O fim-de-semana chega e com uma longa etapa de montanha na Vuelta! Uma longa subida na parte final promete animar a corrida. Teremos a sexta fuga consecutiva a vencer? Será Ben O’Connor capaz de resistir?

 

Percurso

Uma longa etapa de montanha na Vuelta 2024, algo que ainda não aconteceu nesta edição. 200 quilómetros num dia que não é assim tão duro mas tem um final bastante complicado. A saída de Villafranco del Bierz é relativamente acessível, os primeiros 100 quilómetros são em falso plano, sempre em ligeira subida até ao sopé do Puerto de Cerredo (7 kms a 4,6%). Estamos a cerca de metade da etapa, longa descida de quase 50 quilómetros, interceptada apenas por uma colina.



Cangas del Narcea tem o sprint intermédio e bonificado do dia e, a partir daqui, o terreno já começa a inclinar até se iniciar a grande subida do dia, o Puerto de Leitariegos. Serão 22800 metros de extensão a 4,5% de média, uma subida muito extensa mas pouco complicada. Raros são os quilómetros acima dos 5%, o que naõ deve dar para grandes diferenças. O topo fica a 16 quilómetros do fim, sendo que se seguem 10 quilómetros de descida e 6 planos.

 

Táticas

Cinco etapas consecutivas com a fuga a ter sucesso, teremos a sexta? Não nos admirávamos nada. Apesar da longa subida final, a mesma não é muito dura, o que faz com que dificilmente se façam grandes (ou até mesmo pequenas) diferenças entre os primeiros da classificação geral. Com uma grande etapa de montanha à espera dos ciclistas no domingo, acreditamos que os homens da geral corram de forma mais defensiva, reservando energias para um dia importante para a Vuelta 2024.

Desta forma, a fuga deverá voltar a ter sucesso. Mais uma luta intensa pela constituição da escapada, um grupo numeroso deverá formar-se mas não deverá ser à primeira tentativa. Mesmo em ligeira subida, a primeira hora de corrida será muito rápida, também será preciso alguma sorte para estar na fuga certa. O facto da subida final não ser muito dura, abre a oportunidade de vitória a vários tipos de ciclistas.

 

Favoritos

Wout van Aert tem feito uma Vuelta de grande nível, com liberdade o belga está a mostrar toda a sua qualidade. Vencedor de 3 etapas, 3 fugas nos últimos dias e hoje uma ambição extra, a luta pela montanha! Se há etapa de montanha que Van Aert pode vencer é esta, a subida final é longa mas não muito dura, perfeita para as características do belga que pode vencer sozinho ou num pequeno grupo.



Quem sabe que tem de chegar sozinho é Max Poole. O britânico tem conseguido estar nas fugas certas, já foi 3º e 2º, só falta o lugar mais alto do pódio. Está a confirmar o grande momento de forma com exibições muito positivas, não tem tido é a melhor leitura de corrida nos momentos decisivos. Tem de esperar uma corrida muito endurecida, para deixar os ciclistas rápidos para trás.

 

Outsiders

Jhonatan Narvaez tem procurado por diversas vezes a vitória, tem estado perto mas falta sempre algo. O facto do equatoriano ser um ciclista rápido faz com que ninguém queira seguir com ele até à meta e, para isso, atacam a corrida e Narvaez não pode responder a todos. Tem de saber seguir os ciclistas certos e aí sonhar com a vitória que tanto procura.

Mathias Vacek iniciou a Vuelta em grande forma, o checo andou perto da vitória em várias ocasiões. Um corredor muito completo, este é o tipo de subidas onde Vacek pode dar luta, inclinações suaves mas uma extensão suficiente para desgastar os ciclistas. Relativamente rápido em grupos restritos, pouco irão querer a sua companhia.



Um corredor que não pode ter a companhia de ninguém é Stefan Kung. Este tem sido o problema do suíço durante grande parte da carreira, é sempre dos mais fortes em dias importantes mas depois não se consegue superiorizar. Sabe que vai ter de antecipar as movimentações principais, não é um trepador de grande nível. Apesar disso, está a subir como nunca vimos e se o deixam sozinho, dificilmente o apanham.

 

Possíveis surpresas

A Israel-Premier Tech tem sido uma equipa muito interventiva na fuga e, depois do triunfo de ontem, hoje pode ser o dia de Marco Frigo. O italiano é um ciclista muito combativo que gosta deste tipo de subida e inclinações. Com contrato renovado, quererá dar uma alegria à sua equipa. Mauro Schmid esteve em fuga nas últimas duas etapas, ainda terá energia? Nesta fase de uma Grande Volta, a condição física conta muito e o suíço denota estar bem tanto na condição física, tal como na sua capacidade de subir com os melhores das fugas. Eddie Dunbar é uma alternativa na Jayco AlUla, o irlandês já venceu, sem pressão tudo pode correr bem.



Esta era uma etapa ideal para Brandon McNulty mas a queda de ontem deve afastar o norte-americano da luta, tem que recuperar. Isso deixa a UAE Team Emirates a apostar em Marc Soler e Jay Vine, ciclistas que têm de atacar de longe pois a dureza não é suficiente para fazerem grandes diferenças. Darren Rafferty tem uma etapa perfeita para si, um trepador competente, relativamente explosivo e que se tem aventurado em algumas fugas. A Soudal-QuickStep pode dar liberdade aos seus ciclistas, numa etapa onde Mikel Landa não precisa de tanto apoio. Mauri Vansevenant e Mattia Cattaneo são as possíveis opções, dois ciclistas muito competentes, que se defendem nas subidas mas que sabem que têm de chegar sozinhos. Por fim, olho nos espanhóis Ion Izagirre e Pablo Castrillo.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Filippo Zana e Urko Berrade.

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