A maratona desta Vuelta! Mais de 230 quilómetros em novo dia bastante difícil de prever, com bastantes hipóteses de mais uma fuga triunfar.

 

Percurso

O dia mais longa da Vuelta. 230,8 quilómetros entre Mos e Puebla de Sanabria em mais um dia de média montanha, com 7 montanhas, sendo 5 delas categorizadas.



4 dessas montanhas aparecem nos primeiros 141 quilómetros, sendo que aí surge o Alto de Fumaces (8,3 kms a 4.9%). A partir daqui, os ciclistas continuam a subir, de forma mais ligeira, até chegarem ao Alto de Padornelo (6,8 kms a 3.8%). Esta escalada termina 17,5 quilómetros do fim, sendo os últimos 10 planos.

 

Tácticas

231 kms de terreno ondulado na 3ª semana, sentem este cheiro? É o cheiro a mais um dia de fuga! Os primeiros 50 kms são mais acessíveis que hoje, o que pode originar um grupo maior a destacar-se, depois aparecerem as subidas e se a batalha durar até aí é possível que a escapada seja mais pequena e mais selectiva, como hoje.

As contagens de montanha mais próximas da meta não são duras o suficiente para as equipas da geral, a haver perseguições é porque a fuga tem homens perigosos. Algo muito curioso até agora nesta Vuelta, tivemos 10 vencedores de etapa diferente, todos eles já tinham vencido no World Tour, não tem sido uma Vuelta de surpresas e o mais provável é que assim continue.

 

Favoritos

Michael Valgren é um “matador”, não é por acaso que já ganhou 2 clássicas do World Tour. Está em boa forma como demonstrou o 5º posto numa chegada em alto na etapa 5, apenas precisa de conseguir entrar na fuga e ter alguma ajuda, está muito motivado pois ainda não assinou para 2021.



Nans Peters já apareceu por 1 vez em grande nesta Vuelta, foi 4º na 7ª etapa, quando ganhou Michael Woods. É um corredor de grandes triunfos, como já mostrou no Giro e no Tour e o terreno amanhã é perfeito para as suas características, pode perfeitamente arrancar em solitário.

 

Outsiders

Apesar de ter Hugh Carthy na luta pela vitória a EF Pro Cycling tem dado liberdade aos seus ciclistas, sendo que depois de Michael Woods pode ser Magnus Cort a ter esse privilégio amanhã. Cort passa bem a média montanha e ainda tem uma boa ponta final, é um perigo.

A Astana tem sempre muitas opções para este tipo de etapas, hoje falhou a fuga de forma quase inexplicável, algo que não pode acontecer amanhã, ainda para mais não tem ninguém na luta directa pela geral. Para este percurso é bem possível que Omar Fraile tenha mais uma oportunidade.



Não tem vitórias no World Tour, mas está a andar muito, muito bem e numa equipa ganhadora. Mattia Cattaneo está no limite o deixarem entrar na fuga, com 16:11 de atraso está a 7 minutos do top 10. O italiano é bastante completo e caso tenha a ajuda de Remi Cavagna é um caso sério.

 

Possíveis surpresas

A UAE Team Emirates é outra formação que não pode falhar a escapada amanhã, principalmente tendo Rui Costa e Davide Formolo a andar bem e com as características certas para ganhar. Como já referimos, na Astana quase todos são opções, desde Alex Aranburu, a Gorka Izagirre, a Luis Leon Sanchez. Nelson Oliveira pode surpreender amanhã, pelo 3º posto no contra-relógio está em grande forma e a Movistar costuma colocar sempre ciclistas em fugas grandes. Na Caja Rural o ciclista mais em forma parece claramente Gonzalo Serrano, resta saber se o espanhol já tem a capacidade de ganhar a este nível. Para termos alguns vencedores estreantes em Grandes Voltas a nossa atenção iria para o talentoso Gino Mader, para Robert Power da Sunweb, para Nick Schultz da Mitchelton-Scott e ainda Andrea Bagioli da Quick-Step, mas são todos jovens e quem sabe não estarão já a acusar o desgaste.



 

Super-Jokers

Os nossos super-jokers são Jonas Vingegaard e Guillaume Martin

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