Round 2 do Tour de France nos Pirenéus! Depois da enorme exibição de Tadej Pogacar, teremos o esloveno a dar nova machadada na classificação geral?

 

Percurso

199 quilómetros de alta montanha para terminar a 2ª semana de competição. Início logo a subir com o complicado Col de Peyresourde (7 kms a 7,8%). Longa descida e fase de falso plano até ao sopé do Col de Mente (9,4 kms a 8,6%) e, sem descanso, descida e subida ao Col de Portet-d’Aspet (4,4 kms a 9,7%). Tudo isto em apenas 65,5 kms de etapa, uma brutalidade!



Segue-se um longo vale de 63,3 quilómetros e a entrada na parte mais importante da etapa. O Col d’Agnes (10,1 kms a 8,2%) logo seguido do Port de Lers (4,4 kms a 5,4%) são uma combinação bastante dura, que pode fazer muitos estragos no pelotão. Duas típicas subidas pireneicas, bastante regulares, sempre a rondar a sua média de inclinação. O topo do Port de Lers fica a 50 quilómetros do fim.

12 quilómetros de descida, mais 13 quilómetros de falso plano e sopé da subida final, o temível Plateau de Beille! Categoria especial à espera dos ciclistas, um total de 15 700 metros a 7,8% … de média. Esta é mais uma subida muito regular que tem entre o quilómetro 8 e o quilómetro 10 a parte mais dura, a 11,3% e 9,9% de média respetivamente. O final é mais “acessível” mas com 5000 metros de desnível acumulado positivo as forças já não serão muitas.

 

Táticas

Tadej Pogacar conseguiu a vitória que procura, a redenção depois da exibição menos conseguida na passada quarta-feira. A UAE Team Emirates controlou a etapa, o seu líder não falhou. A etapa de amanhã é mais dura, será mais complicado para Nils Politt fazer o mesmo que conseguiu hoje, que foi brilhante! Pela Visma|Lease a Bike, e pelo que se viu hoje, deve correr mais na defensiva, não quererão dar mais bonificações a Pogacar.

Desta forma, a fuga tem fortes hipóteses de vingar, se a UAE Team Emirates decidir que quererá ter um dia mais calmo. Para além disso, o início de etapa é muito mais duro que hoje, perfeito para os puros trepadores estarem na frente de corrida e, desde cedo, ganharem uma vantagem importante para o pelotão. Entre os favoritos, a ação ficará guardada para Plateau de Beille, uma subida muito duro.

 

Favoritos

Ontem falamos de Simon Yates, amanhã é uma nova oportunidade. O britânico tentou hoje, viu que não iria ter sucesso e começou a resguardar as suas pernas para amanhã. Referimos que foi depois de estar atrasado na geral que venceu etapas no Tour, algo que se pode vir a repetir este ano. Trepador de excelência, será dos mais fortes da fuga, ainda para mais se tiver o apoio de Chris Harper.



A EF Education tem sido uma das equipas mais combativas e, um nome que não vimos na fuga de hoje, foi Richard Carapaz. O equatoriano já estava a pensar no dia de amanhã, não vai falhar duas fugas consecutivas. Este é um dia perfeito para o campeão olímpico estar na frente e lutar pela vitória. Se lá estiver, terá, quase de certeza, companheiros de equipa.

 

 

Outsiders

Wout Poels aparece quando menos se espera. Depois de muito tempo discreto, o neerlandês consegue grandes resultados em grandes etapas de montanha, é assim que vence nas Grandes Voltas. Veja-se o que fez no Tour do ano passado. Numa Bahrain-Victorious que necessita de vencer, Poels é uma das melhores apostas, ainda para mais um ciclista experiente e que se adapta muito bem a estas subidas.

A exibição de hoje não foi perfeita mas amanhã estamos no território de Jonas Vingegaard, a alta montanha e um dia muito duro. Os pontos de interrogação são muitos, não sabemos como o dinamarquês vai reagir depois de dias muito difíceis e após ter visto o seu grande rival fazer uma enorme exibição. Vingegaard é um ciclista de muita qualidade, não irá desistir.



Tadej Pogacar ainda não foi deixado para trás por ninguém neste Tour, isso só lhe dará confiança. O que fez hoje foi algo de extraordinário, talvez a sua melhor exibição da carreira numa etapa de alta montanha. Quererá aproveitar a maré positiva e continuar a ganhar tempo aos seus rivais, de forma a ir mais descansado para a semana final. Adam Yates pode voltar a ser fundamental.

 

Possíveis surpresas

Amanhã é um dia importante para Carlos Rodriguez, o espanhol chega a uma etapa muito dura onde sempre se tem destacado. Hoje tentou seguir Vingegaard mas, no final de contas, não conseguiu. Dias não são dias, se quer atingir mais tem de arrepiar caminho. Em relação a Remco Evenepoel, o belga deverá fazer a sua corrida, o próprio já disse que vencer será muito difícil por isso acreditamos que não vá ao choque e tente gerir o seu esforço ao máximo.

Entramos na fase de uma Grande Volta em que os nomes a destacar para uma fuga começam a ser os mesmos, aqueles que têm mostrado muita disponibilidade física. É aí que entra Ben Healy, o irlandês teve azar hoje que a UAE Team Emirates queria vencer a etapa, caso contrário tinha conseguido o triunfo. Louis Meintjes também foi um dos destaques de hoje, não é um ciclista que vença muito, isso também conta nestes momentos. Está na hora de Jai Hindley aparecer, a Red Bull-BORA-hansgrohe não pode sair de mãos a abanar de uma prova onde esperava tanto. Corre com pressão a partir de agora. Romain Bardet tem estado muito discreto, o francês deve estar a preparar o ataque à etapa final da segunda semana. O seu Tour já é um sucesso, corre sem pressão, o que é muito positivo. Está na hora de ciclistas tentarem ir para a fuga e tentar entrar no top-10. É aí que olhamos para Felix Gall, Santiago Buitrago e Egan Bernal, três trepadores de grande nível que irão dar tudo por tudo, ainda para mais com dia de descanso a seguir. Por fim, olho em Javier Romo, Guillaume Martin e Alexey Lutsenko.




Super-jokers

Os nossos super-jokers são Derek Gee e Enric Mas.

By admin