A segunda semana do Giro termina com mais um dia de montanha e, potencialmente, de possíveis diferenças. Com novo líder, será que finalmente veremos os favoritos a atacar?

 

Percurso

Praticamente 200 quilómetro para fechar a segunda semana de competição, num dia com mais de 4000 metros de desnível acumulado positivo. A primeira subida categorizada pode chegar apenas ao quilómetro 30 mas até lá os ciclistas têm duas colinas, que servirão para acumular o primeiro desgaste. Valico di Valcava (11,7 kms a 7,9%) abre as hostilidades e, a meio da etapa, de forma consecutiva surgem Selvino (11,3 kms a 5,5%) e Miragolo San Salvatore (5,2kms a 7%).



Ultrapassada esta subida restam mais de 80 quilómetros e somente uma subida categorizada mas o terreno não é nada fácil, com alguns pequenos topos. A subida de Roncola Alta (10 kms a 6,7%) surge a 41 quilómetros do fim e, quando ultrapassada, o terreno torna-se bastante rápido, com uma longa descida e fase de plano até a um último muro. Lago Colle Aperto (1300 metros a 7,3%) aparece a apenas 4 quilómetros do fim, e pode ser o local onde se façam diferenças, antes de uma rápida descida para a meta.

 

Táticas

Última etapa da segunda semana de Giro, antes do dia de descanso por norma temos sempre uma jornada bastante agressiva, com os ciclistas a deixarem tudo na estrada, pois sabem que no dia seguinte podem recuperar alguma dessa energia. Desta forma, esperamos uma etapa agressiva, não só na luta pela geral, mas também pela presença na fuga que, mais uma vez, tem excelentes hipóteses de vingar.

A Groupama-FDJ tem a liderança do Giro mas sabe que é uma liderança a prazo, no entanto irá esperar que nenhum nome perigoso esteja na frente mas … nada melhor que lançar o seu nome perigoso na frente, de nome Thibaut Pinot. A fuga do francês pode desencadear diversos ataques, está à entrada do top-10, e termos uma corrida bastante animada. Sem chegada em alto, os ataques, a acontecer, terão que surgir de longe.

 

Favoritos

Esta é uma etapa perfeita para Ben Healy. O irlandês já venceu neste Giro e, nos últimos dias, tem estado no apoio a Hugh Carthy. Numa etapa onde os ataques de longe dificilmente funcionarão, deverá ter liberdade para estar na frente, onde aí sim, os ataques à distância podem resultar, com Healy a ser um nome importante, pois ainda apresenta excelente forma física.



Desta a saída de Remco Evenepoel que a Soudal QuickStep tem integrado diversas fugas, amanhã é mais um dia para Ilan Van Wilder. O belga está já bastante atrasado, irá procurar a vitória em etapa até ao final e amanhã é mais uma etapa ao seu jeito. Trepador muito forte nos seus melhores dias, tem uma boa ponta final em grupos restritos.

 

Outsiders

Dará a UAE Team Emirates liberdade aos seus ciclistas? Por várias vezes já mencionamos o nome de Brandon McNulty e o norte-americano nunca conseguiu estar na frente. Em mais uma etapa perfeita para si, voltamos a deixar McNulty, apesar de acharmos bastante complicado, pois é um dos braços-direito de João Almeida. Se tiver liberdade é um perigo, irá atacar de longe na fuga para tentar chegar sozinho.

Se falámos de Thibaut Pinot, temos que o mencionar nesta categoria. O francês tentou estar na frente hoje mas a INEOS Grenadiers não deixou, amanhã a história pode ser diferente. Pinot procura, não só, a vitória em etapa, mas também os pontos para a montanha e amanhã é um dia importante. Terá que correr de forma mais inteligente que na sexta-feira, só assim pode vencer.



Primoz Roglic afirmou que ainda está a recuperar da queda sofrida, mas será que está assim tão mal? O esloveno até pode estar a dizer a verdade, só que também pode estar a fazer um pouco de bluff para retirar um pouco a pressão dos seus ombros. Mais tarde ou mais cedo vai ter que atacar, amanhã pode fazê-lo, mas a vencer a etapa no grupo dos favoritos vemos a fazê-lo ao sprint.

 

Possíveis surpresas

Porque não a Jumbo-Visma dar liberdade aos seus ciclistas? Sepp Kuss é um nome óbvio, o norte-americano é fundamental para Roglic, já teve liberdade num dia mas se o esloveno estiver bem pode ser colocado na frente. Sabe que para vencer tem que chegar isolado. Se Kuss não estiver na frente pode ser o dia de Koen Bouwman, mais um excelente trepador este com uma boa ponta final. A Bahrain-Victorious pode ser uma equipa importante amanhã e, na fuga, Santiago Buitrago pode ter bastante sucesso. O colombiano já sabe o que é vencer no Giro e parece em crescendo de forma. Trepadores como Lorenzo Fortunato, Jefferson Cepeda, Einer Rubio e Joe Dombrowski são hipóteses para estar na frente, mas sabem que para vencer têm que chegar isolados, ao contrário de nomes como Derek Gee, Warren Barguil, Lorenzo Rota e Filippo Zana. Olhando para os favoritos, poucos são aqueles que podem superar Primoz Roglic, Geraint Thomas e João Almeida são esses nomes, só que acreditamos que mais corredores podem chegar juntos e, numa batalha tática, nomes como Damiano Caruso e Lennard Kamna podem entrar na equação.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Simone Velasco e Eddie Dunbar.



By admin