O País Basco recebe a última etapa da segunda semana, uma tirada explosiva de média montanha onde as maiores dificuldades estão guardadas para os 40 quilómetros finais.
Percurso
Uma tirada relativamente curta de média montanha para terminar a segunda semana da Vuelta. É uma ligação de 158,8 kms entre Pamplona e Lekunberri, um dia passado essencialmente no País Basco. Os primeiros 20 kms até são planos, depois disso começam as colinas, com cerca de 2 kms cada uma, até à primeira contagem de montanha que não é mais do que um falso plano.
As 2 contagens de 2ª categoria estão guardadas para os 40 kms finais, com 2 passagens pelo Puerto de Zuarrarrate, uma subida com 6,3 kms a 5,1%, uma ascensão com o primeiro quilómetro bem duro, a rondar os 7% e depois suaviza para os 5%. A etapa termina com uma rápida descida, onde não é fácil encurtar distâncias.
Táticas
Com rampas pouco empinadas esta jornada não deverá ser atacada pelos homens da classificação geral, no entanto também é dura demais para a larga maioria dos sprinters, portanto deveremos ter outra fuga a resultar, possivelmente até um grupo de 20 a 30 unidades com 1 ou 2 elementos do top 20 que querem recuperar algum tempo e, eventualmente, voltar a lutar pelo top 10. A Jumbo-Visma vai querer jogar pelo seguro e não se quer desgastar.
Favoritos
Mattia Cattaneo – A Quick-Step entrou em modo de ataque total às etapas, Remco Evenepoel mostrou perfeitamente isso hoje e duvidamos que o repita amanhã, não há assim tantos pontos da montanha em disputa. Sendo assim, carta branca para alguns corredores da formação belga e creio que o italiano tem as características certas.
Rui Costa – Tem mostrado ter boas pernas ao longo desta Vuelta, foi pena o desgaste acrescido que teve ao ir para a fuga hoje. No entanto, quando viu que não dava para ganhar desligou o motor precisamente a pensar em amanhã, uma etapa com subidas bem ao seu jeito.
Outsiders
Filippo Ganna – Creio que esta jornada está dentro dos limites do italiano, com 2500 metros de acumulado. Neste momento está em boa forma e sem pressão em cima, é um corredor poderoso e que não se importa com estas pendentes a rondar os 5%.
Romain Gregoire – Preferiria um final em ligeira subida, um pouco mais duro, mas numa etapa destas tem de se encarar o topo da última montanha como um primeiro risco de meta. O talentoso francês não se tem desgastado muito, tem aqui uma das últimas oportunidades e já esteve perto de um triunfo.
Luis Leon Sanchez – Uma velha raposa que conhece estas estradas como poucos. Estas pendentes mais suaves são boas para o seu motor mais lento, a gasolina. Lê a corrida como poucos e caso haja uma “fuga de la fuga” deve lá estar”.
Possíveis surpresas
Nelson Oliveira – É exímio a entrar em fugas, parece que sabe sempre qual é o grupo certo e quando o pelotão vai deixar a escapada sair. É alguém que não pode escapar, entre subidas tem de atacar e ir a solo.
Omar Fraile – Está a jogar praticamente em casa e apesar de não ter um pódio desde Fevereiro é um corredor que quase pode ganhar fica letal e está com liberdade na Ineos.
Andreas Kron – Já ganhou uma etapa e ontem pareceu mostrar que ainda está para as curvas e tem pernas, mesmo na alta montanha. Aqui está mais no seu terreno.
Kevin Vauquelin – O jovem de 22 anos até parecia que vinha em boa forma, será que isso desapareceu ou simplesmente se está a preparar para dar uma estocada amanhã?
Dylan van Baarle – Um corredor letal nestas circunstâncias, resta saber se terá liberdade por parte da equipa, seria um bom prémio tendo em conta que a Jumbo-Visma não está desfalcada e não deverá enfrentar grandes ataques amanhã.
Finn Fisher-Black – Numa perspectiva semelhante, se a UAE não pretender atacar amanhã e com o dia de descanso à porta, o neozelandês que se tem portado muito bem poderá ter porta aberta.
Oier Lazkano – Depois do que vimos em Burgos e tendo em conta que se adapta perfeitamente a estas pendentes mais suaves temos de o mencionar numa jornada destas.
Rudy Molard – Boa alternativa ao jovem Gregoire, que nem sempre conseguirá estar na frente da corrida.
Matteo Sobrero – Foi 2º no dia em que Kamna ganhou, com uma exibição de grande qualidade, só descolou do alemão bem perto da meta. As pernas estão lá, o perfil é bom, ter uma boa explosão e ponta final, será um dos homens a marcar amanhã.
Remco Evenepoel – Ainda tem margem para entrar noutra fuga sem colocar em perigo os primeiros da geral, a minha questão é o desgaste de hoje juntamente com o facto de não haver assim tantos pontos da montanha em disputa amanhã.
Sergio Higuita – Não apareceu nesta Vuelta, será que vai fazê-lo de rompante amanhã?
Super-Jokers
Os nossos Super-Jokers são: Andrea Vendrame e Jan Tratnik