Dia da Bastilha e regresso das chegadas em alto no Tour! A combinação para um dia de espetáculo no Grand Colombier parece estar garantida, com mais um duelo entre Jonas Vingegaard e Tadej Pogacar em perspetiva.

 

Percurso

Dia relativamente simples, apenas 138 quilómetros e uma contagem de montanha, a subida até à meta. Os primeiros 80 quilómetros são planos, antes de se iniciar a subida para o sprint intermédio, mais uma vez localizado num topo, este com 7,9 kms a 4,7% de inclinação média. Os ciclistas continuam a subir até aos 42 quilómetros para o fim, antes de iniciar uma rápida descida/plano que os irá deixar no sopé do Grand Colombier.



A subida final terá um total de 17 700 metros, com 7% de inclinação média. Esta é uma escalada que pode ser dividida em 3 partes, os primeiros 7100 metros são a 8,4%, seguindo-se a fase mais dura com 3400 metros a 9,2%. Restam 7200 metros já mais acessíveis onde as percentagens nunca ultrapassam os 7%.

 

Táticas

Das 3 etapas de montanha que aí vêm, esta é aquela que é mais fácil de controlar pelas equipas da classificação geral. A Jumbo-Visma não deverá arriscar perseguir para dar as bonificações a Tadej Pogacar, pelo que tudo estará nas mãos da UAE Team Emirates. Sendo uma etapa relativamente fácil de controlar, acreditamos que a equipa árabe vai fazer isso mesmo e tentar colocar o seu líder na luta pela vitória. Nem que seja nas bonificações, o esloveno pode ganhar, no mínimo 4 segundos, a Vingegaard e, aos poucos, continuar a recordar diferenças. Caso a UAE Team Emirates não perseguia, aí sim, a fuga tem novamente hipóteses muito grandes de triunfar.

 

Favoritos

Com o passar dos dias, Tadej Pogacar está a melhorar, é sinal que está a atingir o pico de forma e preparou, de forma perfeita, este Tour. O esloveno é muito mais explosivo que o seu rival, só aí parte em vantagem se ambos chegarem juntos ao final, mas até lá tentar desferir os seus fortes ataques, com grandes mudanças de ritmo. Adam Yates será fundamental para um desfecho positivo.



Jonas Vingegaard está de amarelo mas sabe que não está confortável. Todos os segundos contam e, nas últimas duas batalhas contra Pogacar cedeu sempre, o que pode demonstrar alguma fragilidade. Mesmo assim, o dinamarquês mostra-se muito confiante, só ele sabe se ainda vai melhorar. Tem um bom bloco na montanha, mas será Sepp Kuss a arma principal, o norte-americano consegue dinamitar sozinho uma corrida.

 

Outsiders

Por falar em Sepp Kuss, quem sabe se o norte-americano não pode aproveitar a marcação entre os dois grandes rivais? Já se viu que quando aumenta o ritmo poucos o conseguem acompanhar e se tiver carta branca para atacar, a vitória estará ao seu alcance. São precisas condições muito especias para tal cenário acontecer, no entanto não é de todo impossível.

Ben O’Connor mudou o seu foco para as vitórias parciais e na etapa 10, num dia de média montanha, já esteve perto. Amanhã o final é muito mais ao seu jeito, uma longa subida final, onde pode impor ritmos mais fortes e fazer descolar os seus adversários. É um corredor que não tem medo de arriscar de longe e que só lhe interessa o triunfo para conseguir, de certa forma, salvar o seu Tour.



A INEOS Grenadiers não tem olhado só para a geral e numa etapa tão acessível, Daniel Martinez pode ter liberdade. O colombiano cedo perdeu o comboio da geral, já tentou numa fuga e tem trabalhado muito para o coletivo. Amanhã pode ser o seu dia de glória, numa subida ao seu estilo, longa, com rampas inclinadas mas com um final mais “suave”.

 

Possíveis surpresas

Entre os favoritos, será complicado ver outro nome a triunfar. Jai Hindley quererá defender o seu 3º lugar, fazendo uma corrida mais defensiva, talvez Simon Yates e o duo da INEOS Grenadiers composto por Carlos Rodriguez e Tom Pidcock tentem algo, no entanto sabem que, neste momento, têm mais a perder do que a ganhar uma vez que ainda falta muita Volta a França pela frente. Mesmo assim, de todos eles, Yates é aquele que mais pode tentar, gosta das etapas “unipuerto”. Voltando a olhar para uma possível vitória através da fuga, e sendo Dia da Bastilha, os francesas vão querer estar na frente mas não terão tarefa fácil já que os principais nomes como David Gaudu, Thibaut Pinot, Guillaume Martin e Romain Bardet encontram-se perto na geral. Warren Barguil pode ser o salvador da nação da casa. O início plano não favorece Michael Woods, só que a forma como venceu em Puy de Dome foi impressionante, no Grand Colombier pode voltar a repetir a exibição e continuar um grande Tour. Na AG2R Citroen, Felix Gall é outro nome a ter em consideração, hoje esteve sempre com os melhores. Giulio Ciccone foi ao chão no dia de hoje, veremos como está amanhã, numa chegada muito ao seu jeito, numa Lidl-Trek que também pode apostar em Mattias Skjelmose. Atenção, ainda, a nomes como Jack Haig, António Pedrero e Esteban Chaves.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Pierre Latour e Georg Zimmermann.



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