Antes do regresso da alta montanha, o Tour de France oferece aos sprinters a derradeira oportunidade desta segunda semana de competição. Será que Biniam Girmay vai voltar a derrotar tudo e todos?

 

Percurso

Comparando com os dias anteriores, a etapa de amanhã é substancialmente mais curta, num total de 165,3 quilómetros entre Agen e Pau. Ao contrário de hoje, a parte mais difícil da etapa situa-se no seu final. Algumas colinas nos primeiros 20 quilómetros, no entanto entre os 40 e os 25 quilómetros para o fim há duas contagens de montanha e uma subida não categorida. As subidas são curtas, 1500 e 1800 metros mas têm 6,9% e 6,4% de inclinação média, respetivamente.



Até ao final será muito rápido, onde o nervosismo deverá voltar a aparecer devido ao final técnico. Pouco depois da passagem dos 5 quilómetros, surge a primeira rotunda a ser ultarpassada na primeira saída (viragem à direita) e depois longa estrada até 1150 metros para o fim. Entre estes obstáculos existem duas rotundas, uma a ser passada pela direita e outra pela esquerda. 900 metros e ligeira curva à direita e 560 metros e nova curva, desta vez à esquerda antes da reta da meta com 7 metros de largura.

 

Táticas

A vitória de Biniam Girmay na etapa 12 pode ter alterado a dinâmica do dia de amanhã. Se o eritreu não tivesse ganho, ou Jasper Philipsen tivesse terminado à sua frente tinhamos luta pela camisola verde, assim as contas estão mais ou menos fechadas. Pela Intermarché-Wanty, uma fuga terá o seu sucesso. Tudo vai depender da vontade da Alpecin-Deceuninck, se acreditar mais em Philipsen ou colocando alguém na fuga do dia. A ajudar a Alpecin na perseguição só vemos, possivelmente, a Israel-Premier Tech e a Movistar.

É aqui que a fuga tem boas hipóteses de vingar. Para muitos ciclistas é uma das últimas grandes oportunidades, já que depois quase só há etapas de montanha e, por isso, acreditamos numa luta intensa pela presença na fuga, tal como aconteceu hoje. Se a fuga for bastante numerosa e conter ciclistas das principais equipas dos sprinters, é provável que tenha o seu sucesso.

 

Favoritos

Hoje ficou demonstrado que Biniam Girmay é o ciclista mais rápido do Tour, aí vão 3 vitórias! O eritreu parece ter a camisola verde mais que assegurada, só um pequeno desastre o vai fazer perder esta classificação e, por isso, pode correr com menos pressão. O final é mais técnico que o habitual no entanto hoje viu-se que Mike Teunissen é um dos melhores lançadores do pelotão, resgatou Girmay para o triunfo.



Magnus Cort tem estado muito discreto, nem parece normal no dinamarquês. Costuma escolher etapas onde sabe que pode vencer, o que é certo é que ainda não existiram muitas, amanhã é uma oportunidade de ouro, com as dificuldades na parte final. Evidentemente que acreditamos que a vitória será através da fuga, onde Cort será, não só dos mais fortes nas subidas, como no sprint.

 

Outsiders

Wout van Aert está cada vez mais perto do triunfo, hoje se não tivesse ficado fechado provavelmente teria sido o vencedor. Fazer isso depois da queda de ontem é sinal que o belga se encontra bem e motivado para conseguir levantar os braços. Apesar do pouco apoio, sabe-se posicionar como poucos, se tiver o apoio de Christophe Laporte torna-se um perigo ainda maior.

Tem sido um Tour de France para esquecer por parte de Jasper Philipsen. A camisola verde está quase perdida, só com um pequeno milagre, e apenas venceu por uma vez em 12 etapas. Não tem conseguido posicionar-se bem, o seu comboio também não tem funciona na perfeição, tudo conta para a fraca prestação do belga. Todos sabemos da qualidade de Philipsen, a vitória pode surgir a qualquer momento.



Se há equipa que vai tentar estar na frente é a EF Education, tentaram muitas vezes hoje. Alberto Bettiol começou bem a corrida, tem estado mais apagado, amanhã o perfil é ideal para o campeão italiano. Corredor muito combativo, mesmo que seja o mais forte da fuga é provável de o vermos a atacar nas dificuldades finais, é a sua forma de correr e dar espetáculo.

 

Possíveis surpresas

Entre os sprinters, não há muitos nomes capazes de bater os já referidos. Pascal Ackermann tem melhorado com o passar dos dias, a sua capacidade de recuperação é excelente. Depois do pódio de hoje, a confiança para voltar às vitórias deve estar ainda mais alta. Arnaud de Lie voltou a estar entre os melhores, mas um sprint numa longa reta não o favorecia, veremos amanhã numa reta da meta mais curta, onde o poscionamento irá interessar mais. Se estiver bem colocado é um perigo, é um ciclista muito explosivo. Fernando Gaviria e Phil Bauhaus têm sido dos sprinters mais regulares, estão sempre entre os primeiros, no entanto não conseguem dar o salto para estar perto do triunfo, talvez amanhã seja o dia. Dylan Groenewegen terá de sofrer bastante nas subidas, é provável que seja posto à prova por parte das restantes equipas. Depois tem que melhorar o seu posicionamento, tem falhado e isso tem custado caro nos resultados finais. Arnaud Demare e Mark Cavendish devem querer reagir da melhor maneira possível à relegação de hoje, provando que são dos mais rápidos.

Sem um sprinter, a Lidl-Trek vai ter de apostar na fuga e, após ter estado perto na etapa da gravilha, amanhã pode ser o dia de Jasper Stuyven brilhar. O belga tem alguma falta de sorte, existe sempre organização nos perseguidores quando está na frente, algum dia terá de mudar. Entramos na armada francesa! A Cofidis sabe que dificilmente ganha com Bryan Coquard, é o dia certo para colocar Axel Zingle na frente, o francês é um ciclista muito completo que se adapta perfeitamente a este perfil. O mesmo podemos dizer da Decathlon AG2R La Mondiale, dificilmente ganham com Sam Bennett, portanto o campeão francês Paul Lapeira é uma opção mais viável para a fuga. A Groupama-FDJ tem tentado de todas as formas, Romain Gregoire pode ser a peça para amanhã, um corredor rápido em grupos restritos e que não tem medo de acelerar nas dificuldades. Por fim, anteção a Nikias Arndt, Nico Denz e Rui Costa.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Dorian Godon e Stefan Bissegger.



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