Chegamos ao fim-de-semana com uma etapa bastante difícil de prever. Uma longa subida na primeira metade da prova pode favorecer a fuga em relação aos sprinters, quem vencerá o braço de ferro?

Percurso

Desenho muito curioso e que pode levar a várias interpretações por parte das equipas do que toca à estratégia a utilizar. Os primeiros 35 kms são planos com excepção de uma ou outra colina e depois chega a hora decisiva, 19900 metros a 6,6%, que vai levar os ciclistas a mais de 2000 metros de altitude.



Segue-se uma longa descida de 35 kms e a partir daí já não há mais montanhas, os ciclistas apenas têm de negociar algumas colinas na parte final, a mais dura com 1000 metros a 6,1%, sendo que o quilómetro final é também ele em ligeira subida.

 

Táticas

Esta é uma etapa marcada pela subida de primeira categoria situada na primeira fase do percurso. Com o resto do dia completamente plano, os sprinters podem ter uma palavra a dizer, mas tudo depende de como for atacada a referida subida. Não nos referimos aos homens da geral, mas aos que vão tentar integrar a fuga do dia, bem como as equipas que têm ciclistas que passam bem as dificuldades e sprintam bem. A questão central é a extensão da subida, praticamente 20 quilómetros.

Se as equipas dos sprinters quiserem controlar, têm que deixar uma fuga pequena e sem ciclistas fortes na frente, pois na subida não vão poder acelerar muito e, o mais provável, é a fuga ganhar tempo nessa fase e, também, na descida, restando 110 quilómetros para perseguir. Jayco AlUla pode ser uma das equipas mais interessadas, Michael Matthews passa bem estas subidas, com Team DSM e EOLO-Kometa a poderem dar uma ajuda. Com tudo isto damos 60/40 de possibilidades ao pelotão.

 

Favoritos

Em caso de sprint num grupo mais numeroso, sem sombra de dúvidas que, Jonathan Milan é o grande favorito. O gigante italiano venceu à primeira oportunidade e, desde aí, soma 3 segundos lugares! Com a maglia ciclamino bastante segura, não terá tanta pressão, o que o pode beneficiar. Andrea Pasqualon será fundamental, nos últimos sprints Milan tem começado atrasado, se parte da frente será difícil de superar. Tudo isto vai depender se Milan aguentar a subida.



Um ritmo mais acelerado será do benefício de Michael Matthews. O australiano também já venceu, mas sabe que só num grupo mais restrito conseguirá ter novamente sucesso. Bling ainda pode sonhar com a classificação por pontos e só uma vitória e deixar Milan para trás interessa. Vai ser uma luta interessante na primeira fase da etapa.

 

Outsiders

Pascal Ackermann acertou, finalmente, com o caminho das vitórias, deve ter sido uma sensação de alívio tremendo. A correr com menos pressão e com o apoio de Ryan Gibbons, o alemão quererá continuar o bom momento de forma com mais um triunfo. Num dia bom passa as subidas relativamente bem, veremos como as pernas respondem.

Alberto Bettiol está, aos poucos, a subir a sua forma, prova disso foi a etapa de ontem onde, finalmente se mostrou bastante ativo. O italiano preferiria um dia com mais dificuldades, mas não tão longas, só que é daqueles que não se importa de sofrer nas subidas mais extensas. Numa EF Education já com vitórias, Bettiol pode integrar a fuga mais descontraído. Em grupos restritos é rápido.

Sem Kaden Groves, Stefano Oldani é o homem escolhido pela Alpecin-Deceuninck e o italiano pode ser uma aposta para ambos os cenários. No ano passado, Oldani venceu num dia de média montanha, já mostrou que passa bem estas subidas e, já neste Giro, nos dias com alguma dificuldade, já se imiscuiu ao sprint. Claro que as hipóteses aumentam através da fuga, onde será sempre dos mais rápidos.



 

Possíveis surpresas

Falamos da EOLO-Kometa poder, hipoteticamente ajudar na perseguição, mas porque não colocar Vincenzo Albanese na fuga? As chances de vitória sobem consideravelmente, o italiano continua em boa forma, será é muito marcado pelos seus rivais. Magnus Cort já venceu uma etapa mas todos sabemos que o dinamarquês quer sempre mais, esta é mais uma tirada perfeita para si, é cirúrgico nos dias que escolhe. Ainda para a fuga, é importante subir bem e ter uma ponta final razoável, tal como acontece com Simon Clarke, Derek Gee, Simone Velasco, Christian Scaroni e Davide Gabburo. Olhando para o cenário de sprint, Simone Consonni, Davide Ballerini, Alberto Dainese, Marius Mayrhofer e Jake Stewart aguentam uma corrida mais dura, com Mark Cavendish e Fernando Gaviria a esperar por um dia mais tranquilo.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Alessandro de Marchi e Filippo Fiorelli.



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