O contra-relógio fez diferenças na classificação geral e agora os trepadores têm que começar a recuperar! O mítico Col du Tourmalet é a primeira oportunidade para tal, vamos ver se teremos espetáculo.
Percurso
Uma etapa curta de montanha, apenas 117,5 quilómetros, mas bastante dura. Se o início é mais suave, apenas com uma contagem de 4ª categoria, depois surge o Col du Soulor (11,9 kms a 7,8%). Após a sua passagem resta meia etapa pela frente e uma longa descida e uma fase de falso plano que leva ao monstro que é o Col du Tourmalet (19 kms a 7,4%), onde se destacam os 3 quilómetros finais com rampas superiores a 10% na maioria dos metros.
Favoritos
Pela Deceuninck-QuickStep, uma fuga terá o seu sucesso já que sabem que será complicado, para não dizer quase impossível, Julian Alaphilippe discutir a etapa com os grandes trepadores deste Tour. Desta forma, terão que ser as equipas dos favoritos à vitória final a pegar na corrida e acreditamos que isso possa acontecer já que têm que começar a recuperar algum do tempo perdido.
Geraint Thomas parece-nos em grande forma e com o aumentar de quilómetros nas pernas é provável que fique ainda melhor. Soberbo na Planche de Belles Filles e muito bem no dia de hoje, o britânico está na pole position para envergar a, curto prazo, a camisola amarela. O Tourmalet é uma subida muito regular, assentando que nem uma luva a Thomas que poderá correr na defensiva o que lhe pode valer alguma frescura para o final.
A perda de tempo nas bordures da etapa 9 foram um rude golpe nas aspirações de Thibaut Pinot e, por isso, o francês terá que começar a procurar retificar esta situação. Sem medo de atacar, o francês terá em David Gaudu e Sebastian Reichenbach dois apoios fundamentais para preparar a investida.
Outsiders
Outro corredor sem medo de atacar é Mikel Landa e, agora, com um maior atraso na classificação geral deverá ter alguma liberdade. O basco e Nairo Quintana podem jogar taticamente e atacar à vez e, aí, Landa poderá ter a sorte do seu lado. Se estiver nos seus dias, o corredor da Movistar pode conseguir a vitória que lhe fugiu no Giro.
Do mesmo modo, temos que referir Nairo Quintana, só que o colombiano está muito mais perto na classificação geral, logo não terá a liberdade do basco. Até agora, Quintana tem estado exemplar, sempre atento, não nos lembramos de ter um Tour sem percalços. Teremos o velho colombiano de volta ou o Quintana que só segue rodas?
Emanuel Buchmann é um corredor bastante discreto mas tem estado sempre na frente. Este tem sido o ano de afirmação do alemão e já na Planche de Belles Filles se mostrou muito forte. Ainda não é um corredor de topo, pelo que se atacar poderá ter alguma liberdade por parte dos restantes ciclistas e, desta forma, surpreender e triunfar.
Possíveis surpresas
Estará Richie Porte de regresso? O contra-relógio do australiano são boas indicações para o que resta do Tour, vamos ver se o australiano consegue confirmar isso amanhã, ele que também precisa de recuperar tempo. Enric Mas está a melhorar com o passar dos dias e, apesar de apenas esperarmos um espanhol em grande forma na 3ª semana talvez amanhã já comece a mostrar que está pronto para a luta. Jakob Fuglsang tem tudo para estar na luta, ele que está a ter um ano extraordinário, tendo já derrotado todos estes ciclistas noutras provas. Egan Bernal, Rigoberto Uran, Steven Kruijswijk e Adam Yates devem andar pela frente mas será difícil ganharem. Para a fuga, acreditamos que vários são os trepadores que vão querer estar na frente e tentar inscrever o seu nome como vencedor nesta mítica subida. Ilnur Zakarin, Giulio Ciccone e Tiesj Benoot são, para nós, os nomes com mais hipóteses para puderem ganhar.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Thomas de Gendt e Dan Martin.