A segunda semana do Giro termina com o regresso da alta montanha e com a segunda chegada em alto da prova. Quem sairá por cima antes do dia de descanso?

 

Percurso

Uma semana depois, a alta montanha está de regresso e novamente com uma chegada em alto! 4000 metros de desnível acumulado positivo, com praticamente toda a dureza guardada para os últimos 90 quilómetros.



Aí surge a subida para Pila (Les Fleurs) com 12,2 quilómetros a 6,9%, uma escalada muito regular, onde os primeiros 9800 metros são a 7,8%. Como quem sobe também desce, segue-se uma rápida descida até ao sopé da subida de Verrogne (13,9 kms a 7,1%), a escalada mais dura da jornada.

A 40 quilómetros do fim, os ciclistas chegam ao topo de Verrogne, tendo pela frente 13 quilómetros rapidíssimos em descida. 5000 metros depois o pelotão chega à subida final para Cogne (22,2 kms a 4,3%). Esta é uma subida feita em patamares: 4400 metros a 7,9%, uma curta descida de 1000 metros, 2500 metros a 7,8%, 6000 metros a 6,3% e 10 quilómetros finais relativamente acessíveis, nunca acima dos 3%. Destaque para a presença de um sprint bonificado a 3300 metros da chegada.

 

Táticas

Se numa primeira opinião, esta seria uma etapa para os homens da classificação geral, depois da brutalidade de hoje, acreditamos mais no sucesso da fuga. O ritmo foi impressionante, já deve haver muitas pernas cansadas e, para além disso, fizeram-se grandes diferenças, pelo que mais ciclistas terão liberdade para integrar a fuga do dia.

É certo que a INEOS Grenadiers ainda não venceu mas na terceira semana há melhores etapas para Richard Carapaz pelo que a equipa britânica deve resguardar-se e deixar uma fuga, talvez numerosa, fugir ao pelotão e discutir o triunfo entre si.

 

Favoritos

Há alguns dias que Davide Formolo tem estado inteiramente focado no apoio a João Almeida, no entanto a UAE Team Emirates tem continua a colocar ciclistas em fuga e, amanhã, pode voltar a ser dia para o transalpino. Formolo dá sempre tudo, tem-se mostrado muito forte no apoio ao seu líder e numa subida final não muito dura, estará mais perto da vitória.



Já sem a liderança, a Trek-Segafredo pode focar-se nas fugas e, por isso, está na hora de Giulio Ciccone aparecer. Quando está nesta situação, o italiano costuma dar-se sempre bem, já venceu por duas vezes em edições passadas e não quererá sair do seu grande objetivo de mãos a abanar.

 

Outsiders

Koen Bouwman bem tentou integrar a fuga de hoje mas sem sucesso, tendo, depois, resguardando-se, pensando já no dia de amanhã, muito importante para a montanha. Haverá muitos pontos em disputa, o neerlandês poderá desgastar-se mais que os seus rivais, só que o mesmo passou-se na etapa que já venceu e, no final, mostrou um grande ponta final. O cenário pode repetir-se e, um colega na fuga, será importante.

O Giro da Team DSM foi o céu ao inferno em apenas dois dias. Após a perda considerável de hoje, Thymen Arensman virará o seu foco para as etapas e pode já começar amanhã. O jovem ciclista é um talento puro, veio em grande forma do Tour of the Alps e no Blockhaus foi fundamental para Romain Bardet.



Estando a pouco mais de 9 minutos, Alejandro Valverde está no limite para poder integrar a fuga mas tudo vai depender das equipas dos lugares secundários virem o seu lugar ser ameaçado. Se tiver liberdade, o veterano espanhol é um perigo, sabe gerir o esforço como poucos e a subida final é perfeita para si.

 

Possíveis surpresas

Entre os favoritos, se estes quiserem fazer grandes diferenças vão ter que atacar de longe, talvez na penúltima subida do dia, caso contrário teremos um pequeno sprint. Estes são os principais cenários a destacar, onde Richard Carapaz, Mikel Landa, Jai Hindley, Vincenzo Nibali, João Almeida e Domenico Pozzovivo são os ciclistas a destacar para poderem conseguir o triunfo. Para a fuga, Bauke Mollema é a alternativa dentro da Trek-Segafredo, o neerlandês já esteve perto por duas vezes. Veremos se Simon Yates parte já em busca da 3ª etapa nesta edição, a forma como venceu hoje foi impressionante, parece já recuperado do problema no joelho, sendo que Lucas Hamilton é a alternativa na sua equipa. Lennard Kämna, Santiago Buitrago, Guillaume Martin, Lorenzo Fortunato e Tobias Foss são outros nomes a destacar para a fuga.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Wilco Kelderman e Hugh Carthy.




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