O Tour mantém-se no Maciço Central com mais uma etapa em que a fuga pode voltar a sair vitoriosa. Teremos algum repetente a erguer os braços?
Percurso
Os dias longos continuam, com 194 quilómetros entre Clermont-Ferrand e Lyon. Aos 32 quilómetros surge a primeira contagem de montanha do dia, uma 4ª categoria, que pode afastar alguns sprinters da luta pelo sprint intermédio.
Logo a seguir começa a montanha mais dura do dia, o Col du Beal (11,9 kms a 5.3%), que conta com mais 10 quilómetros de subida que aquilo que está oficializado no livro, ou seja, um total de 20 quilómetros a subir. Uma pequena descida e um pequeno topo levam ao Côte de Courreau (3,8 kms a 5.8%).
Nesse ponto ficam a faltar 100 quilómetros. 40 quilómetros em descida/plano levam a uma subida não muito dura mas longa de 15 quilómetros que, por sua vez, deixa o pelotão numa nova descida de 25 quilómetros. Aí surge a parte decisiva da etapa, à falta de 10 quilómetros. O Côte de la Duchère (1300 metros a 5.3%) e o Côte de la Croix-Rousse (1400 metros a 4.5%) vão dinamitar a corrida e deixam os ciclistas a 5 quilómetros da chegada, que são muito rápidos até à chegada a Lyon.
Tácticas
A etapa depende muito da forma como corra a Bora-Hansgrohe para Peter Sagan. O eslovaco acha que a camisola verde ainda é possível, mas para isso terá de deixar Bennett para trás na contagem de 4ª categoria antes do sprint intermédio, ganhar o sprint intermédio e depois ganhar a etapa. Bennett hoje foi ao limite e dificilmente aguentará tanto o Col du Beal, como as 2 subidas perto da meta. A Bora-Hansgrohe pode aqui jogar o tudo ou nada, resta saber se a controlar o dia todo ou se lançando Sagan para a fuga. A CCC poderá ser outra interessada
Favoritos
A CCC já percebeu que na montanha está muito complicado ganhar 1 tirada, a concorrência está fortíssima e aqui está a sua melhor chance. O perfil assenta que nem uma luva a Matteo Trentin, que já ganhou em Grandes Voltas através de fugas e em traçados semelhantes.
A Sunweb agora corre sem qualquer pressão e alguém que está a passar muito bem a montanha e que tem boa ponta final é Soren Kragh Andersen, um ciclista que foi fundamental no triunfo de Marc Hirschi. Kragh Andersen não é corredor de esperar pelo sprint final, é provável que ataque antes.
Outsiders
Se Peter Sagan ainda tem esperanças de ganhar 1 etapa no Tour, aé amanhã. Sagan tem estado a mostrar-se cada vez melhor, à medida que o desgaste é um factor cada vez mais presente, custa cada vez mais aos puros sprinters passar montanhas. O problema é que meio pelotão estará a marcar Sagan e para o controlo da etapa a Bora já perdeu Gregor Muhlberger.
Quem ainda não se viu neste Tour e não tem a preocupação de proteger o seu líder é Daryl Impey. O sul-africano já tem muita experiência em Grandes Voltas e ganhou no Tour em 2019 numa jornada muito parecida com esta, batendo Tiesj Benoot no risco de meta.
Nesse dia o 4º classificado foi Oliver Naesen. O belga está em nítida subida de forma e está numa equipa sem grande pressão para ganhar, visto que já triunfou com Nans Peters. Com algum tempo perdido hoje por parte de Romain Bardet poderá ter mais liberdade.
Possíveis surpresas
Um cenário da Bora-Hansgrohe a controlar o dia todo para um sprint restrito de 50/60 elementos é o sonho de Wout van Aert e tornaria o hat-trick do belga bem provável. Matej Mohoric também ainda mal se viu neste Tour, mas é corredor para ter este dia bem marcado no livro de prova. Greg van Avermaet é outro corredor que tem esperanças de que a fuga do dia chegue, as 2 colinas perto da meta assentam que nem uma luva ao belga. Na Astana Omar Fraile e Luis Leon Sanchez têm as características certas para esta etapa, enquanto Tiesj Benoot é outra alternativa na Team Sunweb, bem como Marc Hirschi, que na forma em que está aspira a quase todas as etapas. A Groupama-FDJ tem jogado forte nas fugas, amanhã é dia para Stefan Kung e Rudy Molard tentarem. Olho ainda em Krists Neilands e Edvald Boasson Hagen.
Super-Jokers
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