Jaakko Hanninen, Andrea Vendrame, Nico Denz, Stefano Oldani e até Peter Sagan ou Diego Ulissi, se assim o quiserem. Se por acaso a etapa foi disputada entre os favoritos, aqueles que têm mostrado melhor ponta final são Patrick Konrad e João Almeida.
Super-Jokers
Os nossos Super-Jokers são Einer Rubio e Aurelien Paret Peintre.