Aí está a alta montanha no Giro! Novo grande teste para os homens da classificação geral em nova chegada em alto. Teremos João Almeida a seguir de rosa para o dia de descanso?
Percurso
Dia de altíssima montanha no Giro d’Itália, com 4481 metros de desnível acumulado em 185,3 kms de etapa!
A primeira dificuldade do dia surge ao km 54.7, Sella Chianzutan (9.6 kms a 5,7%), sendo que a meio da jornada está Forcella di Monte Rest (7.4 kms a 7,7%). Depois de tanto subir o pelotão tem algum descanso com uma longa descida/fase de plano até Poffabro (1800 metros a 7,1%) e Forcella di Pala Barzana (9.2 kms a 5%).
Passada esta longa subida ficam a faltar 42 kms para o final e 27 kms para o sopé da derradeira contagem de montanha: Piancavallo (14.3 kms a 7,8%). O seu início é o mais duro, com os primeiros 10 kms a 8,9% e alguns quilómetros acima dos 10%. O final é mais fácil, com os últimos 1300 metros a apenas 3,1%.
Táticas
Após o contra-relógio de hoje, as diferenças na classificação geral são já grandes pelo que os corredores mais atrasados vêem-se obrigados a atacar. Amanhã é o primeiro grande dia de alta montanha da prova, o que será de agrado de nomes como Vincenzo Nibali, Domenico Pozzovivo e Rafal Majka.
Falando destes três ciclistas, temos que referir as suas equipas, Trek-Segafredo, NTT Pro Cycling e Bora-Hansgrohe, formações que já mostraram que não têm medo de assumir a corrida, endurecendo-a desde cedo. Uma vez que segunda-feira é dia de descanso, os ciclistas deixarão tudo na estrada.
Favoritos
Começamos a entrar no território de Vincenzo Nibali. O Tubarão de Messina tem estado regular e, ao mesmo tempo, discreto. Após o dia de hoje, o italiano sabe que tem que começar a recuperar tempo pois nunca se sabe qual é o futuro do Giro. Nibali aponta sempre à terceira semana mas amanhã poderá dar a primeira dentada.
Domenico Pozzovivo tem sido o ciclista mais ativo entre os homens da geral nos últimos dias. Meteu a sua equipa a trabalhar, atacou e mostrou-se numa forma não vista há muito. O pequeno ciclista transalpino tem aqui uma nova vida, naquela que pode ser uma das últimas grande oportunidades da carreira, pelo que não pode desperdiçar.
Outsiders
Rafal Majka tem sido um dos ciclistas mais regulares desde a retoma. O polaco tem estado sempre entre os melhores nas chegadas em alto mas a vitória anda-lhe a escapar. Tem um bloco forte para o apoiar, que já demonstrou ser capaz de partir um pelotão inteiro.
Em caso de fuga, acreditamos que Ruben Guerreiro tem tudo para conseguir novo triunfo. O português quererá estar na frente pois amanhã é um dia importante para a montanha. É certo que o ciclista da EF Pro Cycling não é um puro trepador mas se mostrar a qualidade da Vuelta do ano passado será quase imbatível.
Um final em alto são boas notícias para Ilnur Zakarin. Se o final fosse em descida, o russo estaria fora da luta no entanto há descidas pelo caminho e, aí, o ciclista da CCC Team terá que sofrer. Na montanha já mostrou neste Giro que está forte.
Possíveis surpresas
A camisola rosa continua a dar asas a João Almeida! Parece não haver limites para o ciclista português que entra na fase decisiva. Não é ciclista de ir a choque mas sim ao seu ritmo e isso pode ser fundamental. Wilco Kelderman estará de olho na liderança, é outro que prefere ir a ritmo e que está na melhor forma dos últimos anos. Jakob Fuglsang não parece no melhor, talvez afetado pelas quedas mas nunca podemos descartar o dinamarquês. Tao Geoghegan Hart e Brandon McNulty são dois jovens que podem surpreender. Olhando para a fuga, tanto a EF Pro Cycling como a CCC Team têm e Tanel Kangert e Attila Valter duas fortes alternativas, dois trepadores de enorme qualidade. Olho, ainda, em Aurelien Paret-Peintre, Nicolas Edet, Jonathan Castroviejo e Mark Padun.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Sergio Samitier e Pello Bilbao.