Mais uma etapa de montanha e nova chegada em alto na Vuelta! Continuará a Jumbo-Visma a dominar?

Percurso

Mais uma dura etapa nesta Vuelta, com o pelotão a partir de França, mais propriamente de Sauveterre-de-Béarn para um total de 4400 metros de desnível acumulado positivo. 55 quilómetros de falso plano a abrir, antes da primeira subida do dia, o Col Hourcère (11,6 kms a 8,3%). Escalada muito difícil logo a começar, antes de 29 quilómetros em descida que levam ao sopé do Puerto de Larrau (15,1 kms a 7,8%).

Esta subida marca o regresso do pelotão a Espanha e pode ser dividida em duas fases, uma primeira bem mais dura, sendo conhecida pelo Col d’Erroymendi (10,3 kms a 9,1%). No topo da subida há bonificações e nova descida deixa os ciclistas em nova ascensão, o Portillo de Lazar (3,2 kms a 5,8%). No topo, restam 33 quilómetros, 24 deles num vale que leva os ciclistas à derradeira subida do dia.

O Puerto de Belagua será o palco de todas as decisões, 9400 metros a 6,3%. Longe de ser a ascensão mais dura do dia, mas com tudo o que os ciclistas já passaram vai pesar nas pernas. A fazerem-se diferenças tem que ser na parte inicial, dois quilómetros a rondar os 9% já que os últimos 2400 metros são já suaves, quase num falso plano.

Táticas

A etapa de ontem veio mostrar que a Jumbo-Visma está muito forte e dificilmente irá perder esta Vuelta. Mais um dia muito complicado, um pouco mais acessível mas não por muito, o que volta a deixar os ciclistas em alerta, alguém poderá ter um dia mau depois de dois dias a alta intensidade.

Mais uma vez, início completamente plano, difícil para a formação da fuga que acreditamos que só se irá formar no Col du Hourcére. Há já muitos trepadores atrasados na geral, que hoje se mostraram bastante bem, vão querer estar na frente. Após esta etapa, a Jumbo-Visma deverá querer controlar à sua medida, impedir apenas que algum nome perigoso entre na fuga do dia. A subida final não é dura o suficiente para fazer grandes diferenças entre os homens da geral, a acontecerem ataques terá que ser no Puerto de Larrau, ainda longe da meta, pelo que vemos a fuga a ter sucesso.

Favoritos

Michael Storer foi uma das agradáveis surpresas do dia, finalmente vimos o australiano a ter liberdade e procurar fazer a sua corrida. Storer lutou pela montanha, passou na frente duas delas, o que significa que tem esta classificação debaixo de olho. Hoje é um dia importante, tem que estar na frente.

Outros ciclista que aguentou bastante tempo foi Santiago Buitrago. O colombiano está em crescendo, após a queda na primeira semana, está a recuperar sensações e, como já referimos, é um ciclista que raramente falha nas Grandes Voltas. Seria melhor chegar isolado, mas num grupo restrito é rápido.

Outsiders

Chegamos ao terreno de Juan Pedro Lopez. O espanhol esteve bem no dia de ontem, há muito que não o víamos subir assim, significa que o pico de forma está a chegar. Tem que aproveitar estes dias mais duros para conquistar uma etapa, numa equipa onde terá apoio para integrar a fuga.

A Team DSM tem várias opções, depois de ontem pode ser o dia de Max Poole. O jovem britânico esteve ao ataque no início e depois aguentou bastante tempo com os favoritos, uma agradável surpresa tendo em conta a dureza da etapa. É um corredor bastante explosivo.

Caso os favoritos discutam a vitória, Primoz Roglic é o grande favorito. A subida final não é ideal para ataques de longe, e com o final acessível, o mais provável é chegar um pequeno grupo ao final, onde o esloveno será o mais rápido.

Possíveis surpresas

A INEOS Grenadiers é uma equipa que estará representada na frente. Geraint Thomas já tentou e vimos que não está no seu melhor, talvez tenha chegado a hora de Egan Bernal ou, quem sabe, Jonathan Castroviejo, o espanhol não é um ciclista ganhador mas é muito regular e a corre em casa pode surpreender. Nas equipas já referidas há diversas alternativas. A Bahrain-Victorious tem Damiano Caruso e Wout Poels, dois ciclistas bem mais experientes e já que mostraram estar em forma nesta Vuelta. Já a Team DSM tem Romain Bardet uma aposta mais segura, o francês demonstrou intenções pela montanha, se quer somar pontos tem que estar na frente. Hugh Carthy, David de la Cruz, Emanuel Buchmann, Cristian Rodriguez e Einer Rubio estiveram entre os melhroes na etapa de ontem, são bons trepadores, têm aqui uma etapa perfeita para si. Sem Remco Evenepoel para a geral, a Soudal QuickStep teve tentar estar na fuga, acreditamos que Mattia Cattaneo possa ser a melhor carta. A Jumbo-Visma tem a melhor equipa, em vez de esperar pelo sprint podemos ver Jonas Vingegaard ou Sepp Kuss a atacar de longe. No sprint, só vemos Juan Ayuso a poder derrotar Roglic. Cian Uijtedebroeks e Enric Mas podem tentar de longe mas será complicado.

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Jan Hirt e Andreas Kron.