A segunda semana da Vuelta termina com mais uma chegada em alto. Conseguirá Roglic manter o nível elevado ou mostrará os primeiros sinais de fraqueza?



 

Percurso

Esta será uma etapa de alta montanha diferente das anteriores, tendencialmente temos subidas mais longas e menos inclinadas, deixamos de fora as paredes e os caminhos de cabras. É uma jornada curta, 144,5 kms, e é uma distância que pode permitir alguns ataques de longe.

A primeira subida é o Puerto de San Lorenzo, uma ascensão duríssima, 10 kms a 8,5% que são feitos em 3 patamares, o 2º dos patamares tem 3 kms a 10,5%. Caso alguma equipa desfaça aqui o pelotão temos corrida para o resto do dia. A 45 kms da meta há o Alto de la Cobertoria, com 8 kms a 8,6%, é uma montanha bem mais regular e que não chega sequer aos 1200 metros de altitude.

Depois temos 10 kms de descida e 17 kms de falso plano até ao Alto de la Cubilla, que tem um total de 18 kms a 6% de inclinação média. É uma subida regular, só tem 1 km acima dos 8% e 2 abaixo dos 4%, anda sempre ali a rondar os 6/7%. Aparentemente não dá para fazer muitas diferenças, mas é o tipo de ascensão que os colombianos gostam.

 

Táticas

Hoje vimos nova fuga a ter o seu sucesso, tal como referimos na antevisão, nenhuma equipa iria pegar na corrida pois Primoz Roglic está muito forte e não mostra sinais de fraqueza. Então depois de mais uma exibição incrível, amanhã acreditamos, de novo, no mesmo cenário.

Com a geral cada vez mais longe, as equipas vão começar a pensar nas etapas e enviar os seus ciclistas para a frente. Muitas equipas ainda não ganharam e as oportunidades começam a ser escassas para o fazerem. Sendo que na terça-feira é dia de descanso, os ciclistas vão deixar tudo na estrada.

 

Favoritos

Mikel Nieve tentou entrar na fuga de hoje mas não teve a ponta de sorte necessária. Esta movimentação mostra que o basco está a atingir o seu melhor nível. Excelente trepador, a ida para a fuga também lhe pode valer a subida ao top 10. Como já referimos várias vezes, é um ciclista de 3ª semana nas Grandes Voltas.



Hoje a Astana tentou com Ion Izagirre e amanhã deve ser dia de Jakob Fuglsang. Hoje, o dinamarquês esteve ao serviço do seu líder, fazendo um excelente trabalho, pelo que aos poucos está a melhorar a sua condição física. Uma longa subida, ao estilo Tour, é perfeita para as suas características.

 

Outsiders

Pierre Latour perdeu bastante tempo nas últimas duas etapas, talvez pensando no dia de amanhã. Cada vez mais perto do nível que tinha antes da sua lesão, o francês adora estas subidas longas e regulares, que já lhe valeram um triunfo numa edição passada da Vuelta.

O jovem James Knox pouco se tem visto nesta Vuelta no entanto o britânico tem sido um corredor extremamente regular, fazendo sempre top-20 entre os homens da geral. Já longe na geral, o corredor da Deceuninck-QuickStep terá liberdade para se imiscuir na fuga. Bom trepador, ainda goza de alguma liberdade por ser relativamente desconhecido.



Esperamos ver Primoz Roglic, novamente, muito forte, no controlo das operações. Em Los Machucos seguiu Pogacar, hoje foi Valverde, amanhã é a vez de Lopez? Quem quer que ataque, o esloveno está sempre lá e não tem medo de colaborar. Quererá vencer com a vermelha vestida.

 

Possíveis surpresas

Com tantas etapas duras e tantas vezes a fuga a ter o seu sucesso, os nomes começam a variar pouco. Sergio Higuita está à beira do top-10 e pode aproveitar a presença na fuga para lá entrar. Na sua primeira presença em Grandes Voltas continua muito bem e uma subida destas é perfeita para si. Também na EF Education First, cuidado com Daniel Martinez, um corredor que tem andado muito discreto mas que quando marca uma etapa costuma aparecer. Bom trepador, venceu no Paris-Nice num final com uma subida parecida. A Team INEOS vai voltar a tentar, mas Wout Poels não parece na melhor forma, pois caso contrário esta era uma subida ideal para si. Tao Geoghegan Hart e Ruben Guerreiro podem voltar a estar na frente, hoje estiveram bastante fortes. Geofrrey Bouchard está na luta pela montanha e pode querer estar na frente e voltamos a deixar os nomes de Kilian Frankiny e Hermann Pernsteiner. Na geral, esta subida assenta muito bem nas características de Tadej Pogacar e, na forma que apresenta, Alejandro Valverde é sempre um candidato. Se voltar ao seu melhor, cuidado com Miguel Angel Lopez.



 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Rafal Majka e Carl Frederik Hagen.

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