Tempo para o segundo contra-relógio individual deste Giro! Dia importante para a classificação geral e para João Almeida. Conseguirá o português aumentar a sua vantagem?
Percurso
Dia de contra-relógio individual no Giro d’Itália! 33 900 metros de esforço individual entre Conegliano e Valdobbiadene.
Início plano com a primeira dificuldade a aparecer após os primeiros 6300 metros de percurso, Muro di Cà del Poggio (1100 metros a 12,1%). Seguem-se praticamente 20 quilómetros muito rápidos até à segunda dificuldade do dia, em Guia (2200 metros a 5,4%). Ultrapassada a subida os ciclistas continuam a subir ligeiramente até aos derradeiros 3300 metros, iniciando, aí, a descida para a meta, que é num pequeno e ligeiro topo.
Favoritos
Campeão do Mundo de contra-relógio individual (CRI) numa distância parecida a esta. Vencedor do contra-relógio inaugural por larga margem e vencedor de uma etapa de montanha neste Giro apesar de ter 80 kms. Filippo Ganna está em grande forma e terá de ser considerado o maior candidato. Nada mais há dizer.
Num contra-relógio a meio de uma Grande Volta e com esta extensão, geralmente os ciclistas da geral ocupam boa parte do top 10, equilibra as forças e o percurso ondulado também ajudará nisso. Wilco Kelderman está de regresso à sua melhor forma, a última vez que o vimos assim foi na Vuelta 2017… quando foi 2º no CRI de 40 kms, apenas atrás de Chris Froome. A Sunweb está a andar muito bem em CRI’s e Kelderman é explosivo q.b. para estas subidas.
Outsiders
Primeiro passo para Victor Campenaerts será manter-se em cima da bicicleta. Caiu nos Mundiais, caiu na 1ª etapa, algo recorrente nos CRI’s do belga, arrisca demais. A distância é boa para ele e o percurso também não é mau, mas superar Ganna parece impossível.
Mikkel Bjerg tem encontrado a sua melhor versão neste Giro. Companheiro de João Almeida na Axeon e campeão mundial sub-23 de CRI, o dinamarquês de 21 anos foi 3º no CRI inaugural e 3º em Roccaraso, mostrando uma capacidade na montanha que se desconhecia. Forte candidato ao pódio.
Porque não pensar em João Almeida? Será o maior CRI no português na sua carreira (o maior tinha sido de 30 kms nos Mundiais sub-23 de 2019), mas o percurso ondulado é bom para ele e o João já correu nestas estradas. Foi 2º no CRI que fechou o Baby Giro em 2018, num dia em que voou e subiu de 6º para 2º na geral graças a isso. A camisola rosa pode ser um peso ou pode dar asas e João Almeida tem voado bem alto.
Possíveis surpresas
A Ineos Grenadiers tem vários especialistas, mas Rohan Dennis estará longe da melhor condição física e para além disso falta-lhe a BMC de confiança e Jonathan Castroviejo há praticamente 2 anos que não anda assim tão bem em CRI’s, até porque tem melhorado a olhos vistos na montanha, um nome interessante dentro da formação britânica para amanhã será Tao Hart. Alex Dowsett e Mathias Brandle gostariam de um traçado mais plano. Thomas de Gendt é ciclista para fazer uma boa surpresa, o pódio está perfeitamente ao alcance do belga. Chad Haga gosta deste tipo de percursos e já venceu um CRI no Giro, enquanto Jan Tratnik é um ciclista perigoso, capaz do melhor e do pior, a sua explosão irá ajudá-lo aqui. Os ciclistas da CCC andarão a rondar o top 10, destaca-se Joey Rosskopf, enquanto Vincenzo Nibali, Brandon McNulty, Pello Bilbao e Jakob Fuglsang também podem ameaçar o top 5.
Super-Jokers
Os nossos Super-Jokers são Mikkel Honore e Patrick Konrad.