A segunda semana do Tour acaba com mais uma jornada de alta montanha, desta vez nos Pirenéus. Andorra recebe o final de etapa, num dia que se espera muito complicado para o pelotão.
Percurso
4562 metros de desnível acumulado positivo para terminar a 2ª semana do Tour. O começo é em subida e, apesar de não ser categorizado, os primeiros 18 quilómetros irão já ser marcantes nas pernas dos corredores. Seguem-se 40 quilómetros relativamente planos até ao sprint intermédio e, aí, começa o festival de subidas.
Tudo começa com Montée de Mont-Louis (8,5 kms a 5,7%), seguindo o Col de Puymorens (5,8 kms a 4,6%) e o Port d’Envalira (10,8 kms a 5,8%) de forma consecutiva. Esta última subida é o Souvenir Henri Desgrange, singificando que é o ponto mais alto do Tour deste ano. No seu topo ficam a faltar 44,5 quilómetros.
Segue-se uma longa descida de 21 quilómetros até ao sopé do Col de Beixalis (6,1 kms a 8,7%). Esta é a subida mais dura do dia, com percentagens bastante constantes, sendo que o seu miolo é a parte mais dura. Passada a subida restam 15 quilómetros, todos eles em descida até à meta em Andorra-a-Velha.
Táticas
Uma etapa com este perfil no final da segunda semana faz indicar que uma fuga tem grandes hipóteses de triunfar. Os últimos dias de montanha têm mostrado que várias equipas estão com a ambição de perseguir, não tanto para vencer a etapa mas para endurecer o ritmo.
Deste modo, acreditamos numa corrida bastante rápida numa primeira fase, talvez até à primeira grande contagem de montanha do dia. Tudo vai depender de quem esteja na fuga mas tal como aconteceu hoje, pela UAE Real Emirates mesmo um corredor dentro do top 10 pode entrar na fuga. Assim, achamos que a fuga tem 65/35 de probabilidade.
Favoritos
Michael Woods tem estado nas principais fugas deste Tour nas etapas de montanha. Hoje foi mais um desses dias, lidera a montanha e conhece estas estradas como poucos pois mora nesta região. As descidas são o seu problema no entanto o conhecimento será essencial e acreditamos que se possa isolar na subida.
Hoje voltamos a ver Julian Alaphilippe muito ativo mas não conseguiu integrar a fuga. A vontade está lá mas a forma não parece ser a mesma de outros tempos mas o facto da etapa não terminar em alto favorece-o já que em descida poderá recuperar eventuais perdas de tempo. Dará tudo antes do dia de descanso.
Outsiders
O final em descida favorece muito Ion Izagirre, um corredor habituado a triunfar em etapas da segunda metade das Grandes Voltas. Pode não ser dos melhores trepadores mas compensa isso com a sua habilidade a descer.
Jonas Vingegaard tem sido uma das revelações desta segunda semana e, no Mount Ventoux mostrou que está muito forte. O dinamarquês está a subir melhor que nunca, é muito explosivo, veremos se consegue aguentar na descida.
Terá sido apenas um dia mau para Tadej Pogacar? Se sim, o eslovenos estará pronto para a luta e para seguir os ataques e, quem sabe, dar mais uma machadada na classificação geral. É muito forte a descer também.
Possíveis surpresas
Sergio Higuita esteve muito ativo hoje, já o esteve na etapa de Tignes e tem amanhã mas um dia ideal. Se estiver recuperado do esforço será um sério candidato. David Gaudu e Miguel Angel Lopez têm que salvar a sua prestação no Tour com a vitória em etapa e devem começar a tentar em breve, as oportunidades não são assim tantas. Pello Bilbao é mais um especialista neste tipo de etapas, tem características muito semelhantes às do compatriota Ion Izagirre. Esteban Chaves, Emanuel Buchmann, Ruben Guerreiro e Vincenzo Nibali, que faz amanhã a despedida do Tour, são outras sérias opções para a fuga. Na luta pela geral, Richard Carapaz e Rigoberto Uran devem ser os únicos que podem conseguir seguir os dois nomes já referidos, estiveram bem nas últimas etapas. Enquanto que o equatoriano sabe que tem que atacar, l colombiano pode correr mais na defensiva, como é seu hábito.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Franck Bonnamour e Michal Kwiatkowski.