Novo dia de média montanha no Tour, desta vez com a tradicional chegada a Mende. Muitos corredores terão os olhos nesta etapa, em teoria, é mais uma grande oportunidade para a fuga.
Percurso
A entrada no fim-de-semana faz-se com uma maratona de pouco mais de 190 quilómetros. Dia de sobe e desce constante que, no entanto, se deve resumir à subida final de Mende. Para trás ficam quatro terceiras categorias, a última das quais o Côte de la Fage (4,2 kms a 6%), situado a apenas 30 quilómetros da chegada.
Uma rápida descida vai deixar os ciclistas a apenas 6 quilómetros do fim e com o Côte de la Croix Neuve (3 kms a 10,2%) pela frente. Curta mas muito dura subida que termina poucos metros antes dos derradeiros 1500 metros, todos eles em descida.
Táticas
Desde o início do Tour que esta é uma etapa apontada para a fuga e, a história recente tende a concordar com isso. Omar Fraile, em 2018, e Steve Cummings, em 2015, venceram a partir da fuga do dia, em etapas com orografia bastante semelhante à de amanhã.
Dia relativamente fácil para os homens da geral, deve existir alguma emoção na subida final, mas tirando isso não vemos as equipas a desgastarem-se durante 190 quilómetros para perseguir a fuga do dia. Isso abre a porta a mais uma vitória da escapada e … nova luta frenética pela presença na frente.
O começo mais complicado pode levar a que a fuga se forme mais cedo que nos últimos dias no entanto estamos no Tour, e tudo tem acontecido! Esperamos ver uma mescla de puncheurs e roladores na frente, uns guardando-se para o Côte de la Croix Neuve, outros tentando surpreender antes da subida final. Como se viu hoje com a Trek-Segafredo, ter mais do que um elemento na escapada é fundamental e pode resultar em triunfo.
Favoritos
Etapas de média montanha nesta altura de uma Grande Volta são música para os ouvidos de Bauke Mollema. Doente numa primeira fase do Tour, o veterano neerlandês está recuperado e pronto para repetir o triunfo do ano passado. Com Mollema não sabemos o que esperar, tanto pode atacar de longe como esperar pela última subida.
Jakob Fuglsang entrou com o objetivo da geral mas já mudou o chip para vitórias parciais. Amanhã, o ciclista da Israel-Premier Tech tem uma excelente oportunidade num dia estilo clássica, onde tão bem se deu nas últimas temporadas. A subida final é perfeita para o dinamarquês. Nas últimas 4 etapas, 3 foram ganhas por … dinamarqueses.
Outsiders
Em 2015, Thibaut Pinot esteve perto de vencer neste local, amanhã quererá vingança. O francês tem estado no apoio a David Gaudu desde domingo, altura em que teve oportunidade para integrar a fuga. Num dia mais simples, Pinot deverá ter liberdade. Trepador bastante explosivo, terá que escolher o momento certo para atacar e não desperdiçar energias.
Um ciclista que pode entrar na fuga e atacar de longe é Alberto Bettiol. O italiano já tentou essa estratégia na terça-feira, é certo que não ganhou mas desgastou muito a fuga e um companheiro seu triunfou. Neste momento, o transalpino é um corredor muito forte, não lhe podem dar muita margem.
Lennard Kamna é mais um ciclista capaz de vencer em vários cenários. O ciclista germânico tem tido liberdade para integrar fugas e já esteve muito perto de vencer. Não nos admirávamos de o ver a atacar na descida e usar a sua capacidade de contra-relógio mas se esperar pela subida final também consegue deixar os seus rivais para trás.
Possíveis surpresas
Valentin Madouas é uma alternativa muito séria dentro da Groupama-FDJ. O francês tem sido incansável no apoio ao seu líder, um dos grandes gregários desta prova, com liberdade e sorte na fuga pode ter um momento de glória. Este final é perfeito para Dylan Teuns, a subida é bastante explosiva, a fazer lembrar os muros belgas onde o ciclista da Bahrain-Victorious se dá tão bem. De que será capaz Andreas Kron? Corredor muito explosivo, já conseguiu alguns bons resultados neste Tour, é bastante explosivo. Numa Lotto Soudal ainda em busca da vitória, Tim Wellens pode ser outra presença na frente, este para atacar de longe. O final é perfeito para Michael Woods, resta saber se o canadiano consegue entrar na fuga do dia, é sempre algo complicado. Depois da grande exibição em Megève, Nick Schultz é um candidato muito sério, mostrou-se muito forte e é daqueles que pode esperar pelo sprint final. Para a fuga, olho, ainda, em Maximilan Schachmann, Andrea Bagioli, Mattia Cattaneo, Toms Skuijns e Pierre Latour. Dentro dos homens da geral, esta subida explosiva favorece nomes como Tadej Pogacar, mas na forma em que está dificilmente Jonas Vingegaard cederá. Tom Pidcock, Adam Yates e David Gaudu são outros corredores bastante explosivos.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Carlos Verona e Patrick Konrad.