Mais um fim-de-semana decisivo no Giro e, para começar, um novo contra-relógio individual de longa quilometragem. Diferenças importantes vão ser feitas para a classificação geral, num dia em que Tadej Pogacar pode deixar a concorrência ainda mais distante.

 

Percurso

Por incrível que pareça, a etapa em linha de hoje tinha mais desnível acumulado positivo que o contra-relógio de 31 200 metros de extensão. Percurso praticamente plano, os ciclistas nem vão notar as pequenas elevações na estrada. Os primeiros 12,5 quilómetros são os mais sinuosos, com o final destes a ter uma colina de 700 metros a 5,7%. O percurso é composto por longas retas e as curvas que existem são pouco pronunciadas, pelo que a redução de velocidade não será assim tanta. Olhando para o vento, não se fará sentir muito ao longo de todo o dia, o que dará iguais condições a todos os ciclistas.



 

Favoritos

Filippo Ganna – Pensava que tinha ganho há 1 semana, mas uma subida final incrível de Tadel Pogacar negou-lhe esse sucesso. Estará sedento de vingança e com mais alguma energia de reserva face ao esloveno, que acumula todo o desgaste da luta pela geral e de todos os procedimentos após a etapa que lhe retiram algum período de descanso.

Tadej Pogacar – Na etapa 7 passou a 47 segundos de Filippo Ganna antes da subida começar, depois fez uma recuperação épica. Creio que esses 47 segundos são um manifesto exagero e talvez a margem de Ganna amanhã não seja tão grande, é que Pogacar aparentemente guardou muita energia para a parte final e as condições de vento foram piores do que as do italiano.

 

Outsiders

Josef Cerny – Um corredor muito possante e pesado, que se adapta perfeitamente a este traçado e que tem certamente poupado algumas forças nos últimos dias a pensar neste momento porque tem mais probabilidade de vitória face a outras etapas. Na etapa 7 passou no 1º intermédio com o 2º melhor registo, na altura era o que estava mais perto de Ganna.

Magnus Sheffield – Excelente Giro que o norte-americano está a realizar, sempre pronto para ajudar a equipa nas etapas mais críticas e não me parece que esteja a acusar o desgaste de quase 2 semanas de competição. É extremamente consistente em todo o tipo de terreno, foi 2º no contra-relógio da Romândia e 2º no contra-relógio da Volta ao Algarve.



Edoardo Affini – Os seus melhores resultados em Grandes Voltas surgem normalmente na segunda e terceira semanas, é onde costuma estar mais competitivo. Vai querer dar um triunfo a uma equipa que tem sofrido muito com azares e problemas físicos. Há uns anos era um dos especialistas mais temidos, entretanto tem melhorado noutras vertentes, deixando esta para trás. Achamos que tem sempre potencial para surpreender.

 

Possíveis surpresas

Thymen Arensman – Também estamos a chegar ao território do holandês, que é um ciclista alto, bom rolador e que tem uma boa capacidade de recuperação. Foi 4º na 7ª etapa, estava inclusivamente empatado com Pogacar no 2º intermédio, a 47 segundos de Ganna.

Geraint Thomas – Sólido candidato ao top 10, sabemos que é aquele corredor super consistente e fiável, apesar de visivelmente ter perdido algumas qualidade no contra-relógio ao longo dos últimos anos.

Daan Hoole – Um traçado plano é perfeito para o holandês de quase 2 metros mostrar o que é capaz de fazer e meter toda a sua força na estrada. Parece mentira, mas Daan Hoole já tem 25 anos, ultimamente tem dedicado mais tempo a melhorar como gregário em terreno variado, nas camadas jovens era sempre um potencial medalhado nos Mundiais.

Daniel Martinez – O colombiano está a realizar um Giro de muita qualidade e já no outro contra-relógio impressionou ao bater, por exemplo, Geraint Thomas. Já o vimos a fazer boas exibições nesta especialidade em distâncias semelhantes, veja-se a Volta ao Algarve.

Lorenzo Milesi – Um super talento do contra-relógio que saiu mais cedo do previsto da DSM para assinar com a Movistar. Estamos a falar de um ciclista que é o actual campeão do Mundo sub-23 nesta vertente, será que escolher a Movistar foi um erro para continuar a evoluir neste departamento?



Mikkel Bjerg – A grande questão que tenho sobre ele é se vai ter a liberdade para ir a fundo tendo em conta que terá de trabalhar bastante para Tadej Pogacar nos próximos dias. Acredito que sim pois o esloveno não costuma “amarrar” os seus gregários e as equipas gostam sempre que um dos ciclistas vá a fundo antes do líder para dar o seu feedback.

Maximilian Schachmann – Confesso que me tem surpreendido ao longo deste Giro apesar de ter andado algo desaparecido nos últimos dias. O germânico sempre se defendeu relativamente bem, foi uma surpresa o 5º posto na etapa 7, não seria totalmente surpreendente outro top 10.

Max Walscheid – Não é propriamente um grande especialista de contra-relógio, é alguém que sempre andou relativamente bem. Já representou a Alemanha em grandes competições e que vê com agrado um traçado destes.

Tobias Foss – Só o mencionamos porque já foi campeão do Mundo de contra-relógio, e nunca mais mostrou tal capacidade, principalmente quando há excelente especialistas a correr. Um top 5 num traçado destes já seria um bom sinal.

Luke Plapp – Uma das sensações/surpresas do primeiro contra-relógio, reentrou na luta por um bom lugar no top 10, no entanto entretanto já perdeu muito tempo, durante uns dias falou-se que estava doente e podia abandonar, dificilmente pode repetir a gracinha.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Jasha Sutterlin e Benjamin Thomas.

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