Após a montanha, os puncheurs e sprinters têm nova oportunidade para brilhar. Num dia complicado de controlar, teremos mais uma fuga a ter o seu sucesso?
Percurso
Dia muito complicado no menu. Apesar de não ser um dia teoricamente complicado, as muitas pequenas subidas farão doer as pernas ao pelotão.
147 quilómetros onde a subida de Gornje Cerovo (1700 metros a 8,1%) é aquela que se ultrapassa mais vezes, num total de 3, a última delas a 17 quilómetros da chegada. Aí deve começar a definir-se a corrida, com a subida de Saver (600 metros a 8,1%) a terminar a 2900 metros do fim a ser o último obstáculo antes da chegada a Gorizia.
Táticas
A primeira conclusão a que se chega é que esta etapa é fácil demais para os homens da geral e difícil demais para alguns sprinters. A jornada não é longa mas estão aqui todos os condimentos para vermos, mais uma vez, uma fuga a triunfar.
A única equipa interessa em perseguir poderia ser a Bora-Hansgrohe para Peter Sagan mas o eslovaco já está na liderança da maglia ciclamino e não irá arriscar perder pontos no sprint final para os seus rivais. Do mesmo modo, UAE Team Emirates e Israel Start-Up Nation poderiam perseguir para os seus sprinters mas também seria uma situação complicada. Deste modo, acreditamos em nova vitória da fuga.
Favoritos
Rara tem sido a etapa que a EF Education NIPPO não tem tentado estar na fuga do dia e amanhã é o dia ideal para Alberto Bettiol. O italiano tem estado algo discreto no entanto tem sido sempre dos últimos a descolar no apoio a Hugh Carthy o que demonstra que está a subir bem. Este é o seu terreno, sobe e desce constante, pode arriscar nas descidas, e tem uma boa ponta final.
Com a geral cada vez mais perdida, a Deceuninck-QuickStep poderá dar liberdade aos seus corredores e Mikkel Honoré é uma séria ameaça. O dinamarquês é um corredor muito completo, sobe bem e sprinta bem em grupos restritos. É bastante combativo e adora este tipo de etapas.
Outsiders
A melhor defesa é o ataque por isso porque não pensar em Peter Sagan na fuga? Não se avizinha tarefa fácil uma vez que quando o eslovaco tentar as restantes equipas vão tentar anular a ofensiva pois sabem do perigo. Esta situação já aconteceu no Giro passado, numa etapa semelhante a esta e Sagan conseguiu superar todo um pelotão. Se estiver num dia super, o eslovaco pode vencer e sentenciar a camisola por pontos.
Davide Formolo tem já bastante atraso na geral por isso pode, finalmente, focar em etapas. O italiano é um especialista neste tipo de terrenos, é aqui que costuma andar melhor e até agora pouco se tem visto. Sabe que para ganhar tem que chegar isolado mas tem capacidade para deixar todos para trás naquelas colinas.
Rudy Molard também tem passado despercebido, talvez focando-se neste tipo de etapas. O francês veio em busca de etapas, é um corredor muito combativo por isso a qualquer momento ele pode aparecer. Corredor explosivo e com uma boa ponta final, é um perigo em qualquer grupo que esteja inserido.
Possíveis surpresas
Jan Tratnik correrá perto de casa por isso o cansaço de hoje poderá ficar para segundo plano. O esloveno está em grande forma, no ano passado venceu uma etapa parecida. Um motor impressionante, pode atacar a qualquer momento. Andrea Vendrame já venceu neste Giro, numa etapa muito mais dura que esta que, na teoria, era onde teria mais condições. Com algum descanso ativo que teve nos últimos dias estará pronto para voltar à carga. Remi Cavagna tem trabalhado muito na frente do pelotão mas ainda não tentou nenhuma fuga. Poderá estar na hora da locomativa francesa tentar a sua sorte. Diego Ulissi, Gianluca Brambilla, Pello Bilbao e Quentin Hermans são outras alternativas para a fuga. Em caso de sprint, e para além do nome óbvio de Peter Sagan, Davide Cimolai e Fernando Gaviria são os maiores candidatos, sendo que Andrea Pasqualon e Gianni Vermeersch correm numa segunda linha.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Patrick Bevin e Stefano Oldani.